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Revista Faculdade Montes Belos, v. 4, n. 2, Nov. 2011 Controle de Estoque 1 Leonardo Felix de Andrade 2 , Itamar Pereira de Oliveira 3 Resumo: Esse artigo é resultado de estudo científico realizado na empresa Gelnex Ind. & Com. LTDA instalada na cidade de Nazário e objetivou aumentar os níveis de atendimento do estoque de seus clientes internos, pois nos seus estoques sempre ocorre falhas com falta de material, falta de organização dos estoques, altos níveis de estoque de determinados itens e falta de outros que necessitam de reposição, isso acarreta muitos transtornos para a empresa como paradas de produção, gastos desnecessários com manutenção e aumento desnecessários no custo de cada produto faltante, devido à esses motivos a gerência teve que rever seus conceitos e investir em treinamento de seus colaboradores nos quais se vê técnicas básicas de controle de estoque a curva ABC, Just time ou kambam e a relação logística com os estoques. Palavras chaves: Alto custo de estoque. Curva ABC. Desorganização. Falta de estoque. Logística. Paradas de produção. Inventory Control Summary: This article is resulted of a scientific study carried through in the company Gelnex Ind. & Limited Comp. installed in Nazário city objecting to increase the levels of supply attendance of internal customers. Therefore in relation to the supplies always occur imperfections as lack of material, lack of supply organization, high levels of supply of determined item and lacks that they need spare. This causes many upheavals for the company as unnecessary production stops, expenses with unnecessary maintenance and increase in the cost of each missing product. Due to these reasons the management must review concepts and to invest in collaborator training in which personal talents can learn about ABC curve, sees techniques basic of supply control, Just time or Kambam and the logistic relation with the supplies. Key words: High cost of supply. ABC curve. Disorganization. Lack of supply. Logistic. Low productivity. 1 Trabalho realizado na Faculdade Montes Belos (FMB) como parte das exigências para receber o título de Bacharel em Administração de Empresa. 2 Formando da FMB de 2009/02. 3 Professor PhD, Orientador da FMB. 2 L. F. Andrade et al. Controle de Estoque Revista Faculdade Montes Belos, v. 4, n. 2, Nov. 2011 1. Introdução Em 2004, foi inaugurada a primeira fábrica de gelatina tipo B do Centro Oeste na cidade de Nazário- GO, dando início a uma sequência de atos que levaram a desenvolver a região de 2005 até hoje. Com isso, a empresa teve um desenvolvimento na sua capacidade produtiva de 150 t/mês para 500 t/mês, visando duplicar sua capacidade produtiva até 2012. Em consequência a esse crescimento gradativo, várias questões que não faziam parte de seus projetos foram surgindo e uma delas ocorreu em relação à formação de seus gestores de estoque, que por sua vez causa um problema muito grande, devido ao alto custo do produto estocado. A falta de peças e os gastos desnecessários com urgências para não parar o setor produtivo tornam-se um dominó. Por exemplo, se falta uma peça de um determinado equipamento “Spiral”, para o setor de manutenção e não tem a peça desejada, esse setor para e vai influenciar todo o resto da produção, pois cada setor depende do outro para dar sequência na produção. Como resultado, tem se observado prejuízos incalculáveis para a empresa que gasta cerca de 50 mil reais no ano com esse tipo de urgência. Se no mercado tivessem pessoas qualificadas e disponíveis para suprirem essa demanda, que é a necessidades de várias empresas que precisam desse tipo de serviço especializado em outras empresas, os mesmos problemas financeiros com altos custos para suprir sua necessidade produtiva, para não deixar a produção parar e necessária atenção a todos os departamentos inter-relacionados. Quando isso ocorre causa todo um transtorno na gerência da empresa que tem que ser chamada em horas adversas, fora de horário de serviço. Isso levou a gerência da empresa a tomar várias decisões na hora de pensar em ampliá-la criando projetos para a melhoria do controle de estoque com modernização dos equipamentos e qualificação de seus colaboradores da área de estoques de materiais diversos. O gerenciamento e controle de estoques e uma das grandes preocupações das pequenas e grandes empresas devido a essas ferramentas serem de extrema importância em seu custo e o preço final de seus produtos, deixando desde os gestores de operações, gestores financeiros e comerciais, sempre preocupados com essa ferramenta. Gestores de operações devido à movimentação de seus estoques tanto de peças como de produto acabado, Gestor financeiro devido ao valor acumulado em seus estoque que significa dinheiro “empatado” que poderia ser investido