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Casos Concretos de Ciência Política

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Casos Concretos de Ciência Política
Plano de Aula 1
O filósofo francês Francis Wolff, um ardoroso defensor da democracia, afirmou que um de seus alvos no estudo da política é exatamente o apolitismo. Em sua opinião, o desinteresse dos cidadãos pela política ameaça a democracia, ao fomentar, entre outros males, a ação do que chama de políticos profissionais. Livre de cobranças, esse grupo teria o hábito de aprovar ou impor medidas descoladas das verdadeiras necessidades e desejos dos cidadãos. Por isso, para o filósofo, o apolitismo, seria a recusa dos cidadãos, explícita ou implícita, em participar da vida da comunidade política e das escolhas que essa comunidade faz, ou seja, seria o desinteresse pela coisa pública.
Diante do texto anterior e, de acordo com o que você apreendeu da leitura referente à Aula 1, responda:
a) A verdadeira concepção de política se coaduna com o desinteresse da coisa pública pela cidadania?
Resposta: Não. O bem comum e a liberdade dos cidadãos são as metas da Política.
b) Estaria correta a afirmação do filósofo Francis Wolff quando afirma que "o desinteresse dos cidadãos pela política ameaça a democracia"? Justifique sua resposta.
Resposta: Sim. Todos os cidadãos devem ser participativos na vida política em um Estado Democrático de Direito. Havendo desinteresse dos mesmos, a Democracia corre risco de existência.
Plano de Aula 2
Caso 1
“’E evidente que, durante o tempo em que os homens vivem sem um poder comum que os mantenha subjugados, eles se encontram naquela condição que é chamada de guerra; e essa guerra é uma guerra de cada homem contra cada outro homem”.
Aponte o autor dessa frase e a situação por ele descrita:
a)Locke e o estado da natureza.
b)Hobbes e o estado da natureza.
c)Hobbes e o estado em sociedade.
d)Platão e o estado da natureza
Resposta: B.
Caso 2
Como vimos, em Hobbes, o contrato social faz com que os indivíduos abdiquem de sua infinita liberdade e a entreguem a um soberano, que deve garantir suas vidas e uma ordem social segura. Com este acordo, segundo Hobbes, está criada a sociedade e também o Estado. Neste sentido, pergunta-se:
Quais as finalidades do Estado em Hobbes?
Resposta: É de observar que a soberania do Estado é absoluta porque é resultado da renúncia de direitos ilimitados do indivíduo em favor do governante. Por isso, nenhum dos sujeitos (participantes do acordo) estará autorizado a censurar qualquer ação do Estado, porque cada um autorizou previamente essa ação, reconhecendo-a como sua. Por fim, cabe ao Estado, segundo Hobbes, representar os cidadãos, assegurar a ordem e esse mesmo Estado ser a única fonte de lei.
Plano de Aula 3
Caso 1
Na visão de Locke e Rousseau os homens são completamente livres conforme a sua natureza, pelo que são criaturas marcadas pela bondade. Sendo certo que, com o surgimento da propriedade, o homem abandona a sua condição natural, pode-se afirmar que a propriedade surge da mesma forma e tem os mesmos efeitos na formação do Estado para ambos os autores?
Resposta: Não. Para Locke, a propriedade surge como fruto de conquista do homem livre e deve ser garantida pelo Estado, sendo, assim, um direito fundamental. Já Rousseau acreditava que a propriedade foi a causa da desigualdade moral ou política, pois ela seria a apropriação arbitrária daquilo que, pertencendo a todos, não pertence a ninguém.
Plano de Aula 4
Caso 1
Considerando a possibilidade de as ilhas de Fernando de Noronha deixarem de compor o território brasileiro, é certo que a extensão territorial brasileira será alterada. Com a dita alteração, o mar territorial e o espaço aéreo sofrerão algum tipo de impacto?
Resposta: Sim. O conceito de território não exige o caráter de continuidade geográfica do território do Estado a fim de possibilitar o exercício da Soberania.
	A delimitação espacial do poder tem múltiplas dimensões. O conceito de território, na condição de base físico-geográfica delimitadora da ação soberana do próprio Estado, admite a descontinuidade geográfica, como é o caso das ilhas de Fernando de Noronha. 
