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Apostila de Concreto - 1999

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Curso de Materiais Curso de Materiais Curso de Materiais Curso de Materiais de Construção de Construção de Construção de Construção –––– Tecnologia Básica do Concreto Tecnologia Básica do Concreto Tecnologia Básica do Concreto Tecnologia Básica do Concreto 
Prof. José Roberto Albuquerque GonçalvesProf. José Roberto Albuquerque GonçalvesProf. José Roberto Albuquerque GonçalvesProf. José Roberto Albuquerque Gonçalves 
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MATERIAIS de CONSTRUÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Professor: José Roberto Albuquerque GonçalvesProfessor: José Roberto Albuquerque GonçalvesProfessor: José Roberto Albuquerque GonçalvesProfessor: José Roberto Albuquerque Gonçalves 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1111oooo Semestre de 1999 Semestre de 1999 Semestre de 1999 Semestre de 1999 
 
 
 
 
 
Curso de Materiais Curso de Materiais Curso de Materiais Curso de Materiais de Construção de Construção de Construção de Construção –––– Tecnologia Básica do Concreto Tecnologia Básica do Concreto Tecnologia Básica do Concreto Tecnologia Básica do Concreto 
Prof. José Roberto Albuquerque GonçalvesProf. José Roberto Albuquerque GonçalvesProf. José Roberto Albuquerque GonçalvesProf. José Roberto Albuquerque Gonçalves 
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Ementa 
1. Histórico 
2. Introdução 
3. Materiais Componentes 
3.1 Fase Argamassa 
3.2 Fase Agregado Graúdo 
3.3 Zona de Interface entre a Argamassa e o Agregado Graúdo 
4. Classificação do Concreto 
5. Processo de Obtenção do Concreto 
5.1 Propriedades do Concreto Fresco ou Plástico 
5.1 Trabalhabilidade 
5.2 Segregação 
5.3 Exsudação 
5.4 Tempo de Pega 
5.5 Temperatura 
5.6 Retração 
6. Propriedades do concreto Endurecido 
6.1 Resistência à Compressão 
6.2 Estabilidade Dimensional 
6.3 Durabilidade 
6.4 Patologia do Concreto 
6.4.1 Corrosão da Armadura de Reforço de Aço 
6.4.2 Corrosão Microbiológica 
6.4.3 Reação álcali-agregado 
6.4.4 Ataque de Sultados 
6.4.5 Ação de Diversas Substâncias no Concreto 
7. Processo de Obtenção do Concreto 
8. Seleção e Acondicionamento Adequado dos Materiais 
9. Dosagem do Concreto 
9.1 Introdução 
9.2 Importância 
9.3 Proporcionamento das Matérias Primas ou Traço do Concreto 
9.4 Objetivos Básicos 
 
 
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Prof. José Roberto Albuquerque GonçalvesProf. José Roberto Albuquerque GonçalvesProf. José Roberto Albuquerque GonçalvesProf. José Roberto Albuquerque Gonçalves 
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9.4.1 Custo 
9.4.2 Trabalhabilidade do Concreto Fresco ou Plástico 
9.4.3 Resistência á Compressão do Concreto Endurecido 
9.5 Dosagem Experimental 
9.6 Métodos de Dosagem 
10 Mistura, Transporte e Lançamento do Concreto Fresco 
11 Adensamento e Cura do Concreto Fresco 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Concreto 
 
1. Introdução 
 
Nos primórdios da civilização humana o primeiro material estrutural a ser 
predominantemente utilizado foi a pedra. Depois da era da pedra houve uma sucessão 
de “era” de diferentes materiais estruturais que predominaram, tais como: a madeira, o 
aço e, atualmente, o concreto. O concreto é o material estrutural mais largamente 
utilizado na construção civil (muito diferente do que a 30 anos atrás), podendo-se estimar 
uma produção anual de 5,5 bilhões de toneladas por ano, ou seja são produzidas 1 
tonelada de concreto por habitante da terra por ano. 
 
 Mundialmente, o concreto tende, ao longo das próximas décadas, a ser cada vez 
mais utilizado para fins estruturais na construção civil, aumentando a diferença, em 
termos de consumo, do seu principal concorrente o aço. 
 
 O concreto não é tão resistente e nem tão tenaz quanto o aço, todavia, os fatores 
que levam o concreto a ser o material estrutural mais largamente utilizado na construção 
são: 
• excelente resistência a ação da água; 
• facilidade com que os elementos estruturais são executados na própria obra, numa 
variedade de formas e tamanhos; 
• apresenta o menor custo de produção e é o mais facilmente disponível no canteiro de 
obra; 
• apresenta o menor consumo de energia na sua produção; 
• as jazidas dos materiais componentes (matéria prima) do concreto são facilmente 
encontrados, independentemente da condição geográfica; e 
• no concreto são re-aproveitados, em alguns casos trazendo vantagens ao concreto, 
muitos rejeitos industriais, de modo que em alguns casos acabam se tornando 
subprodutos, conservando as fontes de matéria prima (as jazidas dos seus 
componentes principais). 
 
 
 
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2. Matérias Primas 
 
 O concreto é um material hidráulico composto, basicamente, de uma mistura de: 
• um aglomerante (nos primórdios do concreto eram utilizados, como aglomerante, 
cimentos hidráulicos naturais, a cal hidráulica e virgem ou a cal hidráulica misturada a 
pozolana); 
• um inerte de composição granulométrica contínua e variada (agregado miúdo e graúdo 
com dimensão diâmetro de grãos que varia de 0,075 mm até cerca de 38 mm); e 
• água, também, denominada de água de mistura ou amassamento). 
 
 Modernamente, além destes três constituintes básicos do concreto, podemos 
dispor na mistura de: 
• fibras metálicas e poliméricas; 
• adições minerais; e 
• aditivos químicos. 
 
3. Materiais Componentes 
 
 Essencialmente o concreto é constituído por partículas de agregados dispersas em 
um aglomerante. Macroestrutura (visível a olho nu - vide Figura 1)) o concreto é 
composto por duas fases ou componentes: argamassa1 e agregado graúdo. Todavia, se 
observarmos no microscópio a microestrutura do concreto veremos que a pasta de 
cimento Portland hidratada apresenta-se homogênea até a região próxima ao agregado 
graúdo, onde há uma variação na morfologia e na concentração dos cristais da pasta. 
Assim, a interface ou zona de transição entre a pasta e o agregado graúdo constitui-se na 
terceira fase do concreto. Portanto, o concreto é composto de: 
• fase argamassa; 
• fase zona de transição entre o agregado graúdo e a argamassa; e 
• fase agregado graúdo. 
 
