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Nomeação à autoria resumo

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Nomeação à autoria
Para melhor compreensão do que é “ nomeação à autoria”, é necessario uma breve interpretação dos fundamentos da “intervenção de terceiros”. Partindo do principio de que a sentença proferida em um processo só deve atingir, favorecer ou prejudicar as partes(réu e autor), em alguns situações as decisões tomada tem reflexos na esfera juridica de terceiros. Assim esse “terceiro juridicamente interessado” pode com escopo de defender interesse próprio, intervir voluntariamente no processo ou mediante provocação de uma das parte.A interveção de terceiros por provocação envolve três institutos diversos: Nomeação à autoria; denuncia à lide; e chamamento ao processo.Já o intervenção por iniciativa de terceiro, na chamada “intervenção voluntaria” envolve dois institutos: assistencia e oposição.
Trataremos, portanto, da ‘nomeação à autoria”(art. 62 ao 69 do CPC), instituto exclusivo do processo de conhecimento. Trata-se de um ato processual obrigatorio, em que o réu no prazo de resposta, comunica ao juiz sua ilegitimidade e informa quem deve responder efetivamente à ação. Essa denuncia somente poderá ser provocada pelo réu e visa tão somente trazer ao processo o verdadeiro réu e a quem a pretensão deve ser voltada, ou seja, a substituição do réu no polo passivo da demanda,porque por força do direito material é quem deve responder a ação.
A nomeação à autoria, garante que o processo prossiga sem causar prejuizo ao Estado e as partes, bem como garantir também o aproveitamento do processo em curso, pois com a inserção do terceiro, que deve responder pela ação em substituição ao réu, o processo será aproveitado sem necessario a instauração de uma nova relção juridica processual.
Para a admissão da nomeação à autoria, exige-se alguns pressupostos: que o réu NÃO tenha legitimidade para a ação, mas sim o terceiro; que a ação se refira a determinadas hipoteses prevista pela lei processual (art. 62 e 63 CPC); que seja feita no prazo que o réu tem para responder a ação.
Para o CPC, que é de 1973, o seu artigo 63 é em sua natureza juridica um caso de nomeação à autoria, e destina-se a aplicação do artigo 62 para casos especifecos. Contudo existe entendimento doutrinario interpretando o artigo 63 do CPC como um caso de “chamamento ao processo”, fazendo com que haja a possibilidade da demanda possuir réus solidarios legitimos na demanda, onde o credor exige apenas de um ou de algums uma divida que na verdade é comun, situação amparada pelo artigo 77, III do CPC.
Os defensores da interpretação do artigo 63 do CPC como um caso de chamamento ao processo, o Codigo Civil de 2002 que é posterior ao CPC de 1973, veio ratificar e reforçar o embasamento legal desse entendimento.Ocorre que , de acordo com o artigo 932, III do CC de 2002, o preposto é tambem responsavél por uma reparação civil. Já o artigo 942 paragrafo único do CC/2002 os prepostos referidos no artigo 932 respondem de forma solidaria pelos danos causados a vitima.
Para Didie(2007, p.315), o caso do artigo 63 do CPC seria de chamamento ao processo obrigatorio.
 “ Discute-se se o caso é realmente de nomeação à autoria.É que todo aquele que concorre para o dano, praticando ato ilicito, é por ele responsavél, na forma do paragrafo único do artigo 942 do CC -2002. Sendo assim, o réu originário seria tambem parte legitima, na medida em que é responsavel solidario. Ao nomear à autoria, na verdade estaria o preposto indicando um outro co-responsavel, também parte legitima, em situação que se encaixa à perfeição à hipotese de chamamento ao processo. Seria, então, um chamamento ao processo obrigatorio( porquanto obrigatoria é a nomeação à autoria). ”
No novo CPC a nomeação à autoria é excluida, como modalidade de interveção à terceiro. Facilitando o procedimento, o Novo CPC permite que alegando o réu, Na contestação, ser parte ilegitima ou não ser o responsavel pelo prejuizo invocado, o juiz facultará ao autor, em quize dias, a alteração da petição inicial para substituição do réu(art, 335).
Quando o réu alegar sua ilegitimidade deverá indicar o sujeito passivo da relação juridica discutida sempre que tiver que tiver conhecimento,sob pena de arcar com as despesas processuais e de indenizar a autor pelos prejuízos decorrentes da falts de indicação (art. 336). Aceita a indicação pelo autor, este, no prazo de quize dias, procederá à alteração da petição inicial para a substituição do reu (art. 336, §1º) . Além disso, no praso de quinze dias, o autor, ao inves de substituir o réu pode optar por alterar a petição inicial incluindo, como litisconsorte passivo, o sujeito indicado pelo réu(art. 336, § 2º) .

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