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CONTABILIDADE SOCIAL E AMBIENTAL WEB AULA 2

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CIENCIAS CONTÁBEIS
WEBAULA 1
Unidade 2 – NORMALIZAÇÃO AMBIENTAL E BALANÇO SOCIAL
APRESENTAÇÃO
Olá, dando continuidade à nossa discussão sobre a Contabilidade Social e Ambiental vamos apresentar na sequência destas Web Aulas informações importantes em relação à normas que regem a atividade empresarial no sentido socioambiental. Vocês verão que a International Organization for Standardization (ISSO) sob as normas de número 14021, 14024 e 14025 procuram orientar as atividades das empresas no sentido de implantarem e padronizarem suas políticas socioambientais. Nessa mesma oportunidade, veremos a importância da divulgação das políticas socioambientais por parte das empresas por meio da elaboração de um Plano de Negócios Social e também pela publicação do Balanço Social.
A International Organization for Standardization (ISSO) procura, no mesmo sentido da busca da normalização e padronização para os processos convencionais, definir padrões no sentido de ajudar os fabricantes e os representantes dos consumidores a executarem e assegurarem que as práticas ambientais exercidas e percebidas são confiáveis.
Aprofundando o Conhecimento
Para você conhecer o programa das Nações Unidas para o meio ambiente (PNUMA), acesse o portal do Instituto Pnuma em: .
Os padrões ISO 14020 fornecem às empresas um conjunto que é globalmente reconhecido, garantindo a credibilidade necessária de que suas práticas ambientais estão de acordo com padrões internacionais.
A série ISO 14020 inclui três tipos de certificação.
ISO 14021 que lida com as exigências ambientais feitas pela própria empresa em produtos e suas embalagens, o que inclui o uso de símbolos, de imagens ou logotipos. Ele também abrange a publicidade e o comércio de autodeclarações ambientais e abrange as especificações ambientais feitas sobre os serviços. A norma exige que os créditos declarados devem ser verificados antes de serem divulgados e proíbe afirmações vagas, tais como "amigo do ambiente", "verde", ou "amigo da natureza". Os testes de um produto ou serviço envolvendo especificações ambientais tem de utilizar o que denominamos de "métodos de ensaio e aceites" sendo que as informações devem ser divulgadas a qualquer pessoa que a solicite.
Conforme ABNT (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2004a, p. 1):
Esta Norma especifica os requisitos para autodeclarações ambientais, incluindo textos, símbolos e gráficos, no que se refere aos produtos. Ela descreve, ainda, termos selecionados usados comumente em declarações ambientais e fornece qualificações para seu uso. Esta Norma também descreve uma metodologia de avaliação e verificação geral para autodeclarações ambientais e métodos específicos de avaliação e verificação para as declarações selecionadas nesta Norma.
Para Saber Mais:
Para você saber um pouco mais sobre o que vem a ser as autodeclarações ambientais, acesse o trabalho disponível em: .
ISO 14024 estabelece requisitos para o funcionamento de um programa de ecolabeling, que significa rotulagem ambiental. Estes programas de rotulagem ambiental devem ser voluntários e devem cumprir a legislação ambiental. Além disso, esses programas devem contemplar o ciclo de vida do produto em consideração. Isso inclui a extração de recursos, manufatura, distribuição, uso e descarte.
Conforme ABNT (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2004b, p. 1):
Esta Norma estabelece os princípios e procedimentos para o desenvolvimento de programas de rotulagem ambiental do tipo l, incluindo a seleção de categorias de produtos, critérios ambientais dos produtos e características funcionais dos produtos, e para avaliar e demonstrar sua conformidade. Esta Norma também estabelece os procedimentos de certificação para a concessão do rótulo.
ISO 14025 que estabelece os procedimentos para a emissão de quantificações relacionadas a informações ambientais sobre os produtos. Estas declarações são baseadas em dados verificados de forma independente do ciclo de vida por meio de avaliação e análise. Por exemplo, uma declaração ambiental relacionada à mudança climática que descreve as emissões de gases em termos de CO2 entraria nesse padrão.
Por exemplo, conforme ABNT (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2008, p. 1):
Esta Norma prescreve o método para determinação da resistência de não-tecidos, com ou sem acabamentos repelentes, à penetração de água quando submetidos à pressão hidrostática.
