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EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIERITO DA VARA CÍVEL DO FORO DA COMARCA DE BELO HORIZONTE (MG)
JULIANA FARIA RODRIGUES, brasileira, divorciada, biologa, portador do RG nº xxxxxxxxxx e CPF nº xxxxxxxxx-xx, residente e domiciliado na rua x, nº x, Bairro x, na cidade de Barbacena (MG), CEP xxxxxxxxx , telefone (xx) xxxxxxxxx, com endereço eletrônico xxxx@xx.xxx, vem respeitosamente perante Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado abaixo assinado (procuração em anexo), com endereço profissional no rodapé, propor a presente AÇÃO DECLARATÓRIA DE NULIDADE C/C PEDIDO DE CANCELAMENTO DE REGISTRO IMOBILIÁRIO, em face de, RAIMUNDO DUTRA RODRIGUES, brasileiro, divorciado, (profissão), portador do RG nº xxxxxxxxxx e CPF nº xxxxxxxxx-xx, residente e domiciliado na rua x, nº x, Bairro x, na cidade xx (xx), CEP xxxxxxxxx , telefone (xx) xxxxxxxxx, com endereço eletrônico xxxx@xx.xxx , e BRENO SANTOS BERNARDES, médico, portador do RG nº xxxxxxxxxx, e do CPF nº xxxxxxxx-xx, endereço eletrônico, e sua esposa MARTA GUIMARÃES BERNARDES, dentista, portadora do RG nº xxxxxxxxxx, e do CPF nº xxxxxxxxx-xx ..., endereço eletrônico, brasileiros, casados, residentes e domiciliados na Rua xx, nº x, Bairro xxx, Cidade de Belo Horizonte, (MG) pelos motivos de fato e fundamento que passa a expor:
I – DOS FATOS
A autora declara que foi casada com o réu, conforme certidão fornecida pelo Cartório de Registro Civil das Pessoas Naturais, que descreve o seguinte: casamento celebrado em 20/10/2005, pelo regime da separação obrigatória de bens, e divórcio realizado em 20/05/2016, divorcio este, devido à ausência de filhos menores de idade se realizou deforma consensual e amigável.
Durante esse tempo de casamento, com muita economia e trabalho, fruto do esforço comum do casal, conforme provas testemunhais e documentais em anexo, relata a requerente construíram na cidade de Belo Horizonte, uma casa, a qual ambos residiam.
Consta que em 08 de julho de 2006, passando por dificuldades financeiras, e escondendo tal fato de sua então esposa, o requerido, efetuou a venda do imóvel, através de uma promessa de compra e venda, situação finalizada de direito em 04 de marco de 2010, com o registro da escritura pública de compra e venda realizada por ele, sem que a autora tivesse qualquer participação no negócio realizado.
Visto que uma vez realizado tal ato pelo requerido sem a anuência da requerente, mesmo não tendo o réu legitimação para o ato, no momento de celebração do divórcio e por falta de conhecimento de fato e de direito acerca do que estava acontecendo, não restavam bens a serem discutidos, lesando a autora de sua cota parte que lhe é devido por lei.
Sendo assim, esgotando todos os meios amigáveis e tramites administrativos possíveis e existentes para solucionar o problema, não resta à autora senão a propositura da presente demanda, para anulação do negócio jurídico em analise, haja visto ser realizado sem a devida outorga.
II - DO DIREITO
Da gratuidade da justiça:
Requer a Vossa Excelência, inicialmente, o deferimento da gratuidade da justiça constante na Constituição Federal/1988 e nos termos da lei 1060/1950, respectivamente, por não ter o ator condições de arcar com as custas processuais e honorários advocatícios, conforme declaração em anexo.
CF/88 – Art 5º..LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos;
 Lei 1060 /50 - Art 4º. A parte gozará dos benefícios da assistência judiciária, mediante simples afirmação, na própria petição inicial, de que não está em condições de pagar as custas do processo e os honorários de advogado, sem prejuízo próprio ou de sua família.
Da aplicação do Direito material relacionado ao caso.
A legislação pátria prevê, a respeito do caso em epigrafe, que os requisitos de validade do negócio jurídico, de caráter geral, são elencados no art. 104 do Código civil de 2002, que dispõe:
“Art. 104. A validade do negócio jurídico requer:
I - agente capaz;
II - objeto lícito, possível, determinado ou determinável;
III - forma prescrita ou não defesa em lei”.
