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Modalização na Linguagem

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Modalização é o fenômeno pelo qual o sujeito expressa sua adesão ao texto. Através da modalização é possível perceber qual a atitude do locutor na defesa do que pretende. Assim, é possível perceber se ele crê no que diz, se atenua ou impõe algo que diz. Na verdade, é a expressão de um ponto de vista. Portanto, como pode haver um texto sem modalização?
A resposta é muito simples. Simplesmente não há texto sem modalização. Essa pode sim ser mais explícita ou mais discreta.
A modalização consiste na atitude do falante em relação ao conteúdo objetivo de sua fala. Um dos elementos discursivos mais empregados na modalização consiste na conveniente seleção lexical. De fato, em muitos casos, uma mesma realidade pode ser apresentada por vocábulos positivos, neutros ou negativos, tal como ocorre em: sacrificar / matar / assassinar; compor / escrever / rabiscar; cidadão / réu / assassino.
As Expressões Modalizadoras:
a) são elementos linguísticos diretamente ligados ao evento de produção do enunciado;
b) funcionam como indicadores de intenções, sentimentos e atitudes do locutor com relação a seu discurso;
c) revelam o grau de engajamento do falante em relação ao conteúdo proposicional veiculado.
Tipos Básicos:
a) Modalidades Epistêmicas: referem-se ao eixo do saber (certeza/ probabilidade);
· Crer – eu acho, é possível
. Viajarei com certeza.
Provavelmente virei.
· Saber – eu sei, é certo
Virei sem falta.
b) Modalidades Deônticas: referem-se ao eixo da conduta (obrigatoriedade/ permissibilidade).
· Proibido: Não se deve fumar na sala de espera do consultório.
· Obrigatório: A vida tem que valer a pena. 
. Você deve se alimentar melhor. 
Recursos Lingüísticos para a expressão da modalização:
· modos e tempos verbais;
· advérbios: talvez, felizmente, infelizmente, lamentavelmente, certamente...;
· predicados cristalizados: é certo, é preciso, é necessário;
· performativos explícitos: eu ordeno, eu proíbo, eu permito...;
· verbos auxiliares: poder, dever, ter que/ de, haver de, precisar de...;
· verbos de atitude proposicional: eu creio, eu sei, eu duvido, eu acho...
Modalização Epistêmica: “expressa uma avaliação sobre o valor de verdade e as condições de verdade da proposição” - Compreende três subclasses:
a) Os Asseverativos – “indicam que o falante considera verdadeiro o conteúdo de P.” 
 
 Há dois tipos de modalizadores asseverativos:
- Asseverativos afirmativos: realmente, evidentemente, naturalmente, efetivamente, claro,
certo, lógico, sem dúvida, mesmo, entre outros; 
- Asseverativos negativos: de jeito nenhum, de forma alguma.
b) Os Quase – Asseverativos – “indicam que o falante considera o conteúdo de P quase certo”. Exemplos comuns de quase asseverativos: talvez, assim, possivelmente, provavelmente, eventualmente.
c) Os Delimitadores – “estabelecem o limite dos quais se deve encarar o conteúdo de P”. 
Como exemplos de delimitadores, temos: quase, um tipo de, uma espécie de, geograficamente, biologicamente etc.
Modalização Deôntica: “indica que o falante considera o conteúdo de P como um estado de coisas que deve, que precisa ocorrer obrigatoriamente”. São exemplos de deônticos: obrigatoriamente, necessariamente.
Modalização Afetiva: “verbaliza as reações emotivas do falante em face do conteúdo proposicional, deixando de lado quaisquer considerações de caráter epistêmico ou deôntico”. 
Há dois tipos de modalizadores afetivos:
a) Subjetivos: “expressam uma predicação dupla, a do falante em face de P e a da própria proposição”, como em felizmente, infelizmente, curiosamente, espantosamente, surpreendentemente.
b) Intersubjetivos: “expressam uma predicação simples, assumida pelo falante em face de seu interlocutor, a propósito de P”, como em sinceramente, estranhamente, francamente, lamentavelmente...

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