 
 
1
 CONCRETO = ÁGUA+CIMENTO PORTLAND+AGREGADO MIÚDO+AGREGADO GRAÚDO 
 ARGAMASSA = ÁGUA+CIMENTO PORTLAND+AGREGADO MIÚDO 
 
 
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3.1 Fase Agregado Graúdo 
 
 No concreto esta fase é predominante responsável pela: 
• massa unitária; 
• massa específica; 
• módulo de elasticidade; e 
• estabilidade dimensional. 
 A composição química ou mineralógica do agregado graúdo são, em geral, menos 
importantes para as propriedades o concreto do que as características e propriedades, 
tais como a granulometria, diâmetro máximo, distribuição dos poros, forma e textura 
superficial. Exceto em relação a durabilidade do concreto, onde os agregados graúdos 
podem reagir com os compostos do cimento Portland e gerar reações deletérias, como as 
reações alcali-agregado. 
 
 A resistência mecânica do agregado graúdo é, via de regra, bastante superior as 
das demais fases do concreto. Portanto, pouco influi na resistência mecânica do 
concreto, exceto no concreto de alta resistência, onde os agregados graúdos influenciam, 
e em muito, a resistência à compressão do concreto (a resistência à tração pouco varia). 
 
3.2 Fase Argamassa 
 
 Basicamente a fase argamassa de cimento Portland é composta de: 
• agregado miúdo, geralmente quartzoso; e 
• compostos da hidratação do cimento Portland, tais como: 
• silicato de cálcio hidratado (S-C-H), que são cristais pequenos e resistentes, disposto 
em diferentes direções, e que ocupam um volume entre 50 a 60% da pasta; 
• hidróxido de cálcio (HC) que são cristais grandes e frágeis, disposto em diferentes 
direções, e que ocupam um volume entre 20 a 25% da pasta; 
• etringita e sulfoaluminatos de cálcio hidratados que desempenham propriedades 
menores nas relações estrutura-propriedades do concreto e que ocupam um volume 
entre 15 a 20% da pasta; 
• grãos de clínquer Portland anidros; 
 
 PASTA = ÁGUA+CIMENTO PORTLAND 
 
 
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• vazios ou poros na pasta endurecida, que podem estar divididos em (vide Figura 2): 
⇒ macroporos que variam de 5 µm a 10 mm, sendo, portanto, em alguns casos 
visíveis a olho nu, e pouco representam do volume relativo a porosidade total da 
pasta, não influenciando nas propriedades do concreto. O ar incorporado por 
aditivos químicos são macroporos; e 
⇒ microporos que representam a maior parte da porosidade da pasta e influenciam 
nas propriedades do concreto (estabilidade dimensional, durabilidade e 
resistência mecânica). Podem ser divididas em poros capilares, cuja dimensão 
do poro varia de 5 a 0,01 µm, e poros gel, cuja dimensão do poro varia de 0,01 a 
0,001 µm. 
 
 A argamassa influi na: 
1. durabilidade e resistência à mecânica do concreto, exceto na sua resistência à tração. 
A resistência mecânica e a durabilidade do concreto ou da argamassa aumenta com: 
⇒ o aumento da concentração de S-C-H; 
⇒ a redução da concentração de hidróxido de cálcio; e 
⇒ a redução da porosidade capilar e gel (microporos). 
 Os dois primeiros itens acima dependem das características do cimento Portland, 
tais como a finura, a composição potencial e a presença de adições minerais, e o 
último depende da relação água/cimento Portland. Quanto maior a relação 
água/cimento Portland da fase argamassa, maior a sua porosidade capilar e a sua 
permeabilidade, as quais reduzem, respectivamente, a resistência mecânica e a 
durabilidade do concreto e (vide Figuras 3 e 4). 
2. estabilidade dimensional. A água oriunda do meio ambiente ou da própria água de 
amassamento do concreto se aloja nos poros. A água livre se aloja nos macroporos e 
a ligada (é a água adsorvida nos cristais e a água combinada dos cristais hidratados 
do cimento) se aloja nos microporos. A perda da água livre determina uma retração, 
denominada de retração hidráulica, e tensões de tração internas. A perda de água 
ligada impõe ao concreto uma elevada retração e altas tensões de tração. Se a tensão 
resistente à tração da fase argamassa ou do concreto for inferior as tensões 
solicitantes de tração ocasionadas pela retração hidráulica ou não, a fase argamassa 
ou o concreto ocorrerão fissuras, reduzindo a resistência mecânica e a durabilidade. 
Como já se sabe o concreto apresenta baixa resistência à tração. A estabilidade 
 
 
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dimensional, como na resistência mecânica, também depende das características do 
cimento e da relação água cimento e aumentam com o aumento da concentração de 
S-C-H, a redução da concentração de hidróxido de cálcio; e a redução da porosidade 
capilar e gel (microporos). 
 
3.3 Zona de transição entre o agregado graúdo e a argamassa 
 
 É basicamente composta pelos mesmos compostos da hidratação do cimento 
Portland, tais como: 
• silicato de cálcio hidratado (S-C-H), que são cristais pequenos e resistentes, disposto 
em diferentes direções, e que ocupam um volume entre 20 a 25% da pasta; 
• hidróxido de cálcio (HC) que são cristais grandes e frágeis, disposto em diferentes 
direções, e que ocupam um volume entre 20 a 25% 50 a 60% da pasta; e 
• vazios ou poros na pasta endurecida (vide Figura 2). 
 
 Comparativamente com a fase argamassa, a zona de transição apresenta (vide 
Figura 4): 
• uma concentração de HC superior, além de se apresentarem dispostos 
perpendicularmente a superfície do agregado graúdo; 
• uma concentração de S-C-H inferior; e 
• uma porosidade capilar superior. 
 
 Estes três fatores reduzem, e em muito, as propriedades da zona de transição, 
tornando-a, via de regra, a fase mais fraca, menos resistente e com menor durabilidade 
do concreto. Portanto, se desejarmos melhorar as propriedades do concreto é 
necessário modificarmos a concentração dos cristais e reduzirmos a porosidade capilar. 
 
4. Classificação do Concreto 
 
 O concreto pode ser classificado pela: 
• resistência à compressão em: 
⇒ concreto de baixa resistência, cuja resistência à compressão é inferior a 20 MPa; 
 
 
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⇒ concreto de resistência moderada, cuja resistência à compressãofica entre 20 a 
50 MPa; 
⇒ concreto de alta resistência, cuja resistência à compressão fica entre 50 e 100 
MPa; e 
⇒ concreto de ultra-alta resistência, cuja resistência à compressão é superior a 100 
MPa; 
• massa específica real em: 
⇒ concreto leve, cuja massa específica real é inferior a 1,8 Mg/m3; 
⇒ concreto normal, cuja massa específica real fica entre 1,8 e 3,2 Mg/m3; e 
⇒ concreto pesado, cuja massa específica real é superior a 3,2 Mg/m3 . 
 