em outras áreas, Gestor comercial que se preocupa com o prejuízo, se caso faltem produtos acabados em estoques ou de peças que podem atrasar a sua produção e comprometer no atendimento aos clientes. Ao mesmo tempo é comum encontrar operações de estoques com altos níveis de estoque e baixo nível de atendimento aos clientes e ao uso de peças, manutenções de estoques com níveis de estoques errados para diversos itens, excesso de estoque de alguns itens e falta de outros, em função do uso inadequado de técnicas e conceitos de gestão de estoques. Estoques são considerados acúmulo de recursos materiais entre fases especifica de processos de transformação que podem ser física, de estado ou 3 L. F. Andrade et al. Controle de Estoque Revista Faculdade Montes Belos, v. 4, n. 2, Nov. 2011 bem e de posse ou localização, física no processo de montagem do produto final, de estado ou bem e a forma de tratamento do cliente para futuras manutenções e outras reclamações, posse ou localização fica com a questão de distribuição e logística dos estoques. Os estoques podem ser representados pelo conjunto de matérias primas, produtos em fabricação, produtos prontos, material de aplicação e material de embalagem e peças nas indústrias e pelas mercadorias nas empresas comerciais. As principais razões para o surgimento dos gestores de estoques e para manter a manutenção dos mesmos é uma das principais razões para a manutenção dos estoques. Isso reflete a falta de coordenação entre fases de um processo de transformações que podem ocorrer nas empresas que trabalham com a montagem de produtos, por exemplo: montadoras de automóveis. Caso ocorra uma falta de uma determinada peça todo o resto da produção para, incertezas com relação às taxas futuras de consumo e suprimento, que ocorre quando as empresas trabalham com estoques de peças de manutenção de maquinas. O gestor de estoque tem que prever qual a probabilidade desse maquinário quebrar. Esse gestor deve estar sempre fazendo especulação com a compra e venda de materiais. Isso ocorre com mais facilidade na área comercial devido tudo que aparece pode ser atribuído às épocas, por exemplo: páscoa, semana santa, natal e outros. O gestor de estoque tem que saber analisar como o mercado se comporta para que a quantidade que vai manter no seu estoque ou disponibilidade no canal de distribuição vai influenciar em todas as áreas em conjunto. O setorde logística deve estar trabalhando em consonância para facilita a distribuição de produtos e serviços, caso haja falha em algumas dessas razões que fazem sentir o cliente final. 2. Revisão Bibliográfica 2.1 A curva ABC e a administração de estoques. Curva ABC é um método de diferenciação dos estoques segundo sua maior ou menor abrangência em relação a determinado fator, consistindo em separar os itens por classes de acordo com sua importância relativa, também chamado de curva de Pareto. No âmbito da administração de estoques, a classificação ABC mais utilizada é a obtida pela demanda valorizada (quantidade de demanda vezes o custo unitário do item). Ao ordenar os itens, nota-se que uma pequena quantidade de itens Classe A representa uma grande parcela dos recursos investidos, por outro lado, a grande maioria dos itens classe C tem pouca representatividade nestes recursos, entre as classes A e C situam-se itens com importância e quantidades médias (Classe B) (Figuras 1 e 2). Exemplo gráfico da Curva ABC em porcentagem. 4 L. F. Andrade et al. Controle de Estoque Revista Faculdade Montes Belos, v. 4, n. 2, Nov. 2011 A 10 a 20% dos itens B 20 a 30% dos itens C de 50 a 70% dos itens FIGURA 1.- Percentual da quantidade de itens representados pelas classes A, B e C. 58%25% 17% A 50 a 70% do valor B de 20 a 30% do valor C de 10 a 20% do valor FIGURA 2.- Percentual dos valores de cada item representados pelas classes A, B e C. A curva ABC é uma da mais usadas nos estoques da maioria das empresas. De acordo com Santos (2005): “Para administrar os estoques foram desenvolvidas várias técnicas, algumas de difícil aplicação nas micro e pequenas empresas: O sistema ABC; O modelo do lote econômico de compra; O MRP (Material requirement planning); O Just-in- Time dentre outros. A mais simples e, portanto, mais acessível ao segmento é o sistema ABC que comumente já é instintivamente praticado pela maioria das empresas de alguma forma” Dentro do critério ABC, pode-se estabelecer níveis de serviços diferenciados para as diversas classes, por exemplo: 99% para itens A, 95% para itens B e 85% para itens C, de forma a reduzir o capital empregado em estoques, ou pode-se usar 5 L. F. Andrade et al. Controle de Estoque Revista Faculdade Montes Belos, v. 4, n. 2, Nov. 2011 métodos diferentes para controlar o estoque e, assim, minimizar o esforço total de gestão. Do exposto acima, decorre que os materiais