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UNESA – UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ - CURSO DE EDUCAÇÃO FISICA ANATOMIA SISTEMICA - PROF. JORGE NEWTON ANATOMIA Grego: Anatomia = cortar em partes ANA – em partes TOME - cortes • Sentido Amplo: é ciência que se ocupa do estudo macro e microscópico, a constituição e o desenvolvimento dos seres organizados. • Sentido Restrito: Parte da morfologia que trata das estruturas em nível macroscópico. HISTÓRICO DA ANATOMIA Desde o início da humanidade na pré-história, que o homem através da caça aos animais, vem conhecendo os vários aspectos da anatomia dos mesmos, principalmente devido ao fato do esquartejamento e do preparo para a alimentação. Ao mesmo tempo em que estes animais eram abertos e preparados para saciar a fome do homem primitivo, os “mistérios” anatômicos eram revelados, criando com isto um paralelismo entre as formas anatômicas dos animais com o que também poderia ser a forma anatômica interna dos seres humanos. Os primeiros registros deste “conhecimento anatômico” podem hoje ser constatados através das Pinturas Rupestres (pinturas feitas pelo homem primitivo há milhares de anos conservadas nas paredes de grutas e cavernas), mostrando os hábitos de vida, as guerras entre tribos, os rituais, as caçadas e a preparação dos animais. Desde a pré-história, passando pelas civilizações da Mesopotâmia, Antigo Egito, Antiga Grécia, e Império Romano, que a aquisição de doenças era atribuída aos espíritos malignos ou castigo dos deuses pelos pecados do ser humano. Na pré-história, ainda hoje representada pelos povos nativos de todo o planeta, os xamãs ou pajés faziam a cura através das invocações e transes ritualísticos, assim como os sacerdotes-médicos da Mesopotâmia e Antigo Egito. MESOPOTÂMIA O Período científico começa com os registros de observações anatômicas feitas na antiga Mesopotâmia cerca de 3.000 anos atrás em blocos de argila e em escrita cuneiforme e continua até nossos dias. Obviamente, todas as contribuições do passado para a ciência da anatomia não podem ser mencionadas; porém, certos indivíduos e culturas tiveram um importante impacto. A história da Anatomia apresenta um interesse paralelismo com a história da dissecação de cadáveres humanos. Mesopotâmia era o nome dado à longa e estreita cunha de terra entre os rios Tigre e Eufrates que atualmente é uma grande parte do Iraque. Escavações arqueológicas e registros antigos demonstram que está área já era povoada antes de 4000 a.C. Inicialmente, muitas investigações sobre o corpo representavam uma tentativa para descrever as forças básicas da vida. Por exemplo, as pessoas desejavam saber qual órgão constituía a alma. Alguns escritos cuneiformes da Mesopotâmia antiga descreviam órgãos do corpo que, segundo se pensava, serviam para esta função. O fígado, que foi exaustivamente estudado em animais sacrificados, era o guardião da alma e dos sentimentos que nos fazem homens. Esta era uma suposição lógica que era considerado essencial para a vida. Ainda hoje, algumas culturas europeias associam o fígado com várias emoções. Os antigos sacerdotes da Mesopotâmia examinavam os órgãos de animais que eram sacrificados, aprendendo assim sobre anatomia. Existe um modelo em argila de um fígado de ovelha, usado para adivinhações, datado de entre 1900-1800 a.C. EGITO Com a mumificação muitos desvendaram a anatomia humana, mas estes conhecimentos anatômicos não tem nada a ver com as informações cientificas da atualidade. Isso porque os egípcios acreditavam que o coração era a razão de vida o centro da alma, e as demais vísceras e o cérebro eram descartadas na hora da mumificação. Os papiros também relatam varias doenças como a coagulação do sangue e o endurecimento das artérias, a chamada aterosclerose. O ânus recebia um tratamento