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Metodologia científica - curso de direito

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Metodologia Científica:
Aula 1:
Metodologia científica é o estudo dos métodos de conhecer, de buscar o conhecimento. É uma forma de pensar para se chegar à natureza de um determinado problema, seja para explicá-lo ou estudá-lo. 
Metodologia significa, na origem do termo, estudo dos caminhos, dos instrumentos usados para se fazer ciência. É uma disciplina instrumental a serviço da pesquisa. Ao mesmo tempo visa conhecer caminhos do processo científico, também problematiza criticamente, no sentido de indagar os limites da ciência, seja com referência à capacidade de conhecer, seja com referência à capacidade de intervir na realidade.
I . Metodologia científica é o estudo dos métodos de conhecer e de buscar o conhecimento;
II. Metodologia científica é o estudo dos caminhos e dos instrumentos usados para se fazer ciência.
A metodologia científica está dentro de duas grandes áreas... E essas duas áreas se completam!
- Epistemologia: Também conhecida como Filosofia da Ciência, a área se ocupa da fundamentação da ciência.
- Metodologia Científica Aplicada: A Metodologia Científica está destinada à pesquisa e à elaboração de trabalhos acadêmicos e científicos.
E por que tenho que estudar Metodologia Científica? 
Porque o conhecimento científico não existe sem método, sem uma linguagem específica, ou um rigor próprio.
Porque é preciso desenvolver a autonomia do pensamento, muito presente no meio acadêmico. No exercício profissional, o sucesso está intimamente relacionado à capacidade de planejar e de organizar o pensamento, muitas vezes adquirida por meio da busca do conhecimento, através das práticas de leitura e da participação das atividades acadêmicas.
O conhecimento pode ser obtido de diversos modos, através do método científico, das hipóteses, das leis e teorias científicas, bem como por meio da pesquisa científica e da elaboração de trabalhos acadêmicos.
Há muitas maneiras de estudar a realidade:
- Senso comum ou conhecimento empírico: Aquilo que assimilamos por tradição. Ideias que nos ajudam a interpretar a vida e a julgar certas situações. Na verdade, estamos mergulhados no senso comum, que geralmente se apresenta como um saber ingênuo, fragmentado e por vezes conservador. O senso somum pode ser caracterizado como: espontâneo, ametódico, empírico, acrítico e subjetivo.
- Conhecimento Científico: Depende da investigação metódica o que a torna analítica e requer exatidão e clareza na busca e aplicação de leis, podendo se usar de predições úteis, porém verificáveis. Características: Saber racional que obedece a regras, leis, princípios e se contrapõe ao saber ilusório, às emoções e às crenças; Saber lógico e sistemático porque as ideias formam uma ordem coerente;Saber verificável e metódico, pois é passível de exame para ter sua pretensão confirmada ou não. Para tanto segue uma técnica, um procedimento
- Conhecimento Filosófico: Investiga as raízes, os princípios que orientam nossa existência. O conhecimento filosófico pode ser rigoroso, pois o filósofo deve dispor de um método a fim de proceder com rigor na investigação.São vários métodos para proceder a investigações e desenvolver um pensamento rigoroso, fundamentado, coerente e expresso numa linguagem também rigorosa. Os conceitos devem ser claramente definidos.
- Discurso Religioso ou Conhecimento teológico: O conhecimento teológico ou religioso passa necessariamente por representações abstratas que influenciam as ações no mundo da vida, bem como conferem sentido às angústias e inquietações da consciência. Neste ponto não só representa uma explicação sobre a origem de todas as coisas como desvela o modo de determinada cultura entender e interpretar a sua própria existência.
Aula 2: O Conhecimento
O conhecimento científico se caracteriza como racional, sistemático e metódico. 
O método científico é um conjunto de regras básicas para desenvolver uma experiência a fim de produzir novo conhecimento, corrigir e integrar conhecimentos pré-existentes.
 
Na maioria das disciplinas científicas, o método científico consiste em juntar evidências observáveis, empíricas (baseadas apenas na experiência) e mensuráveis e analisá-las com o uso da lógica. 
