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ARTIGO A INFLUÊNCIA DA GESTÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS NO SANEAMENTO BÁSICO

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A INFLUÊNCIA DA GESTÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS 
NO SANEAMENTO BÁSICO 
 
Oliveira,Uanderson (Uandersonoliveira220@gmail.com); 
Oliveira,Kleber JR (Kleberjroliveira@gmail.com); Paulino, Geraldo Afonso (Afonsopaulino93@gmail.com); 
Bento,Mateus H. Costa (mateushenriquecostabento@gmail.com)
 
Sistema de Esgoto – Jose Nelson 
Abastecimento de água – Ricardo Botelho 
 
Resumo 
A administração de recursos hídricos do Brasil passa por um cenário de transição institucional 
com a privatização de serviços públicos e pela regulamentação da legislação de recursos 
hídricos. O presente trabalho buscou, a partir da comparação da relação de indicadores de 
disponibilidade hídrica e de saneamento com indicadores sociais e de saúde, destacar a 
importância da dimensão da qualidade de água na gestão dos recursos hídricos. Esta análise 
mostra que ainda se tem um caminho muito longo a ser percorrerido no campo institucional 
que passa entre acordos de agentes e sociedade envolvidos na gestão de águas. 
 
Palavras-chave: Recursos hídricos. Saneamento. Gestão. 
 
 
Introdução 
 
 O Direito de Águas, consiste em um conjunto normativo de cunho civil, ambiental e 
administrativo que estabelece as regras de domínio, uso e proteção da água, com o objetivo de 
garantir a melhoria da qualidade e da quantidade disponível desse recurso, para as atuais e as 
futuras gerações. Segundo artigo 25 da Declaração Universal dos Direitos Humanos, toda a 
pessoa tem direito a um nível de vida suficiente para lhe assegurar e à sua família a saúde e o 
bem-estar, sendo imprescindível o saneamento básico para garantir esse bem-estar social. 
 Segundo dados quantitativos, produzidos por hidrólogos, 97,5% da água disponível na 
Terra são salgadas e 2,493% estão concentrados em geleiras ou regiões subterrâneas de difícil 
acesso; sobram, portanto, apenas 0,007% de água doce para o uso humano, disponível em 
rios, lagos e na atmosfera (SHIKLOMANOV, 1998). Em que pese a situação privilegiada do 
Brasil, país que detém cerca de 12% daqueles 0,007% de toda a água doce disponível no 
planeta destinada ao consumo humano, irrigação e atividades industriais, graves problemas o 
afligem, relacionados à distribuição irregular dos recursos hídricos e o desperdício presente 
em todos os níveis da sociedade (AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS, 2002). 
 No Brasil existe um amplo conceito de saneamento ambiental, que envolve, além do 
abastecimento de água e de esgotamento sanitário, drenagem, resíduos sólidos (plásticos, 
vidros, borrachas, metais, tecidos, isopor, madeira, piche) e controle de vetores (FUNDAÇÃO 
NACIONAL DA SAÚDE, 1999). Isso porque o abastecimento de água está fortemente ligado 
ao conceito de limpeza. Portanto, uma política de água envolve necessariamente, políticas de 
saneamento e de meio ambiente. 
As leis estaduais de recursos hídricos editadas a partir do início da década de 1990 e, 
posteriormente, a Política Nacional de Recursos Hídricos (PNRH), instituída pela Lei 
9.433/97, ao incorporarem o princípio do aproveitamento múltiplo e integrado dos recursos 
hídricos, afirmaram a opção brasileira por um modelo de gestão de águas que contemplasse 
simultaneamente aspectos quantitativos e qualitativos. A contaminação das águas naturais 
representa um dos principais riscos à saúde pública, sendo amplamente conhecida a estreita 
relação entre a qualidade de água e inúmeras enfermidades que acometem as populações, 
especialmente aquelas não atendidas por serviços de saneamento, demostrando uma estreita 
relação entre a gestão dos recursos hidricos e a qualidade do saneamento executado. 
 
