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www.cers.com.br 1 www.cers.com.br 2 CONCEITO DE TRIBUTO Tributo Art. 3º CTN - Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa ex- primir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrati- va plenamente vinculada. Ninguém paga o tributo por ter desrespeitado uma lei, tributo não é castigo. Ao contrário paga-se o tributo por incorrer em uma situação prevista em lei como hipótese de incidência tributária, ou seja, o legislador elegeu uma situação que uma vez praticada pelo sujeito, no mundo concreto, estará sujeita à incidência da norma tributária e por essa razão irá nascer a obrigação de pagar um tributo. As hipóteses de incidência da norma tributária são sempre constituídas por fatos lícitos. Contudo, verifica-se que embora a hipótese de incidência tributária não possa ser algo ilícito, os frutos de uma atividade ilícita podem ser objeto de tributação. Isso porque o artigo 118, I do Código Tributário Nacional – CTN prevê que a definição do fato gerador será interpretada abstraindo-se da validade dos atos praticados pelo sujeito. Art. 118. A definição legal do fato gerador é interpretada abstraindo-se: I - da validade jurídica dos atos efetivamente praticados pelos contribuintes, responsáveis, ou terceiros, bem como da natureza do seu objeto ou dos seus efeitos; Além disso, os Tribunais Superiores aplicam o Princípio “Pecunia non olet”, segundo o qual o tributo não tem cheiro, não importa de onde vem, nesse caso, a renda auferida, o que importa é que ocorreu o fato gerador. Espécies Tributárias: O art. 5º do CTN e o art. 145 da CF prevêem três espécies tributárias: 1) Impostos 2) Taxas 3) Contribuição de Melhoria O art. 148 da CF faz menção ao Empréstimo Compulsório e o art. 149 da CF refere-se às Contribuições. COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA Competência Tributária é a outorga de poder concedido pela Constituição Federal aos Entes Federativos para que eles possam criar, instituir e majorar tributos. Somente os entes federativos apresentam competência tributária, pois os tributos só podem ser instituídos por meio de lei. Característica da Competência Tributária Indelegabilidade: O Ente Federativo não poderá transferir a sua competência tributária para nenhum outro Ente. A competência tributária que consiste na criação, instituição e majoração de tributo é indelegável. EXERCÍCIO DA COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA Os Entes Federativos irão criar, instituir e majorar os tributos apenas por meio de lei e via de regra lei ordinária. A lei ordinária é o instrumento por excelência da imposição tributária. Para efeito de votação parlamentar, indica um quorum de maioria simples, o voto favorável de mais da metade do número de parlamentares presentes no dia da votação. Existem 4 tributos, todavia, que só podem ser instituídos ou majorados por meio de Lei Complementar, que são: Contribuição Social Residual (art. 195,§ 4º da CF); Empréstimo Compulsório (art. 148 da CF); IGF (Imposto sobre Grandes Fortunas – Art. 153, VII da CF) e Imposto Residual (art. 154, I da CF). Dizemos aqui, para fins mnemônicos que os tributos que só podem ser instituídos e majorador por meio de LC é o CEGI! www.cers.com.br 3 Contribuição Social Residual Empréstimo Compulsório IGF Imposto Residual Segundo a literalidade do art. 62, § 2º da CF Medida Provisória, que é um instrumento normativo, com força de lei, poderá instituir e majorar impostos. Primeira Observação: Ainda que o art. 62, § 2º da CF estabeleça que a Medida Provisória poderá instituir e ma- jorar impostos, o STF tem entendimento de que as Medidas Provisórias podem instituir ou majorar outras espécies tributárias, desde que essas não necessitem de Lei Complementar para sua instituição. A Medida Provisória, no entanto, para instituir ou majorar impostos deverá observar dois requisitos: Primeiro: Que o Imposto possa ser instituído por meio de Lei Ordinária, pois o art. 62, § 1º, III da CF, veda a MP tratar sobre matérias reservadas à Lei Complementar. Segundo: Em se tratando de impostos, excepcionados o Imposto Extraordinário Guerra, Imposto sobre a Impor- tação (II), Imposto sobre a Exportação (IE), Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e Imposto sobre produtos industrializados (IPI), é necessário que a medida provisória que os criar seja convertida em lei até o final do exer- cício financeiro, para que possa produzir efeitos no exercício subsequente. ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS 1) EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO Art. 148, da CF; Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios: I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminên- cia; II - no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, observado o disposto no art.. 150, III, "b". Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório será vinculada à despesa que fundamentou sua instituição. Competência da União, instituída só mediante lei complementar, pressupõe devolução e não pode ter qualquer parcela de sua arrecadação desvinculada da lei de criação. Pode ser de duas espécies: - Extraordinário - Guerra- não respeita anterioridade, publicou passa a exigir imediatamente. - Normal - investimento público de caráter urgente. Mesmo que urgente respeita a anterioridade! Respeita a ante- rioridade de exercício e os 90 dias. 2) Contribuição de Melhoria Prevista no art. 145, III da CF e arts. 81 e 82 do CTN, é de competência comum e será instituída em caso de in- vestimento público com valorização imobiliária. 3) TAXAS Art. 145, II e par. 2º, da CF e arts. 77 a 80, do CTN Art. 77. As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição. Parágrafo único. A taxa não pode ter base de cálculo ou fato gerador idênticos aos que correspondam a imposto nem ser calculada em função do capital das empresas. www.cers.com.br 4 Podem ser instituídas por qualquer ente da federação mediante lei ordinária. A CF indica quais são as espécies, porém, o art.. 77 do CTN é que traz quais as espécies de taxas. Sejam elas: - Pelo exercício do poder de policia - Pela utilização (efetiva OU potencial) de serviços públicos específicos E divisíveis prestados pelo sujeito passivo (ou postos a sua disposição) Taxas pelo exercício de poder de polícia: Art. 78, do CTN. Poder de policia é uma limitação imposta pelo poder público de direitos e liberdades individuais em prol da coleti- vidade. B) Taxas pela prestação de serviços públicos: Art. 79, do CTN. Serviços públicos - em caráter geral ou universal (uti universi) são prestados à coletividade em geral (polícia e iluminação publica , por ex), nesta caso, não é possível especificar qual é o destinatário do serviço; já os uti singuli é possível identificar a quem destina este serviço prestado e o custo da atividade estatal direcionado àquela pes- soa (taxa de lixo domiciliar, por ex) Especificidade porque o serviço é prestado em caráter individual, sendo possível identificar quem é o interessado e o custo em relação àquela pessoa especifica. Quanto à potencialidade da utilização de serviços públicos, para fins de exigência de taxa: Art.. 145, §2 CF, As taxas não podem ter base de cálculo própria de impostos. Prestar: específico e divisível. Utilizar: efetiva ou potencialmente.Taxa- lançamento de ofício. Contribuições CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS Art. 149 e 149, A, da CF Inclui: Contribuições Sociais, CIDE (contribuições de intervenção domínio econômico), Contribuição de interesse de categoria profissional ou econômica, COSIP- contribuições de iluminação pública Sociais: são criadas via de regra pela União, salvo nos termos do art.. 149, parágrafo 1ª se for a contribuição so- cial previdenciária do servidor público, pois neste caso, compete ao ente federativo a que pertence o servidor. União: Previdência Assistência- sobre tudo que consome Saúde – toda pessoa tem direito, independente de pagar Contribuição social paga sobre a folha de pagamento (INSS), faturamento (empresário), receita (empresário), lucro (empresário) e concurso de prognósticos (fezinha da lotérica). Contribuição social só respeita a anterioridade nonagesimal, os 90 dias. (art. 195, § 6º CF). Não incide contribuição social para entidade de assistência social sem fim lucrativo. Art. 149, par. 2o.- não paga contribuição social sobre receita de exportação, mas na importação paga. CIDE : Art. 177, par. 4o, do CTN. Competência da União - paga sobre combustíveis. www.cers.com.br 5 Finalidades: - custear projetos ambientais - Reestruturação das estradas brasileiras. As alíquotas da CIDE combustíveis podem ser reduzidas ou restabelecidas por decreto do poder executivo. Respeita apenas a anterioridade nonagesimal, os 90 dias. Categoria Profissional ou econômica Competência exclusiva da União, segue a anterioridade. Entidades de classe cobram. (contribuição da OAB não é tributo e não entra como categoria profissional ou econômica). Iluminação Pública Competência dos Municípios e DF. Instituída por lei ordinária. Segue a anterioridade e pode ser cobrada na fatura de energia elétrica. Lançamento de ofício. www.cers.com.br 6
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