considerados como classes A merecem um tratamento administrativo preferencial no que diz respeito à aplicação de políticas de controle de estoques, já que o custo adicional para um estudo mais minucioso destes itens é compensado. Em contrapartida, os itens tidos como classe C não justifica a introdução de controles muito precisos, devendo receber tratamento administrativo mais simples. Já os itens que foram classificados como B poderão ser submetidos a um sistema de controle administrativo intermediário entre aqueles classificados como A e C (PEREIRA, 2005). De acordo com os autores a curva ABC é a mais usada e mais fácil de ser implantada nas empresas podendo diminuir os riscos com falta e podendo usá-la para controlar os produtos ou peças que mais saem ou os que têm um maior valor agregado gerando um maior controle sobre o estoque. A curva ABC é um importante instrumento para o administrador; ela permite identificar aqueles itens que justificam atenção e tratamento adequados quanto à sua administração. Obtém-se a curva ABC através da ordenação dos itens conforme a sua importância relativa. Verifica-se, portanto, que, uma vez obtida a sequencia dos itens e sua classificação ABC, disso resulta imediatamente a aplicação preferencial das técnicas de gestão administrativa, conforme a importância dos itens. A curva ABC tem sido usada para de estoques, para a definição de políticas de vendas, para o estabelecimento de prioridades, para a programação da produção e uma série de outros problemas usuais nas empresas (AURÉLIO, 2005, p. 83). Essa é a base de conhecimento que permite gerar a chamada Curva ABC, que classifica os produtos em três categorias, das quais o valor de A representa a maior parte do valor dos bens estocados (80%), apesar de ser a menor parte em quantidade (15 a 20%). B, por sua vez, representa de 35 a 40% dos bens, porém valendo em torno de 15% do total estocado, enquanto C representa a grande maioria dos materiais (40 a 50%), porém valendo apenas de 5 a 10% do total do estoque (MONTSERRAT, 2007). Essa verificação da curva ABC nos estoque tem levado a descobertas que atualmente varias empresa de médio e grande porte não percebem o motivo que seus estoque estão com valores tão alto, pois priorizam o controle de peças e materiais que não tem alto valor em estoque olham apenas a quantidade exemplo fitas isolantes, colas, parafusos etc. e esquecem das peças de alto valor que normalmente são as consideradas classe A pela maiorias das empresas que adotam esse conceito da classificação ABC, devido serem um pequeno numero em estoque mais representam o maior valor em estoque. 2.2 Controle de estoques Desde os primeiros habitantes que viviam em sociedade e comunidade relacionadas ao comércio ou pequenos negócios, já existiam fatores indispensáveis para a realização com sucesso de uma empresa. Vivemos no momento de globalização, porém o controle de estoque é fundamental, tanto na vida das empresas como no controle do próprio país. O 6 L. F. Andrade et al. Controle de Estoque Revista Faculdade Montes Belos, v. 4, n. 2, Nov. 2011 controle de estoque é o procedimento adotado para registrar, fiscalizar e gerir a entrada e saída de mercadorias e produtos, seja numa indústria ou no comércio. Aurélio (2006) relata que administrar estoques é maximizar o efeito lubrificante no feedback de vendas e o ajuste do planejamento da produção.Partindo deste princípio, a empresa que não planeja a sua produção de acordo com a demanda, poderá correr o risco de ter matéria-prima em excesso ou falta destas. Francischini et al. (2002) propõem que “A função do controle de estoques é definida como um fluxo de informação que permite comparar o resultado real da atividade planejada”. Portanto, um bom controle de estoque passa primeiramente pelo planejamento, onde é necessário haver inteiração entre a empresa, para que o planejamento das ações se realizem,a contento de todas as partes, sendo que no almoxarifado não é diferente, pois, o controle deve ser feito de maneira ordenada e interativa para que a oferta e a procura estejam interligadas para um bom desempenho e que o feedback aconteça de modo que a empresa consiga manter o equilíbrio entre as ações programadas e as atividades realizadas com sucesso.