1. Abordagem histórica 
 
 A importância do saneamento e sua associação à saúde humana, remonta às mais 
antigas culturas. O saneamento desenvolveu-se de acordo com a evolução das diversas 
civilizações, ora retrocedendo com a queda das mesmas, ora renascendo com o aparecimento 
de outras. 
De acordo com Cavinatto (1992), alguns povos antigos desenvolveram técnicas 
sofisticadas para a época, de captação, condução, armazenamento e utilização da água. Os 
egípcios dominavam técnicas de irrigação do solo na agricultura e métodos de 
armazenamento de água, pois dependia das cheias do Rio Nilo. No Egito, costumava-se 
armazenar água por um ano para que a sujeira se depositasse no fundo do recipiente. Embora 
ainda não se imaginasse que muitas doenças eram transmitidas por microrganismos 
patogênicos, os processos de filtragem e armazenamento removiam a maior parte desses 
patógenos. Assim a pessoa que tomasse a água ― suja ou não processada ― ficaria mais 
vulnerável à doenças. O autor afirma ainda que tais processos de purificação da água foram 
descobertos por expedições arqueológicas através de inscrições e gravuras nos túmulos. Com 
base no processo da capilaridade, utilizado por egípcios, japoneses e também chineses, a água 
passava de uma vasilha para a outra por meio de tiras de tecido, que removiam as impurezas. 
 Segundo Guimarães, Carvalho e Silva (2007) foram encontradas ruínas de uma 
civilização na Índia que se desenvolveu a cerca de 4.000 anos, onde foram encontrados 
banheiros, redes de esgoto nas construções e drenagem nas ruas e existem relatos do ano 2000 
a.C., de tradições médicas, na Índia, recomendando que a água impura devia ser purificada 
pela fervura sobre um fogo, pelo aquecimento no sol, mergulhando um ferro em brasa dentro 
dela ou podia ainda ser purificada por filtração em areia ou cascalho, e então resfriada. 
Grandes avanços ainda surgiram no imperio Romano com construçoes de aquedutos, banhos 
públicos, termas e esgotos romanos, tendo como símbolo histórico a conhecida Cloaca 
Máxima de Roma. 
 Porém a idade média, pouco avançou em relação a saneamento, sendo épocas de 
propagação de epidemias, sendo que so voltaram a ter evolução nesse quesito no século 
passado, segundo Guimarães, Carvalho e Silva (2007), que se começou a dispensar maior 
atenção à proteção da qualidade de água, desde sua captação até sua entrega ao consumidor. 
Essa preocupação se baseou nas descobertas que foram realizadas a partir de então, quando 
diversos cientistas mostraram que havia uma relação entre a água e a transmissão de muitas 
doenças causadas por agentes físicos, químicos e biológicos. 
Com o desenvolvimento científico e tecnológico, atualmente existem várias técnicas 
para resolver os problemas sanitários. Porém o crescimento da população, de suas 
necessidades e de seu consumo, também aumenta a poluição do meio ambiente. Por exemplo, 
a água de qualidade para o consumo humano torna-se um recurso cada vez mais escasso, e os 
problemas de saneamento tornam-se cada vez mais difíceis de serem resolvidos e com um 
maior custo de implantação e manutenção da infraestrutura de serviços, e a falta de 
divulgação desses conhecimentos é preocupante. Em áreas rurais, a população consome 
recursos para construir suas casas sem incluir as facilidades sanitárias indispensáveis, como 
poço protegido, fossa séptica, etc. Assim sendo, o processo saúde versus doença não deve ser 
entendido como uma questão puramente individual e sim como um problema coletivo. 
 
 
 
 
2. A Situação do Sanemento no Brasil 
 
A responsabilidade pela prestação dos serviços de saneamento básico sempre se situou 
na esfera municipal - mesmo antes da Constituição Federal de 1988, que reafirmou tal 
competência. Ao longo da década de 70, o Brasil empreendeu um significativo esforço com 
vistas a propiciar o abastecimento de água à população urbana, valendo-se do mecanismo do 
Plano Nacional de Saneamento (Planasa), o governo incentivou a criação de companhias 
estaduais de saneamento básico (Cesb’s), que se tornaram as executoras do referido programa,sendo os recursos para elas transferidos pela União, através do BNH. 
Segundo MOREIRA (2002) com o Planasa e a criação das Cesb’s, grande parte dos 
municípios brasileiros - dentre aqueles que não possuíam serviços próprios de água e esgoto e 
tampouco dispunham de recursos para desenvolvimento, implantação, operação e manutenção 
desses sistemas - concedeu a prestação desses serviços às companhias estaduais então criadas. 
Atualmente, existem 27 Cesb’s responsáveis pelo atendimento a mais de 3.700 municípios. 
Por outro lado, cerca de 1.300 municípios - 46% deles localizados em São Paulo e Minas 
Gerais - possuem seus próprios sistemas de saneamento, sendo conhecidos como “municípios 
ou sistemas autônomos”, A situação geral do atendimento à população urbana brasileira pode 
ser sintetizada na Tabela 1. 
 Tabela 1 
Índices de Cobertura antes e depois do Planasa –1970 e 1991 
(Em % de Domicílios Urbanos) 
 