Método: No sentido literal, a Metodologia representa o estudo dos métodos e, especialmente, do método da ciência, que se supõe universal. 
Veja, então, a sua utilidade:
• Ajuda a compreender o processo de investigação;
• Possibilita a demonstração;
• Disciplina suas ações;
• Ajuda a perceber erros;
• Auxilia as decisões do cientista.
O método é, então, um plano de ação, em que a técnica utilizada é o modo ou a maneira de realizar a atividade pretendida, permitindo que o procedimento escolhido ocorra de maneira hábil e, se possível, perfeita.
O método científico pode se sustentar em dois procedimentos:
	Dedutivo: partimos de uma ideia geral para uma especifica. Se todas as premissas forem verdadeiras, a conclusão será verdadeira. Toda a informação contida na conclusão já estava presente nas premissas.
	Indutivo: artimos de experiências específicas para alcançarmos uma regra geral. Ocorre com a observação dos fenômenos; Descoberta da relação entre eles; Generalização da relação. Se todas as premissas forem verdadeiras, a conclusão será provável. A conclusão apresenta informação que não estava presente nas premissas.
Aula 3: Metodologia aplicada à pesquisa:
E é da sede de conhecimento que nascem as pesquisas. Essas pesquisas começam com ideias, ou seja, experiências individuais, teorias, observações de fatos, leitura de artigos etc. 
Pesquisa é uma atividade voltada para a solução de problemas por meio dos processos do método científico. 
Segundo Eva Maria Lakatos (1992, p. 43), a pesquisa pode ser considerada um procedimento formal com método de pensamento reflexivo que requer um tratamento científico e se constitui no caminho para se conhecer a realidade ou para descobrir verdades parciais. Significa muito mais do que apenas procurar a verdade: é encontrar respostas para questões propostas, utilizando métodos científicos .
Podemos, assim, indicar três elementos que caracterizam a pesquisa: 
• o levantamento de algum problema;
• a solução à qual se chega; 
• os meios escolhidos para chegar a essa solução, como os instrumentos científicos e os procedimentos adequados.
Pesquisa Científica:
Se trata do tipo de pesquisa que objetiva contribuir para o desenvolvimento do conhecimento humano em todas as áreas, sendo sistematicamente planejada e executada segundo critérios rigorosos de processamento das informações. 
Uma pesquisa será considerada científica, se for objeto de investigação planejada, desenvolvida e redigida conforme as normas metodológicas consagradas pela ciência. 
De acordo com Antônio Carlos Gil, duas são as razões para se fazer uma pesquisa:
As razões de ordem intelectual, que decorrem do desejo de conhecer, são comuns nas dissertações de mestrado, nas monografias, nos artigos e nos trabalhos de conclusão de curso, em que a pesquisa é voltada para fins de conhecimento. 
Já as razões de ordem prática, como próprio título diz, vem do desejo de conhecer com vistas a fazer algo, que muitas vezes pode vir a ser útil e beneficiar a própria sociedade.
Fazer pesquisa não é uma tarefa fácil 
É preciso ter planejamento e considerar aspectos como classificação, abordagem, objetivo e procedimentos, pois estes delimitam a busca do que se pretende pesquisar. 
Classificação: A classificação da pesquisa está relacionada à sua natureza, ou seja, àquilo que compõe a essência da pesquisa:
	Pesquisa pura: Conhecida também por básica ou teórica, a Pesquisa Pura objetiva gerar novos conhecimentos úteis para o avanço da ciência sem aplicação prática prevista. Envolve verdades e interesses universais. É motivada basicamente pela curiosidade intelectual do pesquisador.
Exemplo: A origem do universo.
	Pesquisa aplicada: É aquela que objetiva gerar conhecimentos para a aplicação prática, dirigidos à solução
de problemas específicos. Envolve verdades e interesses locais.
Exemplo: A busca de uma vacina contra a AIDS.
