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Execução civil (1)

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EXECUÇÃO CIVIL
 TEORIA GERAL DA EXECUÇÃO
O processo de conhecimento transforma o fato em direito. A execução transforma o direito em fato.
Princípios da realidade ou responsabilidade patrimonial: Toda execução é real, respondendo apenas os bens do devedor, e não a sua pessoa, se tratando de direito real e não pessoal. 
Exceção: Execução de alimentos, devido ao direito ferido nos alimentos ser demasiadamente importante (Artigo 789 CPC).
Princípio do resultado ou satisfatividade ou primazia da tutela específica: Devedor deve arcar com todas as despesas que decorram do processo de execução, como dívida, juros, correção monetária, honorários advocatícios, custas processuais. Só após o devedor arcar com todas essas despesas que a obrigação será satisfeita. 
OBS: Quando se tratar em obrigação de fazer, o credor tem o direito de exigir tal obrigação. Somente se o credor desejar, que poderá ser substituída tal obrigação por ressarcimento em direito. Caso o devedor se recuse a cumprir tal obrigação, esta recusa poderá ser convertida em perdas e danos. 
Princípio da utilidade: A execução deve ser útil ao credor, atingindo o resultado buscado. Não podendo a execução servir como meio de castigo. 
Princípio da disponibilidade: O credor pode dispor do seu direito da execução independente da autorização do devedor, devido a existir uma obrigação já reconhecida em título executivo, diferente do processo de conhecimento, que precisa de autorização do réu para desistir depois da citação devido a não existir obrigação reconhecida. 
Regra - Artigo 775 NCPC: O exequente tem o direito de desistir de toda a execução ou de apenas alguma medida executiva.
Exceção - Parágrafo Único: Na desistência da execução observar-se-á:
I – Serão extintos a impugnação e os embargos que versarem apenas sobre questões processuais, pagando o exequente as custas processuais e os honorários advocatícios. 
II – Nos demais casos, a extinção dependerá da concordância do impugnante ou do embargante. 
Ou seja, se o embargado ou impugnante estiver alegando matéria de mérito, deverá este concordar da desistência. 
Princípio da especificidade: A execução deve propociar ao credor aquelo que ele obteria se a execução fosse obtida voluntariamente. É permitida a conversão em prestação em dinheiro quando for impossível a prestação da obrigação devida. 
A lei permite ao juiz adotar medidas que façam o juiz atingir o resultado desejado da execução.
Princípio da adequação: Precisa-se usar meios adequados para atingir os fins desejados. 
Ex1: O meio adequado para coagir o devedor de alimentos é a prisão civil. Entretanto em uma execução normal, não é meio adequado a prisão civil, devido a verba patrimonial não gozar do status da verba alimentar, sendo meio adequado invadir o patrimônio do devedor. 
Ex2: Na execução contra a fazenda pública, há o impedimento da penhora dos bens da fazenda pública. 
Princípio do ônus da execução: O devedor que está em mora com o credor deve suportar todos os ônus da execução.
Artigo 831 NCPC: A penhora deverá recair sobre tantos bens quantos bastem para o pagamento do principal atualizado, das custas e dos honorários advocatícios.
Princípio da menor onerosidade: Se tiver um bem que possa ser penhorado que seja menos oneroso para o devedor e que possa satisfazer a execução do credor, deverá este indicar estes meios. Os meios indicados devem ser igualmente eficazes, se for meio menos eficaz ao credor, será inviável a substituição. Assim, eu garanto o interesse do credor e garanto menor onerosidade ao devedor.
Artigo 805 NCPC: Quando por vários meios o exequente puder promover a execução, o juiz ordenará que seja feita pelo meio menos gravoso ao executado.
Parágrafo único: Ao executado que alegar ser a medida executiva mais gravosa, incumbe indicar outros meios mais eficazes e menos onerosos, sob pena de manutenção dos atos executivos já determinados.
Princípio do contraditório: Compreende o direito de ser ouvido, de acompanhar os atos processuais, o direito produzir provas, participar de sua produção e manifestar-se sobre a prova produzida, o direito de ser informado regularmente dos atos praticados no processo, o direito de motivação das decisões e o direito de impugnar as decisões.
É plenamente aplicável à execução, não é tão amplo quanto na fase de conhecimento, mas ainda é existente.
Princípio da boa-fé processual: Os atos, tanto do credor, devedor, juiz e outras devem ser voltados à satisfação estrita da dívida. As partes não têm o direito de criar embaraços ao procedimento executivo.
Artigo 774 NCPC - Considera-se atentatória a dignidade da justiça, a conduta comissiva ou omissiva do executado que:
I – Frauda a execução
II – Se opõe maliciosamente à execução, empregando ardis e meios artificiosos
III – Dificulta ou embaraça a realização da penhora
IV – Resiste injustificadamente às ordens judiciais
V – Intimado, não indica o juiz quais são e onde estão os bens sujeitos a penhora e seus respectivos valores, nem exibe prova de sua respectiva propriedade ou certidão negativa de ônus. 
Parágrafo único: Nos casos previstos no disposto neste artigo, o juiz fixará multa a montante não superior a 20% do valor atualizado do débito em execução, o qual será revertido a em proveito do exequente, exigível nos próprios autos do processo, sem prejuízo de outras sanções de natureza processual ou material. 
Artigo 776 NCPC: O exequente ressarcirá ao executado os danos que este sofreu quando a sentença transitada em julgado declarar inexistente em todo ou em parte a obrigação que ensejou a execução.
Ou seja, se a dívida não existia, o credor deve ressarcir o devedor.
Principios da dignidade da pessoa humana: A execução não pode ser usada como instrumento de ruina ao devedor. Evidenciado nas regras de impenhorabilidade de bens, como o bem de família, com o intuito a garantir o mínimo da sobrevivência do devedor, ou o salário do devedor (exceto na execução de alimentos). 
Deve-se respeitar limites, que nos protegem do arbítrio do poder estatal.
TÍTULO EXECUTIVO
É uma garantia do devedor também, que só pode ser executado por meio do título executivo, assim, protegendo seu patrimônio de arbitrariedades. Quem não tem titulo executivo, não tem interesse de agir no processo de execução.
O título na verdade é o ato, e não o documento que ele representa. Representa a sentença dada em processo de conhecimento, e não o papel presente. Ex: Se o título for perdido, pode-se retomar os autos do processo para reaver tal título.
O título diz quem é o credor e o devedor, além de delimitar o objeto. Só pode executar e ser executado quem está previsto no título. 
O título não vai dispor sobre os meios executórios, saberemos qual são os meios pela própria natureza do título.
Só é título executivo o que a lei disser que o é, sendo taxativa sua nomeação.