 
 
 
 
 
 
 Fonte: IBGE. 
 
De acordo com MOREIRA (2002) observa-se que o Planasa foi, de fato, muito bem 
sucedido em sua meta de elevar os níveis de atendimento de água, apresentando um acréscimo 
da ordem de 64 milhões de habitantes. No que se refere ao esgotamento sanitário, embora a 
população incorporada seja significativa, os indicadores de coleta de esgotos ainda são 
insatisfatórios (pelo menos 39 milhões de pessoas ainda não têm acesso a este serviço) e os de 
destinação e tratamento de esgotos são sofríveis. Apenas 10% do total de esgotos produzido 
recebem algum tipo de tratamento, ou seja, 90% são despejados in natura nos solos, rios, 
córregos e nascentes, constituindo-se na maior fonte de degradação do meio ambiente urbano 
e de proliferação de doenças infecciosas e parasitárias. 
De acordo com MACHADO (2003), durante os anos 90 do século passado, face à 
dramática realidade e situações nas quais a água está inserida, o governo brasileiro, diante dos 
alertas sobre a iminente crise de disponibilidade de água, em especial após a realização da 
Eco 92 no Rio de Janeiro e do preceituado no artigo 21 da Constituição Federal de 1988, 
equacionou medidas com o objetivo de minorar os problemas já existentes, num país onde 
ainda convivem a cultura da abundância e da finitude do recurso água. 
Ainda segundo MACHADO (2003), foi criada a Agência Nacional de Águas (ANA), 
através da Lei nº 9.984 de 17 de julhode 2000, o órgão gestor dos recursos hídricos de 
domínio da União. Trata-se de uma agência gestora de um recurso natural e não uma agência 
reguladora da prestação de serviços públicos, no âmbito dos estados-membros da federação, 
as constituições promulgadas em 1989 refletiram a mesma sensibilidade presente na 
Constituição Federal em relação aos recursos hídricos, incluindo entre seus preceitos artigos e 
até capítulos direta ou indiretamente ligados à problemática da água, a seus usos e prioridades 
 DESCRIÇÃO 1970a 1991b 
Água 
Rede Publica com Canalização interna 60 86 
Esgotamento Sanitário 
Rede Geral/Fossa Séptica 22 49 
e a sua participação nos recursos naturais e no meio ambiente. Em geral, as normas estaduais, 
de acordo com suas próprias Constituições, têm por objetivo assegurar que a água, recurso 
natural essencial à vida, ao desenvolvimento econômico e ao bem-estar social, possa ser 
controlada e utilizada, em padrões de qualidade satisfatórios, por seus usuários atuais e 
futuros a expectativa de reversão do atual quadro de degradação dos recursos naturais. Não se 
trata mais apenas de estabelecer padrões para emissões de poluentes ou de fiscalizar o 
cumprimento de normas técnicas e punir aqueles que, infringindo-as, poluem o meio 
ambiente, embora não se possa prescindir dessas medidas. Aos governos, em especial, mas 
também às sociedades, de forma ampla, é atribuída a responsabilidade pela promoção de uma 
atitude nova frente aos recursos naturais e aos problemas ambientais. 
A Tabela 2 apresenta um panorama histórico dos aspectos de saúde pública e meio 
ambiente que nortearam o setor de saneamento, desde meados do século XIX até o início do 
século XXI. Pode-se observar que a própria evolução do conceito de saúde pública e sua 
interface com o saneamento, o fortalecimento da questão ambiental e os aspectos referentes à 
legislação de controle de qualidade da água, seja ela para o abastecimento público ou para o 
controle da poluição, são condutores das ações de saneamento. Como observado por Branco 
(1991), a história brasileira é toda pontuada por aspectos institucionais e de regulação sobre a 
qualidade das águas, que se modificaram na medida em que os conceitos de saúde e meio 
ambiente foram sendo incorporados. 
Tabela 2 Evolução histórica dos aspectos de saúde pública e meio ambiente no setor 
de saneamento no Brasil. 
 
