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Resumo Aspectos Biológicos – Segunda Prova ORGANIZAÇÃO BÁSICA DO SISTEMA NERVOSO Estrutura do Neurônio: todos são cercados por uma membrana especializada (capaz de gerar e propagar impulsos elétricos) e compostos por quatro regiões definidas morfologicamente: a) Corpo celular (soma): centro metabólico da célula b) Dendritos: numerosos prolongamentos que se ramificam a partir da soma, tem função de receber sinais de outras células neurais. c) Axônio: prolongamento tubular que surge do corpo celular, denominado de cone axônio, local onde são gerados os potenciais de ação ou sinais celulares. É a principal unidade condutora do neurônio, capaz de conduzir sinais elétricos por distancia. d) Terminações pré-sinápticas: no final do axônio existem vários ramos fininhos que estabelecem contato com outros neurônios. O ponto de contato de chama sinapse. Célula transmissora: pré-sináptica; célula receptora: pós-sináptica. Sinapses químicas: envolvem substancias transmissoras, NTs, na mediação da comunicação entre os neurônios. Sinapses elétricas: presentes em pequeno numero no corpo de mamíferos, servem como sincronizadores celulares e são encontradas no SN, fígado e coração. Transmissão que passam íons, conduzido por potenciais elétricos de uma célula para outra. Os neurônios possuem quatro regiões funcionais: componente local de entrada (receptivo), componente integrador (de gatilho - decisório), componente condutor (sinalizador) e um componente de saída (secretor – liberação de um transmissor). As sinapses químicas podem ser excitatórias ou inibitórias: a primeira provoca uma descarga no neurônio receptor, descarga que se propaga pelo axônio do receptor – PPSE (potencial pós-sináptico excitatório). A inibitória inibe a descarga e é denominada de PPSI (potencial pós-sináptico inibitório). A fibra nervosa tem seu inicio no cone axônio, formada por uma parte central (axônio) e um envoltório isolante (bainha de Schawnn ou de mielina). A bainha é interrompida por intervalos regulares conhecidos como nódulos de Ranvier, é um bom isolante elétrico e pouco condutora de íons. A Condução saltatória é a condução do impulso nervoso que possui duas principais vantagens: velocidade e economia de energia. As fibras nervosas que não possuem bainha mielina (a maioria) são chamadas de fibras amielínicas e possuem velocidade mais lenta na propagação dos impulsos, porém, ocupam menos espaço. As células tronco de um embrião dão origem a dois tipos primitivos de células: 1 – Neuroblastos: transformam-se em neurônios ou celular nervosas na unidade funcional. Suas funções são: a) Receber e integrar a informação que chega a ele, vinda de receptores sensoriais ou de outros neurônios; b) Transmitir informações para outros neurônios ou órgãos efetores Com base no numero de prolongamentos originados no corpo celular possuem três classificações: unipolares (tem um só prolongamento e diferentes segmentos dele); bipolares (dois prolongamentos funcionalmente especializados) ou multipolares (um axônio e muitos dendritos, é o mais comum no SN do vertebrado) 2 – Espongioblastos: transformam-se em células gliais que cercam os neurônios. Tem como função: a) Elemento de sustentação, dando firmeza e estrutura ao cérebro; b) Dois tipos de célula glia produzem mielina; c) Algumas tem função de remover os dendritos após lesão ou morte neuronal d) Durante o crescimento cerebral algumas células glias guiam a migração dos neurônios; e) Algumas células tem participação na nutrição dos neurônios Existem três tipos principais de célula glia: oligodendrócitos e as células de Schwann (isolante elétrico nos axônios, enrola-se como espiral com a bainha de mielina); astrócitos (tem como função atuarem como elementos de proteção e nutrição de neurônios). As estruturas cerebrais podem ser estudadas com enfoque: 1–Filogenético: consiste em descrever a evolução do cérebro desde o primitivo cordão dos animais simples; 2–Ontogenetico: descreve as mudanças de estruturas e tamanhos do cérebro durante o desenvolvimento do individuo; 3-Citoarquitetonico: consiste em descrever a arquitetura da célula (estrutura, tamanho, forma e conexões); 4-Bioquímico: tornou evidente que núcleos que enviam expansões a outras áreas celulares contem