“Dentro do controle de estoque eficaz é necessário que o fluxo de informações seja adequado e documentado, onde esses documentos terão uma variação de empresa para empresa” (FRANCISCHINI et al. 2002, p. 48). Dessa forma, um modelo básico de controle de estoque deve registrar: Data de entrada, tipo, quantidade, custo unitário e custo total de cada mercadoria adquirida; Data de saída, tipo, quantidade, custo unitário e custo total de cada mercadoria vendida; Saldo entre mercadorias adquiridas e vendidas, conforme Quadro 3: QUADRO 3. Movimento interno de atividades e produtos. Documento De Para Função Requisição de compra Estoque Compras Solicitar a aquisição de determinado item para a reposição do estoque. Requisição de Fabricação Estoque Produção Solicitar a fabricação de determinado item para a reposição do estoque. Pedido de Cotação Compras Fornecedores Solicitar informações sobre as condições de fornecimento de determinado item (preço, prazo,etc.) Proposta ou fornecedores Compras Informar á empresa compradora as 7 L. F. Andrade et al. Controle de Estoque Revista Faculdade Montes Belos, v. 4, n. 2, Nov. 2011 Cotação condições de fornecimento. Pedido de Compra Compra Fornecedor Solicitar a entrega de item ao fornecedor que melhor atender . Nota Fiscal Fornecedor Estoque Formalizar, por meio de documento a entrega do pedido de compra. Requisição de Material Usuário Estoque Formalizar pedido de retirada de determinada item em estoque para consumo da empresa. Solicitação de Inspeção Estoque Controle de Qualidade Solicitar inspeções e ensaios para verificação dos requisitos do produto entregue, quando necessário. Liberação para Consumo Controle de Qualidade Estoque Informar a conformidade ou não do produto entregue aos requisitos especificados. Fonte: Administração de Materiais e do Patrimônio, 2002. 2.3 Curva dentre de serra. “Uma das maneiras de se representar a evolução do estoque em uma empresa é por gráfico, em que o eixo x coloca-se o tempo e no eixo y, a quantidade em estoque, conforme Figura 2.2. (FRANCISCHINI et al, 2002 p.149) FIGURA 2.2. Curva de reposição de material. Quantidade consumo Reposição Tempo (T Fonte: Administração de Materiais e do Patrimônio, 2002 pg 150 8 L. F. Andrade et al. Controle de Estoque Revista Faculdade Montes Belos, v. 4, n. 2, Nov. 2011 Segundo Aurélio (2005), a representação da movimentação (entrada e saída) de um item dentro de um sistema de estoque pode ser feita por um gráfico, em que a abscissa é o tempo decorrido (T), para o consumo, normalmente em meses, e a ordenada é a quantidade em unidades desta peça em estoque no intervalo do tempo (T) este gráfico é chamado dente de serra , conforme mostra a Figura 2.2. Como já sabemos, a pratica mostra-nos que estas quatro premissas citadas não ocorrem com frequência. Os consumos de matéria-prima, normalmente, são variáveis e não podemos confiar demais nos prazos de entrega dos fornecedores, pois existem falhas de operação, e sempre existe um risco de alguma remessa de material ser rejeitada parcial ou totalmente, mas ambas são suficientes para alterar o ciclo. Se estas ocorrências são normais, deve-se criar um sistema que absorva essas eventualidades, para diminuir o risco de ficarmos com o estoque a zero durante algum período. Este é um dos controles onde há uma simplificação do que ocorre na prática das empresas, no qual o consumo é contínuo, não há atrasos nos pedidos de compra por parte dos fornecedores, o material chega á empresa no momento em que não há estoque. 3. Caracterização da Empresa Em 1998, foi inaugurada a Gelnex, primeira fábrica de gelatina suína da América do Sul, na cidade de Itá-SC, sendo que, em 2002 e 2003 houve expansão de sua planta e conseguiram a certificação de GMP (Good Manufacture Practice) na planta industrial de Itá, seguindo os requisitos da AIB (American Institute of Banking), decorrendo daí a certificação ISO 9001-2000.(Foto 1). Foto 1. Vista Geral da Empresa Gelnex 2008. Fonte: site da Gelnex 2008 9 L. F. Andrade et al. Controle de Estoque Revista Faculdade Montes Belos, v. 4, n. 2, Nov. 2011 Foto aérea da matriz da empresa Gelnex, localizada em Itá-SC. No detalhe, portaria de acesso á empresa. Em 2004 deu-se início à instalação e operação da primeira fábrica de gelatina da região centro-oeste, na cidade de Nazário-GO, tendo um grande crescimento em sua capacidade de produção a partir de 2005 (Foto 2). Foto 2. Vista da Empresa Gelnex e suas facilidades técnicas. Fonte: site da Gelnex 2008. Foto panorâmica da filial da Gelnex, localizada na cidade de Nazário -GO. No detalhe, fachada do prédio da área produtiva. Gelatina vem da palavra “gelatas” que significa firme. Ela é feita de uma proteína chamada colágeno, extraída quase sempre do couro do boi. A Gelnex está estrategicamente situada nas principais regiões produtoras de suíno e bovino do Brasil, onde desenvolvem uma sólida reputação, fornecendo gelatina de ambos os tipos e de alta qualidade:gelatina tipo A derivada da pele de porco produzida em Santa Catarina e a do tipo B fabricada através das aparas da pele de boi,produzidas em Nazário-GO. A Gelnex hoje, com seus 11 anos de atividades encontra-se entre as melhores fábricas de gelatina do mundo, buscando sempre oferecer produtos e serviços de alta qualidade, capazes de satisfazer as necessidades de seus clientes da área farmacêutica e alimentícia. Fornece atualmente para mais de 15 estados brasileiros, países do Mercosul, União Européia, Estados Unidos e Oriente. 