De acordo com (Lijklema, 1995; Nascimento & von Sperling; 1998 apud SOARES, 
BERNARDES e CORDEIRO NETTO, 2002), embora saúde e higiene tenham sido motivos 
de preocupações em políticas urbanas na América Latina desde meados do sé- culo XIX, 
somente nos últimos anos o acesso aos sistemas de abastecimento de água e de esgotamento 
sanitário passou a ser considerado como tema ambiental, inclusive no Brasil. Deve-se 
ressaltar, no entanto, que apesar dessa mudança de enfoque, os objetivos ambientais e de 
saúde não são exatamente os mesmos, o que fica evidenciado, por exemplo, quando se 
examinam os padrões de qualidade da água relacionados aos aspectos de proteção do corpo 
receptor e ao aspecto de potabilidade, diretamente associado à qualidade da água fornecida ao 
consumidor. 
 
3. Saneamento Basico nos Municipios 
 
 Compete aos municípios a prestação, direta ou indireta, dos serviços de saneamento 
básico, decorrendo daí sua competência para concedê-los, sempre mediante licitação pública, 
à iniciativa privada. Por sua vez, compete à União a formulação da política urbana, aí 
compreendidos o saneamento básico e a habitação. Nesse sentido, a Secretaria de Políticas 
Urbanas do Ministério do Planejamento e Orçamento vem desenvolvendo ações com vistas ao 
estabelecimento de diretrizes gerais para o setor. De fato, os municípios, hoje, não dispõem 
de órgão ou entidade especificamente constituídos com a finalidade de regular os serviços 
concedidos. Em se tratando de municípios autônomos que concederam plena ou parcialmente 
seus serviços de saneamento, a solução mais comum tem sido a de atribuir as funções de 
fiscalização da qualidade da prestação dos serviços à autarquia ou ao departamento municipal 
que tenha operado - ou continue a operar parcialmente - os referidos serviços. Nesse sentido, a 
possibilidade de resolução de eventuais conflitos em instância administrativa de caráter 
paritário, conforme sugerido, não se concretiza. Por outro lado, a hipótese de criação de 
órgãos reguladores em cada município pode não se constituir numa boa opção, dada a 
necessidade de estruturação de cada uma dessas entidades, o que pode ser visto como uma 
ampliação do aparelho público. 
Uma alternativa que vem sendo examinada consiste na criação de um órgão estadual 
regulatório, ao qual os municípios, por adesão, basico.doc 05/02/2002 alternativa poderia 
permitir um monitoramento comparativo do desempenho das diversas concessionárias, 
contribuindo para ampliar a capacidade de avaliação e discussão dos Poderes Concedentes 
municipais frente às solicitações de reajuste e revisão de tarifas, por exemplo. 
A questão regulatória, até o momento, não vem sendo considerada pelos investidores, 
no caso do saneamento básico, como impeditiva à entrada do setor privado. Situações que 
contemplem o envolvimento de mais de um município certamentevirão demandar maior 
clareza quanto ao tema. 
De todo modo, em tese, os editais e os contratos de concessão podem perfeitamente 
estabelecer mecanismos e procedimentos claros e precisos, de forma a assegurar os direitos e 
deveres de todos os atores envolvidos. Entretanto, a ampla diferenciação existente entre os 
municípios, em especial no que se refere à capacitação para o exercício das funções de 
regulador e fiscalizador, pode caracterizar um risco “regulatório”. 
Vale destacar, ainda, que o BNDES tem procurado desenvolver ação de orientação, 
junto aos municípios que manifestem interesse na concessão de seus serviços de saneamento, 
no que se refere à formulação e elaboração dos termos dos respectivos editais, em especial no 
tocante à política tarifária e ao equilíbrio econômico-financeiro dos contratos de concessão. É 
possível, ainda, examinar o mérito e a natureza do projeto objeto da concessão, antes da 
conclusão do processo licitatório, de forma que o edital já contemple a possibilidade de o 
futuro licitante vencedor - caso seja de seu interesse e observados os requisitos bancários e 
cadastrais de praxe - vir a pleitear recursos do BNDES para a consecução dos investimentos 
previstos. 
 