Características do título: Certo, líquido e exigível.
Certeza: Pela simples análise do título, se pode constatar a existência da obrigação, quem é o devedor e credor, e a data do cumprimento. Presentes estes requisitos, é certo.
Liquidez: Quantum debentur. Quanto deve o devedor ao credor. A necessidade de correção monetária não torna o título ilíquido, devido a ser apenas cálculos aritméticos. 
Exigibilidade: Quando há direito e não está em condição suspensiva. 
Artigo 787 NCPC: Se o devedor não for obrigado a satisfazer sua prestação senão mediante a contraprestação do credor, este deverá provar que adimpliu ao requerer a execução, sob pena de extinção do processo.
Ou seja, se para ter direito de alguma prestação do devedor, o devedor tiver que dar uma contraprestação qualquer, nesse caso, o credor ao iniciar a execução deve demonstrar que adimpliu sua parte do contrato.
Parágrafo único – O executado poderá eximir-se da obrigação depositando em juízo a prestação ou a coisa, caso em que o juiz não permitirá que o credor o receba sem dar a contraprestação contratual.
Artigo 788 NCPC: O credor não poderá iniciar a execução ou nelaprosseguir se o devedor cumprir a obrigação, mas pdoerá recusar o recebimento da obrigação se ela não corresponder obrigação ou direito estabelecidos no título executivo, caso em que poderá requerer a execução forçada, ressalvado ao devedor o direito de embarga-la. 
Se o devedor cumpre a obrigação, o credor não poderá recusar o recebimento, mas se o devedor cumprir a obrigação de maneira diversa da devida, pode o credor rejeitá-la.
O devedor, via de regra, deve participar da formação do título, exceção da Certidão de dívida ativa. Ex: Em uma decisão judicial, você teve a oportunidade de exercer seu contraditório e ampla defesa, podendo ter participado ativamente da formação do título.
Títulos executivos judiciais - Artigo 515
I – Decisões proferidas no processo civil que reconheçam a exigibilidade de obrigação de pagar quantia, de fazer, de não fazer e de entregar coisa
II – Decisão homologatória de autocomposição judicial
III – Decisão homologatória de autocomposição extrajudicial de qualquer natureza
IV – Formal e certidão de partilha exclusivamente em relação ao inventariante, aos herdeiros e sucessores, a título singular ou universal
V – Crédito de auxiliar da justiça quando as custas e emolumentos dos honorários tiverem sido aprovados por decisão judicial. Ex: O perito que não recebeu seus honorários poderá se utilizar da decisão que homologou a sua perícia como título executivo judicial.
VI – A sentença penal condenatória transitada em julgado
VII – A sentença arbitral
VIII – A sentença estrangeira homologada pelo STJ
IX – Decisão interlocutória estrangeira, após a concessão do exequatur, a carta rogatória pelo STJ
Títulos executivos extrajudiciais – Artigo 784
I – Letra de cambio, nota promissória, duplicata, debenture e cheque
II – A escritura pública ou outro documento público assinado pelo devedor
III – O documento particular assinado pelo devedor e duas testemunhas
IV – Instrumento de transação referendado pelo MP, DP, advocacia pública, advogados dos transatores ou por mediador ou conciliador credenciado pelo tribunal
V – Contrato garantido por hipoteca, penhor ou anticrese ou outro direito real e garantia e aquele garantido por caução
VI – O contrato de seguro de vida em caso de morte
VII – O crédito decorrente de foro e laudêmio
VIII – o credito documentalmente comprovado decorrente de alugueis de imóvel bem como de encargos acessórios, tais como taxas e despesas de condomínios
IX – A certidão de dívida ativa da união estados DF e municípios, e créditos inscritos na forma da lei
X – O crédito referente as contribuições ordinárias e extraordinários previstas em condomínios edilícios prevista na respectiva convenção ou aprovadas na assembleia geral ou devidamente comprovada
XI – A certidão expedida por serventia notarial ou de registro relativa a valores de emolumentos ou demais despesas devidas por atos por ela praticados fixados nas tabelas estabelecidas em lei.
XII – Todos os demais títulos aos quais por disposição expressa a lei atribuir força executiva
LEGITIMIDADE DAS PARTES
Legitimidade ativa
Artigo 778 NCPC: Pode promover a execução forçada o credor a quem a lei confere título executivo.
P¹ - Podem promover a execução forçada ou nela prosseguir em sucessão ao exequente originário.
I – MP (legitimidade extraordinária)
Ex¹: Art. 16 da lei 4.717/65: Se decorrido 60 dias da publicação da sentença condenatória sem que seja promovida a execução em ação popular, o MP pode promover a execução dessa AP no prazo de 30 dias.
Ex²: Art. 100 do CDC: MP é legitimo para execução de sentença de processo coletivo que teve como autor, alguns dos legitimados do artigo 82 do cdc, quando no prazo de 1 ano não tenha havido habilitação de interessados compatível com a gravidade do dano.
Ex³: Art. 97 do CDC: Possibilidade de defesa do MP de exexutar sentença proferida em ação civil pública.
Ex: Art. 15 da lei 7347/85: MP é legitimo em sentença de ação civil pública. 
II – Espólio, herdeiros ou os sucessores do credor, sempre que com a morte deste lhe for transmitido o direito resultante do título executivo. (Legitimidade ativa derivada)
III – O cessionário, quando o direito resultante do título executivo lhe for transferido por ato entre vivos (legitimidade ativa derivada).
OBS: O credor cedeu o direito para uma terceira pessoa. 
IV – Sub-rogado nos casos de sub-rogação legal ou convencional. (legitimidade derivada)
Ocorre quando o credor assume a dívida do credor e tem direito de cobrá-la do devedor.
Ex¹: O fiador da dívida, que quita e sub-roga-se no direito de credor.
Ex²: O sócio que paga a dívida da sociedade
P² - A sucessão prevista no P¹ independe de consentimento do executado
A legislação especial ainda prevê outros casos de legitimidade ativa.
Legitimidade passiva
Artigo 779 NCPC: A execução pode ser promovida contra:
I – O devedor reconhecido como tal no título executivo (legitimidade passiva originária)
II – Espólio, herdeiro ou sucessor do devedor (legitimidade passiva derivada)
Os sucessores só respondem pelo limite de seu quinhão. Há possibilidade também de sucessão empresarial.
III – Novo devedor que assumiu, com o consentimento do credor, obrigação resultante do título executivo.
A pessoa só pode assumir a dívida de outra com o consentimento do credor. A assunção de dívida é condicionada ao aceite do devedor.
IV – O fiador do debito resultante do título executivo extrajudicial
STJ - A fiança prestada sem a autorização de um dos cônjuges implica a ineficácia total da garantia, caso seja casado no regime total ou parcial.