10 L. F. Andrade et al. Controle de Estoque Revista Faculdade Montes Belos, v. 4, n. 2, Nov. 2011 A gelatina produzida possui diversas utilidades conforme segue: (Figuras 1). Área farmacêutica Cápsulas duras de gelatina em duas peças Cápsulas moles de gelatina Comprimidos Micro-encapsulação ou vitaminas Área alimentícia Balas de gelatina (jujubas) Doces aerados (marshmallow) Sobremesas de gelatina Produtos lácteos Estabilizantes ou espessantes de diversos produtos. Figura 1. Fluxograma do processo produtivo de gelatina tipo A e B 4. O estique e o setor de compras. O setor de compras preocupa-se, sobremaneira, com o estoque de matéria-prima e de todos os insumos necessários para sua produção ou comercialização. É da responsabilidade de compras assegurar que as matérias-primas, material de embalagem e peças exigidas pela produção estejam á disposição nas quantidades certas, nos períodos desejados, nas finalidades corretas e com o menor preço. Compras não somente é responsável pela quantidade e pelo prazo, mas precisa também realizar a compra em preço mais favorável possível, já que o custo desses insumos é componente fundamental no custo do produto (AURÉLIO, 2005, p.16). A função de compras é um segmento essencial do Departamento de Materiais ou suprimentos, que tem por finalidade suprir as necessidades de materiais ou serviços, planejá-las, quantitativamente, e satisfazê-las no momentocerto com as quantidades corretas, verificar se recebeu efetivamente o que foi comprado e providenciar armazenamento. Compras é, portanto, uma operação da área de materiais, muito importante entre as que compõem o processo de suprimento. Qualquer atividade industrial necessita de matérias-primas, componentes, equipamentos e 11 L. F. Andrade et al. Controle de Estoque Revista Faculdade Montes Belos, v. 4, n. 2, Nov. 2011 serviços que possa operar. No ciclo de um processo de fabricação, antes de se dar inicio a primeira operação, os materiais e insumos gerais devem estar disponíveis, mantendo-se, com certo grau de certeza, a continuidade de seu abastecimento a fim de atender as necessidades ao longo do período (AURÉLIO, 1993, p. 279). Segundo Aurélio (2005) a necessidade de comprar cada vez melhor é enfatizada por todos os empresários juntamente com as necessidades de estocar em níveis adequados e de racionalizar o processo produtivo. Comprar bem e um dos meios que devem usar para reduzir custos. Existem certos mandamentos que definem como comprar bem, que incluem a verificação dos prazos, preços, qualidade e volume. Mas manter-se bem relacionado com o mercado fornecedor, antevendo na medida do possível eventuais problemas que possam prejudicar a empresa no cumprimento de suas metas de produção, é, talvez, o mais importante. Para esse autor as três maiores responsabilidades comuns de qualquer empresa são geralmente: a área financeira, produção e a de vendas, principalmente, no inicio da vida de uma empresa, a administração cabe a um único homem, o dono, que cuida das três responsabilidades. Com o crescimento dos negócios, torna-se necessário adicionar uma assessoria mais profissional e delegar autoridades e responsabilidade. Continuando o crescimento, o dono passa a responder pela adoção de diretrizes de ação e torna-se o dirigente do empreendimento. Até esse ponto, as três funções têm sido subordinados diretamente a ele, mas estão tornando-se responsabilidades executivas separadas, coordenadas em hierarquias, reportando-se a um órgão administrativo geral comum e sendo coordenados pelo mesmo (AURÉLIO, 2005). Custo de Pedido de acordo com Francischini et al. 2002),o custo do pedido é: “É o valor gasto pela empresa para que em determinado lote de compra possa ser solicitado ao forne cedor e entregue na empresa compradora. O custo de pedido refere-se aos custos administrativos e operacionais da área de compras”. Com relação ao custo de pedido, todo gestor deve ficar atento com a quantidade de custos que terá a partir de determinado pedido, pois, o desenvolvimento da empresa necessita de um equilíbrio entre os custos operacionais e administrativos para sua manutenção e funcionamento, levando, assim, a alcançar suas metas e objetivos. Na empresa Gelnex, o estoque e o setor de compras, trabalham em união devido as formas de mudanças de cargos sempre que um gestor do estoque sobe para o departamento de compras ou quando tem mudanças de cargo na empresa devido a esse fator. O comprador sempre está atento nos produtos mais críticos na empresa mesmo assim ainda ocorrem falhas de falta de material deixando a produção cada vez mais prejudicada. 