	Não resta nenhuma dúvida da importância dessa visão multidimensional do território, uma vez que mostra que a base física delimitadora da atuação jurisdicional do Estado não se restringe ao elemento terrestre, podendo ainda incluir os espaços marítimo e aéreo, bem como áreas destacáveis do núcleo territorial do Estado.
	Com isso, o conceito de território não precisa ser contínuo, isto é, a base física dentro da qual se exerce a soberania estatal pode ou não ser contínua, englobando os espaços geográficos destacáveis da superfície terrestre principal do Estado. 
Plano de Aula 5
Caso 1
Paulo, refugiado de guerra, já vive no Brasil acerca de 20 anos, já tem todos os documentos Brasileiros, já constituiu a sua família (com mulher e um casal de filhos) tem emprego fixo, mas não pensa em se naturalizar brasileiro. Quando questionado a esse respeito, ele afirma ser grato ao Brasil, mas que não se sente Brasileiro. Diante do caso de Paulo, é possível identificar uma distinção entre o conceito de povo e o conceito de nação?
Resposta: Sim. Povo é o segundo elemento essencial material do Estado. O termo “nação” se refere a uma coletividade real que se sente unida pela origem comum, pelos laços linguísticos, culturais ou espirituais, por interesses, ideais e aspirações comuns.
Assim, nação é um grupo constituído por pessoas que, não necessitando ocupar um mesmo espaço físico, compartilham dos mesmos valores axiológicos e são movidos pela vontade de comungar um mesmo destino.
Plano de Aula 6
Caso Concreto
	O conceito de soberania é teoricamente bastante complexo e tem variado no decorrer do tempo, suscitando uma grande quantidade de acepções conceituais. Podemos, de qualquer forma, extrair que se trata de um termo que designa o poder político no Estado Moderno estando expresso em praticamente todas as constituições modernas. 
A Constituição brasileira tem alguns dispositivos (no caso os art. 4º e 14) que fazem tal referência, senão vejamos: 
“Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios:
I – independência nacional; (...)
III – autodeterminação dos povos;
IV – não intervenção;
V – igualdade entre os Estados; (...)”
“Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante:
I – plebiscito;
II – referendo;
III – iniciativa popular. (...)”
Diante do acima exposto, pergunta-se:
a) Diante do que está expresso no Art. 4º da Constituição Federal, é possível afirmar que o Brasil deve considerar que a soberania sempre exterioriza a supremacia estatal?
Resposta: Não. A supremacia estatal está relacionada com o poder do Estado/sua soberania, e está vinculado ao art.14; o art. 4º é o reconhecimento do Brasil perante as outras nações.
Plano de Aula 7
O Premier da Alemanha propõe que a Comunidade Europeia se transforme em uma federação enquanto que o Premier da França contrapropõe que ela se transforme em uma confederação. Ambos querem estabelecer um vínculo jurídico, entre aqueles estados europeus, mais forte que o Tratado de Maastrich. Do ponto de vista da natureza dos vínculos jurídicos propostos, o que os diferenciaria?
Resposta: Na Federação, os Estados-Membros não possuem soberania, mas sim autonomia e capacidade de auto-organização, ou seja, eles não têm o direito de secessão, isto é, de se separarem da União. Já na confederação, os Estados-Membros são soberanos, com isso, possuem o direito de secessão, ou seja, é dissolúvel.
Plano de Aula 8
Após superar uma ditadura e iniciar um processo de redemocratização, determinado país “P” resolve elaborar uma nova Constituição. Embora estivesse definido que se organizariam pela via federativa, houve uma divisão política quanto à forma de governo a ser assumida: por um lado, os mais tradicionalistas requerendo o retorno à monarquia, que deu origem ao surgimento do país no Século XVIII;e, por outro lado, os que defendem uma república de viés democrático, evitando estabelecer qualquer resquício personalista ao poder. A disputa se acirra e o representante da Família Real, figura carismática e bastante conhecida entre a população local, percebendo que os constituintes estão inclinados a estabelecer a forma de governo republicana, passa a defender que a Constituição preveja uma forma monárquica com eleições para rei, sendo que o eleito deve governar com mandato fixo de seis anos, além de responder politicamente pelos seus atos. Pergunta-se: 
a) A proposta do representante da família real faz algum sentido sob a perspectiva da teoria política atualmente estudada? 
