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Desafio Profissional Natura

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INTRODUÇÃO
Esse trabalho acadêmico apresenta uma síntese dos conhecimentos obtidos nas disciplinas Estrutura e Análise das Demonstrações Contábeis, Análise de Investimentos, Contabilidade de Custos, Administração Financeira e Desenvolvimento Econômico, a partir do estudo de caso da empresa NATURA COSMETICOS S.A, que atua no mercado financeiro. Busca-se compreender e analisar os dados contábeis e, a partir deles, verificar suas demonstrações financeiras a fim de elaborar uma análise econômica – financeira.
 Para o desenvolvimento desse trabalho, tem-se a estrutura dividida em 4 partes, sendo elas: a primeira caracteriza o negócio em que a empresa opera, além de apresentar os aspectos de mercado no qual a empresa se insere, buscando compreender as estratégias empregadas no negócio, os riscos a que a empresa está sujeita e a política de relacionamento com clientes, fornecedores, colaboradores e investidores. A segunda parte é composta pelos cálculos dos indicadores de liquidez, endividamento, rentabilidade e o termômetro de insolvência do último exercício da empresa. Esses cálculos permitem averiguar a condição econômico-financeira. A terceira parte desenvolve-se o método de custeio mais adequado à empresa. A última parte trata da expansão da empresa em que são relatadas as técnicas de análise de investimento existentes e seus métodos de aplicação.
 Em cada um dos passos solicitados, tem-se a inter-relação entre os conhecimentos das disciplinas. Aborda-se, em todos eles, a importância das ciências contábeis para diversas situações, tendo em vista a globalização, a atuação no mercado financeiro e os indicadores de saúde financeira da empresa estudada. 
Também pode-se avaliar os procedimentos contábeis no mercado financeiro tendo em vista analisar o contexto econômico e as atribuições profissionais do contador, o qual passa a ter atuação destacada.
 
DESENVOLVIMENTO
A Natura é uma empresa nascida da paixão pela cosmética e pelas relações. Líder no mercado brasileiro de cosméticos, fragrâncias e higiene pessoal. É uma empresa brasileira que atua no setor de produtos de tratamento para o rosto, corpo, sabonetes, barba, desodorantes, óleos corporais, maquiagem, perfumaria, cabelos, proteção solar, e infantil. Fundada em 1969 por Antônio Luiz Seabra, hoje está presente no Brasil, Argentina, Chile, Colômbia, México, Peru, Venezuela e França, com planos de expansão para os Estados Unidos da América. O número de funcionários, chamados na empresa de "colaboradores", atingiu 7.000 em 2013 e o de consultoras estimado em 1,5 milhão.
A Natura foi criada em agosto de 1969 por Antônio Luiz Seabra após abrir uma loja e uma pequena fábrica no bairro da Vila Mariana em São Paulo, em 1974 a empresa deixa de oferecer seus produtos em lojas e passa a vendê-los no modelo de venda-direta.
PASSO 1 - CARACTERIZAÇÃO DO NEGÓCIO 
 	
A missão é promover o Bem Estar Bem. Nossos produtos são a maior expressão da nossa essência. Para desenvolvê-los, mobilizamos uma rede de pessoas capazes de integrar conhecimento científico e o uso sustentável da rica biodiversidade botânica brasileira. ​ 
A Visão de Sustentabilidade busca transformar a Natura em uma empresa geradora de impacto positivo, o que significa que a atuação da companhia deve ajudar a tornar o meio ambiente e a sociedade melhores, ultrapassando o atual paradigma de apenas reduzir e mitigar impactos. Os compromissos da visão também estão alinhados aos nossos temas materiais: resíduos; mudanças climáticas; valorização da sociobiodiversidade; água; transparência e origem dos produtos e educação.
Conquistas e Desafios
Nossas operações internacionais seguem forte ritmo de expansão e representam quase 30% da receita da Natura. O crescimento em receita bruta foi de 65% no cálculo em reais, totalizando R$ 2,9 bilhões.
Inauguramos um hub logístico em Itupeva (SP), um dos mais modernos do mundo. Junto com o Centro de Distribuição São Paulo, o complexo tem ajudado a aprimorar a qualidade de nossas entregas, fazendo com que nossos produtos cheguem ainda mais rapidamente aos nossos consumidores.
 Revitalizamos a venda direta com a introdução de novas ferramentas digitais, que proporcionam uma experiência comercial mais ágil e eficiente para nossas consultoras e nossos consumidores.
 Implementamos de forma bem-sucedida a venda de Sou em farmácias, segmento que mais cresce no varejo.