5. Custo da falta de estoque. Segundo Aurélio (2005) existe certos componentes de custos que não podem ser calculados com grade precisão, mas que ocorrem quando um pedido atrasa ou não pode ser entregue pelo fornecedor. Pode-se determinar os custos de falta de 12 L. F. Andrade et al. Controle de Estoque Revista Faculdade Montes Belos, v. 4, n. 2, Nov. 2011 estoques ou custo de ruptura da seguinte maneira: por meio de lucros cessantes devido à incapacidade do fornecimento. Perdas de lucro, com cancelamento de pedidos, por meio de custeios adicionais, causados por fornecimentos em substituições com material de terceiros, por meio de custeios causados pelo não- cumprimento dos prazos contratuais como multas, prejuízos, bloqueios de reajustes, por meio de quebra da imagem da empresa, e em conseqüência beneficiando o concorrente. Conforme a empresa Gelnex tem a falta de material em estoque o seu custo mensal com esse tipo de situação é muito alto devido a falhas no departamento de estoque que sempre envolvi nas pardas de fabrica ou demora na manutenção de equipamentos causando perdas de produção gerando prejuízos incalculáveis no final do mês. 6. Relação logística e a administração de estoques. A parte logística na empresa Gelnex Ind. E Com. LTDA tem uma grande dificuldade devida ser uma fabrica de Gelatina não tem maquinas específicas, para a fabricação todas são compradas e modificadas para produção de gelatina cujas peças de reposição tem um tempo de reposição muito alto às vezes chega até seis meses para chegar. Todos as peças especificas tem uma atenção maior e muitas vezes chega a faltar peças, com isso ocorre a correria com a gerência devido a parada da fabrica, que tem que ajudar a procurar peça em todo o pais ou para que seu fornecedor fabrique a peça o mais rápido possível. Quando ocorre esse tipo de falta, normalmente está relacionado à falta de controle de estoque em que ocorre vários custos extras, momento em que o fornecedor aumenta o preço do produto em até 100%, devido a urgência e às horas extras de funcionários, a Gelnex tem os mesmos custo com horas extras e o aumento do valor do frete que na maioria das vezes tem que vir via linhas aéreas que chega a ser 50% do valor da mercadoria, além disso, destacar um motorista e um veiculo para ficar aguardando o material chegar em Goiânia para retirar e trazer para Nazário com urgência. Esses custos são muito altos e eleva o valor do estoque ao extremo, isso quando o material não vem trocado ou errado, pois quando ocorre esse incoveniente, praticamente, dobra-se o valor agregado do produto. A logística compõe-se de dois subsistemas de atividades: administração de materiais e distribuição física, cada qual envolvendo o controle da movimentação e a coordenação demanda- suprimentos. A administração de materiais compreende o agrupamento de materiais de várias origens e a coordenação dessa atividade com a demanda de produtos ou serviços da empresa. Desse modo, soma esforços de vários setores, que, naturalmente, apresentam visões diferentes. Mesmo assim, pode-se concluir que uma empresa englobaria todas as atividades relativas aos materiais, exceto as diretamente vinculadas ao projeto, ou à manutenção dos dispositivos, equipamentos e ferramentas. Em outras palavras, a administração de materiais poderia incluir a maioria ou a totalidade das atividades realizadas pelos seguintes departamentos: compras, 13 L. F. Andrade et al. Controle de Estoque Revista Faculdade Montes Belos, v. 4, n. 2, Nov. 2011 recebimento, planejamento e controle de produção, expedição, trafego e estoques. Existe crescente interesse pela administração logística no Brasil, e esse interesse pode ser explicado por seis razões principais como rápido crescimento dos custos, particularmente dos relativos aos serviços de transportes e armazenagem; desenvolvimento de técnicas matemáticas e do equipamento de computaçãocapazes de tratar eficientemente a massa de dados normalmente necessária para à analise de um problema logístico; complexibilidade crescente da administração de materiais e da distribuição física, tornando necessários sistemas mais complexos; disponibilidade de maior gama de serviços logísticos; mudanças de mercado e de canais de distribuição, especialmente para bens de consumo; tendência de os varejistas e atacadistas transferirem as responsabilidades de administração dos estoques para os fabricantes. Uma das maiores expressões para a ocorrência de mudanças no sistema logístico vem das industrias que estão passando por uma crise no fluxo de caixa. Esse tipo de crise irá forçá-las a reduzir seus níveis de estoque a um mínimo e a examinar atentamente as condições econômicas de operações de cada um dos setores. Embora para sua sobrevivência em longo prazo o empresário necessite olhar além dos limites da empresa e controlar a ação dos outros elementos do seu mercado. O maior perigo é que uma crise financeira force a empresa a procurar internamente a solução para livrar-se de