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A PERCEPÇÃO DA REALIDADE COMO ALGO BELO OU FEIO No capítulo anterior... • Aisthesis; • Quando algo é estético? • Experiência sensorial x Lógica • Objeto de Estudo: fenômeno Artístico = obra de arte. • Reflexão filosófica sobre a arte. O QUE É BELEZA O que é beleza? Será possível defini-la objetivamente? Ou será uma noção meramente subjetiva? Miss Brasil 2017 - MONALYSA ALCÂNTARA O QUE É BELO? CORRENTE OBJETIVISTA: • Filósofos idealistas; • A beleza existe por si só (beleza ideal); • A beleza seria uma forma ideal, como um modelo, no mundo das ideias. Platão CORRENTE SUBJETIVISTA: • Pensamento predominante entre os séculos XVII e XVIII – filósofos empiristas; • A beleza não é qualidade das coisas, mas um sentimento de quem as contempla; • Gosto não se discute: - Julgamentos de beleza: todos válidos; - Aquilo que depende do gosto: não pode ser discutido racionalmente. David Hume CORRENTE SUBJETIVISTA: “ O belo não está no objeto, mas nas condições de recepção do sujeito.” JULGAMENTOS ESTÉTICOS: • Superação da dualidade: objetivismo x subjetivismo “ O belo é aquilo que agrada universalmente, ainda que não se possa justificar racionalmente.” • Juízo estético é subjetivo e não é criado pelo entendimento e sim pela imaginação. • A parte universal é a sensibilidade. Immanuel Kant A BELEZA NO TEMPO: • Hegel introduz o conceito de história ao estudo do belo; • Beleza é uma construção histórico-social; • O entendimento do que é belo depende do momento histórico e do desenvolvimento cultural; • Arte não é apenas fruição, ela mostra a evolução espiritual dos seres humanos ao longo da história. Friedrich Hegel A BELEZA HOJE EM DIA: • O Belo é uma qualidade de certos objetos singulares que nos são dados à percepção. “Um objeto é belo porque realiza sua finalidade, é autêntico, isto é, por ser um objeto singular e sensível, carrega um significado que só pode ser percebido na experiência estética.” A BELEZA HOJE EM DIA: • Cada objeto singular estabelece o seu próprio tipo de beleza. Guernica – Pablo Picasso O FEIO: • De acordo com o que temos visto, o feio não poderia ser objeto de arte. Mas existem dois modos de representação do feio: - A representação do assunto “feio”; - A forma de representação feia. O FEIO: Releitura de A Morte de Marat, por Vik Muniz – Lixo Extraordinário (2010). A partir do século XIX a arte aceita não ser mais cópia do real e passa a ser criação autônoma; A arte passa a ser avaliada não pela sua beleza, mas pela sua originalidade e capacidade de falar ao sentimento. O FEIO HOJE EM DIA: Museu Judaico – Berlim “Originalidade e capacidade de falar ao sentimento.” O FEIO: Exaltação, por Pavel Jerdanowitch – (1925). Quanto ao modo de representação só haverão obras feias na medida em que forem malfeitas e deixem de corresponder à sua proposta. APRIMORAMENTO DO GOSTO A QUESTÃO DO GOSTO ESUBJETIVIDADE: A questão do gosto é meramente aleatória? “Deve-se evitar o tipo de julgamento estético que decide o que prefiro em virtude do que sou.” • A subjetividade deve estar mais interessada em conhecer do que em preferir. • Gosto como capacidade de julgamento sem preconceitos; A QUESTÃO DO GOSTO E SUBJETIVIDADE: ATITUDE ESTÉTICA: Emerson – Crianças com Açúcar, por Vik Muniz – (1998). RECEPÇÃO ESTÉTICA: • Toda obra, seja ela uma pintura, uma escultura ou até mesmo um edifício, pede uma recepção justa, sem preconceitos ou normas externas. • Quando “acolhemos” uma obra, devemos estar abertos aos possíveis significados que surgirão. • Outros a verão, outros significados surgirão e todos serão igualmente verdadeiros. ARTE E CULTURA CULTURA EM QUE SENTIDO? ANTROPOLÓGICO: • A cultura são meios que o homem produz para se expressar e viver em sociedade. • É algo plural, dinâmico e diversificado. CULTURA EM QUE SENTIDO? PATRIMONIAL: • O patrimônio guarda forte relação com a identidade (memória) histórica de um povo; • São protegidos por leis federais, estaduais e municipais; • São também imateriais, como técnicas e processos de fabricação artesanal, reconhecidos como parte integrante do patrimônio cultural. CULTURA EM QUE SENTIDO? ARTÍSTICO: • No sentido restrito, o termo cultura liga-se a produção de diferentes práticas artísticas, populares ou eruditas; • O seu valor é independente da sua relação utilitária ou prática; DIFERENÇAS ENTRE ARTE E CULTURA CULTURA ARTE Criação coletiva dirigida à comunidade; É uma necessidade para se viver em grupo; Abordagem através da comunicação; Estabelece normas, hábitos e regras; É convergente. Criação individual dirigida ao indivíduo; Não é necessária na convivência; Abordagem através da interpretação; Desregula e cria valores autônomos; É divergente. ARTE COMO FENÔMENO: SOCIAL: • Artista: ser social • Público: recebe socialmente a arte • Obra de Arte: elemento social de comunicação UNIVERSAL: • A obra rompe com o tempo imediato para se tornar eterna. DIFERENÇA ENTRE ARTE E TÉCNICA: OBJETO ÚTIL x OBJETO BELO As artes enfatizam o belo. As técnicas enfatizam a utilidade. FUNÇÕES DA ARTE FUNÇÕES DA ARTE • PRAGMÁTICA OU UTILITÁRIA - não valoriza o fim artístico, a arte não é valorizada por seu fim estético; - nesse sentido ela tem finalidade pedagógica, religiosa, política ou social; - critérios de avaliação: moral e de eficácia. FUNÇÕES DA ARTE • NATURALISTA - a obra tem função referencial: nos tira da esfera artística e nos leva para a esfera dos objetos retratados em si; - critérios de avaliação: correção, inteireza e vigor. FUNÇÕES DA ARTE • FORMALISTA - preocupa-se com a forma de representação da obra; - a forma é essencial para a compreensão da intenção do artista e seu significado; - valorização da experiência estética; - critérios de avaliação: sustentar a contemplação estética do público a que se destina. A INFORMAÇÃO ESTÉTICA • A informação estética não é necessariamente lógica; • A informação estética existe ainda que não haja um receptor capaz de entendê-la; • Não é traduzível em outras linguagens sem que haja perda da informação original; • Não é esgotável em uma única leitura;
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