Resposta: Não, visto que as características da Monarquia são a hereditariedade, vitaliciedade e irresponsabilidade política. O representante da Família Real traz uma fusão entre República e Monarquia. Como elas são características antagônicas, já que aquela possui a característica de temporalidade e eletividade, e que essa a de vitaliciedade e hereditariedade. Logo, tal proposta não seria compatível com a atual situação.
b) A Constituição brasileira de 1988 permitiria uma modificação (emenda constitucional) com a finalidade de alterar a forma de governo republicana pela forma monárquica? 
Resposta: Não. A forma de governo República não é cláusula pétrea expressa. No art. 60, § 4º, a República não consta. Porém, em 1993, teve um plebiscito, onde foi votado qual seria a forma de governo e o sistema de governo adotados pelo Brasil. Ou seja
Plano de Aula 9
Cunha defende debate para trocar presidencialismo por parlamentarismo. Para o Presidente da Câmara, o sistema presidencialista está em 'crise'. Ele citou que, no parlamentarismo, Chefe de Governo pode ser destituído. 
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), defendeu nesta segunda-feira (29), em visita à Assembleia Legislativa de Manaus, que o Brasil debata a possibilidade de mudar o atual sistema Presidencialista pelo Parlamentarismo, sistema pelo qual o Chefe de Governo (Primeiro-Ministro) é eleito pelo Parlamento e pode ser destituído antes do término do mandato. “Nós vivemos uma crise de Presidencialismo. Uma crise na qual, se o sistema fosse parlamentarista, seria muito mais fácil de ser resolvida. O presidencialismo implica que você eleja o governante e depois só na próxima eleição você tem condições de rever sua posição", disse. 
Diante da reportagem acima apresentada, procure responder as seguintes questões: 
a) Por que razão o Presidente da Câmara afirmou que no sistema parlamentarista o Primeiro -Ministro pode ser destituído antes do término do mandato?
Resposta: Porque o voto de desconfiança é a destituição do Primeiro-Ministro realizado pela maioria do Parlamento. Na maioria das vezes, após tal voto, o Primeiro-Ministro pede demissão do cargo.
b) Estaria correta a afirmação do Presidente da Câmara quando afirma que no presidencialismo, ao se eleger o governante, somente na eleição seguinte o povo teria condições de rever sua posição? Pesquise e responda de forma fundamentada.
Resposta: Sim. Embora o mandato presidencial tenha prazo determinado constitucionalmente, inexiste a destituição pelo Congresso Nacional a partir de um voto de desconfiança ou moção de censura. Porém, tem-se o instrumento do impeachment, no qual o Chefe do Poder Executivo pode vir a ser destituído do cargo se condenado por crime de responsabilidade, nos termos do que estabelece o Art. 52, II combinado com o Artigo 85, ambos da Constituição Federal de 1988. Porém, neste caso, é necessário que seja condenado por cometimento de crime político, diferentemente do que ocorre no Parlamentarismo, em que a simples perda da confiança pela maioria do Parlamento gera as condições políticas para a queda do Parlamento, com a convocação de novas eleições.
c) O que é o recall? O Brasil adota este instituto?
Resposta: Recall é um importante instrumento jurídico da democracia direta ou participativa, consagrando-se o direito de revogação da representação política e possibilitando a correção de rumo em caso de erro de escolha no período das eleições. Porém, é importante salientar que, por falta de previsão constitucional, o sistema constitucional brasileiro não se utiliza deste instituto jurídico, que daria ao eleitorado a possibilidade de revogar o mandato do Presidente da República.
Plano de Aula 10
	Após inúmeras manifestações populares exigindo ampliação de participação dos cidadãos no processo político do País “P”, os governantes, assustados com tais eventos, dão início a uma reforma política, que tem por objetivo alterar algumas regras estabelecidas na Constituição de “P”. Nesta, atualmente, há previsão para que apenas os homens com idade igual ou superior a 21 anos possam votar, sendo que a proposta é a de que o voto seja passível de ser exercido por homens e mulheres com idade igual ou superior a 18 anos. Além desta alteração, outras mais poderão ser propostas pelos atuais parlamentares, que, simbolicamente, representam a vontade do povo de “P”?.
Diante do quadro apresentado, e considerando a leitura de seu livro de Ciência Politica, responda: 
a) A alteração da idade mínima para exercício do voto pode ser considerada uma medida que amplia o grau de democracia de “P”?
