resumo livro: fundamentos socioculturais da educação

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RESIMO: FUNDAMENTOS SOCIOCULTURAIS DA EDUCAÇÃO
Aula 2
A educação como fenômeno humano
a educação em sentido amplo implica na busca pelo que encontramos de comum no processo educativo ao longo da história;
O objetivo da educação é reproduzir, individualmente, a humanidade produzida coletivamente; ou seja, é um processo de humanização através da apropriação individual do produto coletivo dos homens;
Em sentido amplo, a educação compreende os processos formativos que ocorrem no meio social, nos quais os indivíduos estão envolvidos de modo necessário e inevitável pelo simples fato de existirem socialmente;
A educação pode assumir um viés intencional (intenções e objetivos definidos conscientemente) sendo ela não formal (movimentos sociais, igrejas, sindicatos) exercendo atividades educativas estruturadas fora do sistema escolar convencional e educação forma((escolas) em instituições especialmente organizadas, com métodos, tempos, materiais, etc.;
Introdução a ideia de cultura
Uma tradição se criou nas ciências sociais em relação a cultura, onde existia a ideia de que era preciso se apropriar da uma cultura tida como superior, impondo uma suposta superioridade da grande cultura sobre os demais segmentos da sociedade, dando origem a um campo de estudos chamado de sociologia da cultura;
Dois conceitos se distinguem dentro a sociologia da cultura o Kultur que indica grande cultura, a grande arte, espaço de realização humana por excelência e Civilização que nesse caso, indica apenas as marcas materiais da sociedade relativas a produção;
Para a antropologia compreende-se que cada civilização possui sua especificidade e para a antropologia clássica a cultura era entendida como o estudo dos povos primitivos, sendo que a ideia de civilização era entendida através da sua evolução usando-se como exemplo desse ideal as sociedades europeias e norte americanas;
Após a Primeira Guerra Mundial houve avanços da antropologia ao estudar sociedades isoladas trazendo uma nova concepção configurativista de cultura (ideia de culturas no plural e não apenas uma cultura superior e exemplar), pela qual entende-se cultura como algo que pertencia aos povos e que os mantinhas em comum aos demais;
Logo após a Segunda Guerra Mundial a antropologia com um novo olhar passou a entender a cultura pelos seus contrastes e diferenças que possibilitam uma identificação mútua;
No geral, por cultura pode se compreender que nela estão inseridas as tradições do grupo e que ela pode exercer um sentido de identidade que pode ser tanto acolhedora quanto diferenciadora entre os sujeitos;
A Cultura também é dinâmica e está sempre em movimento sofrendo mudanças internas (dinâmica da própria sociedade dada de forma lenta) e externa (resultante entre contatos de duas sociedades distintas ocasionando mudanças bruscas ou até em extermínio cultural);
Educação e socialização
Educação e socialização
	
 A socialização pode ser entendida como um processo onde estão inseridos os hábitos e costumes, com também a linguagem, regras sociais, o que é permitido e o que é proibido, ou seja, socialização é um processo de adaptação do indivíduo na sociedade;
A socialização pode ser primária (processo genérico de transformação da criança em ser social, como por exemplo a família) e socialização secundária (processo específico de adaptação aos diversos meios sociais específicos, como por exemplo a escola)
TEMAS CONTEMPORÂNEOS DA RELAÇÃO E CULTURA
Multiculturalismo
Por multiculturalismo pode-se entendido como a luta pela resposta as diferenças e pela igualdade aos direitos sociais;
Também se trata de um novo paradigma cultural e pedagógico, que surge como resposta às demandas de diferentes atores sociais em busca de espaço e reconhecimento.