substancias bioquímicas peculiares que tem um papel especial na comunicação intercelular. AS UNIDADES DO SISTEMA NERVOSO Há uma propriedade comum em todos os tipos neuronais: a capacidade de gerar sinais elétricos que funcionam como unidades de informação. As células glia participam da infraestrutura do tecido nervoso: fornecem um arcabouço de sustentação para os neurônios, conduzem nutrientes do sangue para as células nervosas. Os neurônios possuem uma permeabilidade seletiva que permite as trocas de íons entre o LEC e o LIC, assim que se torna possível a geração e a condução de sinais bioelétricos. A membrana plasmática é uma fita continua que envolve a célula sem interrupção e é constituída por três laminas (camadas) sendo a central elétron lúcida (transparente aos elétrons) e as duas de fora eletron-densas (opacas ao feixe de elétrons). O citoplasma compõe o interior da célula nervosa é um composto meio liquido denso e por proteínas organizadas na forma de fibrilas, que compõe o citoesqueleto. Cajal encontrou em suas investigações minuciosas que não há continuidade, mas sim contiguidade entre as células cerebrais ao contrário do que defendia Golgi. Seus contatos são organizados: fibras nervosas terminam sobre o corpo celular e os dendritos de outras células, formando caminhos de condução bem delimitados, coerentemente com as evidencias que a neurofisiologia começa vá a descobrir. O neurônio é a unidade sinalizadora do sistema nervoso. Sua natureza é conferida por sua membrana plasmática. Esta é uma estrutura especializada na produção e na propagação de impulsos elétricos. Sua caracterica mais importante é a presença de diferentes tipos de canais iônicos, macromoléculas embutidas na membrana capazes de filtrar seletivamente a passagem de íons para dentro e para fora do neurônio. Do aparelho de Golgi brotam vesículas que são formadas por enzimas que regulam a síntese de neurotransmissores, pelos próprios neurotransmissores e por componentes da membrana plasmática destinados aos neurônios. Também brotam os lisossomos, que contem enzimas capazes de decompor as moléculas já utilizadas pela célula nas suas unidades menores, para que estas possam ser reutilizadas na síntese de novas moléculas e, portanto, na renovação das organelas. Na soma neuronal a mitocôndria que realiza a fixação do oxigênio e a síntese de moléculas de alta energia. Assim como o peroxissomo, que contem uma proteção contra o peroxido, subproduto altamente oxidante que resulta da degradação molecular. As espinhas dendríticas constituem microcompartimentos privilegiados que concentram íons e pequenas moléculas influentes na transmissão de informações entre os neurônios. TO padrão de espinhas de neurônios se modificam com a aprendizagem e com certas doenças. O axônio emerge da soma através de uma região chamada de cone de implantação, segmento inicial ou zona de disparo. O axônio tem importância pelo papel que exerce como condutor dos impulsos nervosos. Normalmente é coberto pela bainha de mielina. A membrana e os sinais elétricos do SN A membrana é o constituinte mais importante do neurônio, possui propriedade de excitabilidade - permite que o neurônio produza, conduza e transmita a outros neurônios os sinais elétricos em código que constituem a linguagem do sistemanervoso. A corrente iônica passava pela membrana neuronal através dos canais iônicos que atuam como filtros de permeabilidade seletiva. Canais Iônicos São proteínas integrais de membrana que tem a capacidade de deixar passar íons de modo seletivo, continuamente ou em resposta a um estimulo elétrico, químico ou mecânico. Os canais que deixam passar os íons continuamente são chamados de canais abertos e os que só abrem em resposta a estímulos específicos são chamados de canais controlados por comportas. Há canais para cátions (sódio Na+, potássio K+ e cálcio Ca++) e para ânions (Cloreto Cl-). Os canais controlados por comportas podem ser abertos por alterações de voltagem (dependentes de voltagem) ou por substancias especificas (dependentes de ligantes). Como passam os íons? Existe um ‘filtro molecular’ na região central do poro, capaz de permitir a passagem apenas de uma espécie iônica para cada tipo de canal. A energia que move os íons de um lado da membrana para outro é eletroquímica. O meio