Na verdade, sugere-se a consciência de que todos afetam de alguma forma a sustentabilidade do planeta a partir do desenvolvimento de seus mercados. A consciência sobre o desenvolvimento sustentável no contexto organizacional pode criar valor para os clientes, investidores e principalmente ao meio ambiente, o que pode funcionar como uma boa justificativa de ações nesse sentido por parte das empresas.
De uma forma simplificada, a atividade sustentável tem de satisfazer as necessidades dos clientes, porém ao mesmo tempo deve significar o cuidado com o meio ambiente gerando o desenvolvimento sustentável.
Nesse sentido, o relatório Brundtland determinou:
O reexame das questões críticas envolvendo o meio ambiente e formulação de propostas inovadoras e de ações concretas e realistas para geri-los de forma positiva.
O fortalecimento da cooperação internacional sobre o meio ambiente e a avaliação e proposta de novas formas de cooperação que podem sair dos padrões e políticas existentes na direção da mudança necessária.
A elevação do nível de compreensão e de compromisso com a ação por parte de indivíduos, organizações, empresas, institutos e governos.
O relatório centrou a sua atenção em áreas como: a segurança alimentar, a perda de espécies e recursos genéticos, energia, indústria e assentamentos humanos reconhecendo que todos estes estão conectados e não podem ser tratados de forma dissociada.
O relatório Brundtland contribuiu para o reconhecimento de que o desenvolvimento dos recursos humanos, na forma de redução da pobreza, igualdade de gênero e a redistribuição da riqueza foram cruciais para a formulação de estratégias de conservação do meio ambiente.
Reconheceu a existência de limites para o crescimento econômico nas sociedades industrializadas ou em fase de industrialização. O relatório ofereceu uma oportunidade para a análise e busca de soluções gerais para essas comunidades, além das recomendações para um curso de desenvolvimento sustentável dentro dessas sociedades.
No entanto, o relatório não foi capaz de identificar os modos de produção responsáveis ¿¿pela degradação do meio ambiente, e na ausência de análise dos princípios que regem o mercado liderado pelo crescimento econômico, ele postulou que tal crescimento poderia ser reformado.
A publicação do “Nosso Futuro Comum” e do trabalho da Comissão Mundial sobre Meio ambiente e Desenvolvimento lançou as bases para a convocação da Cúpula Rio 1992 e para o estabelecimento da Comissão de Desenvolvimento Sustentável da ONU.
É no relatório Brundtland que se encontra a definição sobre o que vem a ser o desenvolvimento sustentável: desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir suas próprias necessidades.
Além disso, as contribuições-chave do Nosso Futuro Comum para o conceito de desenvolvimento sustentável incluem o reconhecimento de que as várias crises que o planeta enfrenta desde há muito tempo na verdade são crises interligadas e derivam de uma só crise do todo. Destaca a necessidade vital para a participação ativa de todos os setores da sociedade, além de decisões relacionadas ao desenvolvimento sustentável.
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Unidade 2 – DIVULGAÇÃO DAS INFORMAÇÕES SOCIOAMBIENTAIS
DIVULGAÇÃO PELO BALANÇO SOCIAL E O PLANO DE NEGÓCIOS
Conforme Trevisan (2002), o trabalho de pesquisa intitulado “Ação Social das Empresas no Brasil”, que foi recentemente divulgada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), indica que 465 mil companhias brasileiras praticam a responsabilidade social empresarial que pressupõe a SustentabilidadeEmpresarial (SE).
Essa constatação evidencia que cada vez mais as empresas estão incorporando a responsabilidade social aos seus objetivos primários, ou seja, a geração de riqueza e retorno aos investidores.
Considera-se que essa prática já passou o estágio de mera intenção para transformar-se de forma gradativa em uma estratégia de negócios. Nesse sentido, o Balanço Social permite a evidenciação de suas ações de âmbito social e ambiental, bem como as estratégias desenvolvidas nesse sentido são divulgadas e demonstradas em outros canais, como é o caso dos portais na internet que tem dedicado grande espaço para o tema.
E aí? Foi possível se verificar que o papel da divulgação das ações é levar a comunidade a formar uma opinião favorável em relação à empresa?
As ações sociais desenvolvidas pelas empresas devem ser tratadas de forma bastante profissional para que se possa assegurar a transparência e se evidencie todas as ações que poderão melhorar a reputação organizacional no mercado. Considera-se que o balanço social é capaz de apresentar ao mercado e à comunidade a identidade social corporativa.
As empresas socialmente responsáveis são aquelas que atuam em seu mercado visando, além de seu objetivo primário, que é o lucro, o benefício social sem, no entanto, restringir-se aos interesses individuais dos grupos posicionados em sua área de atuação.