	
Multiculturalismo: diferentes perspectivas
A perspectiva assimilacionista parte da não existência da igualdade na sociedade multicultural, e que, portanto, há uma assimilação da maioria à cultura hegemônica na sociedade;
No âmbito da educação a perspectiva assimilacionista pode ser entendida como se houvesse um padrão cultural a ser seguido, cabendo a todos ou a maioria ter que assimilar tais imposições;
Na perspectiva diferencialista ou plural pode-se observar uma crítica ao assimilacionismo e o respeito às diferenças e o conhecimento destas, criando assim espaço em que os grupos não hegemônicos consigam se expressar, mantendo suas matrizes culturais;
Na perspectiva interativa ou intercultural podemos observar características como; a promoção de inter-relação entre grupos culturais diferentes; promoção do hibridismo cultural; transformações das relações sociais e culturais; consciência de que as relações socioculturais são também relações de poder; não separa diferença e desigualdade assumindo dessa forma um compromisso com a diferença e justiça social;
Interculturalismo na educação
Essa perspectiva visa promover uma educação para o reconhecimento do outro;
A construção de uma sociedade democrática;
Política de igualdade somada a política de identidade; 
Educação intercultural- desafios
Desconstrução dos paradigmas preconceituosos;
Articulação entre igualdade e diferença nas políticas e práticas educativas;
Resgates das identidades culturais, individuais e coletivas;
Promoção de experiências de interação entre as culturas;
Empoderamento dos atores sociais;
Formação para uma cidadania aberta e interativa;
Etnocentrismo
O etnocentrismo é uma visão de mundo onde nosso próprio grupo é tomado como centro de tudo e todos os outro são pensados e sentidos através dos nossos valores e nossas definições do que é a existência;
Etnocentrismo e antropologia
De acordo com o evolucionismo social algumas sociedades eram tidas como menos civilizadas em comparação a outras, nesse sentido, a civilização europeia era tida como um exemplo de civilização e evolução;
No século XX a antropologia assume para si o papel de vanguarda assumindo uma abordagem funcionalista em reação a abordagem evolucionista;
Um breve dialogo com Lévi-Strauss
Para Lévi-Strauss não é possível aplicar ao social, ao cultural o mesmo raciocínio que usamos para explicar a evolução animal;
Sua crítica está sobre a naturalização daquilo que é fruto da atividade humana ao longo dos tempos, ou seja, dizer que as sociedades evoluem como evoluem os animais é retirar destas o que lhe é inerente: a construção social, a ação humana e diferenciadora;
Geertz e a questão do “futuro do etnocentrismo”
Geertz afirma que corremos o perigo de uma redução drástica da integridade cultural devido à proximidade entre as culturas e com base em Lévi-Strauss parte da ideia onde o etnocentrismo pode ser importante para a manutenção da cultura de determinados grupo no sentido de manter a integridade cultural e identidade própria; ainda segundo Geertz, o etnocentrismo fraco poderia, portanto, levar a entropia moral;
CULTURA, POLITICA PÚBLICAS E OS PCN’S
 
Ideologia
Abstração da realidade e, consequentemente o ofuscamento da sua compreensão
Os PCN’S
Os PCN’S são os parâmetros curriculares nacionais e referências para educação fundamental e médio;
O eixo que delineia o texto dos PCN sobre pluralidade cultural define o Brasil como um país onde se encontram diversas culturas, mas que nem sempre estas foram respeitadas;
No entanto, a escola tem sido um lócus em que as desigualdades, diferenças discriminações tem sido ocultadas e reproduzidas;
Os PCN’S assumem um discurso ideológico e fogem claramente de uma crítica radical e formação da sociedade em nome de abstrações como: desigualdade social; diferenças culturais, interação (mito da democracia racial); participação na gestão coletiva do espaço público, etc;
Diversidade cultural e a escola
A escola constitui-se como um microcósmico na sociedade, lócus de encontro das mais variadas classes sociais, etnias e outras diferenças;
No âmbito pedagógico tais diferenças são tratadas especielamete pelo movimento denominadomulticulturalismo;
Para Michel Focault, a escola se define com o espaço em que o totalitarismo acontece a partir do disciplinamento dos corpos e mentes, o que, por sua vez gera o saber;
Entre os desafios da escola está em superar o paradigma totalitário onde se define como padrão correto apenas um tipo, excluindo aqueles que divergem desse padrão;
As concepções sociológicas clássicas e a educação contemporânea 
Aula 5
Emilie Durkheim
Concepção funcionalista:
- A sociedade e composta por instituições onde cada uma exerce uma função especifica.