extracelular (LEC) é mais rico em sódio Na+ e cloreto Cl-, enquanto o citoplasma é mais rico em potássio K+ e proteínas com cargas negativas (anions orgânicos) A-. A diferença de concentração constituem o que se conhece por gradiente química e fornecem a energia potencial para o movimento iônico do compartimento mais concentrado para o de menos concentração. Abrindo-se uma passagem livre desses íons através da membrana os íons Na+ e Cl- tendem a difundir para dentro da célula, enquanto os íons K+ tendem a sair da célula para o meio extracelular. Entretanto, abrindo um canal especifico para um tipo de íon, só esse íon tende a se difundir de dentro para fora da célula. Como consequência estabelece-se uma aglomeração de cátions em fina nuvem na superfície externa da membrana. A passagem efetiva dos íons através da membrana depende de saber qual dos gradientes fornece maior energia para o movimento iônico. Os canais controlados possuem uma propriedade atípica chamada de alosteria, as proteínas podem assumir conformações moleculares diferentes, modificando sua disposição espacial. Nos canais dependentes de ligantes, ocorre uma reação química não covalente do ligante (um neurotransmissor, por exemplo). O comportamento dinâmico dos canais apresentam três estados funcionais distintos: (1) um estado de repouso, durante o qual o canal está fechado, mas pode ser aberto a qualquer momento, (2) um estado ativo, durante o qual o canal está aberto, e por ele passa o fluxo iônico e (3) um estado refratário durante o qual está fechado e não pode ser ativado. O Potencial de Repouso Existe uma diferença de potencial no LEC e LIC conhecida como potencial de repouso que reflete a separação de cargas elétricas entre a face externa e face interna da membrana celular mantida pela natureza isolante da bicamada lipídica que constitui a membrana e pelo gradiente química entre o meio intra e meio extracelular. O íon K+ é empurrado pelo gradiente química para fora da célula através de seus canais abertos, ao sair produz uma gradiente elétrica de sentido oposto e tende a sair cada vez menos, até um ponto de equilíbrio no qual o interior da célula seria negativo em relação ao exterior. Cada íon tem um potencial de equilíbrio, no 75mv. A medida do potencial de repouso do neurônio varia entre -60mv e -70mv caso do potássio K+. A membrana não é permeável para o sódio Na+ e cloreto Cl-, pois possuem canais abertos. O potencial de repouso naturalmente resultaria da combinação dos movimentos desses íons que dependem da concentração de cada um deles e de sua permeabilidade através da membrana neuronal. BOMBA DE SÓDIO POTÁSSIO: é uma bomba proteica integral da membrana formada por duas subunidades diferentes: uma subunidade catalítica que atravessa a membrana e uma subunidade glicoproteica reguladora. A primeira subunidade tem sítios intracelulares de ligação para o Na+ e para molécula de alta energia (ATP) e sítios específicos para o potássio K+. O ATP transfere fosfato para a subunidade 1, em presença de Na+ do lado de dentro e de K+ do lado de fora. A energia dessa reação possibilita a exteriorização de três íons Na+, em troca de dois íons K+ levados ao interior do neurônio. Devemos perceber que esses movimentos iônicos se dão contra o gradiente eletroquímico, e por isso precisam da alta energia de ATP. É um mecanismo de reposição automática das concentrações iônicas, mutáveis pelo fluxo passivo que ocorre constantemente através dos canais iônicos abertos. Potencial de Ação O potencial de ação (PA) que caracteriza um neurônio, é um sinal elétrico muito rápido e de natureza digital, confere ao neurônio a capacidade de transmitir informação. Quando se aplica um estimulo elétrico a uma membrana ocorre uma variação súbita e passageira desse valor. O potencial da membrana vai de -70mv para aproximadamente 40-40mv. Essa fase se chama de despolarização. Em seguida, a despolarização parava e o potencial da membrana retornará rapidamente a um valor próximo ao de repouso. Essa fase é chamada de repolarização. Isso em menos de 1 milissegundo. A fase de despolarização do PA era causada por uma súbita abertura dos canais de sódio dependentes de voltagem, que permitia um caudaloso movimento dos íons Na+ para dentro do axônio. Os canais Na+ se tornavam pouco inativos