 Aplicamos uma metodologia de valoração dos impactos ambientais de toda a nossa cadeia. O primeiro Environmental Profit and Loss da Natura (EP&L) foi concluído em 2015 e nos ajudará a traçar ações para a promoção de impacto positivo até 2050, como prevê nossa Visão de Sustentabilidade.
 O Instituto Natura celebrou cinco anos ao mesmo tempo em que a linha Crer para Ver, que arrecada recursos para investimento em educação, completou 20 anos.
 Fazemos parte do Índice Dow Jones de Sustentabilidade pelo segundo ano consecutivo.
 Fomos reconhecidos pela ONU com o prêmio Campeões da Terra, na categoria Visão Empresarial. A premiação é concedida a personalidades e empresas que se destacam no compromisso com a sustentabilidade.
 Sofremos no Brasil uma ampliação inesperada da carga tributária e fomos afetados pela desvalorização cambial, em um contexto econômico recessivo.
 Segmento de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos caiu pela primeira vez em 23 anos, com retração de 6%, o que gerou impacto na receita bruta, que somou R$ 7,89 bilhões, 3,6% inferior a 2014. Com isso, o Ebitda foi de R$ 1,5 bilhão, 3,8% menor que em 2014.
 Nosso desempenho ambiental está diretamente relacionado à performance de nossos negócios. A redução de escala de produção afetou negativamente nossos indicadores de eco eficiência.
4.0 PASSO 2 – SAÚDE FINANCEIRA ( CÁLCULO DOS INDICADORES )
4.1 Indicadores de Liquidez
Índice de Liquidez é um estudo que mede o Know How da empresa em saldar suas obrigações. 
Indicadores de Liquidez
Índice de liquidez Imediata
Índice de liquidez Corrente
Índice de liquidez Seca
Índice de liquidez Geral
	4.1.1 Análise com Base na Fórmula do Índice de Liquidez Imediata. Aponta a eficiência de pagamento do Passivo Circulante unicamente com as disponibilidades. Obs.: Quanto maior melhor. 
LI= Disponibilidades (caixas e equivalentes, aplicações financeiras).
 Passivo Circulante 
LI= 2.298.929,00 = 0,550260
 4.177.899,00
4.1.2 Análise com Base na Fórmula do Índice de Liquidez Corrente. Aponta a eficiência de pagamento das Obrigações de curto prazo (12 meses).
	Obs.: Deve ser acima de 1, como padrão considera-se 1,5.
	Atenção: Do ativo circulante diminui-se o grupo outras por não ter liquidez.
LC= Ativo Circulante
 Passivo Circulante
LC= 4.802.900,00 – 286.739,00 = 4.516.161,00
LC= 4.516.161,00 = 1,080965
 4.177.899,00
	
4.1.3 Análise com Base na Fórmula do Índice de Liquidez Seca. Aponta à eficiência de pagamento das Obrigações de curto prazo (12 meses) na soma os estoques são diminuídos, por ser avaliado como um ativo de baixa liquidez.
Obs.: deve variar entre 0,60 e 0,70
Atenção: Do ativo circulante diminui-se o estoque por não ter liquidez.
LS= Ativo Circulante – Estoques
 Passivo Circulante
LS= 4.516.161,00 – 835.922,00 = 3.680.239,00
LS= 3.680.239,00 = 0,880883
 4.177.899,00
4.1.4 Análise com Base na Fórmula do Índice de Liquidez Geral. Aponta à eficiência de pagamento das Obrigações tendo o Ativo Circulante integrando o ARLP. Obs. O maior pode ser melhor. 
Atenção, nessa fórmula dispomos, dos elementos não líquidos como ARLP e o grupo outros.
LG= Ativo Circulante + ARLP
 Passivo Circulante + Não Circulante
LG= 4.802.900 + 1.099.737 = 5.902.637 = 0,794947176
 4.177.899 + 3.247.295 = 7.425.194
4.2 Índice de Endividamento: É um estudo que mostra como está sendo a obtenção de recursos da empresa, se a empresa aumenta seu ativo com seus próprios recursos que é o Patrimônio Líquido, ou com empréstimos e financiamentos que é o Passivo Circulante juntamentecom o Exigível a longo prazo, e em qual situação dentro desses estudos a empresa de encontra.