V – Responsável titular do bem, vinculado por garantia real ao pagamento do débito (legitimidade passiva derivada)
Pode ser hipoteca, penhor ou anticrese.
VI – Responsável tributário (entre o 128 e o 138 do CTN)
Artigo 780 NCPC: O exequente pode cumular várias execuções, ainda que fundadas em títulos diferentes, quando o executado for o mesmo e desde que, para todas, seja competente o mesmo juízo e idêntico procedimento.
COMPETÊNCIA
Em título judicial – Cumprimento da sentença.
Artigo 516 NCPC: O cumprimento de sentença efetuar-se-á perante:
I – Os tribunais em competência originária
II – Juízo que decidiu a causa em primeira instância
III – É competente o juízo civil, quando se tratar de sentença penal condenatória, de sentença arbitral, de sentença estrangeira e de acordão do tribunal marítimo
P único: Nas hipóteses dos incisos II e III, o exequente poderá optar pelo juízo do atual domicilio do executado, no juízo que se encontrem os bens sujeitos à execução ou pelo juízo do local onde deva ser executada a obrigação de fazer ou não fazer, casos em que a remessa dos autos do processo será solicitada ao juízo de origem.
A intenção aqui é facilitar a execução para o credor, que pode alterar o juízo da execução para facilitar de receber.
Artigo 109, X CF – Para cumprir a execução de sentença estrangeira, deve-se propor ação na justiça federal.
Em título extrajudicial – Execução
Artigo 781 NCPC: A execução fundada em título extrajudicial será processada perante o juízo competente, observando-se o seguinte:
I – A execução poderá ser proposta no foro de domicilio do executado, de eleição constante do título ou ainda, de situação dos bens a ela sujeitos. 
II – Tendo mais de um domicilio, poderá ser demandado no foro de qualquer um deles
III – Sendo incerto ou desconhecido o domicilio do executado, a execução poderá ser proposta no lugar onde for encontrado ou no lugar de foro de domicilio do exequente
IV - Havendo mais de um devedor com diferentes domicílios, a execução será proposta no foro de qualquer deles, a escolha do exequente
V – A execução poderá ser proposta no foro do lugar que se praticou o ato ou em que ocorreu o fato que deu origem ao título, mesmo que nele não mais resida o executado
RESPONSABILIDADE PATRIMONIAL NA EXECUÇÃO
Toda execução é real, não podendo recair sobre a pessoa do devedor, a exceção da dívida de alimentos.
O devedor não pode restringir o atingimento do seu patrimônioEssa é a responsabilidade executiva primária
Artigo 789 NCPC: O devedor responde com todos os seus bens presentes e futuros para o cumprimento das suas obrigações, salvo exceções estabelecidas por lei
Ex¹: Como é o caso dos bens impenhoráveis.
Ex²: Somente responderão pelas dívidas da EIRELI os bens que o constituidor integralizou o capital dessa EIRELI.
Responsabilidade executiva secundária
Artigo 790 NCPC: São sujeitos a execução os bens: 
I – Do sucessor a título singular, tratando-se de execução a título real ou obrigação reipersecutória (aquela que posso perseguir a coisa onde quer que ela esteja)
Esse inciso fala de obrigação de entregar a coisa.
II – São sujeitos a execução os bens do sócio, na forma da lei. 
Ex¹: Na sociedade em nome coletivo, permite-se que o patrimônio do sócio pessoa física responda pelas dividas da pessoa jurídica.
É quando a lei define o patrimônio do sócio responsável solidário
III – Os bens do devedor, ainda que em poder de terceiros
Ex¹: Em contrato de locação, o devedor tem um imóvel locado para outra pessoa. É possível que este imóvel seja atingido pela execução. Obviamente que o inquilino será protegido como inquilino, sendo mantido na posse do bem, independente da execução.
IV – Os bens do cônjuge ou do companheiro, nos casos que seus bens próprios ou de meação respondem pela dívida.
Ex¹: via de regra são aquelas dívidas contraídas por um cônjuge em benefício da família ou com anuência do cônjuge. 
V – Os bens alienados ou gravados com ônus real em fraude à execução
Os bens foram adquiridos por uma terceira pessoa de maneira fraudulenta.
VI – Bens cuja alienação ou gravação tenha sido anulada em razão do reconhecimento em ação autônoma de fraude contra credores
VII – Os bens do responsável no caso de desconsideração da personalidade jurídica.
Artigo 793 NCPC: O exequente que estiver por direito de retenção na posse de coisa pertencente ao devedor não poderá promover a execução sobre outros bens senão depois de discutida a coisa que se achar em seu poder
É mais um limite à responsabilidade patrimonial do devedor. Se o credor reteve alguma coisa em razão do cumprimento da obrigação.
Ex¹: Contrato de deposito, uma pessoa contrata outra para que esta seja seu depositário, como por exemplo uma pessoa vai viajar 1 ano e não vai levar o carro, então se faz um contrato em que o depositário fica responsável pela guarda e manutenção do bem até que esta volte. Entretanto ela não faz o pagamento do contrato de deposito para que reavenha o bem. Nasce ao depositário o direito de reter o bem até que a obrigação da parte depositante seja cumprida. O depositário propõe uma ação contra o depositante, o bem que será penhorado para pagar a dívida é o veículo. Somente será buscado outro bem do depositante se não tem valor suficiente para quitar a obrigação.
Benefício de ordem do credor
Artigo 794 NCPC: O fiador, quando executado, tem direito de exigir que primeiro sejam executados os bens do devedor situados na mesma comarca, livres e desembargados, indicando-os pormenorizadamente a penhora 
P² - O fiador que pagar a dívida poderá executar o afiançado nos autos do processo
P³ - Não se aplica se o fiador tiver renunciado na fiança ao benefício de ordem
Benefício de ordem dos sócios
Artigo 795 NCPC: Os bens particulares dos sócios não respondem pelas dividas da sociedade senão nos casos previstos em lei
P¹ - O sócio réu quando responsável pelo pagamento das dívidas da sociedade tem o direito de exigir que primeiro sejam discutidos os bens da sociedade
P² – Incumbe ao sócio que alegar o benefício do P¹ nomear quantos bens na sociedade, livres e desembargados bastem para pagar o débito
P³ - O sócio que pagar a dívida poderá executar a sociedade nos mesmos autos do processo porque ele vai se sub-rogar ao direito de credor, continuando no mesmo processo como exequente contra a sociedade, que é a executada
P4 – Para a desconsideração de personalidade jurídica é indispensável seguir o procedimento do Incidente de desconsideração da personalidade jurídica
Responsabilidade do espólio e dos herdeiros
Artigo 796 NCPC: O espólio responde pelas dividas do falecido, mas, feita a partida, cada herdeiro responderá, dentro da herança, pela parte que lhe coube.