Resposta: Sim. Um dos critérios de verificação da adoção do regime democrático é a inclusão de um maior número de participantes nas escolhas dos seus representantes. 
b) A vontade popular manifestada por meio de parlamentares é admitida dentro de um quadro teórico democrático? Se sim, seguindo que modelo de democracia, a dos antigos ou a dos modernos? Justifique.
Resposta: Sim. Seguindo o modelo dos modernos. A democracia dos modernos se caracteriza pelo fato de possuir um sistema de controle e limitação, com base na transmissão representativa do poder do povo aos seus representantes, que passam a exercer mandatos políticos. 
c) A manifestação nas ruas pode ser considerada como exercício democrático ou a democracia somente deve ser reconhecida pela manifestação institucional do voto? Justifique sua resposta.
Resposta:	Pode ser reconhecida como exercício democrático, visto que o regime democrático defende a ampliação dos valores de liberdade, já que tal regime busca impedir o governo de autocratas cruéis e perversos, garantindo aos cidadãos uma série de direitos fundamentais, como, por exemplo, o pluralismo político e o direito de os cidadãos se reunirem pacificamente em local público.
Plano de Aula 11
	 Golpe militar de 1964 completa 50 anos
Foi o início de uma ditadura militar de duas décadas no Brasil. Especialistas contam como ocorreu a tomada do poder do país pelos militares.
Como tivemos a oportunidade de estudar na disciplina História do Direito Brasileiro, o golpe militar que deu início a uma ditadura que perdurou por 21 anos no Brasil ocorreu em um contexto histórico de Guerra Fria, com disputa entre americanos e soviéticos por áreas de influência. Neste sentido pergunta-se: 
a) o regime militar implantado em 1964 pode ser classificado como um regime autocrático? Justifique.
Resposta: Sim. A Ditadura Militar foi um regime autoritário, que é uma espécie do gênero autocracia. O regime autoritário não se baseia no primado de uma ideologia e pode admitir uma certa esfera de liberdade ao cidadão para escolhas no âmbito privado. Tal regime faz oposição à concepção igualitária, democrática e individualista dos sistemas democráticos. Ele se caracterizou pelas violações aos direitos e garantias individuais; restrições aos direitos civis e políticos, propaganda e eliminação da separação dos Poderes.
b) em relação ao Golpe de 1964, ocorrido em um quadro de disputas por áreas de influência e lutas ideológicas entre Estados Unidos e União Soviética, é-nos possível afirmar que os norte-americanos representaram a defesa do regime liberal-democrático, enquanto os soviéticos representavam a defesa das posições socialistas de cunho autoritário? Justifique.
Resposta: Não. Historicamenteficou comprovado que os EUA, em virtude da busca pela conquista de território, no que diz respeito à Guerra Fria, financiou os golpes militares nos países da América Latina; ficando comprovada a possibilidade de Estados autocráticos (Autoritarismo), tendo um sistema econômico capitalista vigente. 
c) Pode-se dizer que o Brasil vivenciou a experiência totalitária no decorrer do regime militar de 1964? Justifique.
Resposta: Não. O Brasil havia sofrido uma Ditadura militar que, pelo fato de permitir uma pequena liberdade nas relações privadas, mesmo violando direitos civis e políticos, foi considerado um regime autoritário, e não totalitário.
Plano de Aula 12
	Sabe-se que um discurso político pode ser convincente quando fundado em raciocínio claro, baseando-se sobre as faculdades intelectuais e estando voltado para o estabelecimento de verdade. Neste caso, obtém-se a persuasão através de argumentos que levam o auditório a acreditar que a perspectiva do orador é correta. Neste sentido, responda:
a) Em uma democracia, pode haver outros elementos discursivos que influenciem no processo de convencimento do auditório?
Resposta: Sim. O orador transmite convicção, não é a força do argumento, mas a maneira como é transmitida; e as virtudes do orador, que aparenta ter dignidade e caráter.
b) Observando a charge acima, poderia a mesma produzir algum sentido na discussão sobre os limites do discurso político? Explique.
Resposta: É imprescindível que o cidadão utilize da análise crítica ao se deparar com um discurso político, de modo que a emoção não o faça agir de forma equivocada. O povo não deve se basear somente pelo coração ao assistir um discurso, mas deve atentar para a razão ao escolher seu candidato.

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