e cessavam a corrente de sódio. A fase de repolarização do PA é mais rapida que a diminuição de fluxo do Na+. A explicação é que entra em cena o potássio, a saída do K+ restaura a polaridade da membrana nos níveis de repouso durante certo tempo ela permanece inexcitável, incapaz de gerar outros PAs. Essa fase se chama de período refratário. A propagação dos sinais elétricos dos axônios Na extremidade de cada colateral o axônio se bifurca e se ramifica varias vezes, formando uma ou mais arborizações terminais que podem ser bastante densas e profusas. É nas extremidades dos ramos dessas árvores terminais que se estabelecem as sinapses com as células-alvo. Quando se abrem os canais de Na+ da zona de disparo e surge um potencial de ação a membrana fica com polaridade oposta à das regiões vizinhas. Isso significa que, além das correntes iônicas que atravessam a membrana, aparecerão correntes locais no axoplasme LEC. Para o lado do soma, sujo limiar de excitabilidade é mais alto, essas correntes locais não são suficientemente intensas para provocar a abertura dos canais iônicos dependentes de voltagem. Alguns axônios tornam-se envoltos por uma espiral da membrana de certos gliócitos – as células de Schwann. O envoltório espiral produzido por cada gliócito sobre cerca de 1 a 2 mm do comprimento do axônio. Segue-se um pequeno intervalo em que a membrana está exposta outra bainha mielina ocupa o segmento seguinte. Além disso, nas fibras mielínicas os canais iônicos se acumulam nos nós de Ranvier tornando-os regiões de baixo limiar de excitabilidade. Outra consequência da propriedade auto regenerativa do potencial de ação é que suas características elétricas são idênticas em qualquer ponto da membrana de um axônio. O Potencial de ação é uma unidade de código da linguagem do cérebro: uma linguagem funciona por meio de um código de representação. O cérebro opera com diferentes códigos, sendo um deles formado pelos potenciais de ação. Célula Glial Ramon y Cajal é o autor responsável pela descoberta de extensas e detalhadas descrições sobre a estrutura dessa célula. Consiste em duas grandes classes: a macroglia e a micróglia. A primeira, formada por astróticos e oligodendrócitos e a segunda por um conjunto homogêneo de células de origem mesodérmica. Os prolongamentosdos oligodendrócitos fasciculares formam expansões aplanadas que se enrolam em torno dos axônios centrais formando as bainhas de mielina. Teoria de Golgi e Doutrina de Ramon y Cajal Nem toda sinapse é química e o impulso nervoso pode trafegar em qualquer direção. Ramon y Cajal observou que as extremidades longas dos neurônios, os axônios, geralmente terminavam próximo às ramificações curtas de outro neurônio os dendritos, e argumentou que esses prolongamentos não eram meras continuações um dos outros. Concluiu que cada neurônio era uma entidade isolada e que a informação fluía em uma única direção: dos dendritos passando pelo corpo celular, até a extremidade terminal de seu axônio. Também descobriu que o axônio de um neurônio não se conecta fisicamente ao dendrito do outro: uma lacuna minúscula os separava hoje conhecidos como sinapse. A sinapse funciona como um interruptor que permitia ou não o fluxo da informação ate o próximo neurônio. Golgi defendia a ideia da rede de fluxo livre. A transmissão através de sinapses químicas (a base de aprendizagem e memória) podia ser regulada pela liberação ou captação de neurotransmissores. As sinapses elétricas mostravam-se estáticas e aparentemente menos interessantes. Hoje essa visão é considerada simplista e equivocada. Há casos ainda em que sinapses químicas e elétricas formam-se na mesma junção. Golgi tinha razão: os neurônios podem se juntar para formar redes. Impulsos nervosos carregam informações em uma direção: do corpo celular ao axônio. Os neurônios motores e sensoriais se comunicam diretamente com o organismo ou ambiente enquanto os interneuronios processam informações de circuitos internos. As células glias se comunicam entre si por meio de sinais químicos na ausência de sinapses e controlam o fluxo de informações entre os neurônios. A glia pode também criar ou interromper conexões neuronais. A Outra Metade do Cérebro As células gliais levam nutrientes dos vasos sanguíneos para os neurônios, mantém um equilíbrio saudável