especial, o Faraó tinha o seu próprio sunu exclusivo para cuidar do seu. A explicação do pânico, era porque na hora do embalsamamento, muitas vezes eram encontrados vermes, e se isto aparecesse no Faraó em vida, para eles era uma mensagem da morte. Quanto às cirurgias, há referencias que já eram utilizadas pelos egípcios, mas só podiam ser operados os sacerdotes e os nobres. Menes, médico rei durante a primeira dinastia egípcia cerca de 3400 a.C. (Até mesmo antes das pirâmides terem sido construídas), escreveu o que é considerado o primeiro manual em anatomia. Escritas posteriores (2300-1250 a.C.) tentaram uma sistematização do corpo, iniciando pela cabeça e continuando no sentido descendente. Imhotep ( cerca de 2650–2600 a.C.) foi um polímata egípicio que serviu a Djoser, rei da Terceira Dinastia, na função de vizir ou chanceler do fárao e sumo-sacerdote do deus-sol Rá , em Heliópolis. É considerado o primeiro arquiteto, engenheiro, e médico da história antiga, embora dois outros médicos, Hesy-Ra e Merit-Ptah, tenham sido contemporâneos seus. ANTIGA GRÉCIA Hipócrates Hipócrates, antiga Grécia, 460 a.C.-370 a.C. , é considerado por muitos uma das figuras mais importantes da história da saúde, frequentemente considerado "pai da medicina", apesar de ter desenvolvido tal ciência muito depois de Imhotep, do Egito antigo. É referido como uma das grandes figuras entre sócrates e Aristóteles durante o florescimento intelectual ateniense . Hipócrates era um asclepíade, isto é, membro de uma família que durante várias gerações praticara os cuidados em saúde. Nas obras hipocráticas há uma série de descrições clínicas pelas quais se pode diagnosticar doenças como a malária, papeira, pneumonia e tuberculse. Para o estudioso grego, muitas epidemias relacionavam-se com fatores climáticos, raciais, dietéticos e do meio onde as pessoas viviam. Muitos de seus comentários nos Aforismos são ainda hoje válidos. Seus escritos sobre anatomia contêm descrições claras tanto sobre instrumentos de dissecação quanto sobre procedimentos práticos. Foi o líder incontestável da chamada "Escola de Cós". O que resta das suas obras testemunha a rejeição da superstição e das práticas mágicas da "saúde" primitiva, direcionando os conhecimentos em saúde no caminho científico. Hipócrates fundamentou a sua prática (e a sua forma de compreender o organismo humano, incluindo a personalidade) na teoria dos quatro humores corporais (sangue, fleugma ou pituíta, bílis amarela e bílis negra) que, consoante às quantidades relativas presentes no corpo, levariam a estados de equilíbrio (eucrasia) ou de doença e dor (discrasia). Esta teoria influenciou, por exemplo, Galeno, que desenvolveu a teoria dos humores e que dominou o conhecimento até o século XVIII. Sua ética resume-se no famoso Juramento de Hipócrates. Porém, certos autores afirmam que o juramento teria sido elaborado numa época bastante posterior. ANTIGA ROMA Galeno Cláudio Galeno, (Pérgamo, c. 129 - provavelmente Sicília, ca. 217), mais conhecido como Galeno de Pérgamo foi um proeminente médico e filósofo romano de origem grega,[1] e provavelmente o mais talentoso médico investigativo do período romano. Suas teorias dominaram e influenciaram a ciência médica ocidental por mais de um milênio. Seus relatos de anatomia médica eram baseados em macacos, visto que a dissecação humana não era permitida no seu tempo [2] , mas foram insuperáveis até a descrição impressa e ilustrações de dissecções humanas por Andreas Vesalius em 1543.