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Aula 4 – Concorrência Perfeita: A oferta da indústria Bibliografia: VARIAN, H.R. Microeconomia: uma abordagem moderna. 8. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012. (Capítulo 23) PINDYCK, R. S.; RUBINFELD, D. L. Microeconomia. 5ª ed. São Paulo: Prentice Hall, 2002. (capítulos 8) Profa. Francieli Tonet A Oferta da Indústria no Curto Prazo A curva de oferta que a indústria* apresenta ao mercado será a soma das ofertas de todas as empresas individuais; Considerando uma indústria com um número fixo de empresas, n. Seja Si (p) a curva de oferta da empresa i, a curva de oferta de indústria será: 𝑆 𝑝 = 𝑖=1 𝑛 𝑆𝑖 𝑝 * O termo indústria se refere ao conjunto de empresas que exploram o mesmo tipo de negócio, ou seja, à qualquer setor ou ramo de atividade econômica. Assim, a curva de oferta da indústria também pode ser chamada de curva de oferta de mercado. A Oferta da Indústria no Curto Prazo S1 S2 S1 + S2 + S3 p y A curva de oferta da indústria é a soma das curvas de oferta individuais ( ). S1 + S2 + S3 S3 P1 P2 2 5 8 15 P = CVMe de cada empresa, ou seja, é o preço mínimo no qual a empresa opera. Abaixo de P1 não há produção no setor. Entre P1 e P2, apenas a empresa 3 produz e a curva de oferta da indústria é S3. Ao nível de P2 as três empresas ofertam ao mercado. Equilíbrio da indústria no curto prazo O equilíbrio da indústria será determinado pela oferta e demanda de mercado: A intersecção entre as curvas de oferta e demanda fornece o preço de equilíbrio, p*; A partir do preço de equilíbrio é possível examinar os níveis de produção e de lucros de cada empresa individual: Se 𝑝 = 𝑐(𝑦) 𝑦 → 𝑝 = 𝐶𝑀𝑒, a empresa terá lucro zero; Se 𝑝 > 𝐶𝑀𝑒, a empresa terá lucro positivo; Se 𝑝 < 𝐶𝑀𝑒, a empresa terá lucro negativo, ou seja, prejuízo. Nesse caso, ainda será melhor ela continuar funcionando no CP se 𝑝 > 𝐶𝑉𝑀𝑒. Equilíbrio da indústria no curto prazo CMeCMgp p* y y y CMe CMg CMe CMg Empresa A: lucro zero 𝑝 = 𝑐(𝑦) 𝑦 Empresa B: lucro positivo 𝑝 > 𝑐(𝑦) 𝑦 Empresa C: lucro negativo 𝑝 < 𝑐(𝑦) 𝑦 CVMe CVMe CVMe Equilíbrio da indústria no longo prazo No LP, as empresas podem ajustar seus fatores fixos, como o tamanho de suas instalações ou seus bens de capital, de modo a maximizar seus lucros; Se uma empresa sofre perdas no LP, espera-se que ela saia da indústria. Ou seja, sua curva de oferta se localiza acima da curva de CMe. Do mesmo modo, se uma empresa estiver obtendo lucros, espera-se que ocorram novas entradas no mercado. Tanto a aquisição de fatores fixos como o fenômeno de entrada e saída afetam a quantidade ofertada e, consequentemente, o preço de mercado; Mudanças no preço de mercado, por sua vez, afetará os lucros e os incentivos à entrada e saída. Curva de oferta de longo prazo S1 S2 S3 S4 p p* y Para os pontos abaixo de p*, não há oferta. Cada ponto da curva de oferta de um única firma que se situa à direita do intercepto da curva de oferta de duas empresas e de p*, não pode ser coerente com o equilíbrio de LP. À medida que mais empresas entram no mercado, a curva de oferta da indústria fica cada vez mais plana, uma vez que a oferta de produção ficará cada vez mais sensível ao preço. Assim, no LP com livre entrada, a curva de oferta será aproximadamente plana ao preço que iguala o custo médio mínimo e os lucros serão zero. Curvas de oferta reais Curva de oferta aproximada p* = mínCMe Lucro econômico nulo Em uma indústria com entrada livre, os lucros serão levados a zero: Sempre que houver lucros econômico positivos, haverá o incentivo para que novas empresas entrem no mercado, levando esses lucros a zero; Num equilíbrio de longo prazo com lucro zero, todos os fatores de produção são remunerados a preço de mercado; O preço de mercado mede o custo de oportunidade desses fatores (o quanto eles poderiam ganhar em qualquer outro lugar); Isso implica que uma empresa que está obtendo lucro econômico zero, apresenta um retorno normal – competitivo – isto é, está tendo um resultado tão bom quanto teria se aplicasse seus recursos de outra forma; Quando os lucros são zero, não significa que a indústria desaparecerá, mas apenas que ela parará de crescer, uma vez que não oferece mais atrativos para a entrada, e que as empresas do setor têm um desempenho adequado para permanecer no mercado. Exemplo: tributação no longo e no curto prazo Imposto D SCP’ SCP = CMg SLP = CMe SLP’ = CMe PS” = PS = PD PD’ PS’ = PD’ - t y PD” P y*y’y” Supondo uma indústria em equilíbrio: com a tributação, no CP haverá uma redução da oferta, elevando os preços ao consumidor e reduzindo os preços recebidos pelos ofertantes. Com a livre entrada e saída, no LP a oferta se ajustará até o ponto em que o preço se iguale ao CMe, ou seja, deslocando a curva de oferta na mesma proporção do imposto.
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