-O método funcionalista, portanto busca compreender as estruturas e suas funções na sociedade através de um objeto de estudo denominado como “fato social”.
Fato social
-O fato social ao ser estudado deve levar em consideração três características como -ser geral, onde pode afetar a todos; ser coercitivo, onde é imposto; ser exterior, onde independe da vontade do indivíduo;
Solidariedade orgânica 
- Presente nas sociedades mais complexas (metrópoles, etc.) onde a divisão do trabalho é amplamente disseminada fazendo com que cada indivíduo seja diferenciado pela sua função social.
Solidariedade mecânica 
-Presentes nas sociedades mais simples (tribais, etc.) onde os indivíduos são marcados pela semelhança e uma consciência comum.
Funcionalismo na educação
Para Emillie Durkheim a educação escolar acontece como um processo de socialização organizado que visa contribuir para consolidação da consciência coletiva e também funciona como um mecanismo de imposição da herança social que cada indivíduo deve assimilar e reproduzir;
Em síntese, a educação para Durkheim exerce a função de adaptação e coesão social sobre o indivíduo visando um bom funcionamento da sociedade;
O funcionalismo na educação atribuiu a ela quatro funções especificas, sendo: 
-Função acadêmica>fornece os elementos de socialização, introjeção da cultura para manutenção da ordem social;
-Função distributiva>seleciona e mantém os grupos sociais;
-Função econômica> contribui para o desenvolvimento e produtividade
-Função política> favorece a convivência social, compreensão e aceitação das diferenças.
Max Weber
O ponto de partida está no indivíduo no qual se desenvolveu a teoria da ação que utilizava um método compreensivo para estudar o modo como os atores sociais dão sentido ao que fazem;
Ação social
Toda ação social possui um sentido subjetivamente elaborado;
A sociedade pode ser compreendida a partir do conjunto das ações individuais; ou, o funcionamento da sociedade é motivado pelas ações dos indivíduos entre si; portando, uma ação social só pode existir quando o indivíduo estabelece uma comunicação com os outros;
Os papeis sociais
Os indivíduos na sociedade podem assumir diferentes papeis, a depender das posições que ocupam;
Os quatro tipos de ações sociais
Ação social com relação a finalidades
-O indivíduo planeja e calcula todos os movimentos dele até as consequências possíveis do seu ato;
Ação social racional com relação a valores
-Não tem como objetivo ultimo uma finalidade, mas sim à incorporação do indivíduo a uma situação de coerção;
Ação tradicional
- Muito próximo da fronteira do racional 
-O indivíduo leva em conta hábitos arraigados, repetidos ao longo dos tempos, de modo que se transforma em costumes
Ação afetiva
-Nesse tipo de ação, que também se encontra na fronteira do racional, exprimem-se afetos, alegrias, complacências, tristezas, ódios, etc.
Weber e a educação
Em Weber a escola aparece como lócus de reprodução cultural e de domínio social;
O sistema escolar contém um conjunto de funções, onde se destacam as funções de imposições da legitimidade de uma cultura, legitimação da ordem social e de reprodução do sistema de dominação;
Max Weber destaca três tipos de educação; a humanística>que assume a forma de dominação tradicional; a especializada>dominação racional legal; a carismática> dominação carismática
Marx e Engels
Esses dois autores têm como base teórica o materialismo dialético; isso quer dizer que as leis do movimento histórico são compostas pela dialética relação histórica social dos homens existindo uma determinação material que determina como os homens se relacionam entre si; cada período histórico possui relações de contradições entre diferentes classes sociais;
A contribuição de Antonio Gramsci: o principio educativo
Para Gramsci existe uma probabilidade revolucionaria entre trabalho e educação; nesse caminho, a classe trabalhadora tem a possibilidade em superar a subalternidade exercida pela hegemonia burguesa que se impõem como classe dominante através da propagação do conhecimento baseado no senso comum como forma de explicação da realidade;
Hegemonia
Conjunto das funções de domínio e direção exercidas por uma classe social dominante, sendo composta pela função de domínio e pela função de direção intelectual e moral; tal domínio pode ser dado através do Estado que é usado como um instrumento da classe dominante para coerção ideológica; dentro de uma perspectiva capitalista a escola também assume seu papel ideológico através de uma educação diferenciada e alienante.