O caso hora analisado, tem-se como regime de bens, o de separação obrigatória, ou seja aquele de decorre da lei e não da vontade dos cônjuges como prevê o código civil:
“Art. 1.641. É obrigatório o regime da separação de bens no casamento:
I - das pessoas que o contraírem com inobservância das causas suspensivas da celebração do casamento;
II - da pessoa maior de 70 (setenta) anos;
III - de todos os que dependerem, para casar, de suprimento judicial.”
A única possibilidade de alienar bem imóvel sem outorga conjugal (marital, do homem, ou uxória, da mulher) é quando o casamento for contratado pelo regime da separação absoluta de bens, cuja opção pelo regime se dá via pacto antenupcial. É o que prevê o artigo 1.647 do CC/02:
“Art. 1.647. Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos cônjuges pode, sem autorização do outro, exceto no regime da separação absoluta:
I - alienar ou gravar de ônus real os bens imóveis;
(...)”
Assim o regime da separação obrigatória de bens funcionará da mesma forma que o Regime da separação total de bens.
Para evitar que um dos cônjuges enriqueça às custas do outro, existe uma Súmula que dispõe sobre a presunção de que os bens adquiridos durante o casamento são resultado do esforço comum do casal, mesmo que estejam registrados no nome de apenas um deles.
O entendimento majoritário, apesar de fortes e fundamentados posicionamentos contrários, é aquele estipulado na Súmula 377 do Supremo Tribunal Federal, no sentido de que:
“No regime de separação legal (obrigatório) de bens, comunicam-se os adquiridos na constância do casamento”.
Tendo em vista que tais bens foram adquiridos por esforço comum do casal. O requisito de legitimação necessário à validade do contrato, qual seja a outorga uxória para venda do imóvel, encontra fundamento no art. 1.647 do Código Civil, que dispensa tal outorga apenas nas alienações de imóveis quando o regime for o da separação absoluta de bens (escolha via pacto antenupcial).
Ainda que demonstrado que o réu já possuía o terreno a título de doação, não restam dúvidas acerca das benfeitorias realizadas, custeadas conjuntamente pelo casal, conforme demonstrados pelas datas do casamento e as datas de realização das benfeitorias. A sua comunicabilidade está expressa no art. 1.660, IV do CC/02, vejamos:
“Art. 1.660. Entram na comunhão:
(...)
IV - as benfeitorias em bens particulares de cada cônjuge;
(...)”
É certo que tal dispositivo refere-se à comunhão parcial de bens, contudo, por força da já mencionada Súmula 377 do Supremo Tribunal Federal, o regime da separação obrigatória rege-se pelas mesmas regras do regime de comunhão parcial no tocante às aquisições e benfeitorias realizadas na constância do casamento.
A respeito do prazo para propositura da ação, tens que é tempestivo, a luz da previsão legal, conforme prescreve o art. 1.649 do CC/02.
“Art. 1.649. A falta de autorização, não suprida pelo juiz, quando necessária (art. 1.647), tornará anulável o ato praticado, podendo o outro cônjuge pleitear-lhe a anulação, até dois anos depois de terminada a sociedade conjugal.
Por fim, necessário ressaltar que a legitimidade para propositura da ação é do cônjuge que deveria dar o consentimento ou, na sua falta, dos respectivos herdeiros. Como segue:
“Art. 1.650. A decretação de invalidade dos atos praticados sem outorga, sem consentimento, ou sem suprimento do juiz só poderá ser demandada pelo cônjuge a quem cabia concedê-la, ou por seus herdeiros.
A doutrina se posiciona acerca do fato mencionado como segue:
A esse propósito, faz-se mister trazer à colação o entendimento do eminente CARLOS ROBETO GONÇALVES, que assevera:
Para que um negócio produza efeitos, o mesmo deve obedecer critérios, tais como, existência e validade. Uma vez que, somente existe, se houver partes, objeto, forma e vontade. Reunidos os elementos essenciais para sua existência, deve-se analisar se os mesmos sãovalidos à luz do ordenamento jurídico. No plano da validade as partes devem ser capazes, tal capacidade deve ser analisada pontualmente caso a caso, uma vez que o agente além de capaz deve ter legitimação para a prática do ato, ao modo que nos negócios que versem acerca de direitos reais imobiliários, por exemplo, a parte que sem anuência de seu cônjuge ou companheiro carece de legitimação para a propositura do negócio. Sobre o objeto, este deve ser possível, determinado ou determinável, e licito. A forma deve ser prescrita ou não proibida pela lei. E a vontade, livre, consciente e desembaraçada. (GONÇALVES, Carlos Roberto, 2012,p.331-336)
Ainda leciona CARLOS ROBERTO GONÇALVES, no Curso de Direto Civil Brasileiro, que:
“Para que o negócio jurídico produza efeitos, possibilitando a aquisição, modificação ou extinção de direitos, deve preencher certos requisitos, apresentados como os de sua validade.