Abordagem: Pode ser dividida em:
- Qualitativa: Neste enfoque não há medição numérica, como nas descrições. Seu propósito está em reconsiderar ou reconstruir a realidade observada. Assim, considera a existência de uma relação dinâmica entre mundo real e o sujeito. É descritiva e utiliza o método indutivo. 
O processo é o foco principal.
	Quantitativa: Neste tipo de pesquisa temos a coleta e a análise de dados para dar conta das questões que envolvem a pesquisa. Ela utiliza métodos estatísticos e traduz em números opiniões e informações para classificá-los e organizá-los. 
Objetivo da pesquisa: Pode ser:
	Descritiva: A pesquisa descritiva tem como objetivo principal descrever as características de algum fenômeno observado, descobrir a frequência com que ocorre, sua relação e sua conexão com outros fenômenos. Esta modalidade é típica das ciências humanas e sociais. Neste tipo de pesquisa, o estudante deve observar, registrar, analisar e correlacionar fatos ou fenômenos variáveis, sem manipulá-los.
	Exploratória: Trata-se de uma observação, ou seja, consiste em recolher e registrar os fatos da realidade, com o objetivo de proporcionar maior familiaridade com o problema para torná-lo mais explícito ou viabilizar a construção de uma hipótese. Neste modelo temos a possibilidade do aprimoramento de ideias. Geralmente, neste tipo de pesquisa, há o levantamento bibliográfico, entrevistas com pessoas que experimentaram situações que estejam sendo pesquisadas e análise de exemplos. 
	Explicativa: Aqui o objeto é identificar os fatores que determinam ou contribuem para a ocorrência dos fenômenos. Neste modelo temos um efetivo aprofundamento de conhecimentos, porque se busca entender ou explicar as razões das coisas ― fato que amplia o entendimento. 
Procedimentos: Os procedimentos estão relacionados à maneira de agir, ao modo de fazer a pesquisa. Ex: Pesquisa bibliográfica, Pesquisa documental, Pesquisa de campo, Pesquisa história, Pesquisa comparada, Estudo de caso.
Pesquisa bibliográfica x Pesquisa documental:
“A diferença está no fato de a bibliográfica utilizar fundamentalmente as contribuições dos diversos autores sobre determinado assunto. A documental utiliza materiais que não receberam o tratamento analítico, ou que ainda podem ser reelaborados.”
Aula 4: Diferentes técnicas de estudo na leitura
“A leitura é uma fonte inesgotável de prazer, mas, por incrível que pareça, a quase totalidade não sente esta sede”. 
Carlos Drummond de Andrade
“A leitura traz ao homem plenitude, ao discurso segurança e à escrita exatidão”. 
Francis Bacon
“A leitura de todos os bons livros é uma conversação com as mais honestas pessoas dos séculos passados”. 
René Descartes
“A leitura após certa idade distrai excessivamente o espírito humano das suas reflexões criadoras. Todo o homem que lê demais e usa o cérebro de menos adquire a preguiça de pensar”.
Albert Einstein
“Meus filhos terão computadores, sim, mas antes terão livros. Sem livros, sem leitura, os nossos filhos serão incapazes de escrever ― inclusive a sua própria história”. 
Bill Gates
“(...) que a importância de uma coisa [leitura] não se mede com fita métrica nem com balanças nem barômetros etc.
Que a importância de uma coisa há que ser medida pelo encantamento que a coisa produza em nós”. 
Manoel de Barros
Saber ler de maneira eficiente nos ajuda a descobrir novos caminhos, fertiliza a inteligência, nos ajuda a compreender a vida e a viver melhor ao lado do outro. Uma mente fertilizada tem mais chance diante da crise. Tudo bem que agora não é necessário adquirir um livro para ler um bom texto, já que as mídias eletrônicas possibilitam a leitura em telas. Porém, mesmo com essa tecnologia, as principais fontes de pesquisa e conhecimento ainda são os bons e velhos livros, principalmente no meio acadêmico.
	Título: Observe o título e o subtítulo, se houver. Na maioria das vezes, ele indica o assunto e, às vezes, até a intenção do autor.
	Orelha: Se o livro apresentar “orelhas”, faça a leitura da informação trazida nelas.