FRAUDES NA EXECUÇÃO
Fraude contra credores: É uma disposição livre de bens com o objetivo de prejudicar credores provocando a insolvência do devedor.
A pessoa tem patrimônio suficiente para quitar a dívida, é solvente. Entretanto para não honrar essas dividas, ela se desfaz do seu patrimônio, tornando-se insolvente.
2 requisitos: 
1º - Insolvência
2º - Concílio fraudis, que é a intenção de fraudar, verificada a intenção do devedor e do adquirente do bem, é a intenção bilateral de fraudar. 
Para combater a fraude contra credores existe a ação pauliana (158 e 165 CC), em que se deve comprovar a insolvência do devedor e a intenção do devedor e do adquirente de fraudar a dívida.
A fraude contra credores é causa de ANULAÇÃO do ato da transferência do bem.
Fraude à execução – Transfiro o patrimônio para terceira pessoa em face de execução.
Artigo 179 CP – Fraudar a execução, alienando, desviando, destruindo ou danificando bens, ou simulando dividas.
O ato de fraudar a execução frustra a atuação da própria justiça, além do credor.
Requisitos: 
1º - Deve haver uma ação em curso, e o réu deve ter conhecimento da ação, podendo ser de conhecimento ou de execução
2º - Não precisa ter a intenção de lesar credores, aqui não existe elemento subjetivo
Aqui, para combater, não se necessita de ação prova, necessitando apenas petição simples alegando fraude à execução no mesmo processo.
O terceiro adquirente é assistente litisconsorcial e tem direito a contraditório.
Aqui o juiz não anula o ato, como na fraude contra credores, mas sim torna a venda INEFICÁZ em face do exequente. 
Quando o juiz reconhece a fraude à execução, ele não retira o bem da propriedade do adquirente, apenas reconhece que você adquiriu este bem em fraude contra execução, assim, promoverá a penhora do bem, quito a dívida e devolvo ao adquirente o restante. 
Artigo 792 NCPC: Há fraude à execução quando:
I – Sobre o bem pender ação fundada em direito real (propriedade, superfície, servidões, usufruto, uso, habitação, direito do promitente comprador, penhor, hipoteca, anticrese, concessão de uso para fins de moradia, a concessão de direito real de uso e direito à laje) ou com intenção reipersecutória, desde que a pendencia do processo tenha sido averbada no respectivo registro público, se houver.
II – Tiver sido averbada no registro do bem a pendencia do processo de execução na forma do artigo 828 do NCPC (o exequente poderá obter certidão de que a execução foi admitida pelo juiz com identificação das partes e do valor da causa, para fins de averbação no registro de imóveis, de veículos ou de outros bens sujeitos a penhor, arresto ou indisponibilidade).
Isso serve para que o adquirente, quando for pesquisar sobre o bem, descubra que há uma execução correndo contra o devedor e que essa execução pode ser objeto de penhora. Se mesmo assim ele comprar, estaremos diante de fraude de execução.
P² – Em caso de aquisição de bem não sujeito a registro, o 3º adquirente tem ônus de provar que adotou as cautelas necessárias para aquisição mediante apresentação das certidões pertinentes obtidas no domicilio do devedor ou no local onde se encontra.
Em suma, antes de comprar um bem de alguma pessoa, devo ir ao fórum verificar se, contra a pessoa que estou comprando o bem não há nenhuma ação judicial correndo, porque só assim conseguirei provas a minha boa-fé. 
III – Tiver sido averbado no registro do bem hipoteca judiciaria ou outro ato de constrição judicial originaria do processo onde tiver sido arguida a fraude.
Hipoteca judiciária – Por meio da hipoteca judiciária é gravado imóvel ou outro dos dispostos no 810 CC de propriedade da parte condenada ao pagamento de dinheiro ou entrega de coisa, estabelecendo emprol do juízo e do vencedor um instrumento que permite tornar eficaz a sentença. Funciona como registro da sentença.
O credor consegue deixar público no registro do bem a possibilidade de ser objeto de execução no futuro, em curso de processo. 
Se mesmo assim a parte alienou o imóvel, ocorre fraude à execução.
IV – Ao tempo da alienação ou oneração tramitava contra o devedor ação capaz de reduzi-lo à insolvência. 
V - Nos demais casos expressos em lei
Ex: 856, P³; 828, P4º, 840 lei de registros públicos e 185 CTN.
Quais negócios jurídicos passíveis de fraude contra credores?
Venda, doação e oneração de bens (hipoteca, penhor, promessa retratável de venda, alienação fiduciária).
Como o beneficiário dessa oneração pode se defender no processo?
Como 3º do processo, não pode se beneficiar dos embargos de execução, mas sim os embargos de terceiro. 
P4 – Antes de declarar a fraude à execução, o juiz deverá intimar o 3º adquirente que, se quiser poderá opor embargos de terceiros no prazo de 15 dias.
P³ - Nos casos de desconsideração da personalidade jurídica a fraude à execução verifica-se após a citação.
Só existe fraude à execução após a citação.
LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA
Artigo 324 NCPC: Todo pedido deve ser certo e determinado
Certeza: Deve-se saber o que quer.
Determinado: Quanto quer.
P¹: É lícito formular pedido genérico:
I – Ações universais que o autor não puder individualizar os bens demandados
II – Não for possível determinar desde logo as consequências do ato ou fato
III – Por determinação do objeto ou do valor da condenação depender de ato que deva ser praticado pelo réu
Artigo 491 NCPC: Na ação relativa a obrigação de pagar quantia certa, ainda que seja formulado pedido genérico, a decisão definirá desde logo a extensão da obrigação, a correção monetária, os juros, o termo inicial e a periodicidade dos juros, se for o caso, salvo quando:
I – Não for possível de modo definitivo o montante devido
II - A apuração do montante devido depender da produção de prova de realização demorada ou excessivamente dispendiosa assim reconhecida na sentença.
Só há liquidação de TITULO JUDICIAL. 
O procedimento de liquidação tem por tornar a sentença liquida, vez que o credor não sabe quando deve receber. Não decide o mérito novamente, apenas digo o quantum debentur.
Artigo 509 NCPC: 
P²: Não cabe liquidação de sentença sempre que puder definir o valor devido por simples cálculos aritméticos.
Características:
- Se resolve por decisão interlocutória. O recurso cabível é o agravo de instrumento (art. 1015, PÚ NCPC)
- Pedido de liquidação e a decisão que julga ficam condicionados aos termos da condenação. Não pode discutir o mérito novamente.
P4: Na liquidação é vedado discutir novamente a LIDE ou modificar a sentença que a julgou.