5. Propriedades do Concreto Fresco ou Plástico 
 
5.1 Trabalhabilidade 
 
 É definida pela ASTM C 125 como a propriedade do concreto que determina o 
esforço necessário para manipular ou manusear nas primeiras horas, ou seja permite o 
transporte, o lançamento e o adensamento de uma quantidade de concreto com uma 
perda mínima de homogeneidade. 
 
 A consistência do concreto, que é medida pelo “Slump-Test ou outros métodos de 
ensaio, é apenas um índice da facilidade de mover o concreto. 
 
 A trabalhabilidade é uma propriedade depende da: 
• viscosidade (ou fluidez), que descreve a facilidade de mover o concreto; e 
• coesão, que descreve a resistência a exsudação ou a segregação. 
 
 A trabalhabilidade é uma das propriedades básicas que devem ser atendidas na 
dosagem e no tipo de mistura dos materiais componentes do concreto a ser adotado. É 
importante, pois se não for atendida a trabalhabilidade requerida pelo transporte, 
lançamento e adensamento, o concreto poderá não apresentam a resistência e 
durabilidade previstas inicialmente. 
 
 
 
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 Os fatores que afetam a trabalhabilidade são: 
• consumo de água de amassamento (quanto mais água maior a fluidez e menor a 
coesão - segregação); 
• consumo de cimento e adições minerais (quanto maior o consumo mais coeso e menor 
fluidez); 
• finura do cimento e das adições minerais (quanto maior a finura mais coeso e menor 
fluidez); 
• características do agregado (quanto maior o tamanho, a granulometria, o índice de 
forma e a rugosidade superficial menor a fluidez e a coesão); e 
• aditivos químicos (reduzem o atrito interno entre os grãos dos sólidos do concreto e 
aumentam a fluidez e a coesão do concreto). 
• 
 A perda de abatimento é um fenômeno normal no concreto e ocorre 
gradativamente com o decorrer do tempo, face as reações de hidratação e a evaporação 
da água de amassamento livre. Os aditivos químicos e os adições minerais podem 
acelerar a perda de abatimento do concreto. 
 
 O concreto somente deve ser manuseado até o início do tempo de pega, que é 
contato a partir da adição de água ao cimento Portland. 
 
5.2 Segregação 
 
 É definida como sendo a separação dos componentes do concreto fresco de tal 
forma que a sua distribuição no concreto não seja mais uniforme. Ocorre mais em 
misturas de concreto muito fluidas. 
 
Reduzem a resistência mecânica e a durabilidade do concreto. 
 
5.3 Exsudação 
 
 É um fenômeno que se inicia logo após a adição dos materiais sólidos anidros 
(massa específica entre 2,5 e 3,0 Mg/m3) na água (massa específica entre 2,5 e 3,0 
Mg/m3), onde a água tende a subir para superfície do concreto por diferença de massa 
 
 
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específica (é mais leve que os materiais sólidos e anidros). Sua manifestação pode ser 
externa ou interna. Externa quando a água chega a superfície de concreto, fazendo um 
filme de água que irá se evaporar e interna se durante o trajeto da água para a superfície 
do concreto a água se acumular na face inferior dos grãos de agregado graúdo (Vide 
Figura 5). 
 
Reduzem a resistência mecânica, a durabilidade e a estabilidade dimensional do 
concreto. 
 
5.4 Tempo de Pega 
 
 As reações progressivas de hidratação e a evaporação da água de amassamento 
vão enrijecendo o concreto lentamente a partir do contato da água com o cimento 
Portland. 
 
O início e o fim do tempo de pega são definidos, respectivamente, como o início e 
o fim da solidificação da mistura de concreto no estado fresco ou plástico. Os valores 
para início e fim são arbitrados e, obviamente, as reações de hidratação não se iniciam e 
nem terminam no início e fim de pega. 
 
É importante para o planejamento da concretagem do elemento estrutural, 
permitindo saber o tempo necessário para as operações de transporte, lançamento, 
adensamento e, caso necessário, o re-mistura do concreto. 
 
5.5 Temperatura 
 
 As reações de hidratação são exotérmicas e, portanto, liberam calor. Se a 
temperatura do concreto se elevar muito haverá uma aceleração das reações de 
hidratação e da evaporação do concreto, de modo a determinar uma aceleração da perda 
da trabalhabilidade ou da consistência e até maior retração hidráulica. Isto implica, 
respectivamente, em um menor tempo para a operações de manuseio e manipulação, e 
uma maior fissuração e instabilidade dimensional do concreto. 
 
 
 
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 Portanto, em climas quentes e grandes massas de concreto deve-se controlar a 
temperatura do concreto, reduzindo-a com água fria ou congelada, por exemplo. 
Todavia, em climas frios as reações de hidratação diminuem o seu ritmo, sendo, portanto, 
necessários aumentar a temperatura do concreto com a quente, por exemplo. 
 
6. Propriedades do Concreto Endurecido 
 
6.1 Resistência à Compressão 
 
 Como a trabalhabilidade no concreto fresco ou plástico, a resistência à 
compressão, em geral aos 28 dias de idade, é a principal propriedade, sendo 
normalmente a propriedade de referência especificada pelos projetista para as estruturas 
de concreto. Isto se deve ao foto da resistência à compressão estar íntima e diretamente 
relacionadas com outras importantes propriedades do concreto, tais como a 
permeabilidade, módulo de deformação, resistência as intempéries e ao meio agressivo. 
 
 A resistência à compressão é definida como a capacidade que o concreto 
apresenta em resistir a tensão sem que haja ruptura. A ruptura do concreto ocorre 
quando as fissuras decorrentes dos esforços solicitantes se unem formando uma 
superfície de ruptura. Geralmente, as fissuras se iniciam na zona de transição entre a 
argamassa e o agregado graúdo (vide Figura 8). A resistência à compressão, assim 
como as propriedades citadas no parágrafo anterior, dependem inversamente da 
porosidade capilar (vide Figura 6). 
 