[3] . Desta forma Galeno é também um precursor da prática da Vivissecção e experimentação com animais. Galeno fez muitas importantes descobertas, como distinguir as veias das artérias, o sangue venoso do arterial, propor pela primeira vez que o corpo fosse controlado pelo Cérebro, dando a distinção entre nervos sensoriaise motores, descobrindo que os rins processam a urina e demonstrando que a laringe é responsável pela voz. A descrição feita por Galeno das atividades do coração, artérias e veias durou até queWilliam Harvey estabelecesse que o sangue circula com o coração agindo como uma bomba em 1628. No século XIX, os estudantes de medicina ainda liam Galeno para aprender alguns conceitos. Galeno desenvolveu muitas experiências com ligações nervosas que apoiaram a teoria, ainda aceita hoje, de que o cérebro controla todos os movimentos dos músculos por meio do crânio e do sistema nervoso periférico RENASCIMENTO Leonardo da Vinci Leonardo da Vinci (Anchiano, 15 de abril de 1452 – Amboise, 2 de maio de 1519), uma das figuras mais importantes do Alto Renascimento, que se destacou como cientista, matemático, engenheiro, inventor, anatomista, pintor, escultor, arquiteto, botânico, poeta e músico. É ainda conhecido como o precursor da aviação e da balística. Leonardo frequentemente foi descrito como o arquétipo do homem do Renascimento, alguém cuja curiosidade insaciável era igualada apenas pela sua capacidade de invenção. Placenta = Da Vinci desenhou uma placenta bovina pensando que a humana fosse igual. Essa atitude de dissecar animais e fazer alusões ao ser humano, era muito comum na época, pois haviam proibições e risco de serem excomungados da igreja, tidos como hereges. Perna e pé, Braço = Essas dissecções visavam o aperfeiçoamento nas esculturas. Ombro e Pescoço = Note as várias anotações ao redor das figuras. Olho = Os primeiros relatos fiéis da dissecção de olho, com a sua relação com o encéfalo, foram feitos por Da Vinci. Cérebro = Também foi o primeiro a utilizar mordes de cera para determinar as cavidades dos hemisférios cerebrais. Coração = O coração sempre foi um órgão apaixonante e curioso. Também despertou o interesse de Leonardo. Andrea Vesalius - 1538 Graduou-se doutor em Medicina pela Universidade de Pádua, na Itália, e em 1538 publicou seu primeiro trabalho, as Tabulae Sex, um conjunto de seis desenhos de anatomia feitos por ele próprio. Em 1546 foi nomeado médico da corte do sacro imperador romano Carlos V e ficou a serviço do Império até a abdicação de Carlos em 1556, tendo passado depois disso a servir a Filipe II, rei da Espanha com 50 anos de idade. Além das Tabulae Sex, Vesalius foi autor de De Humani Corporis Fabrica, libri septem (mais conhecido como Fabrica), sua principal obra, que foi concluída em 1543 após inúmeras dissecações de cadáveres humanos. É uma espécie de atlas do corpo humano ricamente ilustrado, dividida em sete partes – ossos (Livro 1), músculos (Livro 2), sistema circulatório (Livro 3), sistema nervoso (Livro 4), abdômen (Livro 5), coração e pulmões (Livro 6) e cérebro (Livro 7). Willian Harvey- 1628 William Harvey (Folkestone, 1 de abril de 1578 — Londres, 3 de junho de 1657) foi um médico britânico que pela primeira vez descreveu corretamente os detalhes do sistema circulatório do sangue ao ser bombeado por todo o corpo pelo coração. Estudou Medicina na Universidade de Cambridge, onde, em 1602, se doutorou. Estudou entre 1597 e 1601 em Pádua com Fabrici de Aquapendente (Girolamo). Exerceu clínica em Londres e foi médico do Hospital de São Bartolomeu, sendo, em 1609, nomeado professor de Anatomia e Cirurgia no Colégio Real. Seus estudos inspiraram as idéias de René Descartes, que em sua "Descrição do Corpo Humano" disse que as artérias e as veias eram canos que carregavam nutrientes pelo corpo. Muitos acreditam que ele descobriu e expandiu as técnicas de medicina muçulmana, particularmente o trabalho de Ibn Nafis, que lançou os primeiros estudos sobre a maioria das veias e artérias no século XIII Sir Humphry Davy - 1799 Desenvolvimento da anestesia Ópio, cannabis e mandrágora foram usados como anestésicos na Antigüidade. Em 