P¹: Quando na sentença houver uma parte liquida e outra parte ilíquida, ao credor é lícito promover simultaneamente a execução daquela e, em autos apartados, liquidação dessa.
Ex: Condenação que condena a indenização por danos morais e reparação em danos materiais. Quando se julga danos morais, o juiz já dá um valor liquido, podendo ser pedido o cumprimento da sentença. Na parte da reparação dos danos materiais, forma-se autos apartados e faz liquidação parcial.
Artigo 509 NCPC: Quando a sentença condenar ao pagamento de quantia ilíquida, proceder-se-á a liquidação a requerimento do credor ou do devedor. 
Muita gente não espera que existe a possibilidade de o próprio devedor dar início à fase de liquidação. É dever e direito do devedor de pagar, se a pessoa que venceu não dá início a liquidação, pode o devedor fazê-lo com o intuito de quitar logo tal obrigação. 
Liquidação por arbitramento
I – É possível a liquidação por arbitramento quando assim o juiz determinar na sentença, quando for pactuado pelas partes, quando for exigido pela natureza do objeto da liquidação. 
Ex: Estimativa de desvalorização de veículos acidentados, definir lucros cessantes pela inatividade, perda parcial de capacidade laborativa, etc.
Quais os tipos de procedimentos para liquidação?
Liquidação por arbitramento
Artigo 510 NCPC: Na liquidação por arbitramento, o juiz intimará as partes para apresentar pareceres ou documentos elucidativos no prazo que fixar, e caso não possa decidir de plano, nomeará perito observando-se no que couber o procedimento da prova pericial.
Ou seja, se precisar liquidar sentença por arbitramento, parte interessada vai dar entrada e o juiz vai intimar as partes, para que forneçam documentos que permitam ele decidir de maneira embasada o valor ilíquido. Se mesmo com tais informações não for capaz de determinar valor, nomeará perito. 
Liquidação pelo procedimento comum
Artigo 509 NCPC: 
II - 
Sempre vou ter a necessidade de fazer liquidação pelo procedimento comum quando tiver que alegar e provar fato novo.
Artigo 511 NCPC: Parte interessada deve fazer um requerimento e discriminar os fatos que pretende provar na liquidação. Os fatos devem dizer respeito a quantia.
Lembrando que na liquidação só se prova o VALOR.
Segue-se o rito comum. 
Mas por que tudo novamente?
Porque tenho que provar um fato novo, por isso abro procedimento comum novamente para contraditório e ampla defesa, porém é um procedimento limitado, que só diz respeito ao valor.
Ex: Imagine que existe um sitiante que é condenado a indenizar seu vizinho porque seus bois invadiram a propriedade vizinha e causaram danos à sua lavoura. Entretanto não foi possível verificar a extensão do dano, deixando essa parte para a fase de liquidação de sentença, que será apurado o valor liquido que seria obtido pelo vizinho na venda dos frutos da lavoura. 
EXECUÇÃO POR QUANTIA CERTA
CONTRA DEVEDOR SOLVENTE
Tem patrimônio suficiente para quitar suas dívidas em dinheiro, por isso quantia certa.
Artigo 797 NCPC: Ressalvado caso de insolvência do devedor, em que tem lugar o concurso universal, realiza-se a execução no interesse do exequente que adquire, pela penhora, o direito de preferência sobre os bens penhorados.
Isso quer dizer que o devedor solvente é executado por quantia certa, que consiste basicamente em expropriação dos bens do devedor, para que sejam convertidas em dinheiro e quitem a dívida. 
Artigo 824 NCPC: Realiza-se pela expropriação dos bens do executado, ressalvadas as execuções especiais. 
O procedimento se inicia na apresentação da petição inicial, que possui alguns requisitos.
Artigo 798 NCPC: Ao propor execução, incumbe ao exequente:
I – Instruir a petição inicial com:
Título executivo extrajudicial
O demonstrativo do débito atualizado até a propositura da ação quando se tratar de execução por quantia certa
A prova de que se verificou a condição ou ocorreu o termo se for o caso
A prova, se for o caso, de que adimpliu a contraprestação que lhe corresponde ou que lhe assegura o cumprimento se o executado não for obrigado a satisfazer sua prestação senão mediante contraprestação do exequente
Se eu só posso cobrar do executado depois da minha contraprestação, na petição inicial eu já devo anexar prova do meu cumprimento e que meu título é exigível
II – É necessário indicar:
A espécie de execução de sua preferência, quando por mais de um modo puder ser realizada
Os nomes completos do exequente e executado e seus números de inscrição CPF ou CNPJ
Os bens suscetíveis de penhora sempre que possível
PÚ – O demonstrativo do débito do artigo 798, I, “b”, deve conter o índice de correção monetária aplicado, taxa de juros e correção monetária utilizados, a periodicidade da capitalização de juros e a especificação de desconto obrigatório utilizado.
Artigo 799 NCPC: Incumbe ainda ao exequente:
I - Requerer a intimação do credor pignoratício, hipotecário, anticrético ou fiduciário, quando a penhora recair sobre bens gravados por penhor, hipoteca, anticrese ou alienação fiduciária.
II – Requerer a intimação de titular de usufruto, uso ou habitação quando a penhora recair sobre bem gravado por usufruto, uso ou habitaçãoIII – Requerer a intimação do promitente comprador quando a plenhora recair sobre bem sob o qual haja promessa registrada
IV – Requerer a intimação do promitente vendedor quando a penhora recair sobre direito aquisitivo derivado de promessa de compra e venda registrada
V – Requerer a intimação do superficiário, enfiteuta ou concessionário em caso de direito de superfície, enfiteuse ou concessão especial para fins de moradia ou para concessão de direito real de uso quando a penhora recair sobre imóvel submetido a regime de direito de superfície, enfiteuse ou concessão.
VI – Requerer a intimação do proprietário do terreno com regime de direito de superfície, enfiteuse ou direito real de uso quando a penhora recair sobre direitos do superficiário
VII – Requerer a intimação da sociedade, no caso de penhora de quota social ou de sociedade anônima fechada
VIII – Pleitear, se for o caso, medidas urgentes que possam acautelar o direito do exequente.
Ex: Risco do executado se desfazer dos seus bens e se tornar insolvente.
IV – Proceder a averbação em registro público dos atos de propositura da execução e dos atos de constrição realizados para conhecimento de terceiros
Uma vez que a PI é elaborada e protocolada, será feita conclusão dos autos ao juízo para que confira os requisitos. Se estiverem faltando alguns elementos, pode determinar que o exequente emende a PI, fixando prazo para isso, ou verificar, desde já, que não é caso de prosseguimento daquela execução. Se estiverem presentes os requisitos, dará o despacho positivo, previsto no artigo 827 do NCPC, que receberá a ação de execução, determinará a citação do executado e fixará os honorários advocatícios em 10%.