	Ficha Catalográfica: Em seguida, leia a ficha catalográfica e verifique as qualificações da obra e do autor. Atente-se para a data da publicação e certifique-se de que é a versão mais atualizada. 
	Sumário: Verifique o sumário. Nesta parte você encontrará uma divisão em tópicos de como o livro foi organizado. Muitas vezes é ele que nos dá a dica de que o livro traz exatamente o assunto que estamos pesquisando. 
	Prefácio: Se possível, leia a introdução ou o prefácio, se houver. Neste, o autor apresenta a metodologia usada e os objetivos do trabalho realizado ou até mesmo um resumo do livro.
	Orelha: Na “orelha” que acompanha a contracapa é comum encontramos informações sobre o autor do livro e suas obras publicadas.
	Contracapa: A contracapa ajuda muito na nossa escolha. Ela costuma conter um texto de apresentação, a sinopse, ou mesmo um trecho do livro, dando uma espécie de amostra do que vamos encontrar nele.
Você lembra que na aula 3 vimos que a pesquisa bibliográfica é a etapa fundamental do trabalho científico? É ela que influenciará toda pesquisa, na medida em que dá o alicerce teórico que servirá de base ao trabalho. Pois bem, essa é a fase que consiste no levantamento, seleção, fichamento e arquivamento de informações relacionadas ao que se pretende estudar. O fichamento, por exemplo, configura um aperfeiçoamento da pesquisa bibliográfica, porque contém comentários pessoais sobre a leitura e algumas citações-chave. Ou seja, trata-se de uma técnica de estudo que ajuda na organização do conhecimento.
Fichamento: quando utilizar e como elaborar
Quando utilizar: O fichamento é uma prática de redação que ajuda organizar estudos e pesquisas de forma mais efetiva. Agrega em suas características o resumo do documento ou texto consultado, sua referência, sua localização física e metodologia de arquivamento para posterior recuperação de todas estas informações. O fichamento é um meio de desenvolver as técnicas de redação como resumo e resenha dependendo de sua finalidade. Auxilia a treinar a elaboração de referências, redação científica (resumo e resenha), identificação de assuntos, pesquisa em centros de informação e bibliotecas e práticas de arquivamento. 
Como elaborar: 
Elaboração do texto: A montagem e elaboração do texto de um fichamento dependerão do seu tipo. Para cada tipo de fichamento é necessário empregar diferentes regras devido a suas características. O fichamento inicia com a escolha do seu tipo que pode ser: de transcrição ou citação, de resumo ou conteúdo e de comentário ou crítico. Após escolher o tipo de fichamento deve-se inserir o assunto geral do fichamento e caso deseje o assunto mais específico também de forma que facilite o aprendizado e a localização posterior do livro ou documento. Identificado o tipo de fichamento e os assuntos da ficha é inserida a referência bibliográfica. As regras para elaboração de referências se encontram na norma NBR/ABNT 6023 (2002). Basicamente os itens que compõem a referência bibliográfica são: 
• Autor
• Título
• Local da edição
• Editora
• Data e número de páginas
Terminado o texto do fichamento, caso a finalidade deste seja para estudo ou pesquisa utiliza a idenficação da ficha que pode ser alfabético, numérico ou alfanumérico, conforme facilitar a busca posterior pelas fichas. Geralmente os fichamentos acadêmicos não necessitam da identificação de tipo, assunto geral e assunto específico. O tipo de fichamento mais utilizado em sala de aula é o de comentário ou crítico.
Transcrição ou citação, Resumo ou conteúdo, Comentário ou crítico. Todos os tipos de fichamento devem utilizar a norma ABNT/NBR 6023 para elaboração de referência, pois é o correto uso em textos científicos e para treino ao elaborar outros tipos de trabalhos acadêmicos.
Utiliza das técnicas dos textos
científicos de resumo e resenha para sua confecção.
Transcrição ou citação. Seu texto é transferido sem modificações por isso é necessário utilizar as aspas.
Comentário ou crítico. Como o nome já indica transpõe comentários e críticas.