1799, Sir Humphry Davy reconheceu as propriedades anestésicas do protóxido de nitrogênio, o gás hilariante dos parques de diversões, mais tarde usado pelo dentista Horace Wells para anestesiar 15 pacientes em 1844. Pasteur (1822 – 1895) e Robert Koch (1843 – 1910) A descoberta da relação entre micróbios e doença Até quase o final do segundo milênio, acreditava-se que doenças como a peste e a varíola eram transmitidas pelos miasmas: vapores tóxicos liberados pela matéria em decomposição. Pasteur (1822 – 1895) e Robert Koch (1843 – 1910) estabeleceram as bases da bacteriologia moderna. Elucidação da herança genética A teoria de que a evolução depende de variações ao acaso, que permitem a adaptação ao meio, enunciada por Charles Darwin, em 1858, e o tratado publicado por Mendel sobre a segregação dos tratos genéticos na ervilha, em 1865, lançaram as bases da genética. Nos anos 1950, a estrutura do DNA foi desvendada e, em 1990, começava o Projeto Genoma. Wilhelm Röentgen - 1895 Desenvolvimento da imageologia A descoberta e imediata aplicação clínica dos raios X, em 1895, por Wilhelm Röentgen (1845 – 1923) conduziu ao uso de contrastes radiológicos para visualização de estruturas internas do corpo humano, ao acesso ao interior dos vasos sangüíneos através de cateteres, à ultra-sonografia e à tomografia computadorizada. O conhecimento do sistema imunológico A Imunologia emergiu apenas no final do século XIX com o inglês Edward Jenner (1749 – 1823) que desenvolveu a vacina antivariólica. Em 1890, Behring e Shibasaburo descobriram os anticorpos. Em vinte anos, surgiram os campos da alergia, auto- imunidade e a imunologia dos transplantes. Descoberta de agentes antibacterianos Em 1910, o alemão Paul Ehrlich fundou o campo do tratamento das infecções com a descoberta do Salvarsan, droga com atividade contra a sífilis. Depois vieram as sulfas e Sir Alexander Fleming com a penicilina, em 1928. Desenvolvimento da farmacoterapia molecular O desenvolvimento de drogas modernas apenas se tornou possível através do conhecimento mais detalhado da fisiologia e da fisiopatologia. Assim, surgiu a quimioterapia do câncer depois da Segunda Guerra Mundial, foram desenvolvidas as drogas que estimulam ou antagonizam receptores na superfície das células, como os betabloqueadores para prevenção das dores cardíacas, os medicamentos contra úlcera e a doença de Parkinson. A descoberta dos antidepressivos, de métodos reversíveis de contracepção e das drogas resultantes da revolução ocorrida na biologia molecular permitiu aumentar a expectativa de vida humana a limites inimagináveis séculos atrás. Os limites da Ética Os experimentos de Josef Mengele durante a 2ª guerra mundial nos campos de concentração nazistas,eram tanto física como psicológica; cirurgias experimentais realizadas sem anestesia, as transfusões de sangue a partir de um gêmeo para o outro, resistência de isolamento, a reação a vários estímulos. E injeções com germes letais, operações de mudança de sexo, a remoção de órgãos e membros, impregnações incestuosas . Os conhecimentos médicos modernos sobre a forma como o corpo humano corpo reage ao ponto de congelamento para a morte se baseia quase que exclusivamente nesses experimentos nazistas. Isto, juntamente com a recente utilização de dados de investigação nazista dos efeitos do gás fosgênio, revelou-se ser controverso e apresenta um dilema ético para a medicina moderna que não concordam com os métodos utilizados para a obtenção desses dados. Do mesmo modo, surgiu uma polêmica a partir da utilização dos resultados da guerra bilógica feitas pelo Exército Imperial japonês na Unidade 731. No entanto, os resultados da Unidade 731 foram mantidas pelos Estados Unidos e a maioria dos médicos envolvidos foram perdoados.
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