pressões imediatas, reduzindo a estrutura de produção, em vez de tentar dinamizar o sistema tanto interna quanta externamente, eliminando suas ineficiências (AURÉLIO, 1993). Segundo este autor, o almoxarifado/armazém/depósito é o responsável pela guarda física dos materiais em estoque, com exceção dos produtos em processo. É o local onde ficam armazenados os materiais, para atender a produção e os entregues pelos fornecedores. Ainda, esse autor relata que os administradores estão reconhecendo, agora, a necessidade de se estabelecer um conceito bem definido de logística industrial, uma vez que começam a compreender melhor o fluxo contínuo dos materiais, as relações tempo-estoque na produção e na distribuição e os aspectos relativos ao fluxo de caixa no controle de materiais. A verdade é que o enfoque da administração de materiais esta mudando o tradicional “produza, estoque, venda” para um conceito mais atualizado, que envolve “definição de mercado, planejamento do produto, apoio logístico”. A logística empresarial estuda como a administração pode prover melhor nível de rentabilidade nos serviços de distribuição aos clientes e consumidores, por meio de planejamento, organização e controles efetivos às atividades de movimentação e armazenagem, que visam facilitar o fluxo de produtos. A logística é um assunto vital à competitividade das empresas nos dias atuais, podendo ser um fator determinante do sucesso ou fracasso das empresas. A logística dentro de uma empresa ajuda a melhorar seu ambiente de trabalho com a locomoção de seus produtos acabados e outros mais, seu principal 14 L. F. Andrade et al. Controle de Estoque Revista Faculdade Montes Belos, v. 4, n. 2, Nov. 2011 foco e no transporte dos produtos acabados e em processo, conforme o departamento de compras também tem que ter um suporte logístico adequado a suas necessidades de compras caso isso não ocorra, pode não conseguir entregar as peças e matérias primas na hora certa no lugar certo na quantidade certa e em um preço justo. 7. Just in time. A idéia do Just in time surgiu no Japão na década de 70 e foi sendo assimilada pela indústria ocidental, de forma mais efetiva, a partir dos anos 80. A Toyota Motor Company, sentindo a necessidade de coordenação da produção com as diferentes solicitações da demanda por veículos (modelos, cores etc.) foi que primeiro aplicou a teoria do JIT à suas linhas de montagem. De forma geral, o sucesso dos produtos japoneses industrializados deve-se, principalmente, aos sistemas de manufatura que conseguiram agregar, ao mesmo tempo, alta qualidade e preços competitivos. Esses sistemas, apoiados pelo conceitos do JIT, trabalham com a meta do estoque “Zero”, que e um dos fundamentos básicos do JIT. Segundo Aurélio (2005) o JIT tem sido apresentado através de muitas definições que evoluem na medida de sua aceitação. Uma da mais comuns refere se ao JIT como um método de redução de desperdícios nos processos de manufatura. Ao contrário da abordagem tradicional dos sistemas de produção, que “empurram” os estoques, o JIT caracteriza-se como um sistema de “puxar” a produção ao longo do processo, de acordo com a demanda. Genericamente falando, um sistema de “puxar” estoques significa que qualquer movimento de produção somente é liberado na medida da necessidade sinalizada pelo usuário da peça ou componente em fabricação, ou seja, os centros de trabalho não estão autorizados a produzir e “empurrar” os lotes apenas para manter ocupados operários e equipamentos. Infelizmente, a assim chamada entrega just in time (a tempo) é muito difícil de obter, pois depende quase exclusivamente do fornecedor, e haverá situações em que este não cumprirá com o prazo estabelecido, afetando qualquer planejamento prévio que tenha sido feito por sua empresa. Portanto, caso não esteja bem dimensionado seu volume de estoques, a empresa pode acabar por ficar sem produtos para atender seus processos fabris e/ou seus clientes ou mesmo, por outro lado, perder dinheiro com o encalhe desses estoques mal planejados. Just in Time, também conhecido como Sistema de Produção Toyota ou Sistema Kanban, é, segundo o Dicionário de Economia e Administração de Paulo Sandroni, "um sistema de controle de estoques no qual as partes e componentes são produzidas e entregues nas diferentes seções, um pouco antes de serem utilizadas" (MONTSERRAT, 2007). O Just in time conforme os autores dizem ainda é usado em varias empresas do ramo automobilístico, mas na empresa Gelnex também se trabalha com esse tipo de controle, quando chega à matéria prima, ela já é programada antes pelo setor de produção assim que chega na porta da empresa tem que ser recebida caso aja paradas de produção, não 15 L. F. Andrade et al. Controle de Estoque Revista Faculdade Montes Belos, v. 4, n. 2, Nov. 2011 compra, evitando, desse modo, acumulo de matéria prima na empresa. 