Resumo ou conteú do. Como o nome já diz, este é o tipo de fichamento que traz aspectos semelhantes a um resumo. 
Resenha:
Toda resenha deverá conter um resumo da obra e um juízo crítico a respeito dos argumentos do autor. Nesse sentido, a diferença entre resumo e resenha está justamente nesta parte do texto em que se elabora uma crítica.
Sua importância está em desenvolver a capacidade de proferir juízos críticos sobre a leitura:
Resenha (...) é a apresentação do conteúdo de uma obra. Consiste na leitura, no resumo e na crítica, formulando, o resenhista, um conceito sobre o valor do livro. (...) a resenha em geral é feita por cientistas que, além do conhecimento sobre o assunto, têm capacidade de juízo crítico. Também pode ser feita por estudantes; neste caso, como um exercício de compreensão e crítica. Para iniciar-se nesse tipo de trabalho, a maneira mais prática seria começar por resenhas de capítulos.
O que uma resenha deve conter? 
• Referência da obra;
 
• Informações sobre o autor; 
• Nome do resenhista e titulação; 
• Perspectiva teórica da obra;
• Breve síntese e principais argumentos do autor;
• Reflexão crítica da obra. 
Resumo: 
Resumo é uma síntese sob forma de redação do fichamento de leitura, buscando compreender o sentido do texto. Uma apresentação sucinta e ordenada das ideias centrais do texto lido, sem a utilização de citação 
Aula 5: Planejamento e Tipos de trabalho científico 
A primeira fase de qualquer trabalho de pesquisa é a definição do que será estudado. 
Antes de iniciar uma pesquisa você deverá seguir os seguintes passos:
	Escolha do tema.
	Originalidade.
	Revisão de literatura: É importante saber quem já pesquisou o assunto escolhido e que contribuição deu para o seu desenvolvimento/conclusão. Para isso, procure trabalhos semelhantes ou idênticos e pesquise publicações na área. 
	Justificativas sobre a impostância do tema.
	Formulação do problema: levantamento das questões norteadoras.
	Determinação de objetivos: É importante formular um único objetivo geral que apresente o propósito da pesquisa. 
Depois de escolhido o tema, deve-se pensar no problema a ser estudado. Mas, no nosso caso, o problema é científico e significa assunto controverso, isto é, refletir sobre um assunto que ainda não foi satisfatoriamente respondido, em qualquer campo de conhecimento. Este problema, então, faz de um tema um objeto de pesquisas científicas ou discussões acadêmicas, em qualquer domínio do conhecimento. A clareza na formulação do problema científico refletirá na formulação dos objetivos e, consequentemente, no sucesso de sua pesquisa.
Problematizar consiste em formular questões sobre o tema, ou seja, apresentar um questionamento que envolve o tema da pesquisa. 
A pesquisa científica não pode dar respostas a questões de engenharia ou de valor porque tais dados não são passíveis de verificação. Nesse sentido, o problema deve ser claro e preciso, ou seja, não deve ser formulado de maneira vaga e os termos usados devem ser adequados. 
O problema deve ser delimitado a uma dimensão viável, o que significa dizer que a delimitação do problema deve estar relacionada aos meios disponíveis para investigação. 
Ao seguirmos a ordem das razões, podemos afirmar que a formulação de uma hipótese de pesquisa decorre da problematização. As hipóteses são as possíveis respostas encontradas para o problema formulado. A problematização requer possibilidades de respostas, que compõem alternativas que devem ser consideradas e examinadas.
Exemplo de hipótese
Tema: mortalidade infantil
Problematização: em que medida o fenômeno da mortalidade infantil está relacionado à desnutrição da criança?
Você percebeu que o pesquisador ao constatar a relação entre as variáveis (mortalidade infantil e desnutrição) formulou uma hipótese?
Tipos de trabalho acadêmicos mais comuns: Relatório, Comunicação cinetífica, Seminário, anteprojeto de presuisa, projeto de pesquisa, artigo científico, monografia.
