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04 AO EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO pratica 1

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AO EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO
PERTENCENTE À VARA CÍVEL Nº__ DA COMARCA DE NOVA FRIBURGO -
RJ.
	
JOAQUIM MARANHÃO, ANTÔNIO MARANHÃO E MART AMARANHÃO, irmãos, brasileiros, estados
 civis ignorados, residentes e domiciliados em Nova Friburgo -RJ, inscritos no registro geral 
 sob os correspondentes números:______ e no cadastro nacional de pessoas físicas
Nº______, vêm, mui respeitosamente, através de seu advogado
devidamente qualificado em procuração acostada aos autos, com registro na
ordem dos ad vogados do Brasil sob o nº: XXX- XX-CE, PROPOR, EM
LITISCONSÓRCIO FACULTATIVO UNIT ÁRIO, PELO RITO COMUM, AÇÃO
REAL ANULATÓRIA DE NEGÓCIO JURÍDICO DE COMPR A E VENDA
CUMULADO COM PEDIDO DE CANCEL AMENTO DE REGISTRO DE
ESCRITURA PÚBLICA DO IMÓVEL ATINGIDO , em face de MANUEL
MARANHÃO e FLORINDA MARANHÃO, pais dos autores, brasileiros,
casados, residentes e domiciliados em Nova Friburgo -RJ, identificados sob os
respectivos números de registro geral de pessoas físicas ignorados, PELOS
MOTIVOS QUE PASSA A EXPOR:
I DAS PRELIMINARES
I.II. DA GRATUIDADE JUDICIÁRIA
Requer o s Autores, nos termos da lei nº 1.060 de 1950, e do artigo 98 e
seguintes do CPC, que lhes sejam deferidos os benefícios da justiça Gratuita,
tendo em vista em que os mesmos não podem arcar com as custas
processuais e com os honorários advocatícios se m o prejuízo do sustento
próprio e de suas famílias. Nesse sentido:
Art. 98. A pessoa natural ou jurídica, brasileira ou estrangeira,
com insuficiência de recursos para pagar as custas, as
despesas processuais e os honorários advocatícios tem direito
à gratuidade da justiça, na forma da lei. (CPC)
I.III. DA COMPETÊNCIA DO JUÍZO
É competente o presente foro para a propositura desta ação anulatória,
haja vista o cerne do caso em tela tratar-se de discussão acerca da efetiva
validade de negócio jurídico de com pra e venda, e com isso, resta -se nítido tratar-
se de direito pessoal, podendo, pois , a presente demanda ser postulada no
domicílio dos réus, conforme dicção do artigo 46, caput, do CPC/15. Nesses
termos:
Art. 46. A ação fundada em direito pessoal ou em direito real
sobre bens móveis será proposta, em regra, no foro de domicílio
do réu. (CPC) .
II. DOS FATOS
Ocorre que os Réus Manuel Maranhão e Florinda Maranhão, pais dos
Autores, com o objetivo de ajudar o neto, Ricardo Maranhão, filho de Marta,
que não possuía casa própria, venderam -lhe um de seus imóveis, no caso em
tela, um sitio situado na Rua Bromélia , nº138, Centro, Petrópolis/RJ., por preço
certo e ajustado em R$200.000,00 (duzentos mil reais), venda consagrada
através de Escritura de Compra e Venda lavrada n o dia 20/09/2015, no
Cartório do 4º Ofício da d e Nova Friburgo e devidamente transcrita no Registro
de Imóveis competente. O negócio jurídico f ora celebrado sem a expressa
anuência d os demais filhos acerca do referido contrato de compra e venda. É o
que se tem de m ais imperioso a relatar. Passa -se agora à análise do mérito da
questão.
III. DO MÉRITO
III. I. D A ANULABILIDADE DO NEGÓCIO JURÍDICO
Excelência, o negócio jurídico do caso ora sob análise, não deixa
dúvidas sobre a sua passividade de anulação, por inequívoco convencimento de
que ocorrera a venda do imóvel sem o consentimento expresso dos demais
descendentes, havendo, pois a possibilidade de anulação nos termos do artigo
496 do CC e jurisprudência pacificada no Superior Tribunal de Justiça. Veja-se.
Art. 496. É anulável a venda de ascendente a descendente, salvo
se os outros descendentes e o cônjuge do alienante
expressamente houverem consentido. (CC)
RECURSO ESPECIAL Nº 9 53. 46 1 - SC (2007/ 0114207 -8) (f)
RELATOR: MINISTRO SIDNEI BENETI
RECORREN TE : PAT RICK SANTOS GOMES
ADVOGA DO : A LEX SANDRO SOM MARIVA
RECORRID O : ARLEY GOMES E OUTRO