dos íons no cérebro e afugentam patógenos que escapam do sistema imunológico. As células gliais influenciam a formação de sinapses e andam a determinar quais conexões neurais se fortalecerão ou enfraquecerão com o tempo. Cada neurônio tem um axônio que transmite sinais elétricos a pontos em suas extremidades. Cada um desses pontos libera neurotransmissor (mensageiros químicos) através de uma estreita fenda sináptica até o receptor dendrito de um neurônio adjacente. Acreditavam, erroneamente, que as células gliais geravam impulsos elétricos chamados potenciais de ação que causam a liberação de NTs em sinapses e desencadeiam mais impulsos. Sendo que a célula glia emprega sinais químicos ao invés de elétricos. A comunicação glial é controlada pelo influxo de cálcio assim como a neuronal. Mas as alterações de cálcio nos neurônios são desencadeadas por impulsos elétricos e não há impulsos como esses nas células glias. O ATP é a fonte de energia das atividades celulares e fica armazenado nas extremidades dos axônios e é liberado nas sinapses e também pode se movimentar independente delas. A glia absorve a mensagem por meio de íons de cálcio. Os íons ativam enzimas que liberam ATP para outras células gliais ou ativam enzimas que controlam a leitura dos genes. Tem influencia no processo de mielina, pois provoca a sua produção. Neurotransmissores e Neuromoduladores A transmissão sináptica é feita em quatro etapas, duas présinapticas e duas pós sinápticas: (1) síntese da substancia neurotransmissora (2) armazenamento e a liberação do NT (3) a interação do NT com o receptor e (4) remoção do NT da fenda sináptica. Um mesmo neurônio pode alojar diversas substancias que atuam na transmissão sináptica. NTs são substancias que exercem sua ação diretamente sobre a membrana pós-sináptica produzida nela um potencial pós-sináptico (excitatório ou inibitório). Um NT deve: - ser sintetizada no neurônio - estar presente no terminal pré-sináptico e ser liberada em quantidade o suficiente para exercer uma ação definida sobre o neurônio pós-sináptico ou órgão efetor - quando administrada de maneira exógena, em concentrações razoáveis, imitar exatamente a ação do NT endógeno. - existir um mecanismo específico para sua remoção do sítio de ação ou ligação A Neurotransmissão química consiste na liberação pelo axônio, de uma molécula NT que atravessa a fenda sináptica e se liga a um receptor pós-sináptico (macro molécula proteica). Se o receptor for o canal iônio é chamado de receptores inotrópicos, caso o contrario chamado de metabotrópico. Os NT apresentam dois efeitos gerais sobre a membrana pós-sináptica (PPSE – despolarização e PPSI – hiperpolarização). Neuromoduladores são substancias atuante na sinapse, não somente na membrana pós-sináptica como também na pré-sináptica ou em vesículas, influenciando a ação do NT sem modificá-lo essencialmente, ou seja, modulando- o. A liberação dos NM tende a ativar ou inibir os circuitos completos de neurônios envolvidos em determinadas funções encefálicas. Ambiente líquido da célula e bioeletricidade Líquidos/ íons LEC LIC Sódio Na+ ++ - Cloreto Cl- ++ - Potássio K+ - ++ Anions Proteicos A- - ++ Todas as células do corpo são imersas em um liquido chamado de extracelular (LEC) que: (1) Permeia todos os espaços diminutos entre as células (2) (2) passa para dentro e para fora dos vasos sanguíneos através dos poros capilares (3) É transportado pelo sangue para todas as partes do corpo É o LEC que fornece nutrientes e outras substancias necessárias ao funcionamento normal das células, também é responsável pela eliminação dos excretos celulares altamente tóxicos para o organismo. Para que as células do corpo continuem a viver a composição do LEC tem de ser controlada com muita precisão. O liquido interno das células é chamado de liquido intracelular (LIC). A concentração do Na+ é elevada no LEC e menor no LIC A concentração de K+ é elevada no LIC e menor no LEC A concentração de Ca+ é elevada no LEC e menor no LIC A concentração do Mg+ é elevada no LIC e menos no LEC A concentração de Cl- é elevada no LEC e menor no LIC Algumas substancias que entram nas células são ultilizadas pelo sistema metabólico das células, e sua concentração no interior ficam reduzida (glicose e oxigênio). Há um transporte seletivo