Aula 6: Estrutura e Formatação 
É para dar uma sequência lógica, evitar o caos e, claro, a perda de tempo, que organizamos a ordem do texto. 
Fundada em 1940, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) é o órgão responsável pela normalização técnica no país, fornecendo a base necessária ao desenvolvimento tecnológico brasileiro. Algumas normas da ABNT servem de padrão para as instituições de ensino no que diz respeito à apresentação de trabalhos acadêmicos e científicos.
Por isso, quando não houver especificação por parte da instituição quanto à normatização de um trabalho científico, adote as normas da ABNT.
Estrutura:
Muitos dos trabalhos acadêmicos são compostos pelos chamados elementos pré-textuais, textuais e pós-textuais que nos ajudam a organizar o conteúdo.
Pré textuais: São aqueles que antecedem o texto com informações que ajudam na identificação e utilização do trabalho. Ex: Capa, agradecimentos, resumo, sumário...
Textuais: É o corpo do trabalho que expõe a matéria: Ex: Introdução, desenvolvimento e conclusão.
Pós textuais: São os elementos que complementam o trabalho e que configuram após a exposição do conteúdo. Ex: Anexo, apêndices...
Elementos obrigatórios:
• Capa
• Folha de rosto
• Folha de aprovação
• Resumo na língua vernácula
• Resumo na língua estrangeira
• Sumário
Elementos Opcionais:
• Lombada
• Ficha catalográfica
• Errata
• Agradecimento
• Dedicatória
• Epígrafe
• Lista de Ilustrações
• Lista de tabelas
• Lista de abreviaturas e siglas
• Lista de símbolos
Formatação:
Entende-se por formatação a ação de dar forma, de organizar a disposição dos elementos visuais em um arquivo gráfico ou de texto.
Ela nos auxiliará a adaptar o conjunto de características visuais próprias do texto ― como o itálico, o sublinhado, o negrito, o tamanho de fonte, o espaço de linhas etc. ― ao padrão estabelecido.
Aula 7: Citação 
Segundo Azevedo (1997, p. 109), “o propósito de um texto científico é comunicar os resultados e as ideias a que se chegou, após a coleta e análise dos dados”. 
Porém, é muito comum recorrer às palavras dos próprios autores quando queremos escrever sobre nossas pesquisas. 
Muitas vezes, recorremos a citações ou porque não conseguimos superar a fala do autor ou porque queremos intencionalmente mostrar ao nosso leitor como ele abordou o assunto. 
As citações são trechos transcritos ou informações extraídas de publicações consultadas e devem ser inseridas em um texto com a finalidade de esclarecer ou complementar as ideias. 
Segundo ABNT, citação é a “menção a uma informação extraída de outra fonte”.
Elas estão divididas em três tipos:
Citação direta: As citações diretas são aquelas que copiamos, sem mudar nada, do texto original que consultamos.
As transcrições com até três (03) linhas permanecem no corpo do parágrafo, entre aspas duplas, e são denominadas citações diretas curtas.
As transcrições com mais de três (03) linhas devem ter um recuo de 4 cm da margem esquerda e digitadas com letra menor que a do texto, e em espaçamento simples. São chamadas de citações diretas longas.
“Cada ciência ou área de conhecimento em particular possui um vocabulário técnico específico que precisa ser de domínio comum de seus praticantes”. (CERVO; BERVIAN; SILVA, 2007, p. 19)
Citação indireta: As citações indiretas apresentam formatação diferente por tratar-se de textos baseados na obra de um autor consultado e não uma cópia de suas palavras. 
Nesta hipótese, então, não é necessário o emprego das aspas duplas, porque a citação indireta mantém a ideia original do texto lido, mas é reescrita por quem está elaborando o trabalho. 
A citação indireta é também denominada paráfrase e, segundo a ABNT (NBR 10520:2002), configura uma transcrição livre do
texto do autor.
Kant (1996) concebia a intuição como o conhecimento que se relaciona imediatamente com os objetos, ou seja, que mostra realidades singulares e que não depende da abstração, isto é, aquilo que se sabe, sem precisar deduzir para concluir.