P¹: No caso de integrar o pagamento no prazo de 3 dias, o valor dos honorários advocatícios serão reduzidos pela metade (5%). 
Aqui é um estímulo ao executado, que se efetuar o pagamento em 3 dias recolherá metade dos honorários.
P²: O valor dos honorários advocatícios poderá ser elevado até 20% quando rejeitados os embargos à execução, podendo a majoração, caso não opostos os embargos ocorrer ao final do procedimento executivo, levando-se em conta o trabalho do advogado do exequente.
Se forem rejeitados os embargos, poderá ser aumentado os honorários, mas se não forem opostos embargos o juiz avaliará o trabalho do advogado no processo e majorará os honorários do advogado de 10% até 20% do valor da dívida. 
Artigo 828 NCPC
Averbação premonitória: O exequente propõe a execução, o juiz recebe e admite, sendo possível ao exequente solicitar uma certidão dessa execução para averbar no registro adequado dos bens do executado. Busca-se dar publicidade que há execução correndo contra o proprietário daquele bem e se for alienado, o adquirente terá ciência que o bem poderá ser objeto de penhora. É uma forma do exequente se precaver de eventual fraude a execução. Mas para que faça isso, deve haver esse procedimento. Propõe a execução, se admitida, pede a certidão de admissão e averba no registro de bens, independentemente de ordem judicial. Uma vez que fez a averbação, o exequente tem 10 dias para informar o juízo nos autos do processo. Quando for formalizado a penhora, o exequente deverá cancelar a averbação dos bens que não forem penhorados.
Após feita a averbação, qualquer alienação se presume fraude à execução, pois é requisito que o executado e o adquirente tenham conhecimento da ação judicial
Artigo 829 NCPC
Citação: Juiz recebe a citação e determina a citação do executado para que pague em 3 dias da citação. 
P¹: Do mandado de citação constarão também a ordem de penhora e a avaliação a ser cumprida pelo oficial de justiça, tal logo verificado o não pagamento no prazo assinalado de tudo, lavrando-se auto com intimação do executado. 
P²: A penhora recairá sobre os bens indicados pelo exequente, salvo se outros forem indicados pelo executados e aceitos pelo juiz, mediante demonstração de que a constrição proposta será menos onerosa e não trará prejuízo ao exequente. 
O exequente pode indicar os bens, mas é possível o executado pedir a execução de outros bens e demonstrar ausência de prejuízo.
Arresto
Artigo 830 NCPC: Se o oficial de justiça não encontrar o executado, restar-lhe-á quantos bens quantos bastem para garantir a execução.
Se não encontrar o executado, fará o arresto dos bens. Esse arresto não tem natureza cautelar, a natureza desse arresto é executiva, é uma antecipação de penhora ou pré-penhora, é uma fase previa a penhora de bens. 
P¹: Nos 10 dias seguintes à efetivação de arresto o OFJ procurará o executado 2x em dias distintos e havendo suspeita de ocultação realizará a citação por hora certa, certificando pormenorizadamente o ocorrido.
Se o OFJ não achar o executado mas perceber que na casa do executado houver bens, faz ele um arresto desses bens e nos 10 dias seguintes da pré-penhora, realizada as 2 visitas, houver suspeita de ocultação, haverá a citação por hora certa. 
P³: Aperfeiçoada a citação e transcorrido o prazo de pagamento, o arresto converter-se-á a penhora independente de termo. 
Ou seja, a pré-penhora executada foi feita, citação foi feita, prazo de pagamento de 3 dias foi dado. Não realizado o pagamento, o arresto será convertido em penhora e os bens ficarão vinculados ao processo de execução. 
Artigo 831 NCPC: A penhora recai sobre todos os bens necessários a cobrir o valor da dívida, juros, correção, custas processuais e honorários advocatícios.
Efeitos da penhora
De natureza processual: 
Garantia do juízo – Os bens penhorados garantirão a atividade satisfativa do exequente.
Individualizar os bens que suportaram a atividade executiva - No caso do executado tiver um patrimônio maior que o valor da penhora, limitará quais os bens que ficarão restringidos pela penhora.
Gerar o direito de preferência ao credor – Pode ser que recaiam mais de uma penhora ao mesmo bem, não existindo casos de prioridade legal, o credor que primeiro realizou a penhora do bem é o credor que terá preferência de receber a dívida depois que o bem for convertido em dinheiro.
De natureza material:
Privar o executado da posse do bem – O bem é levado a um depositário, ou é o próprio exequente ou um órgão do próprio estado, um terceiro ou até mesmo o próprio executado pode ser nomeado depositário do próprio bem, perdendo a posse do bem e sendo mero detentos.
Torna ineficaz os atos posteriores de alienação ou oneração de bens se essa penhora for averbada na matricula, com base no artigo 792, III NCPC. 
A penhora é formalizada com base no artigo 838 NCPC, mediante auto ou termo que conterá indicação do dia, mês, ano e lugar da penhora; nomes do exequente e executado, descrição dos bens do executado; nomeação do depositário dos bens. 
Artigo 839 NCPC: Considerar-se-á feita a penhora mediante apreensão e depósito dos bens, lavrando em um só auto se as diligências forem concluídas no mesmo dia. 
PÚ: Havendo mais de uma penhora serão lavrados autos individuais.
Depósito: Transferência dos bens penhorados para, via de regra, outra pessoa.
Artigo 840 NCPC: Estabelece uma ordem de preferência dos depositários.
O OFJ fará a avaliação do bem no momento da penhora, se for possível. Excepcionalmente a avaliação deixará de ser feita pelo OFJ quando esta necessite de conhecimentos específicos que o OFJ não detenha, sendo nomeado um perito.
Artigo 871 NCPC: Casos de não realização da avaliação quando:
I - As partes concordarem sobre o valor, a não ser que o juiz tenha uma dúvida fundada que aquele valor não é o correto. 
II – Se tratar de penhora de bens, títulos e ações com cotação em bolsa. 
III – Veículos automotores, quando puderem ser identificados nos meios de comunicação.
Artigo 873 NCPC: É possível a ocorrência de nova avaliação quando:
I - Houver pela parte, arguição fundamentada de erro ou de dolo da avaliação.
II – Houver mudança no valor do bem
III – O juiz tiver fundada dúvida sobre a avaliação revelada na primeira avaliação
Artigo 874 NCPC: Tem como efeitos da avaliaçãoreduzir a penhora ou transferir a penhora para outros bens. 