das substancias através da membrana celular, pouco permeável para o Cl- e Na+ e bastante permeável para o K+. Além das diferenças de permeabilidade, a membrana celular tem a capacidade de transportar ativamente substancias de um para outro liquido. Potencial de repouso A diferença de potencial detectada entre os eletrodos no LIC e no LEC é denominada de potencial de membrana e, em geral, situa-se em torno de -70mv. É chamado de potencial de repouso quando não sofre qualquer variação no tempo. A origem do potencial de membrana está na distribuição desigual de íons entre o LIC e o LEC. Na célula em repouso existe um excesso de cargas positivas na superfície externa e um excesso de cargas negativas no interior da membrana que funciona como uma barreira semipermeável à difusão dos íons. O LEC é rico em cátions (positivo) enquanto o LIC é rico em anions (negativos). O K+ tende a se diluir para o meio extracelular a favor de seu gradiente de concentração, pois quando em repouso a permeabilidade da membrana é maior para ele. Contudo, cada íon K+ que sai deixa uma carga negativa não neutralizada no interior da célula, ficando assim o LIC negativoem relação ao LEC. A cada íon K+ que sai, um anion proteico justapõe-se no lado interno da membrana criando uma camada que impede a saída de K+. Para evitar a redução do potencial de repouso é que existe em praticamente todas as células do organismo a chamada ‘bomba de sódio e potássio’. Potencial de ação Quando um sinal é transmitido ao longo de uma fibra nervosa, o potencial DAE membrana passa por uma série de variações que, no seu conjunto, são denominadas de potencial de ação. Este pode ser produzido por qualquer fator que aumente bruscamente a permeabilidade da membrana aos íons Na+, uma vez que a membrana em seu potencial de repouso é pouquíssimo permeável a estes íons e bastante aos íons K+. DESPOLARIZAÇÃO: Quando a fibra fica permeável ao sódio PPSE, estes íons que se apresentam em grande quantidade no LEC vão para o interior da célula com suas cargas positivas e tornam esta face positiva, enquanto que a face externa torna-se negativa. REPOLARIZAÇÃO: Após algum tempo a positividade interna impede a continuação do fluxo de sódio para o interior da fibra e também faz com que a membrana torne-se, de novo, impermeável aos íons sódio. Contudo, a membrana permanece muito permeável aos íons K+, que devido a sua alta concentração no LIC começam a difundir-se para o exterior, levando cargas positivas consigo o que restabelece o padrão elétrico anterior ao potencial de ação. HIPERPOLARIZAÇÃO: quando um estimulo PPSI torna a membrana mais permeável aos íons Cl-, a entrada deles torna o LIC mais negativamente carregado em relação ao LEC. Nesse estágio membrana pós-sináptica torna-se menos suscetível de ser despolarizada, diminuindo a frequência das descargas no neurônio pós-sináptico. NEUROTRANSMISSORES *mecanismos de ação podem ser antagonistas (bloqueia a ação do NT, fecha o canal) ou agonista (imita o efeito do NT). Pode ser diretas (competitiva, em sítios diferentes dos NTs com funções diferentes) ou indiretas (não competitiva, trabalha como o NTs, mas em sítios diferentes, no caso das antagonistas fecham o canal iônico). Aminoácidos (1) Glutamato - Síntese: sintetizados no citoplasma. Principal neurotransmissor excitatório no cérebro e na medula espinhal. - Tipos de receptores: três receptores inotrópicos chamados de ligante artificial, cainato e o receptor glutamatérgico que é metabotrópico. AMPA controla um canal de sódio o que faz que quando acoplado ao sítio de ação dele o glutamato produza PPSE. Cainato: apresenta efeitos similares aos do AMPA. NMDA: seis sítios de ligação diferentes, quando aberto permite a entrada de pios de sódio e cálcio na célula. -Vias neuronais usadas: Não possui vias especificas. - Mecanismo de ação: A fenciclidina, denominada de PCP, funciona como antagonista indireto, isto porque ao acoplar-se ao sítio de ligação dela, impede que os íons de Ca+ atravessem o canal iônico. Por se tratar de uma droga sintética não é o ligante natural do sítio PCP. (2) GABA -Síntese: neurotransmissor inibitório sintetizado nos botões terminais a partir do glutamato. -tipos de receptores: inotrópico e controlador do cloreto (GABAa) e o metabotrópico e controlador de um