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CASO 3 DE HISTORIA DO DIREITO BRASILEIRO

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CASO CONCRETO 3 , DE HISTORIA DO DIREITO BRASILEIRO 
Sabemos que as cláusulas pétreas são dispositivos constitucionais ligados à proteção de uma esfera mínima de direitos e garantias do cidadão (Art. 60 § 4º inciso IV da CF/88). Entre elas destaca-se a vedação de penas desumanas ( art. 5º Inciso III da CF/88) que explicita a proteção da vida e da integridade física, psíquica e moral do indivíduo. A partir de uma perspectiva histórica, sabemos também que as leis são o reflexo de uma época, de um tempo, e que surgem de uma demanda social e política, de uma realidade que impulsiona as mudanças e, portanto, o nascimento e a existência de novas leis. Voltando ao século XVIII, por exemplo, o juiz que conduziu o processo que condenou Tiradentes por participação na Conjuração Mineira, aplicou penas que faziam parte de uma realidade jurídica que integrava a sociedade daquela época Tendo em vista essa reflexão, podemos afirmar que a concepção de proteção à integridade física do indivíduo é uma ideia constante na cultura jurídica, presente nas terras brasileiras, desde da colonização portuguesa?
 a) Responda esta pergunta e justifique seu posicionamento
NÃO , NA ÉPOCA DA COLONIZAÇÃO PORTUGUESA OS INDIVIODUOS ERAM TRATADOS COM DESIQUADADE , OU SEJA ELES NÃO EXISTIA PROTEÇÃO Á INTEGRIDADE FÍSICA PARA O INDIVIDUO , SUAS PENAS ERAM DESUMANA .
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 b) Cite a legislação e as penas existentes na América portuguesa que exemplifiquem sua resposta.
morte natural - era o típico enforcamento;   morte natural para sempre - o Réu era enforcado e ficava pendente até cair podre sobre o solo do patíbulo, mas não era sepultado.    morte natural cruelmente - o agente era morto, esquartejado, seus restos mortais expostos, seus bens confiscados, atingindo-se a infância decorrente do crime até sua quarta geração;morte pelo fogo, até ser feito o condenado em pó, para que nunca de seu corpo e sepultura pudesse haver memória; e) açoites, com ou sem baraço (laço de forca);    pregão pela cidade ou vila - o Réu, depois de morto, era levado ao lugar mais público da cidade e aos sítios de maiores povoações, esquartejado e pregado em postes altos, até que o tempo o consumisse;   degredo para as galés - eram trabalhos forçados com os condenados acorrentados pelos pés ou aprisionados em embarcação e obrigados a remar;   degredo, perpétuo ou temporário - os condenados eram enviados para a África, para a Índia, para o reino ou fora da vila, para fora do bispado e, quando o julgamento ocorria em Portugal, para o Brasil; mutilação das mãos e da língua;  queimaduras com tenazes ardentes (metal muito quente);    capela de chifres na cabeça - essa pena era aplicada aos maridos condescendentes (traídos por suas mulheres), no qual eram submetidos a andarem com uma grinalda com chifres em suas cabeças até segunda ordem do magistrado. As mulheres adúlteras também eram punidas, mas com a morte;  polaina ou enxavaria vermelha na cabeça - era uma pena aplicada às alcoviteiras, que por sua vez eram submetidas a usarem na cabeça uma peça de lã vermelha até segunda ordem do juiz; confisco, como pena principal ou acessória, ou multa -privava os descendentes do condenado da sua herança; e      prisão até a nossa mercê – era a condenação por tempo indeterminado, a critério do julgador. Os arruaceiros eram condenados a essa pena. 
Dê ao menos um exemplo referente às penas previstas para seus respectivos crimes. 
 Tiradentes Foi condenado à pena de morte natural para sempre, cumulada com açoites com baraço, pregão pela cidade e confisco de bens como pena acessória. Segue trecho de sua condenação:  
“PORTANTO, condenam ao Réu Joaquim José da Silva Xavier, por alcunha o Tiradentes, Alferes que foi da tropa paga da Capitania de Minas, a que, com baraço e pregão, seja conduzido pelas ruas públicas ao lugar da forca e nela morra morte natural para sempre, e que depois de morto lhe seja cortada a cabeça e levada a Vila Rica onde, em o lugar mais público dela, será pregada em um poste alto, até que o tempo a consuma e o seu corpo será dividido em quatro quartos e pregados em postes, pelo caminho de Minas no sitio da Varginha e das Cebolas aonde o Réu teve as suas infames práticas, e os mais nos sítios de maiores povoações, até que o tempo também os consuma; declaram o Réu infame, e seus filhos e netos tendo-os, e os seus bens aplicam para o Fisco e Câmara Real, e a casa em que vivia em Vila Rica será arrasada e salgada, para que nunca mais no chão se edifique, e não sendo própria, será avaliada e paga a seu dono pelos bens confiscados, e no mesmo chão se levantará um padrão, pelo qual se conserve em memória a infâmia deste abominável Réu (...).”

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