Quando houver tido penhora sobre bens avaliados em quantia superior à dívida podem ser reduzidos, quando forem inferiores à dívida, necessitará ampliar a penhora ou transferi-la para bens de maior valor.
Artigo 841 NCPC: O juiz deve determinar a intimação do executado sobre a penhora para que este tome conhecimento, sendo feita ao advogado se tiver sido constituído nos autos ou citação pessoal via postal se não houver.
A penhora feita na presença do executado faz desnecessária a intimação da penhora, vez que já sabe do acontecimento.
Artigo 842 NCPC: É necessária a intimação do cônjuge do executado quando a penhora recair sobre bem imóvel ou sobre direito real sobre imóvel. Essa regra não será aplicada quando o executado for casado em regime de separação absoluta de bens. 
Passada essa fase da penhora, feita a intimação, há possibilidade do executado se manifestar, podendo impugnar a penhora alegando excesso de penhora, substituição dos bens ou qualquer outro motivo.
Após a manifestação, passasse para a fase da expropriação do artigo 875 e SS, que serão objeto de aula específica. 
PENHORA
Quais bens podem ser objeto de penhora?
Artigo 832 NCPC: Não estão sujeitos a penhora os bens que a justiça considera impenhoráveis ou inalienáveis.
Artigo 833 NCPC: Os bens não sujeitos a penhora são:
I – Bens inalienáveis e os declarados por ato voluntário não sujeitos a execução
Os bens que a lei define como inalienáveis e os que, por ato voluntário, são ditos, não estão sujeitos a alienação.
Ex: Bem de família, uma pessoa grava a impenhorabilidade na matricula do imóvel gravando este como bem de família, situação que passa não estar mais sujeitos a penhora.
II – Móveis, pertences e as utilidades domésticas que guarnecem a residência do executado, salvo os de elevado valor ou que ultrapassem as necessidades comuns de um médio padrão de vida.
Ex: A casa possui 5 TVs, o juiz pode considerar que alguns desses não suprem uma necessidade básica da familia.
III – Os vestuários, bem como os pertences de uso pessoal do executado, salvo os de elevado valor.
IV – Vencimentos, subsídios, salários, soldos, proventos de aposentadoria, pensões, pecúlios e os montepios, bem como as quantias recebidas por liberalidade de terceiros e destinadas ao sustento do devedor e de sua família, os ganhos de trabalhador autônomo e os honorários de profissional liberal, ressalvado o P². 
V – Os livros, as maquinas, as ferramentas, os utensílios ou outros bens moveis necessários ou uteis ao exercício da profissão do executado
Busca-se evitar que o executado seja colocado em situação de precariedade.
VI – Seguro de vida
VII – Materiais necessários para obras em andamento, salvo se estas forem penhoradas.
VIII – Pequena propriedade rural, desde que trabalhada pela família 
IX – Recursos públicos recebidos por instituições privadas para aplicação compulsória em saúde, educação ou assistência social
X – A quantia depositada em caderneta de poupança até o limite de 40 salários mínimos
XI – Recursos públicos do fundo partidário, recebidos por partido político na forma da lei
XII – Créditos oriundos de alienação de unidades imobiliárias que sejam vinculados à execução da obra
P¹: Impenhorabilidade não é oponível a execução de dívida relativa ao próprio bem, inclusive aquela contraída aquela aquisição
Mesmo que o bem seja impenhorável, não poderá ser alegada quando a dívida for relativa ao próprio bem
P²: Os incisos previstos nos incisos IV (salário) e X (poupança) não se aplicam na hipótese de penhora para pagamento de prestação alimentícia, bem como as importâncias excedentes a 50 salários mínimos mensais
Aqui não se pode alegar impenhorabilidade de salário em prestação de alimentos ou de qualquer tipo de execução do valor de 50 salários mínimos.
P³: Incluem-se na impenhorabilidade prevista no inciso V, os equipamentos, implementos e maquinas agrícolas pertencentes a pessoa física ou a produtora rural, exceto quando tenham sido objeto de financiamento e estejam vinculados em garantia de negócio jurídico ou quando respondam por dívida de natureza alimentar, trabalhista ou previdenciária
Dá para incluir na regra da impenhorabilidade os equipamentos de produtores rurais, a não ser quando o bem seja objeto do financiamento reclamado ou dívida alimentar, trabalhista e previdenciária.
Impenhorabilidade relativa
Artigo 834 NCPC: Podem ser penhorados na falta de outros bens, os frutos e rendimentos de bens inalienáveis.
Artigo 835 NCPC: Estabelece uma ordem de preferência na penhora:
I – Dinheiro, em espécie ou em depósito ou em aplicação em instituição financeira
II – Títulos da dívida pública da união, estado e do DF com cotação em mercado
III – Títulos e valores imobiliários com cotação em mercado
IV – Veículos de via terrestre
V – Bens imóveis
VI – Bens móveis em geral
VII – Semoventes
VIII – Navios e aeronaves
IX – Ações e cotas de sociedade simples e empresarias
X – Percentual de faturamento de empresa devedora
XI – Pedras e metais preciosos
XII – Direitos aquisitivos de promessa de compra e venda e de alienação fiduciária em garantia
XIII – Outros direitos
P¹: É prioritária a penhora em dinheiro, podendo o juiz nas demais hipóteses alterar a ordem prevista no caput de acordo com as circunstancias do caso concreto.
O caput estabelece a ordem geral de preferência, aqui diz ser PRIORITÁRIO a penhora em DINHEIRO, o resto pode ser alterado da ordem padrão.
P²: Para fins de substituição da penhora, equiparam-se a dinheiro a fiança bancária e o seguro garantia judicial, desde que em valor não inferior ao débito constante da inicial acrescido de 30%.
P³: Na execução de crédito com garantia real, a penhora recairá sobre a coisa dada em garantia e se a coisa pertencer a terceiro garantidos, este também será intimado da penhora.
Aqui ele diz que, se está executando um crédito, e este tem uma garantia real, ou seja, deu-se um bem em garantia do crédito, o objeto da penhora será o PRÓPRIO BEM, E NÃO DINHEIRO.
Artigo 836 NCPC: Não se realizará a penhora quando ficar evidente que o produto da execução dos bens for totalmente absorvido pelas custas da execução.
Como não vai conseguir pagar a dívida pleiteada, não se faz a penhora.
Lugar da realização da penhora
Artigo 845 NCPC: 
Regra geral: onde estejam os bens objetos de penhora, ainda que estejam sobre a guarda ou posse de terceiros.
Regras específicas: 
Artigo 846 NCPC: Se o executado fechar as portas da casa com fim de obstar a penhora de bens, o OFJ comunicará a penhora ao juiz solicitando-lhe ordem de arrombamento, que pode ser deferida pelo juiz, situação qual serão designados 2 OFJ para cumprir o mandado e lavrarão um auto circunstanciado explicando tudo o que aconteceu. É possível ainda que o juiz solicite força policial no momento do arrombamento.