 O Fluxograma a seguir mostra a influência das propriedades decada uma das fases do 
concreto na resistência à compressão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 Em suma, os principais fatores que influenciam a resistência à compressão do 
concreto são: 
• a energia de adensamento; 
• o grau de hidratação do cimento Portland, que depende: 
• do tipo do cimento Portland; 
• consumo de cimento; e 
• idade do cimento. 
• a relação água/cimento; 
• a mistura das matérias primas do concreto, que depende: 
• a ordem de colocação do materiais; e 
• a energia de mistura (depende da betoneira) 
RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO 
POROSIDADE DA MATRIZ 
•relação água/cimento Portland 
(vide Figura 7); 
•relação aditivo químico/cimento 
Portland; 
•relação adição mineral/cimento 
Portland; 
•tipo de cimento; 
•presença de impurezas na água 
de amassamento; e 
•grau de hidratação, que depende 
da idade, tempo de cura, 
temperatura e umidade do ar. 
POROSIDADE 
DO 
AGREGADO 
GRAÚDO 
POROSIDADE da ZONA de TRANSIÇÃO 
•relação água/cimento Portland (vide 
Figura 7); 
•relação aditivo químico/cimento Portland; 
•relação adição mineral/cimento Portland; 
•tipo de cimento; 
•grau de hidratação (idade); 
•características do agregado, tais como 
diâmetro máximo, granulometria, forma e 
textura superficial; 
•grau de hidratação, que depende da 
idade, tempo de cura, temperatura e 
umidade do ar 
•adensamento do concreto; e 
•interação química entre a pasta e o 
agregado graúdo positiva (reação entre o 
agregado calcário e o S-C-H da pasta) e 
negativa (reação deletéria álcali-
agregado). 
PARÂMETRO DA AMOSTRA 
•dimensões e geometria da 
peça de concreto. 
RESISTÊNCIA das FASES 
COMPONENTES do 
CONCRETO 
 
PARÂMETROS de 
CARREGAMENTO 
•tipo e velocidade de aplicação 
da tensão. 
 
 
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• o diâmetro máximo do agregado graúdo; 
• a forma do agregado graúdo; 
• a cura do concreto; 
• a temperatura de cura do concreto; e 
• a presença ou não e do tipo dos aditivos químicos e adições minerais utilizadas. 
 
A relação água/cimento é a principal característica utilizada pelos tecnologistas de 
concreto para correlacionar a resistência à compressão com a idade do concreto. As 
duas fórmulas mais referenciadas na literatura são a de: 
- Abrams, onde fcj = A/Bx (ou log fcj = log A – x log B) sendo 
• “fcj“ a resistência à compressão aos “j” dias de idade, 
• “A” e “B” parâmetros que dependem de materiais e da idade do concreto, cujos 
valores são determinados por ajustamento pelo método dos mínimos quadrados, de 
pares de valores x,fcj, e 
• “x” a relação água/cimento. 
- Bolomey, onde fcj = k (1/x – 0,50), sendo: 
• “fcj“ a resistência à compressão aos “j” dias de idade, 
• “x” a relação água/cimento. 
• “k’ é “R/d” e “R” é a resistência à compressão do cimento medida conforme a NBR 
7215/94 aos 28 dias de idade e “d” é igual a 1,58. 
Quando aos corpos de prova de concreto extraídos da estrutura, deve-se salientar 
que: 
• há uma queda na resistência à compressão da estrutura de concreto em relação aos 
corpos de prova extraídos entre 5 a 15%; 
• deve-se manter as condições de umidade encontradas em “campo” para que não haja 
variações na resistência à compressão; 
• os corpos de prova cilíndricos com relação altura/diâmetro de 2, em geral, apresentam 
resistência à compressão inferiores, cerca de 18 a 25%, às dos corpos de prova 
cúbicos; 
• os corpos de prova extraídos na direção paralela a direção da concretagem da peça 
de concreto apresentam resistência à compressão cerca de 10 superiores aos corpos 
de prova extraídos na direção perpendicular a direção de concretegem; e 
 
 
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 15 
• os corpos de prova extraídos dos pilares próximos ao encontro das lajes superiores 
apresentam resistência à compressão cerca de 10% inferiores ao corpos de prova 
extraídos ao longo da altura do pilar. 
A resistência à tração do concreto é inferior a resistência à compressão. A correlação 
aproximada entre estas duas resistência mecânicas é a indicada na fórmula: ftj=9+(fcj/20), 
onde fcj e ftj são, respectivamente, a resistência à compressão e a resistência à tração. 
O módulo de deformação está diretamente relacionada com a resistência à 
compressão do concreto, especialmente com a resistência à compressão dos agregados. 
 
6.2 Estabilidade Dimensional 
 
 A expansão ou retração do concreto são propriedades que dependem da 
expansão ou da contração volumétrica do concreto. 
 
A retração do concreto pode ser: 
• retração hidráulica ou de secagem, que ocorre em função da perde de água de 
amassamento, reduzindo o volume do concreto. A perda de água pode ocorrer por 
evaporação ou em função da reações de hidratação do cimento Portland que 
consomem água. A retração do concreto decorrente da hidratação do cimento 
Portland, também, é chamada de retração autógena. A retração hidráulica ocorre 
em maior intensidade nas primeiras idades do concreto (até cerca de 7 dias). Uma 
ordem de grandeza de valor seria 0,1mm/m. Aumentam com o aumento das 
dimensões da peça, com a redução da umidade relativa do ar, com o aumento da 
temperatura e o aumento do consumo de cimento Portland e, especialmente, do 
consumo de água de amassamento. 
• retração química é decorrente das reações de carbonatação do hidróxido de cálcio 
(produto da hidratação do cimento Portland) com o anidrido carbônico, cujo produto 
da reação, o carbonato de cálcio, apresenta menor volume que os cristais que 
iniciaram a reação. Alguns autores consideram a retração autógena é um tipo de 
retração química, só que decorrente da hidratação dos compostos anidros do cimento 
Portland. 
• retração térmica são decorrentes da variação de volume após a expansão do 
concreto oriunda das reações exotérmicas de hidratação do cimento Portland. 
 
 
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A expansão do concreto pode ocorrer em função: 
• das reações exotérmicas de hidratação do cimento Portland; 
• de variações de temperatura no meio ambiente; 
• das reações entre os cristais hidratados da pasta de cimento Portland e determinados 
sais ou óxidos, que produzem cristais expansivos em função do maior tamanho em 
relação aos cristais que originaram a reação; e 
• da penetração da água nos poros permeáveis do concreto. 
 
A retração e a expansão do concreto podem gerar fissuras. Em geral, a retração do 
concreto é maior que a expansão. 
 
 Em linhas gerais, a estabilidade dimensional depende das mesmas condicionantes 
que a resistência à compressão, ou seja vide Fluxograma 1. 
 
6.3 Durabilidade 
 
Geralmente, o interesse principal dos projetistas está voltado apenas para a resistência à 
compressão. Entretanto, face aumento da conscientização do consumidor e das leis de 
proteção ao consumidor e ao meio ambiente, os projetistas vem dedicando atenção a 
durabilidade das estruturas de concreto, pois, afinal, é delas que dependerá, entre outros 
fatores, da vida útil das edificações e obras de arte de concreto. Portanto, uma vida útil é 
considerada como sinônimo de durabilidade. 
 