canal de potássio - Vias neuronais usadas: O GABA é amplamente usando no SNC - Mecanismo de ação: (3) Glicina - Síntese: sintetizado a partir da serina - Tipos de receptores: apresenta um receptor inotrópico que controla um canal de Cl- e que quanto está ativo produz PPSI - Vias neuronais usadas: NT inibitório que age na medula espinhal -Mecanismo de ação: A estricnina funciona como antagonista glicina, ou seja, se une ao sítio de ligação da glicina impedindo-a de abrir os canais de Cl-. Aminas: compostos nitrogenados com funções orgânicas. (4) Acetilcolina (ACh): -Síntese: no botão sináptico - Tipos de receptores: inotrópicos ativados pela nicotina e por isso chamado de nicotínico; metabotrópico estimulado pela muscarina. -Vias neuronais usadas: axônios e botões terminais de neurônios colinérgicos são amplamente distribuídos pelo encéfalo sobre o qual agem de forma excitatória. - Mecanismo de ação: (5) Dopamina (DA): - Síntese: citoplasma do botão terminal - Tipos de receptores: todos são metabotrópicos, divididos em D1 e D2. - Vias neuronais usadas: três sistemas dopaminérgicos, nigroestriatal (controle do movimento); mesolímbico; mesocortical (efeito excitatório sobre o córtex frontal e afetam funções como formação de memórias de curto prazo). -Mecanismo de ação: agonista dopaminérgica ao bloquear moléculas transportadoras presentes na membrana pré-sináptica, o que aumenta a disponibilidade dessas substancia na fenda sináptica. Exemplos: ritalina e cocaína. Bloqueiam canais de Na+ dependentes de voltagem. (6) Norepinefrina (NA) – neurônios noradrenérgicos. -Síntese – no interior das vesículas a partir da dopamina (dopamina β- hidroxilase); -Tipos de receptores ― todos os 5 são metabotrópicos e produzem tanto PPSE quanto PPSI quando estimulados: I – α1 e α2 – encontrados no SNC e no corpo. Os α1 quando estimulados produzem PPSE na membrana pós-sináptica, enquanto que os α2 produzem PPSI. II – β1; β2 e β3 – sendo que o último não é encontrado no SNC. β1 e β2 têm ação neuromodulatória, pois aumentam a responsividade de neurônios pós-sinápticos às aferências excitatórias deles. - Vias neuronais – as vias mais importantes têm origem no Lócus cerúleos (loco cerúleo), núcleo localizado na região dorsal da ponte. Quando ativado produz um aumento da vigília (atenção aos eventos do ambiente). - Mecanismo de ação – Reboxetina (antidepressivo ISRN – inibidor seletivo de recaptação de noradrenalina – mais eficaz no tratamento de depressão associada à fadiga, apatia, dificuldade de concentração, déficit de memória etc.) e Sibutramina (potente inibidor da recaptação de NA/5-HT usado para a perda de peso por produzir diminuição do apetite). (7) Serotonina (5-HT ou 5-hidroxitriptamina) - Síntese – no botão terminal a partir do AA essencial denominado triptofano. - Tipos de receptores ― 8 são metabotrópicos: 5-HT1A, 5-HT1B, 5-HT1D, 5-HT1E e 5-HT1F – 5-HT2A, 5-HT2B e 5-HT2C. ― e um é inotrópico: 5-HT3. - Vias neuronais – as vias mais importantes têm origem em núcleos localizados na ponte e mesencéfalo, denominados de Núcleos dorsal e medial da rafe. Entre as funções destas vias estão à regulação: do humor; do controle alimentar; do sono e vigília; e da dor. - Mecanismo de ação – LSD (dietilamida do ácido lisérgico) que age diretamente sobre o sítio de ação da 5-HT nos receptores 5-HT2A (produzindo os efeitos comportamentais dessa droga) e Sibutramina (potente inibidor da recaptação de NA/5-HT usado para a perda de peso por produzir diminuição do apetite). (8) Lipídeos (anandamida – 1993, e 2-AG – 1995). - Síntese – no citoplasma quando há necessidade dela; - Tipos de receptores: ― dois metabotrópicos que parecem controlar canais de cálcio e potássio: Receptores canabinóides CB1 (SNC) e CB2 (corpo). - Vias neuronais – desconhecidas ainda. - Mecanismo de ação – um dos princípios ativos da Cannabis sativa, o THC (tetraidrocanabinol) produz diversos efeitos quando administrado: analgesia e redução dos sintomas de certos distúrbios motores (Esclerose múltipla e Sativex); sedação; estimula o apetite (Marinol); reduz a náusea do uso de quimioterápicos; reduz a pressão intraocular em pacientes com glaucoma; alivia ataques de asma etc. Contudo, os mecanismos de ação ainda não são conhecidos.
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