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Processos de Conformação Mecânica – Aula 07 Laminação – Parte 1 Prof. Leandro E. Falqueto E-mail: leandro.falqueto@hotmail.com 1. Conceito • A laminação é o processo no qual o material é conformado entre rolos que giram em sentidos opostos, com a mesma velocidade tangencial. • A deformação é o resultado de tensões compressivas elevadas combinadas com tensões de cisalhamento superficiais, que são, também, responsáveis por puxar o material. • Esse processo é conhecido por apresentar alta produtividade e bom controle dimensional. • Ao passar pelos cilindros de laminação, o material sofre deformação plástica, reduzindo a espessura e aumentando sua largura e comprimento. • As diferenças entre as medidas finais e iniciais são denominadas: – Redução total: H = h0 – h1 – Alargamento total: B = b1 – b0 – Alongamento total: L = L1 – L0 • As principais variáveis de influência na laminação são: – Diâmetro dos cilindros de laminação; – Resistência à deformação plástica do metal a ser conformado; – Encruamento do material durante a deformação; – Temperatura de trabalho; – Velocidade de trabalho; – Atrito entre os cilindros e o metal; – Presença da tração de avanço ou de retrocesso no produto que esta sendo laminado. 2. Produtos Laminados • Semi acabados: – Praticamente não existe aplicação direta, salvo para posterior processamento que os transformarão em produtos finais ou seja acabados. • Produtos planos: – A forma da seção transversal é retangular, sendo que a largura do produto é muito maior do que a sua espessura; • Produtos não planos: – A seção transversal é diferente da forma retangular (exceção de barras chatas, alguns blocos e tarugos), apresentando formas variadas; 2.1. Produtos semi acabados 2.2. Produtos acabados a) Laminados planos: – Bobina; – Fita de aço para embalagem; – Chapa; – Folha; – Tira. b) Laminados não planos: – Perfis estruturais do tipo I, T, L, U; – Barras de secção redonda, quadrada, hexagonal; – Fio-máquina fornecidos na forma de bobinas; – Trilhos e acessórios: trilhos para ferrovias, pontes rolantes, carros de transporte de lingotes, elevadores, etc.; – Tubos sem costura: produzidos por laminação na Mannesmann. • A figura ao lado apresenta a sequência necessária para obter-se um perfil determinado pelo processo de laminação. – São realizados vários passes até atingir o perfil final desejado. 3. Classificação do processo • O processo de laminação pode ser classificado do ponto de vista termodinâmico como: Laminação a quente Laminação a frio 3.1. Laminação a quente • Um lingote com estrutura bruta de solidificação é aquecido a temperaturas superiores à temperatura de recristalização. • Depois de aquecido, o lingote é submetido ao processo de desbaste com reduções severas. – Nessa etapa, a granulação grosseira é modificada pela deformação excessiva, que a transforma numa estrutura de grãos equiaxiais de menor tamanho; • Depois do desbaste, o lingote é encaminhado para os laminadores intermediários. – Nesta etapa do processo, o lingote pode ser transformado em blocos ou tarugos de grandes dimensões, que servirão como matéria prima para produção de laminados planos e não planos. • Após a fase intermediária, o produto laminado, plano ou não plano, é processado pelos laminadores de acabamento. – As chapas grossas ou barras são transformadas em chapas finas ou barras finas e placas; – Os vergalhões e trilhos têm suas dimensões reduzidas. – Os vergalhões podem, ainda, ser transformados em fio-máquina ou pequenos perfis. 3.2. Laminação a frio • A laminação a frio é normalmente utilizada como etapa final ou de acabamento de produtos laminados. – As chapas finas sofrem alguns passos a frio para melhorar o acabamento e ajustar suas dimensões. • O produto final possui excelente acabamento superficial e muito bom controle dimensional, quando comparado ao processo a quente. • A laminação a frio tende a alongar os grãos na direção da deformação (laminação). – A consequência desse alongamento é a anisotropia nas propriedades mecânicas, uma vez que o encruamento é significativamente maior na direção de laminação. 4. Laminadores • Constituído por: – Cilindros ou rolos de laminação. – Uma estrutura de sustentação denominada de gaiola ou cadeira de laminação. – Um motor com velocidade controlada. • Cilindros de laminação: – Peças interiças fundidas ou forjadas, fabricadas a partir de aço ferramenta, aços ligas entre outros. – São compostos por 3 partes principais: • Corpo: parte central que executa o esforço direto. – Pode ser liso, para laminação de chapas, ou apresentar reentranças, de modo a permitir a conformação de perfis. • Pescoço: se apoiam nos mancais e suportam o peso e as cargas de laminação. • Trevo: recebe o acoplamento para rotação. 4.1. Tipos de laminadores • Laminador duo – Composto por dois cilindros de mesmo diâmetro, que giram em sentidos opostos e com a mesma velocidade periférica. – Pode ser: • Duo com retorno por cima; • Duo reversível; • Duo contínuo (laminação contínua). • Laminador duo contínuo: – Constituído por diversas gaiolas dispostas em série, de forma que os cilindros das gaiolas subsequente giram a velocidades proporcionalmente maiores, evitando o acúmulo de material entre uma gaiola e outra. • Laminador trio – Composto por três cilindros dispostos um sobre o outro. Laminador Trio • Laminador quádruo – Composto por quatro cilindros dispostos um sobre o outro, sendo que dois são cilindros de trabalho (menores) e os outros dois são de apoio (maiores). • Laminador universal – Composto pela combinação de cilindros horizontais e verticais, sendo que estes últimos não são acionados e sua função é garantir a uniformidade da seção do perfilado. • Laminador Sendzimir – Cada cilindro de trabalho é suportado por outros dois cilindros de apoio, permitindo grandes reduções de espessura em cada passe de laminação. • Laminador mandrilador – Utilizado no processo de fabricação de tubos sem costura de diversos tipos, com destaque para o processo Mannesmann. Bloco Cilindros Tubo Vídeo 4.2. Classificação de laminadores por função • Ao classificar os laminadores pela função que executam, os mesmos compreendem, em princípio, os seguintes tipos: – Laminadores primários ou de desbaste • Possuem a função de transformar os lingotes de metal em produtos intermediários ou semi acabados. • Trabalham a quente. – Laminadores acabadores • Possuem a função de transformar os produtos semi acabados em produtos acabados. • Geralmente essa etapa se inicia a quente e, em casos de perfis simples, é terminada a frio. 5. Controle de laminadores • Durante a laminação, as forças de reações do material produzem uma deformação elástica na estrutura do laminador, conhecida como molejo do laminador. – Essa deformação deve ser compensada para que o produto final não apresente defeitos. • A compensação é realizada automaticamente por um servomecanismo assistido por computador que abre e fecha os cilindros, de acordo com a informação recebida do monitoramento do processo. – Para o monitoramento, o sistema utiliza calibradores eletrônicos de espessura como sensores de proximidade, infravermelhos, raios X etc. – Estes sensores são capazes de detectar, em tempo real, variações de espessuras na escala nanométrica. • O molejo do laminador é representado por uma reta. Já adeformação plástica do material pode ser representado por uma curva S, semelhante a curva de ensaio de compressão. • Para uma dada carga de laminação e uma abertura inicial dos cilindros, a redução de total será de (h0 – hf). P é a carga de laminação. h é a espessura do material. A é a abertura dos cilindros. • Com o aumento da tensão de escoamento do material, a curva de deformação plástica desloca-se para direita, modificando os parâmetros de laminação anteriores. P = Carga de laminação. h = Espessura do material. A = Abertura dos cilindros. σ0 = Tensão de escoamento.
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