4. Panorama do Municipio de Caratinga e Região 
 
4.1 Rede Hidrográfica de Catatinga 
 
Segundo dados do ECOPLAN (2010) o principal rio desta UPGRH é o Caratinga, 
afluente da margem direita do rio Doce. Tem suas nascentes no município de Santa Bárbara 
do Leste, estende-se por cerca de 222 km passando pelas cidades de Santa Rita de Minas, 
Ubaporanga, Inhapim e Dom Cavati. Deságua no rio Doce, junto à divisa dos municípios de 
Tumiritinga e Conselheiro Pena. Tem como principal afluente pela margem direita o rio Preto, 
e os ribeirões Alegre e Queiroga pela margem esquerda. Na bacia incremental, os principais 
rios e córregos que drenam para o Doce a montante da confluência com o Caratinga são: 
Ribeirão do Boi, Brejão, Córrego Beija-Flor, rio Branco, ribeirão do Bugre, ribeirão Santo 
Estevão, ribeirão do Café, Córrego Perdidinha Córrego Perdida, Traíra, entre outros menos 
representativos. Já na porção a jusante da confluência do Caratinga com o Doce, esta bacia 
incremental conta com os seguintes rios e córregos: córrego da Virgulina, córrego Sapucaia, 
ribeirão Itatiaia, córrego da Lapa, Córrego Rochedo do João Pinto Córrego Taquaraçú entre 
outros. 
 
4.2 Abastecimento de Água em Caratinga 
 
De acordo com ECOPLAN (2010), o índice médio de cobertura dos serviços de 
abastecimento de água na UPGRH DO5 é de 95,1%. No que tange à adequação ao 
abastecimento de água, 91,44% dos domicílios possuem canalização em pelo menos um 
cômodoos índices de atendimento urbano de água nos 25 municípios cuja sede situam-se na 
unidade. Observa-se que 14 municípios contam com índice de 100% de atendimento urbano 
de água, 9 municípios situam-se na faixa de 80 a 99% de atendimento, e 2 municípios 
apresentam taxa de atendimento urbano abaixo de 64%. Na questão da disponibilidade hídrica 
também é necessário que se atente para a eficiência do uso da água nos sistemas de 
abastecimento público. Sistemas mais eficientes reduzem as retiradas de água em pontos 
concentrados, além de postergar investimentos na ampliação de sistemas de captação. 
 
4.3 Esgotamento Sanitário 
 
Com base nos dados da ECOPLAN (2010), o índice médio de cobertura dos serviços 
de coleta de esgotos na UPGRH DO5 é de 69,6%. O Quadro 15 fornece um panorama 
municipal do atendimento de esgotos nosmunicípios cuja sede insere-se na unidade. O maior 
índice de coleta encontra-se no município de Santa Rita de Minas, onde 90% do esgoto é 
coletado. Abaixo do índice de 60% encontram-se 4 municípios. A maior coleta de esgotos é 
realizada no município de Caratinga, que é o mais populoso da unidade e o único a ser 
atendido pela COPASA, onde são coletados 1.466.830 m³ de esgoto por ano. A lei 11.445/07 
estabelece as diretrizes da Política Nacional de Saneamento, determinando que a prestação de 
serviços públicos de saneamento básico observe o Plano Municipal de Saneamento, 
abrangendo o “conjunto de serviços, infraestruturas e instalações operacionais de 
abastecimento de água potável, esgotamento sanitário, manejo de resíduos sólidos e limpeza 
urbana e manejo das águas pluviais e drenagem urbanas”. Atualmente, nenhum dos 
municípios da UPGRH DO5 possui Plano Municipal de Saneamento concluído, instrumentos 
de planejamento participativo que podem avançar na discussão dos temas associados. 
 