Citação da citação: Exige o uso da expressão apud que significa citado por. 
Alguns autores denominam a citação da citação como citação dependente, porque o autor escolhido para citação não foi lido diretamente, mas tomado por empréstimo de outro autor. 
“Francis Bacon (apud LAHR, 1958, p. 377; JOLIVET, 1957, p. 88) sugeriu algumas regras para a experimentação”.
Aula 8: Referência, bibliografia e referências bibliográficas 
Referência: O conjunto padronizado de informações que permitem a identificação de documentos citados em um trabalho acadêmico.
Estrutura da referência: PATACO, Vera Lúcia P.; VENTURA, Magda Maria; RESENDE, Érica dos Santos. Metodologia para trabalhos acadêmicos e normas de apresentação gráfica. 4. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2008, 06 p.
ALIGHIERI, D. A divina comédia. Tradução, prefácio e notas de Hernâni Donato. São Paulo: Círculo do Livro, [1983].
Autor. + Título da Obra: + Subtítulo da Obra. + Edição. + Cidade: + Editora, Ano. 
Elementos essenciais: São aqueles indispensáveis na identificação do documento, tais como: autor(es), título, edição, local, editora e data da publicação.
Elementos complementares: São opcionais e podem ser acrescentados para uma melhor identificação do documento, tais como: coleção, série, número do ISBN, número de páginas (como o "06 p." do exemplo), se edição exclusiva para assinantes, se inclui algum brinde etc.
Bibliografia: E a relação das obras consultadas ou citadas por um autor na criação de determinado texto ou seção em que se faz uma relação de livros e outras publicações.
Trata-se de uma lista de fontes de consulta utilizadas no desenvolvimento de um trabalho, com o objetivo de documentá-lo, mostrando que ele está aparentemente sustentado, pois foi baseado naquelas fontes descritas.
Aula 9: A Construção do Conhecimento na Universidade 
Universidade significa universalidade, totalidade, conjunto, corpo, companhia, corporação e comunidade. Porém, seu significado se expandiu e também serve para indicar o lugar de construção do conhecimento e da cultura. 
Sua função primordial é educar pessoas para trabalhar com o saber, fornecendo as condições para que estas pessoas sejam capazes de utilizar o conhecimento em um mundo complexo que não raras vezes é pensado de maneira simplificada ou ingênua. 
Foi a partir do final do século XII que começaram a surgir em diversas cidades europeias as primeiras Universidades que eram controladas diretamente pela Igreja Católica.
Modelos de universidades:
EUA
Os Estados Unidos constituíram um sistema universitário competitivo, seletivo e completamente voltado para o mercado de trabalho.
Trata-se um sistema privado, porém sem fins lucrativos, pois toda a arrecadação é destinada aos centros de pesquisa.
A universidade Americana tem inserido no seu modelo o Junior College que são centros universitários para a formação massiva de profissionais.
Brasil
Aqui se tem um sistema normatizado e politizado, com uma gestão de múltiplos conselhos. 
Existem modelos de Universidades Públicas e Privadas e ambos respondem ao governo, mas as regras internas, inclusive a dos currículos, são particulares.
Japão
Cada grupo específico da população teria a sua universidade, embora não houvesse fortes diferenças sociais entre esses grupos. Quem controla a parte de pesquisa dessas universidades atualmente é o próprio governo do Japão.
Construção crítica do conhecimento:
Trata-se de um ensino cuja preocupação deve focalizar o pensamento crítico do estudante.
Isso implica o compromisso com o pensamento autônomo e deve estimular uma conduta proativa e criativa. 
O que significa dizer que o estudante precisa estar consciente do que acontece em sua sociedade e no mundo e deve entender o processo de construção, expressão e articulação do conhecimento, pois aprender é recriar.
A produção científica é o conjunto de atividades acadêmicas desenvolvidas por docentes e discentes nas instituições de ensino superior. Tais atividades são divulgadas através de publicações especializadas e/ou fóruns para debate público que apresentam à sociedade o resultado de pesquisas que apontam informações, alternativas, caminhos para solução de problemas em diversas áreas de saber.