 O fluxograma a seguir mostra a influência da estabilidade dimensional na 
resistência à compressão do concreto. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Segundo o ACI, a durabilidade é definida como a capacidade do concreto em 
resistir a ação das intempéries, ataques químico, ação de esforços mecânicos ou 
qualquer outro processo de deterioração, ou seja o concreto manterá a sua forma, 
qualidade e capacidade de utilização original de quando foi confeccionado quando 
exposto ao meio ambiente. 
 
Todavia, nenhum material é inerentemente durável, como, por exemplo o concreto. 
Cerca de 40% dos recursos financeiros utilizados pela indústria da construção civil são 
aplicados na manutenção e reparo das estruturas já existentes. 
ESTABILIDADE DIMENSIONAL 
POROSIDADE DA MATRIZ 
•relação água/cimento Portland 
(vide Figura 7); 
•relação aditivo químico/cimento 
Portland; 
•relação adição mineral/cimento 
Portland; 
•tipo de cimento; 
•presença de impurezas na água 
de amassamento; e 
•grau de hidratação, que depende 
da idade, tempo de cura, 
temperatura e umidade do ar. 
POROSIDADE 
DO 
AGREGADO 
GRAÚDO 
POROSIDADE da ZONA de TRANSIÇÃO 
•relação água/cimento Portland (vide 
Figura 7); 
•relação aditivo químico/cimento Portland; 
•relação adição mineral/cimento Portland; 
•tipo de cimento; 
•grau de hidratação (idade); 
•características do agregado, tais como 
diâmetro máximo, granulometria, forma e 
textura superficial; 
•grau de hidratação, que depende da 
idade, tempo de cura, temperatura e 
umidade do ar 
•adensamento do concreto; e 
•interação química entre a pasta e o 
agregado graúdo positiva (reação entre o 
agregado calcário e o S-C-H da pasta) e 
negativa (reação deletéria álcali-
agregado). 
PARÂMETROS do 
CONCRETO FRSCO 
•adensamento; 
•retração hidráulica; 
•segregação e exsudação; 
etc. 
ESTABILIDADE das FASES 
COMPONENTES do 
CONCRETO 
 
PROPORCIONAMENTO dos 
MATERIAIS COMPONENTES 
do CONCRETO 
• relação água/cimento; e 
•proporção de agregado 
graúdo 
 
 
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 18 
 
 A durabilidade do concreto depende da: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
VARIAÇÃO de VOLUME devidas a: 
•gradientes de temperatura e 
umidade; e 
•pressão causada pela reação dos 
compostos hidratados do cimento e 
os agregados graúdos ou com sais 
cristalizados expansivos (tais como 
as reações álcali-agregado graúdo). 
CARGA ESTRUTURAL: 
•sobrecarga ao 
especificado no projeto; 
•impacto; e 
•aplicação de carga 
cíclica (fadiga). 
EXPOSIÇÃO a 
EXTREMOS de 
TEMPERATURA: 
•ação do fogo; e 
•ação do gelo-desgelo. 
FISSURAÇÃO do 
CONCRETO 
ABRASÃO no 
CONCRETO 
EROSÃO do 
CONCRETO 
CAVITAÇÃO do 
CONCRETO 
DESGASTE da SUPERFÍCIE 
do CONCRETO 
CAUSAS FÍSICAS DA DETERIORAÇÃO do CONCRETO 
 
 
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Fatores que influenciam nas propriedades do concreto 
a) seleção cuidadosa dos materiais componentes (cimento, água, etc.) quanto: 
• as características e propriedades; e 
• uniformidade. 
b) proporcionamento adequado ao uso: 
• do aglomerante; 
• do agregado miúdo em relação ao graúdo; 
• da quantidade de água; e 
PERDA de MASSA 
do CONCRETO 
PERDA de 
ALCALINIDADE 
do CONCRETO 
AUMENTO 
CÍCLICO do 
PROCESSO de 
DETERIORAÇÃO 
Reações de troca entre os 
componentes das pasta de 
cimento endurecida e um 
fluido agressivo. 
Reações envolvendo 
hidrólise e a lixiviação dos 
componentes da pasta de 
cimento endurecida 
Reações entre os 
compostos da própria pasta 
endurecida envolvendo a 
formação de produtos 
expansivos. 
AUMENTO da 
POROSIDADE e da 
PERMEABILIDADE 
AUMENTO nas TENSÕES 
INTERNAS no 
CONCRETO 
PERDA da 
RESISTÊNCIA 
MECÂNICA. 
FISSURAÇÃO do 
CONCRETO 
DEFORMAÇÃO do 
CONCRETO 
CAUSAS QUÍMICAS DA DETERIORAÇÃO do CONCRETO 
 
 
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• do aditivo químico ou adição mineral em relação ao aglomerante ou a água de 
amassamento. 
c) a fabricação e manipulação adequada quanto: 
• a mistura; 
• ao transporte; 
• ao lançamento; 
• ao adensamento; e 
• a cura. 
 
7. Processo de Obtenção do Concreto 
 
 O fluxograma abaixo mostra as diferentes etapas da produção do concreto: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8. Seleção e AcondicionamentoAdequado dos Materiais 
Os materiais devem ser selecionados de acordo com as necessidades impostas pelo 
projetista ou pela execução da peça estrutural. 
 
9. Dosagem dos Concretos 
 
9.1 Introdução 
Seleção e Acondicionamento Adequado dos Materiais 
Dosagem dos Materiais Constituintes do Concreto 
Mistura dos Materiais Constituintes 
Transporte do Concreto 
Lançamento do Concreto 
Adensamento do Concreto 
Cura do Concreto 
Controle Tecnológico do Concreto 
 
 
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 O primeiro passo para a obtenção do concreto com as propriedades desejadas é a 
seleção adequada dos materiais. O segundo passo nesta direção é a dosagem. A 
dosagem é o proporcionamento das quantidades doas matérias primas do concreto a fim 
de se obter o concreto com as propriedades desejadas tanto no estado fresco com no 
estado endurecido. 
 
 Apesar da tecnologia da dosagem do concreto estar pautada por sólidos princípios 
técnico, pode-se dizer, também, que é governada por conhecimentos empíricos dos 
materiais selecionados e pela experiência no desenvolvimento de dosagem de concreto, 
que simplificam e facilitam a maioria dos métodos de dosagem de concreto. Todavia, tais 
simplificações na metodologia de dosagem do concreto são efetuadas com base no 
conhecimento das características de dados materiais específicos, não se aplicando a 
todos os materiais, independentemente da sua natureza, características e propriedades. 
Portanto, a dosagem do concreto é composta por uma primeira etapa teórica, com base 
no conhecimento dos tecnológicos e de desempenho dos materiais, e outra etapa final 
prática, na qual são corrigidos os proporcionamento dos materiais a fim de se obter as 
características e propriedades desejadas para o concreto. Assim sendo a dosagem do 
concreto é considerada mais uma arte que uma ciência. 
 