4.2.1 Indicadores de Endividamento
Endividamento Geral
Índice de Solvência
Índice da Divida – CO
Índice da Dívida PL
Exigível a LP/PL
Cobertura de Juros 
4.2.2 Análise com Base na Fórmula do Índice de Endividamento Geral. Obs: quanto menor melhor.
IE= (PC + PNC) / AT
IE= (4.177.899 + 3.247.295) / 8.421.579 = 0,881687 *100 = 88,17
4.2.3 Análise com Base na Fórmula do Índice de Solvência.
IS= AT / (PC + PNC) 
IS= 8.421.579/ (4.177.899 + 3.247.295) = 1,134190 
	4.2.4 Análise com Base na Fórmula do Índice da Dívida – Capital Oneroso Total
I=D/CO = Empréstimos de CP + LP – Caixas e Equivalente 
 Empréstimos de CP + LP – Caixas e Equivalentes + PL
Obs: sem aplicações financeiras
I=D/CO 1.764.488+ 2.625.683 – 1.091.470 = 3.298.701,000
 1.764.488+ 2.625.683 + 996.385,0000 = 5.386.556,000
I=D/CO= 3.298.701,000 / 5.386.556,000= 0,6112395
4.2.5 Análise com Base na Fórmula do Índice da Dívida - Patrimônio Liquido
I=D/PL Empréstimos de CP + LP – Caixas e Equivalente
	 Patrimônio liquido 
Obs.: sem aplicações financeiras
I=D/PL 1.764.488+ 2.625.683 – 1.091.470 = 3.298.701,00
 3.298.701,00 / 996.385,00 = 3,310669
4.2.6 Análise com Base na Fórmula – Cobertura de Juros	
ICJ= Lucro Operacional / Despesas Financeiras – Receitas Financeiras
ICJ= -1.356.863,00
1.729,297 - 1.073,288 = 656,009,00
-1.356.863,00 / 656,009,00 = -2,068360
4.3 Indicador de Rentabilidade
	Estudaremos o Giro do ativo Permanente, que mede a eficiência com a qual empresa usa seus imobilizados e intangíveis para gerar receitas de vendas.
Giro do Ativo Permanente = Vendas Líquidas / Ativo Imobilizado + intangível
 = 3,1412648
4.4 Termômetro de Insolvência
Edward Altman foi o pioneiro na utilização de análise discriminante em previsão de insolvência. No Brasil, Stephen C. Kanitz foi quem prepôs a utilização de análise discriminante, desenvolvendo o chamado “Termômetro de Insolvência”, no qual, o autor calibrou uma função chamada Fator de Insolvência para previsão de insolvência de empresas.
Índice de rentabilidade
Índice de liquidez geral
Índice de liquidez seca
Índice de liquidez corrente
Índice de endividamento 
Tabela do termômetro
Insolvência: -7, -6, -5, -4.
Penumbra: -3, -2, -1, 0.
Solvência: 1, 2, 3, 4, 5.
Formula:
FI = A + B + C – D – E.
FI = 3,14 + 0,79 + 0,88 – 1,08 – 3,31
FI = 0,42	
PASSO 3 – MÉTODO DE CUSTEIO.
A literatura apresenta diversos métodos de custeio que podem ser utilizados tanto pelas organizações industriais quanto pelas comerciais e prestadoras de serviços, sejam elas com ou sem fins lucrativos. Esses métodos são utilizados para, entre muitas outras informações, determinar o valor dos objetos de custeio; reduzir custos, melhorar os processos; eliminar desperdícios; decidir entre produzir ou terceirizar; e eliminar, criar e aumentar, ou diminuir, a linha de produção de certos produtos. Dentre esses métodos, está o custeio por absorção, o método das seções homogêneas, o custeio variável, o custeio baseado em atividades e o método das seções homogêneas. 
Segundo santos (2009), o método de custeio por absorção é considerado básico para a avaliação de estoques pela contabilidade societária para fins de levantamento do balanço patrimonial e da demonstração do resultado do exercício. No custeio por absorção, todos os custos de produção comporão o custo do bem ou serviço. as despesas não fazem parte do custo do bem ou serviço (CPV – custo do produto vendido ou CSP – custo do serviço prestado), ou seja, são lançadas diretamente no resultado, enquanto que os custos, tanto diretos quanto indiretos, são apropriados a todos os bens e serviços.
	Sendo assim, para a Natura Cosméticos o método de custeio por absorção é o que melhor se encaixa para a análise. A Natura poderá visualizar o valor referente a cada produto de forma fácil e confiável e definir a margem de lucro apropriada, também pelo o fato de separar os custos por departamento fazendo com que os custos sejam discriminados por cada departamento, dando o gestor a oportunidade de investimento em cada setor dependendo do seu desenvolvimento demonstrado no período de apuração.