Modificações da penhora
Artigo 853 NCPC: Só vai acontecer com o contraditório
Pode ser feita por modificação de bens, ampliação da penhora ou redução da penhora.
Pedido formulado por executado
Artigo 847 NCPC: Fala da substituição a pedido do executado, quando é intimado da penhora, tem 10 dias para promover pedido de substituição da penhora, desde que demonstre que a substituição levará a uma menor onerosidade e ausência de prejuízo para outra parte.
Pedido formulado por qualquer das partes
Artigo 848 NCPC: substituição a pedido de qualquer das partes
I – Se a penhora não obedeceu a ordem legal
II - Se não incidir sobre bens designados por lei, no contrato ou em ato judicial para pagamento
III – Se houver bens no foro da execução, mas se bens de outros lugares foram penhorados
PÚ: Penhora pode ser substituída por fiança bancária, por seguro garantia judicial em valor não inferior ao débito constante na inicial em valor acrescido de 30%
. EXECUÇÃO CONTRA A FAZENDA PÚBLICA
Artigo 910 NCPC: 
P³: Vão se aplicar subsidiariamente no procedimento de execução contra a fazenda pública algumas disposiçõesrespectivas do cumprimento de sentença da fazenda pública. 
A petição inicial que dá inicio a esse procedimento deve obedecer aos requisitos do artigo 534 NCPC: No cumprimento de sentença que impuser a fazenda pública o dever de pagar quantia certa, o exequente apresentará demonstrativo discriminado e atualizado do credito contendo:
I – Nome completo e inscrição do CPF ou CNPJ do exequente
II – Índice de correção monetária aplicada
III – Taxa de juros aplicado
IV – Termo inicial e final dos juros e correção utilizados
V – Periodicidade da capitalização de juros, se for o caso
VI – Especificação dos eventuais descontos obrigatórios realizados
Essa disposição vale tanto para cumprimento de sentença quanto para execução de título extrajudicial contra a fazenda pública.
O juiz, preenchidos todos os requisitos, dá seu DESPACHO POSITIVO, determinando a CITAÇÃO do acusado, que no caso é a fazenda pública, que poderá EMBARGAR EM 30 DIAS, os embargos à execução são a defesa do processo executivo, onde se inaugura um novo processo de conhecimento autônomo ao processo principal da execução. 
P²: Nos embargos, a FP pode alegar qualquer matéria que lhe seria lícito como defesa no processo de conhecimento.
Artigo 535 NCPC:
P²: Possibilidade de alegação de excesso de execução do autor, ou seja, que o exequente está cobrando um valor maior do devido, devendo obrigatória declarar qual real valor devido. 
Percebe-se que a FP pode alegar qualquer matéria, tendo uma enorme possibilidade de defesa.
Caso não haja embargou ou sejam rejeitados, será determinada a expedição de precatórios ou de requisição de pequeno valor, conforme enuncia o P¹ do artigo 910. 
Com relação a FP, não existe a penhora de bens, pois são impenhoráveis, o que o juiz fará é determinar que a FP inclua a dívida na lista dos precatórios.
Na requisição de pequeno valor, o ente federativo vai determinar o que seria pequeno valor. Estando a dívida dentro deste limite, não necessitará passar por pagamento dos precatórios.
Artigo 535:
P³: Não impugnada a execução ou rejeitada as alegações do executado:
I – Expedir-se-á por intermédio do presidente do tribunal competente precatório em favor do exequente observando-se o disposto na CF
II – Por ordem do Juiz, o pagamento de pequeno valor será realizado dentro do prazo de 2 meses, contado da entrega da requisição mediante depósito na agencia bancária.
P4: Tratando-se de impugnação parcial, a parte não questionada será, desde logo, objeto de cumprimento.
Temos que ler que foi interposto embargos de execução parcial.
 EXECUÇÃO DE ALIMENTOS
É a execução de título extrajudicial.
O rito de prisão do devedor de alimentos é uma opção do exequente. Se este preferir, pode optar pelo rito da execução por quantia certa para cobrar uma dívida alimentícia devida de título executivo extrajudicial ou pode optar pelo rito da prisão do devedor de alimentos segundo o artigo 911.
Artigo 913 NCPC: Não requerido a execução nos termos deste capitulo, observar-se-a o disposto no artigo 824 e seguintes, com a ressalva de, recaindo a penhora em dinheiro, a concessão de efeito suspensivo aos embargos de execução não obsta que o exequente levante mensalmente a importância da prestação.
Ou seja, se o exequente não optar pelo rito da prisão, pode optar pelo rito da execução por quantia certa, determinando a penhora de bens e não a prisão.
Mesmo que os embargos tenham efeito suspensivo, a parte exequente poderá levantar mensalmente o valor dos alimentos! Importante isso!
O procedimento inicia-se com a PI. Se estiver em ordem, há o DESPACHO POSITIVO, determinando a CITAÇÃO, dando 3 DIAS para que o citado possa: Efetuar o pagamento, comprovar que fez o pagamento ou justificar sua impossibilidade de fazer o pagamento.
Aplica-se subsidiariamente o artigo 528, P² e P7. Tratam do cumprimento de sentença na prestação de alimentos. 
P²: Somente a comprovação de fato que gere impossibilidade absoluta de pagar justificará o inadimplemento. 
P³: Se o executado não pagar, ou se a justificativa não for aceita, o juiz, além de mandar protestar de oficio, decretará a prisão no prazo de 1 a 3 meses.
O juiz, se não acolher a justificativa, mandará protestar a decisão e determinar a prisão do executado.
P4: a prisão será cumprida em regime fechado, devendo o preso restar separado dos presos comuns.
P5: O cumprimento da pena não exime o executado das prestações de alimentos.
P6: Paga a prestação alimentícia, o juiz suspenderá a ordem de prisão.
Motivação da prisão
P7: diz que o débito alimentar que autoriza a prisão civil do alimentante é o que compreende as 3 prestações anteriores ao curso do processo. 
IPC: O artigo não proíbe a propositura de ação nos casos de inadimplência de 1 ou 2 meses apenas, mas apenas restringe que as prestações que deram causa à demanda tenham ocorrido nos últimos 3 meses da ação, pois caso sejam prestações além desses 3 meses, demonstra claramente que o exequente não tinha tanta pressa no recebimento da prestação, o que desabona o pedido de prisão.
Artigo 912 NCPC: Quando o executado for funcionário público, militar, diretor, gerente ou funcionário sujeito à CLT, o exequente poderá requerer o desconto em folha de pagamento.

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