 Basicamente, todos os métodos de dosagem procurar definir as proporções dos 
materiais em função da redução do volume de vazios, a partir do material de maior 
tamanho de grão para o de menor tamanho de grão. 
 
9.2 Importância 
 
É considerando a dosagem ou proporcionamento dos materiais que: 
• concreto desenvolverá as suas propriedades tanto no estado plástico como no 
endurecido e; 
• será determinado o seu custo de fabricação. 
 
O objetivo básico da dosagem do concreto é obter um concreto com a trabalhabilidade e 
resistência à compressão requeridas pelo projeto com o menor custo possível. 
 
 
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9.3 Proporcionamento das Matérias Primas ou Traço do Concreto 
 
 Chama-se traço o proporcionamento dos quantitativos das matérias à serem 
utilizadas no preparo do concreto. Usualmente, os traços podem ser apresentados da 
seguinte forma: 
• Traço unitário em massa ou em peso, onde adota-se a unidade de massa como 
referência e o quantitativo do cimento no traço é sempre igual a “1’ e os quantitativos 
das demais matérias primas em relação ao cimento Portland. Assim o traço em 
massa é expresso da seguinte forma: 
1 (cimento Portland) : a ( agregado miúdo) : b (agregado graúdo) : x (relação água/cimento) 
onde para cada “1” kg de cimento Portland serão necessários “a” kg de agregado miúdo – 
p. ex. areia -, “b” kg de agregado graúdo – p. ex. brita -, e “x” de água de amassamento. 
• Traço unitário em volume, onde adota-se o cimento Portland como 1 unidade de 
volume aparente e as demais matérias primas em relação ao cimento Portland, como 
no traço em massa, exceto pelo fato de que a unidade é volume aparente e não em 
relação à massa. O volume aparente é aquele considera o volume de vazios no seu 
cálculo. A NBR 12656 recomenda que o cimento Portland seja medido em massa ou 
em unidades de sacos fechados de cimento Portland, sendo o traço de volume mais 
apropriado para argamassas. O traço em volume é expresso da mesma forma que o 
traço em massa, só que para cada “1” recipiente com volume definido de cimento são 
necessários “a” recipientes de agregado miúdo, “b” de agregado graúdo e “x” de água 
de amassamento. 
• Traço misto, onde o cimento Portland é indicado em massa ou sacos de cimento (em 
geral contendo 50kg) e os agregados e água de amassamento em volume. Portanto, 
para cada 1 saco de cimento de 50 kg são necessários “a” recipientes (ou padiolas) 
de agregado miúdo, “b” de agregado graúdo e “x” de água de amassamento. 
 
Considerando um traço em massa do concreto 1 : a : b : x, a conversão do traço de 
massa para volume é obtido pela seguinte fórmula: 
1 : a : b : x em massa passa para 1 : (a Mcimento / Mareia ) : (b Mcimento / Mbrita) : (x Mcimento) 
onde “M” é a massa específica aparente de cada um das matérias primas do concreto. 
 
 
 
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O consumo de materiais por metro cúbico de concreto é uma característica importante 
para medir o custo e controlar a quantidade material necessário à obra e, indiretamente, 
as propriedades do concreto, principalmente a resistência à compressão. O cálculo do 
consumo de materiais de um traço em massa 1: a : b: x é realizado com base nas 
seguintes fórmulas: 
Consumo de Cimento Portland / m3 concreto = 1000 – Volume de Ar 
 (1 / γγγγcimento) + (a / γγγγareaia ) + ( b / γγγγbrita) + x 
onde γ é a massa específica real de cada um das matérias primas. 
Consumo de Agregado Miúdo / m3 de concreto = (“a” x Consumo de CP / m3 concreto) 
Consumo de Agregado Graúdo / m3 de concreto = (“b” x Consumo CP / m3 concreto) 
Consumo de Água / m3 de concreto = (“x” x Consumo de CP / m3 concreto) 
 
9.4 Objetivos Básicos 
 
 
 
 
 
 
 
9.4.1 Custo 
 
 Na seleção dos materiais e na dosagem do concreto o fator custo esta diretamente 
relacionado aqueles tecnicamente aceitáveis e economicamente atrativos, e não 
exclusivamente considerados em função do custo absoluto. 
 Todos as metodologias de dosagem do concreto procuram reduzir o consumo do 
seu material mais caro: o cimento Portland - por exemplo, o cimento Portland custa cerca 
de 10 vezes mais que o agregado - sem, obviamente sacrificar a resistência mecânica e a 
durabilidade desejadas para o concreto. 
 
 São utilizados para reduzir o consumo de cimento, sem prejuízo da resistência 
mecânica e durabilidade do concreto: 
• tensoativos redutores de água; 
CONCRETO PLÁSTICO 
• TRABALHABILIDADE 
CONCRETO ENDURECIDO 
• RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO 
MENOR CUSTO POSSÍVELDOSAGEM DO CONCRETO 
 
 
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• adições minerais com propriedades pozolânicas; 
• agregados graúdos com maior diâmetro máximo; 
• agregado miúdo de composição granulométrica mais grossa; 
• agregados com distribuição granulométrica contínua, de modo a produzir o menor 
número de vazios; 
• utilização de equipamentos de mistura dos materiais mais potentes; e 
• etc. 
 
9.4.2 Trabalhabilidade para o Concreto Fresco 
 
 A trabalhabilidade do concreto no estado plástico ou fresco é que define a 
capacidade de se manusear - transporte, lançamento, adensamento, moldagem e 
acabamento superficial - o concreto sem que haja prejuízo para as propriedades do 
concreto - aparência, resistência mecânica e durabilidade. A exsudação e a segregação 
são dois efeitos deletérios que o concreto no estado fresco pode apresentar, reduzindo as 
propriedades e aumentando o custo do concreto. 
 
 A medida grosseira e empírica da trabalhabilidade é a consistência, cujo ensaio é 
o “Slump-Test” (Vide Figura 9). A coesão e a fluidez é que são as grandezas físicas mais 
adequadas para medir a trabalhabilidade do concreto. Todavia, não há equipamento que 
seja mundialmente aceito, além de serem muito sofisticados para seu uso rotineiro e 
intensivo, o que inviabiliza o seu uso nas obras. Portanto, a medida da consistência é a 
única medida grosseira do índice de trabalhabilidade do concreto. 
 