 PASSO 4 – TÉCNICAS DE ANÁLISE DE INVESTIMENTOS
O estudo dos investimentos se perfaz de primordial importância, tendo em vista que a economia de qualquer país somente tem seu crescimento mediante um fluxo contínuo de investimentos. A análise de investimento pode ser considerada como um conjunto de técnicas que permitem a comparação entre os prováveis resultados dos investimentos, de modo a influenciar na tomada de decisões dos administradores referente às diferentes alternativas existentes e aceitáveis.
	As técnicas mais utilizadas são:
	Payback é o período de tempo necessário para que as entradas de caixa do projeto se igualem ao valor a ser investido, ou seja, o tempo de recuperação do investimento realizado.
	Valor Presente Líquido – VPL, leva em conta o valor do dinheiro no tempo. Portanto, todas as entradas e saídas de caixa são tratadas no tempo presente. O VPL de um investimento é igual ao valor presente do fluxo de caixa líquido do projeto em análise, descontado pelo custo médio ponderado de capital.
	A Taxa Interna de Retorno – TIR é a taxa “i” que se iguala as entradas de caixa ao valor a ser investido em um projeto. Em outras palavras, é a taxa que iguala o VPL de um projeto a zero.
	Os principais relatórios utilizados para a análise são o Balanço Patrimonial e a Demonstração do Resultado do Exercício ou DRE. O objetivo é extrair informações dessas demonstrações para auxiliar os gestores ou investidores, na tomada de decisão e avaliar a situação da empresa em todos os seus aspectos econômicos. É através da análise de indicadores financeiros calculados a partir dos dados disponíveis nos demonstrativos, que os analistas obtém uma fotografia mais clara da situação e desempenho recente das empresas. Dentro da análise financeira, os indicadores de uma empresa podem ser agrupados em quatro categorias: indicadores de rentabilidade, indicadores de estrutura de capital, indicadores de liquidez e indicadores de atividade. 
	Para tanto, existem várias técnicas de análise de investimentos, desde as mais simples às mais sofisticadas. Tais técnicas baseiam-se, basicamente, sob a montagem de fluxos de caixa e os diferentes tipos de projetos.
ANEXOS
Balanço Patrimonial Ativo / Balanço Patrimonial Passivo / Demonstração do Fluxo de Caixa / Demonstração do Resultado
https://www.rad.cvm.gov.br/ENETCONSULTA/frmGerenciaPaginaFRE.aspx?NumeroSequencialDocumento=62718&CodigoTipoInstituicao=2
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Conclui-se que o conhecimento adiquirido nos permite observar de uma forma mais plana o funcionamento de uma empresa de grande porte como a natura cosméticos, transformar uma ideia em um grande negócio é a aspiração de todo empreendedor.
 
Desenvolvendo uma visão geral do sistema financeiro, com a capacidade para realizar consultoria em gestão e administração, exercendo responsabilidades com expressivo domínio das funções contábeis, incluindo as noções das atividades de controladoria, de quantificações de informações financeiras patrimoniais e governamentais.
O planejamento estratégico é uma arte que requer eficiência, informações adequadas e conhecimento de mercado, para que as decisões tomadas estejam bem alinhadas com a visão de futuro da empresa. Traçar objetivos, escolher qual caminho será seguido para melhor funcionamento da empresa. 
Nota-se que as empresas que almejam alcançar um modelo funcional devem primeiramente saber seus objetivos buscando soluções para formar seu próprio estilo de administração visando sempre o crescimento.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. AZEVEDO , Marcelo Cardoso. Estrutura e Análisede Demonstrações Financeiras. 1. Ed. São Paulo: Alínea,2012. 
2. CARIOCA, Vicente Antonio. Contabilidade de Custos. São Paulo: Alíena,2009
3. DAMASCENO, Aderbal Oliveira et al. Desenvolvimento Econômico. 2. Ed. Campinas: Átomo; Alínea, 2012
4. GROPPELLI, A. A. ; NIKBAKHT, Ehsan. Administração Financeira. 2.ed. São Paulo: Saraiva, 2006.(Série Essencial).
5. HIGGINS, Robert C. Análise Para Administração Financeira. 10. Ed. São Paulo: McGraw-Hill,2014.
6. INÁCIO, Vinícius Fernandes. Desafio Profissional de Ciências Contábeis. Londrina: Anhanguera Educacional, p. 1-10,nov.2016.Disponível em: http://cead.aeduvirtual.com.br/. Acesso em: 2 de maio. 2017.

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