ADVOGADO : CRISTIAN ESMERALDINO FERREIRA
EMENTA
DIREITO CIVIL. VENDA DE ASCENDENTE A DESCENDENTE
SEM ANUÊ NCIA DOS DEMAIS. ANULABILIDADE . REQUISITOS
DA ANULAÇÃO PRESENTES .
1.- Segundo entendimento doutrinrio e jurisprudencial
majoritário, a alienação feita por ascendente à descendente é,
desde o regime originário do Código Civil de 19 16 (a rt . 11 32 ),
ato jurídico anulável. Tal orientação veio a se consolidar de
modo expresso no novo Código Civ il ( CC /2 00 2, a rt . 49 6).
2.- Além da iniciativa da parte interessada, para a invalidação
desse ato de alienação é necessário : a) fato da venda ; b) relação
de ascendência e descendência entre vendedor e comprador; c )
falta de consentimento de outros descendentes (C C/ 191 6, art .
113 2) , d) a configuração de simulação , consistente em doação
disfarçada (REs p 476 5 57 /PR , Rel. Min. NANCY A NDR IGHI , 3ª T.,
DJ 22 .3 .2 0 04) ou , alternativamente , e ) a demonstração de prejuízo
(ER Esp 661 85 8/ PR , 2ª Seção, Re l. Min. FE RNANDO
GONÇALVE S, Dj e 19 .1 2. 20 08; R Esp 75 21 49/ A L, Re l. M in . RAUL
ARAÚJO , 4 ª T. , 2. 10. 20 10) .
3.- No caso concreto estão presentes todos os requisitos para a
anulação do ato.
4.- Desnecessidade do acionamento de todos os herdeiros ou
citação destes para o processo, ante a não anuência irretorquível
de dois deles para com a alienação realizada por avô a neto .
5.- Alegação de nulidade afastada, pretensam ente decorrente de
julgamento antecipado da lide, quando haveria alegação de não
simulação de venda, mas , sim, de efetiv a ocorrência de pagamento
de valores a título de transferência de sociedade e de pagamentos
decorrentes de obrigações morais e econômicas , à ausência de
comprovação e, mesmo, de alegação cível da existência desses
débitos, salientando -se a não especif ic idade d e fatos antagônicos
aos da inicial na contestação ( CP C, a rt . 30 2) , d e modo que válido o
julgamento antecipado da lide.
6.- Decisão do Tribunal de Justiça de Santa Catarina subsistente ,
Recurso Especial improvido. ( Grifos nossos )
Deste modo, por todo exposto, requer o s Autores, a declara ção de
anulação do contrato de compra e venda do imóvel aqui discutido.
III. II . DO CANCELAMENTO DO REGISTRO D A ESCRITURA PÚBLICA DO
IMÓVEL
Conforme se demonstrou no tópico anterior, um a vez julgado pelo ínclito
Magistrado a nulidade do contrato d e compra e venda firmado no caso ora sob
análise, deve-se ater-se , em a to contínuo, a cerca da carência de cancelamento
do registro da escritura pública que se deu na data de 20 de setembro de 2015,
em consonância ao dispõe o artigo 250, inciso I, da Lei de registros
públicos (lei nº 6015/73), devendo regressar a propriedade do bem imóvel em
questão aos antigos donos.
IV. DOS PEDIDOS
Por todo o exposto, uma vez constatado a efetiva anulabilidade do
negócio jurídico celebrado, requer, desde logo, os Autores:
I. A declaração de anulação do contrato de
compra e venda do imóvel aqui discutido, n os
termos do artigo 496 do CC;
II. O cancelamento d o registro da escritura
pública, tendo em vista a p atente ilegalidade do
ato originário, devendo, pois, ocorrer a expedição
7
de ofício à autoridadecompetente para que haja a
efetiva regressão do direito de propriedade a os
antigos donos do imóvel;
III. Protestar em prova r o alegado por todos os
meios de provas em direito admitidos, estando já
em poder de certidões de nascimento, cópia da
escritura pública do imóvel;
V. Deixar expresso a NÃO POSSIBILIDADE para
audiência de mediação e conciliação;
VI. Honorários advocatícios em 20% sobre o valor
da causa.
VII. O deferimento do pedido de justiça gratuita,
visto que os mesmos são pobres n o sentido
jurídico do termo.
Dar-se-á o valor da causa em R$ 200.000,00 (duzentos mil reais).
Nestes termos, pede e espera deferimento.
Fortaleza-Ce, segunda-feira, 27 de março de 2017.
MAXSUEL GOMES
OAB/CE XX.XXX-X

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