 Como consideração geral, a trabalhabilidade dos concretos no estado fresco não 
deve ser superior a necessária para a mistura, o transporte, o lançamento, o 
adensamento, a moldagem e o acabamento superficial. 
 
Para aumentar a trabalhabilidade do concreto, sem prejuízo para o custo, a 
resistência mecânica e durabilidade do concreto, deve-se utilizar: 
• agregados graúdos com maior diâmetro máximo; 
• agregado miúdo de composição granulométrica mais grossa; 
• agregados com distribuição granulométrica contínua; e 
 
 
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• tensoativos redutores de água. 
 
 O aumento do consumo de cimento, mantido a relação água/cimento, ou seja o 
aumento do consumo de pasta aumenta, também, a trabalhabilidade. No entanto, 
aumenta o custo do concreto. O aumento do consumo de água, também, aumenta a 
trabalhabilidade, todavia, reduz a resistência mecânica e a durabilidade do concreto. 
 
9.4.3 Resistência à Compressão do Concreto Endurecido 
 
 São inúmeras as propriedades do concreto. Assim sendo, em operações rotineiras 
de dosagem, somente se dá ênfase a resistência à compressão e a durabilidade do 
concreto. Todavia, a durabilidade é, normalmente, ignorada na etapa de dosagem pois 
tanto a durabilidade como a resistência à compressão dependem diretamente da 
porosidade capilar do concreto, estando, portanto, relacionadas. 
 
Para aumentar a resistência à compressão e a trabalhabilidade do concreto, sem 
prejuízo para o custo e a trabalhabilidade do concreto, deve-se, basicamente: 
• reduzir a relação água/cimento com tensoativos redutores de água; e 
• utilizar adições minerais com propriedades pozolânicas. 
 
Segundo Helene, P. L. et all(1): 
“...O objetivo maior do controle de resistência à compressão do concreto é a obtenção de 
um valor potencial, único e característico da resistência à compressão de um certo 
volume de concreto, a fim de comparar esse valor com aquele que foi especificado no 
projeto estrutural e, consequentemente, tomado como referência para o 
dimensionamento da estrutura...”. 
 
 Os valores de ensaio que se obtêm dos diferentes corpos de prova são mais ou 
menos dispersos, variáveis de uma obra para outra conforme o rigor de produção do 
concreto. Verifica-se que somente a média dos resultados não seria suficiente para 
definir e qualificar uma produção de concreto. É necessário considerar a dispersão dos 
resultados medida através do desvio padrão ou do coeficiente de variação do processo 
de produção e ensaio. 
 
 
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 Para eliminar este inconveniente - trabalhar com dois ou três parâmetros - foi 
adotado o conceito da resistência característica do concreto à compressão é uma medida 
estatística que engloba a média e a dispersão dos resultados permitindo definir e 
qualificar um concreto através de apenas um único valor característico. Este valor deve 
ser representativo de um lote homogêneo, pois as fórmulas estatísticas são válidas para 
“populações” consideradas homogêneas. Se o lote não for homogêneo pode ocorrer 
distorções na avaliação. 
 
 É importante salientar que mesmo que o valor característico estimado da 
resistência à compressão do concreto obtido de um lote homogêneo atenda o valor 
característico da resistência à compressão de projeto - fcd,est ≥- fck - não significa que a 
estrutura deva ser automaticamente aceita, deve ser efetuada uma vistoria e ensaios não 
destrutivos, com ultra-som, índice esclerométricos e outros, para verificar a ocorrência de: 
• a estrutura estar fora do prumo ou alinhamento; 
• fissuras; 
• “ninhos” de concretagem; 
• juntas de concretagem, especialmente para vigas; 
• etc. 
 
 A NBR 6118/80 fixa as tolerâncias admissíveis para a geometria e seus desvios do 
elemento estrutural. Quanto a fissuras, “ninhos” de concretagem, etc. cabe a experiência 
e o “bom senso” do engenheiro, não esquecendo que os coeficientes de minoração do 
concreto - γc - são utilizados no cálculo estrutural exatamente por considerarem estas 
imperfeições na execução do elemento estrutural. 
 
9.5 Dosagem Experimental 
 
 A dosagem do concreto é uma atividade realizada a várias décadas por vários 
estudiosos. Estes estudos acabam sendo racionalizados e restritos aos materiais 
disponíveis na região onde o estudo foi realizado e, via de regra, traduzido na forma de 
uma “receita de bolo”, com várias tabelas e ábacos, que simplificam, por demais a técnica 
 
 
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de dosagem dos concretos estruturais. São inúmerasas metodologias tradicionalmente 
adotadas nos cursos de engenharia, tais como: 
• método de dosagem experimental do INT, realizado na década de 50, com os 
materiais disponíveis na cidade do Rio de Janeiro/RJ de então; 
• método de dosagem racional do American Concrete Institute – ACI, com os materiais 
dos EUA; 
• método de dosagem da ABCP, que é uma adaptação do método do ACI, com os 
materiais disponíveis na cidade de São Paulo/SP; e 
• método de dosagem do Instituto de Tecnologia do Rio Grande do Sul – ITERS, com 
os materiais disponíveis na cidade de Porto Alegre/RS. 
 
Portanto, em todas as pesquisas de dosagem de concretos, seja a nível nacional 
como no estrangeiro, há inúmeros procedimentos de dosagem do concreto, o que, a 
princípio, faz imaginar a atividade de dosagem do concreto uma atividade eminentemente 
teórica, complexa e maçante. Todavia, a experiência prática de “campo”, tanto dos 
tecnologistas de concreto como dos mestres de obra, é totalmente contrária, pois, em 
geral, a maioria dos métodos é de aplicação restrita – desenvolvidos com materiais locais 
– exigindo, via de regra, ajustes dos proporcionamentos – traços – desenvolvidos na 
teoria. 
 
 É o procedimento de cálculo do proporcionamento dos materiais - cimento, areia, 
brita e água - de modo a atender as condições de serviço: 
• exigências de projeto, tais como espaçamento entre armaduras, espessura de 
recobrimento de concreto da armadura, fck, etc.; 
• condições de exposição e operação, tais como a agressividade da atmosfera marinha 
ou industrial, insolação seguida de resfriamento brusco da temperatura, condensação 
de água, pressão de água, etc.; 
• tipo de agregado disponível, tais como forma e textura dos grãos do agregado, 
granulometria muito fina, reatividade com os álcalis do cimento, etc.; 
• técnicas de execução operações de transportes, lançamento e adensamento que 
possam afetar a homogeneidade do concreto; e 
• custo. 
 