A Sustentabilidade Empresarial (SE) tem um foco também nos negócios, buscando suprir as necessidades da geração presente sem afetar as gerações que estão por vir e que enfrentarão restrições de recursos no futuro.
O Plano de Negócios Empresariais objetiva compreender como serão realizados os objetivos amplos determinados na missão e visão empresarial, suas metas de médio e longo prazo necessitam ser projetadas observando-se a capacidade de absorção e amadurecimento de uma cultura considerada sustentável em relação ao ambiente organizacional.
Para Saber Mais:
Para você saber um pouco mais sobre a aplicação de Plano de Negócios Sociais, acesse o livro Empreendimentos sociais sustentáveis: como elaborar Plano de Negócios para organizações socias, disponível em:.
Nesse sentido, o balanço social deve permitir que a comunidade visualize as atividades ambientais e sociais desenvolvidas pela organização que envolve desde a geração de empregos, passando pelos treinamentos focados nas políticas ambientais, as ações de proteção ambiental e a designação dos lucros da empresa. Os fornecedores, investidores e consumidores necessitam ter uma visão de como a organização lida com suas responsabilidades de ordem comunitária o que, direta ou indiretamente, interfere no processo de decisão de compra.
Cabem às organizações o estabelecimento de políticas socioambientais e a fixação de seu posicionamento estratégico que se espera estarem permeados por valores e conceitos que vigoram em um ambiente sustentável.
Evidenciação das políticas – aspectos da imagem corporativa
Além dos “P”(s) do Marketing apresentados na unidade I, poderíamos acrescentar ainda outros conforme se pode ver a seguir. Eles são utilizados no processo que compreende a aplicação do Marketing Verde:
Público – O Marketing Social, que também representa uma denominação semelhante ao Marketing Verde, tem o foco em um público específico e pode recorrer a vários grupos de pessoas que tenham por característica serem atentos e exigentes em relação às políticas sociais por parte das empresas. O público representa os grupos externos e também internos envolvidos no processo de promoção das ações sociais empresariais. O público externo inclui o público-alvo, o público secundário, enquanto o público interno é representado por aqueles que estão envolvidos de alguma forma com aprovação ou implementação do programa de Marketing Verde ou Marketing Social.
Parceria – A maioria dos problemas ocasionados pelo processo de mudanças sociais, incluindo as iniciativas que aqui denominamos de iniciativas "verdes", são dinâmicas e complexas de forma que se torna difícil que sejam tratadas por uma pessoa ou grupo isoladamente. A busca de um trabalho conjunto e associado envolvendo outros grupos e iniciativas em equipe fortalecem e aumentam a possibilidade de eficácia.
Política – Os programas de marketing social podem motivar incentivando a mudança do comportamento individual, porém seria um tanto difícil de sustentar-se a menos que o ambiente ou contexto no qual se estabelecem os alicerces dessas mudanças estejam propensos a incentivá-la, principalmente para o longo prazo. Muitas vezes, uma mudança mais profunda envolvendo o planejamento e as ações tornam-se necessárias. Nesse sentido, a mudança da política é praticamente obrigatória, envolvendo programas de defesa divulgados por meio da mídia.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR ISO 14021:2004: rótulos e declarações ambientais - Autodeclarações ambientais (Rotulagem do tipo II). Rio de Janeiro, 2004a. Disponível em: < http://www.abntcatalogo.com.br/norma.aspx?ID=1224 >. Acesso em: 3. abr. 2013.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR ISO 14024:2004: rótulos e declarações ambientais - Rotulagem ambiental do tipo l - Princípios e procedimentos. Rio de Janeiro, 2004b. Disponível em: < http://www.abntcatalogo.com.br/norma.aspx?ID=1255 >. Acesso em: 3. abr. 2013.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR ISO 14025:2008: Determinação da resistência à pressão hidrostática - Método da coluna d´água. Rio de Janeiro, 2008. Disponível em: < http://www.abntcatalogo.com.br/norma.aspx?ID=1467 >. Acesso em: 3. abr. 2013.
TREVISAN, Fernando Augusto. Balanço social como instrumento de marketing. RAE-eletrônica, v. 1, n. 2, jul-dez/2002. Disponível em: < http://rae.fgv.br/rae-eletronica/vol1-num2-2002/balanco-social-como-instrumento-marketing >. Acesso em: 3. abr. 2013.

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