Se os possui, é válido e dele decorrem os mencionados efeitos, almejados pelo agente.
Se, porém, falta-lhe um desses requisitos, o negócio é inválido, não produz o efeito jurídico em questão e é nulo ou anulável”. (GONÇALVES, Carlos Roberto, DIREITO CIVIL BRASILEIRO, TEORIA GERAL DAS OBRIGAÇÕES, vol 2. Saraiva. 2012,p.337)
Da tutela provisória:
Pede-se tutela a vossa excelência o deferimento da tutela provisória para garantia de direito, conforme previsão legal constante no Código de processo civil:
Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.
§ 1o Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o caso, exigir caução real ou fidejussória idônea para ressarcir os danos que a outra parte possa vir a sofrer, podendo a caução ser dispensada se a parte economicamente hipossuficiente não puder oferecê-la.
§ 2o A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após justificação prévia.
§ 3o A tutela de urgência de natureza antecipada não será concedida quando houver perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão.
A jurisprudência, tem se posicionado a favor da anulação do negócio jurídico que careca de outorga por parte de um dos cônjuges, conforme ementas a seguir: 
Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. NEGÓCIOS JURÍDICOS BANCÁRIOS. AÇÃO ORDINÁRIA DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE OBRIGAÇÃO CAMBIAL (NULIDADE DE AVAL). Nos termos do artigo 1.647, II, do Código Civil, é vedado ao cônjuge prestar aval sem a devida outorga uxória ou marital. A ausência de consentimento do cônjuge implica na ineficácia total da garantia prestada. NEGARAM PROVIMENTO AO RECURSO. UNÂNIME. (Apelação Cível Nº 70070027081, Décima Sexta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Ergio Roque Menine, Julgado em 16/02/2017)
AGRAVO DE INSTRUMENTO - EXECUÇÃO - ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA DE BEM IMÓVEL EM GARANTIA - OUTORGA UXÓRIA - AUSÊNCIA - LIMINAR - REQUISITOS LEGAIS Para concessão de liminar é indispensável a presença do perigo de dano para a parte e da aparência de bom direito. A alienação de bem imóvel sem autorização do cônjuge acarreta a anulabilidade do negócio jurídico, que poderá ser requerida pelo cônjuge preterido.
(TJ-MG - AI: 10024133524777001 MG, Relator: Evangelina Castilho Duarte, Data de Julgamento: 27/03/2014, Câmaras Cíveis / 14ª CÂMARA CÍVEL, Data de Publicação: 04/04/2014)
III – DO PEDIDO
Que seja concedido a tutela provisória do pedido e mantida por final de processo.
Que seja concedida a assistência jurídica gratuita.
Anulação do negócio jurídico e o cancelamento do registro imobiliário.
A citação dos requeridos, na pessoa do seu representante legal, por meio dos correios, para, querendo, contestar a presente ação no prazo legal, sob pena de revelia e confissão ficta da matéria de fato.
A condenação dos requeridos em custas judiciais e honorários advocatícios, no importe de 20%.
Opta a autora pela não realização d audiência de mediação.
Protesta o autor por todos os meios de provas admitidos em lei.
Dá-se à causa o valor de R$ ___.
Nesses termos, pede deferimento.
Belo Horizonte, 06 de março de 2017.
[Assinatura do Advogado] [OAB...]
ROL DE DOCUMENTOS EM ANEXO:
Cópia do documento oficial de identificação com RG.
Cópia do comprovante de residência da requerente.
Cópia da matricula autenticada e atualizada da matricula do registro de imóveis.
Cópia autenticada do documento do registro de pessoas naturais, referentes ao casamento e separação das partes.
Declaração de hipossuficiência para concessão da Assistência jurídica gratuita.
Cópia do comprovante de renda da autora.
Cópia da procuração para postular em nome da parte autora.
ADVOGADOS XXX
RUA XXXX nº xx – centro – cep XXXXXXXX cidade XXXX /XX

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