As novas demandas do mundo do trabalho e educação
O capital se reorganiza depois das crises dor fordismo e taylorismo junto com a crise econômica da década de 1970 e da crise do modelo do estado de bem-estar social
O modelo fordista
Produção em massa;
Parcelamento das tarefas;
Linha de produção;
Padronização das peças e redução do custo de produção;
Automatização das fabricas;
Toyotismo
Um novo modelo flexivo de produção;
O trabalhador é obrigado a participar e se comprometer com o processo de trabalho;
É levado em conta a subjetividade ocorrendo não somente a exploração física, mas também intelectual do trabalhador;
É adotado o trabalho em equipe
TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS
Aula 6
A escola tradicional
A educação tradicional é considerada a forma hegemônica na qual se configurou a educação burguesa, cujos pilares pedagógicos pautavam-se na instrução educativa, o governo (ente externo ao indivíduo que impõem ordem e as regras) e a disciplina; desse modo, a escolarização em massa era uma necessidade urgente para formação e manutenção da sociedade burguesa em constituição;
O principal projeto de formação da escola tradicional estava principalmente ligado a necessidade da indústria que se fortalecia no século XIX no sentido de formar trabalhadores para as fabricas, ou seja, na formação voltada para a mão-de obra e para a cidade;
A escola nova 
A escola nova surge nos fins do século XIX e adentra as primeiras décadas do século XX, tendo como um dos seus maiores expoentes o filósofo estadunidense Jonh Dewey (1859-1952) que acreditava no aprendizado autônomo do aprender a aprender cujo professor deveria se tornar um mediador ou facilitador do conhecimento;
Uma das maiores disputas das escolanovistas é em relação aos pilares de educação tradicional, os quais mantinha uma crítica implacável;
A concepção deweyana o foco está na subjetividade, no indivíduo com autoformação autônoma em oposição a pedagógica tradicional herbatiana que visava o sujeito moral e obediente;
O tecnicismo
O tecnicismo no Brasil foi a corrente hegemônica da educação no período pós 1964, juntamente com a ideologia desenvolvimentista dos governos militares; era o objetivo da educação formar um quadro competente de trabalhadores que pudessem alavancar, por meio do aumento da produtividade, a economia do país;
A principal característica da educação tecnicista é a implantação de uma lógica empresarial no seio da escola, desde a gestão até os currículos, a didática e a avaliação;
A teoria que melhor se adaptou a esse cenário formativo foi a teoria do capital humano segundo qual um incremento em insumo educacional gera um incremento na produtividade.
O construtivismo
Dentro da perspectiva teórica e epistemológica de Jean Piaget o homem é constituído de dimensões, sendo elas, a biológica, psicológica esocial (ser bio-psíquico-social);
Para Piaget o que define a relação entre o indivíduo e o meio é a adaptação, sendo a assimilação e a acomodação parte desse processo em que ocorrem as trocas entre o organismo e o meio, chegando por sua vez a autoregulação constante, ou equilibração;
Em termos políticos, essa concepção indicia um viés conservador, em que são anuladas as possibilidades de transformação, pois o que acontece são mudanças ou alterações efetuadas sobre bases inalteradas;
 A teoria piagetiana está em conformidade com os princípios democráticos, em que os indivíduos interagem em uma forma complementar, sem contradições, contudo, a teoria piagetiana não contempla a essência contraditória do capitalismo forjada nas lutas de classes sociais;
Outra concepção da teoria construtivista está a ideia de que somente as experiências bem-sucedidas ao longo das gerações são válidas para a adaptação dos indivíduos ao mundo; na perspectiva construtivista, a noção de viabilidade substitui a de verdade.