8. Material de Métodos. Esse trabalho foi desenvolvido para ajudar a empresa Gelnex Ind. E Com. Ltda a desenvolver atividades para melhorar o desempenho do seus estoques com técnicas básicas como aplicação da curva ABC, Just in Time, organização de suas áreas de estocagem para ajudar seus gestores de estoque a não deixar ocorrer falta de material e peças, assim, não tendo prejuízo com paradas desnecessárias de fabricas e gastos com manutenção desnecessário. Foi pesquisado acerca do estoque da Gelnex e foi constatado que a maioria de seus itens estava com altos níveis desnecessários para empresa e com um valor muito alto de estoque, isso com ajuda dos relatórios tirados do sistema da empresa e com a ajuda de todos os setores envolvidos com os estoques, as pessoas da área da produção, manutenção, laboratório e administrativos. A pesquisa foi realizada com as partes que mais usam material estocado eletricistas, mecânicos, auxiliares de produção, auxiliares de limpeza e operadores de maquinas cerca de 50% dos que frequentaram o almoxarifado nos dias das pesquisas, respondendo um questionário de 10 questões após analisar o material que eles mais retiram do estoque. Foram coletadas informações em livros, revistas e jornaiscomo referenciais observando pontos de vista de diferentes autores além da utilização de um questionário desenvolvido para coleta de informação com a finalidade de discutir problemas reconhecidos pelos usuários, das empresas que cuidam de atividades inerentes à administração. 9. Considerações finais. Conclui-se que, a cada dia que passa, a empresa vem crescendo sua linha de produção aumentando sua capacidade produtiva, mais com a dificuldade em gerenciar seus estoques, tendo prejuízos devido ao fator logístico de seus materiais, cuja maioria de seus fornecedores é de origem de outros estados, não trabalha com material em estoque, seus prazos de fabricação são longos e ainda faltam investimentos em aparelhos para melhorar seu controle de estoque e treinamentos dos seus gestores de estoques. Com tudo, diminuir o valor em estoque e aumentar o índice de atendimentos dos seus maiores clientes sem receber reclamações dos setores mais afetados da produção e manutenção, que recebem as maiores queixas da diretoria devido às paradas de produção e os altos custos com a manutenção da fábrica. Assim, tendo em vista a melhoria de do controle de estoque, esperamos uma redução de 30% no valor de manutenção e redução de 70% nas paradas desnecessárias de produção a aproximadamente uma redução do valor agregado em estoque de 40% e um aumento de 90% no atendimento aos setores envolvidos com o estoque. Este trabalho de conclusão de curso foi importante à prática de trabalho, pois refletimos acerca de alguns aspectos simples para o controle de 16 L. F. Andrade et al. Controle de Estoque Revista Faculdade Montes Belos, v. 4, n. 2, Nov. 2011 estoques que contribui para uma mudança de comportamento e uma visão global ampliando o conhecimento sobre os diferentes aspectos que envolvem o trabalho do gestor no controle dos estoques. Espera-se que o conteúdo apresentado sirva para reflexão para os Gestores de estoques da Gelnex e outras empresas de hábitos para que possam integrar o processo do controle de estoques. Nessa perspectiva, espera-se conscientizar os gestores do papel importantíssimo desempenhado pelos seus departamentos adequando-os as grandes e constantes transformações pelas quais a sociedade vem passando. 10. Referências Bibliográficas. SANTOS, I. Ferramentas Úteis para melhorar o desempenho e agilizar processos. Controle de estoque. Disponível em: <http://www.ivansantos. com.br/conest.htm>. Acesso em 07 de maio de 2009. PEREIRA, N. O uso da curva ABC nas empresas. Classificando os estoques e determinando prioridades. Disponível em: <http://www.ivansantos.com.br/ ousoABC.pdf>.Acesso em 07 de maio de 2009. AURÉLIO, M. P. D. Princípios, Conceitos e Gestão. 5ª edição. São Paulo.Editora Atlas. 2005. 336 p. AURÉLIO, M. P. D. Administração de Materiais. 4ª edição. São Paulo.Editora Atlas. 1993. 399 p. MONTSERRAT, H. F. Controle dos Estoques e Logística: Receita de Sucesso, Disponível em: http://www.assuntoprincipal.com.br/index.php? option=com_content&view=article&id=1600: controle- dos-estoques-e-logica-receita-de-sucesso&catid=67: empreendedor. Acesso em 13 de maio de 2009. ALMEIDA, D.; LUCENA, M. Gestão estoques na cadeia de suprimentos. Disponível em: <http://www.metodista.br/ppc/revista-ecco/revista- ecco-01/logoecco.gif> Acessado em 14 de maio de 2009. FRANCISCHINI, P. G.; GURGEL F. A. Administração de Materiais e do Patrimônio, 1ed. Thomson Pioneira 2004. 310 p. MARTIORI, INFOMÁTICA. Processo da gelatina tipo A e B. http://www.gelnex.com.br Acesso: 03/12/2008.
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