 
 
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O valor da resistência à compressão de dosagem (fcj) é obtido através da fórmula: 
fcj = fck + 1,65 x sd 
onde, sd = kn x sn. O valor de kn é obtido em função de “n” ensaios. Caso o valor de sd 
seja desconhecido adota-se: 
Padrão de Qualidade Valor de sd 
de Execução pela NBR 6118/80(2) Helene, P. L. et all(1) 
Assistência Tecnológica e 
Proporcionamento em Massa 
 
 
 
 
 
 
4,0 
 
 
 
 
 
3,0 
Assistência Tecnológica e 
Agregados Dosados em Volume 
e Proporcionamento em Massa 
 
5,5 
 
4,0 
Proporcionamento em Volume 7,0 5,5 
 
9.6 Terminologia: 
• Valor característico da resistência à compressão ou resistência à compressão de 
projeto - fck - é o valor da resistência à compressão que apresenta uma probabilidade 
de 5% de não ser alcançado, ou seja está associado a um nível de confiança de 95%. 
É o valor de referência que adota o projetista como base de cálculo da estrutura, desde 
que aplicado o coeficiente de minoração para obtenção da resistência à compressão 
de cálculo do concreto - fcd. 
• Valor característico de cálculo da resistência à compressão do concreto - fcd - é o valor 
da resistência à compressão do concreto utilizado pelo projetista no cálculo estrutural. 
• Valor característico da resistência à compressão real ou efetiva do concreto - fck,ef - é o 
valor da resistência à compressão do concreto de uma dada região homogênea da 
estrutura que apresenta a probabilidade de 95% de ser igualado à resistência de um 
corpo de prova cilíndrico tomado aleatoriamente desta região. È um valor impossível 
de ser obtido pois seria necessário ensaiar todo o concreto da região considerada. 
• Valor característico estimado da resistência à compressão do concreto - fck,est - é o 
valor estimado da resistência à compressão do concreto de um dado lote que se supõe 
homogêneo, obtido após ensaiar e aplicar fórmulas matemáticas, ou seja não há uma 
certeza absoluta do valor real da resistência do concreto - fck,ef. 
• Valor da resistência à compressão média do concreto obtido a “j” dias de idade em 
MPa - fcm. 
 
 
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• Valor do desvio padrão do processo de produção e ensaio do concreto obtido de uma 
ou mais amostras, a “j” dias de idade, em MPa - Sc. 
• Valor do coeficiente de variação do concreto obtido de uma ou mais amostras, a “j” 
dias de idade, em % - sc. 
• Valor do desvio padrão de dosagem do concreto - sd. 
• Valor da resistência à compressão de dosagem do concreto a “j” dias de idade - fcj. 
• Valor da resistência à compressão individual do concreto de cada um dos “n” 
exemplares de uma amostra a “j” dias de idade, em MPa - fcd. 
• Exemplar é o valor da resistência à compressão do concreto - fcd - mais alto de dois 
corpos de prova tomado da mesma amassada. 
• Amassada corresponde a volume ou quantidade de concreto de uma betonada. 
• Amostra é o conjunto de exemplares que se admite como representativos de um lote. 
• Lote é uma certa quantidade ou volume de concreto que se analisa de uma só vez, 
devendo ser homogêneo e corresponder a uma única população, ou seja, mesmo 
traço e materiais constituintes. 
 
9.7 Métodos de Dosagem 
 
 Como já fora dito a maioria dos métodos de dosagem do concreto são baseados 
em conhecimentos tecnológicos e empíricos sobre os materiais componentes e sobre o 
próprio concreto. 
 
Basicamente, todos os métodos de dosagem procurar definir as proporções dos 
materiais em função da redução do volume de vazios, a partir do material de maior 
tamanho de grão para o de menor tamanho de grão. Desta forma, reduz o material mais 
caro no concreto que é o cimento, sem prejuízo das propriedades do concreto. A 
quantidade de pasta de cimento ou água que irá reduzir o atrito interno dos grãos sólidos 
dos materiais componentes do concreto é a mínima necessário para se alcançar a 
trabalhabilidade e a resistência à compressão desejada no projeto. Portanto, para efeito 
de dosagem as principais propriedades são: 
• trabalhabilidade do concreto no estado fresco; e 
• resistência à compressão no estado endurecido. 
 
 
 
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 São inúmeros os métodos de dosagem. Os mais utilizados são: 
• método de dosagem do ACI; 
• método de dosagem do INT; 
• método de dosagem do ITERS; 
• método de dosagem da ABCP; e etc. 
 
10. Mistura, Transporte e Lançamento do Concreto (Vide Quadro 1) 
 
O concreto deveser lançado o mais próximo da sua posição final, evitando a perda 
de argamassa e pasta de cimento e, assim, prejudicar a aparência e as propriedades do 
concreto endurecido, em função da redução da homogeneidade da massa do concreto. 
 
11. Adensamento e Cura do Concreto 
 
 A consolidação ou adensamento é o processo de moldagem do concreto nas 
formas e em torno das peças embutidas com o objetivo de expulsar os bolsões de ar ou 
macroporos incorporados a massa do concreto fresco durante as operações de mistura, 
transporte e lançamento. 
 
Os métodos de adensamento podem ser manuais ou mecânicos. Os métodos 
manuais de adensamento do concreto fresco são apropriados para concretos com média 
e alta consistência - concretos plásticos ou fluidos. Os métodos mecânicos são os mais 
utilizados atualmente e são os mais apropriados par concretos com baixa consistência - 
pouca trabalhabilidade - muito embora possam ser utilizados em concretos plásticos e 
fluidos. Para tanto é necessário que se execute esta operação com cuidado para que 
não haja segregação dos materiais componentes do concreto, de modo a ter a sua 
homogeneidade reduzida, e em consequência, prejuízos nas suas propriedades quando 
endurecido. 
 
Os equipamentos mais utilizados no adensamento mecânico do concreto fresco 
são os vibradores internos ou de imersão (vide Figura 10). Estes vibradores são 
introduzidos rapidamente na massa do concreto fresco e retirados da mesma lentamente, 
 
 
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em movimentos repetidos ao longo de toda massa de concreto, de modo a auxiliar que as 
bolhas de ar e os macroporos vão para a superfície do concreto e saiam. 
 
 A cura do concreto no estado fresco tem por objetivo básico: 
• evitar a perda de água de amassamento livre nas primeiras idades do concreto; e 
• evitar o aumento excessivo da temperatura do concreto em função das reações 
exotérmicas do cimento Portland. 
 
 Ambos objetivos supracitados, visam evitar a fissuração do concreto e os seus 
consequentes prejuízos no seu desempenho quando endurecido.

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