 
Conclusão 
 
Pontanto, a despeito da água ser um recurso ambiental, sua importância como bem 
essencial à vida, ao desenvolvimento econômico e ao bem-estar social faz com que requeira 
uma gestão e uma legislação especiais, voltadas para as suas características singulares. Os 
novos conceitos que permeiam as leis nacionais e estaduais de recursos hídricos das últimas 
décadas, surgiram da necessidade de conter ou contornar uma crise de qualidade e quantidade, 
nascida do uso excessivo e mal organizado do recurso hídrico, um dos elementos vitais para a 
vida humana no Planeta. 
 Sendo os Recurso hidricos de extrema importancia para a saúde pública, tanto no que 
tange a qualidade e quantidade, é necessario estudos mais amplos e profundos sobre o tema, 
para que possa oferecer novas alternativas de preservação das águas e melhoria no sistema de 
abastecimento e, principalmente, no sistema de esgotamento. 
 A principal ferramenta para essas mudanças é a engenharia, tanto no parecer técnico 
como fornecer métodos de garantir a qualidade das águas de consumo, e coibindo a poluição 
das águas com o esgotamento oferecendo meios de reduzir esses impactos, só assim haverá 
equilibrio entre esses serviços oferecidos à comunidade. Mesmo o Brasil estando “atrasado” 
em comparação com outros países, tem mostrado grande evolução nos últimos anos, sendo 
um exemplo de Caratinga que criou seu Plano Municipal de Sanemento Basico e recebeu 
infraestrutura para Tratamento de esgoto, um grande avanço que tratará grandes beneficios a 
Cidade e seus habitantes. 
 Assim, Há muito ainda a melhorar, porém, em virtude do histórico do saneamento no 
Brasil, pode-se almejar num futuro próximo, aquilo que o artigo 25 da DUDH diz, que toda a 
pessoa tem direito a um nível de vida suficiente para lhe assegurar e à sua família a saúde e o 
bem-estar, isso só é possível com um saneamento de qualidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Referências 
 
AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS, A Evolução da Gestão dos Recursos Hídricos no Brasil. 
Brasília: ANA, 2002. 
 
BRANCO, S. M., 1991. Aspectos institucionais e legais do controle da poluição. In: 
Hidrologia Ambiental (R. L. L. Porto, org.), pp. 349-373, São Paulo: Associação Brasileira de 
Recursos Hídricos/Edusp 
 
CAVINATTO, V. M. Saneamento básico: fonte de saúde e bem-estar. São Paulo: Ed. 
Moderna, 1992. 
 
CONSÓRCIO ECOPLAN – LUME. Plano de ação de recursos hídricos da unidade de 
planejamento e gestão dos recursos hídricos caratinga parh caratinga. Belo Horizonte. 2010. 
http://www.cbhdoce.org.br/wp-content/uploads/2015/01/PARH_Caratinga.pdf. Acesso 04/06/2017 
 
FUNDAÇÃO NACIONAL DA SAÚDE, Manual de Saneamento. 3a ed. Brasília: MS/ FNS, 1998. 
 
GUIMARÃES, A. J. A.; CARVALHO, D. F. de; SILVA, L. D. B. da. Saneamento básico. 
Disponível em: http://www.ufrrj.br/institutos/it/deng/leonardo/downloads/APOSTILA 
/Apostila %20IT%20179/Cap%201.pdf . Acesso em: 15 maio de 2017. 
 
IBGE. Censo demográfico de 1991. Rio de Janeiro, 1991. 
 
MACHADO,C.J.S. Recursos Hídricos e Cidadania no Brasil: Limites, Alternativas eDesafios. Ambiente & Sociedade – Vol. VI nº. 2. Rio de Janeiro. 2003 
 
MOREIRA, T. Saneamento Básico: Desafios e Oportunidades. BNDES.. Rio de Janeiro. 2002 
 
SOARES, S. R. A.; BERNARDES, R. S.; CORDEIRO NETTO, O. M. Relações entre 
saneamento, saúde pública e meio ambiente: elementos para formulação de um modelo de 
planejamento em saneamento. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 18 (6):1713-1724, novdez, 
2002. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/csp/v18n6/13268.pdf.. Acesso: mai 2017. 
 
SHIKLOMANOV, I., “World fresh water resources”, GLEICK, P. H. (Editor), Water in Crisis. A 
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Declaração Universal dos Direitos Humanos. 
www.ohchr.org/EN/UDHR/Documents/UDHR_Translations/por.pdf. Acesso: 04 de junho 2017

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