A produção científica estimulada nas universidades tem como objetivo o exercício da nossa capacidade de pensar e discernir, direcionados para análises de ambientes, dados e situações diversas. O que exige procedimentos intelectuais e técnicos.
Tais atividades são divulgadas através de publicações especializadas e/ou fóruns para debate público que apresentam à sociedade o resultado de pesquisas que apontam informações, alternativas, caminhos para solução de problemas em diversas áreas de saber.
As agências de fomento CAPES e CNPq, bem como as fundações de amparo à pesquisa, assumem função importante nesse processo de incentivo à produção científica. 
A CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), por exemplo, foi criada em 1951, pelo Decreto nº 29.741, com o objetivo de “assegurar a existência de pessoal especializado em quantidade e qualidade suficientes para atender às necessidades dos empreendimentos públicos e privados que visam ao desenvolvimento do país”. 
Assim, oferecem bolsas de estudos para iniciação científica, Mestrado, Doutorado e Pós-Doutorado. Além de auxílios à pesquisa, à participação em reuniões científicas, à editoração, entre outros.
Conclusão: As agências de fomento, bem como as fundações de amparo a pesquisa, têm como principal objetivo incentivar a produção científica. 
Esse incentivo muitas vezes vem através da concessão de financiamento de capital fixo e de giro associado a projetos.
A Plataforma de Lattes:
A Plataforma Lattes é um sistema de informação curricular desenvolvido pelo CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), que integra dados de currículos e instituições com o objetivo de avaliar a competência de candidatos à obtenção de bolsas e auxílios, selecionar consultores e membros de comitês e de grupos assessores e subsidiar a avaliação da pesquisa e da pós-graduação brasileira.
Esse sistema é utilizado por várias instituições de ensino superior e também pela comunidade científica brasileira, a qual envolve pesquisadores, estudantes, gestores e profissionais. 
A plataforma registra as atividades acadêmicas realizadas pelos pesquisadores sendo, hoje, elemento essencial à análise de mérito e competência por ocasião em que apresentam projetos de pesquisa às Agências de Fomento.
Para isso, os bolsistas de pesquisa, em diferentes níveis — Mestrado, Doutorado e Iniciação Científica —, os orientadores e outros membros da comunidade devem estar cadastrados na Plataforma Lattes. 
Aula 10: Projeto Político Pedagógico 
César Vasconcellos, ao falar de instrumento teórico-metodológico que visa ajudar a enfrentar os desafios do cotidiano, estava se referindo ao PPP — Projeto Político Pedagógico. Toda instituição de ensino (principalmente as escolas) tem “objetivos que deseja alcançar, metas a cumprir e sonhos a realizar. O conjunto dessas aspirações, bem como os meios para concretizá-las, é o que dá forma e vida ao chamado Projeto Político Pedagógico.
Projeto = Propostas de ação concreta a executar durante determinado período de tempo. Lançar-se para frente, denotando o sentido de movimento ou mudança. 
Político = Considera a escola como um espaço de formação de cidadãos conscientes, responsáveis e críticos, que atuarão individual e coletivamente na sociedade, modificando os rumos que ela vai seguir. A colocação da palavra político ressalta que não há ação pedagógica sem o compromisso com uma ação transformadora, formando para o exercício da cidadania. 
Pedagógico = Define e organiza
as atividades e os projetos educativos necessários ao processo de ensino e aprendizagem.
O PPP é o conjunto de elementos orientadores de todas as ações pedagógicas. 
Neste vídeo fica claro que o mais importante é o compromisso das instituições de ensino com uma reflexão sobre sua intencionalidade educativa. 
Na verdade, o PPP nada mais é do que a organização das práticas pedagógicas, considerando todos os agentes envolvidos: alunos, professores, coordenadores, comunidade etc.
Assim, o ensino superior assume o papel de articulador da sociedade que contribui de maneira efetiva para a formação de profissionais capazes de pensar e agir criticamente. 
E, para que isso ocorra, não basta a simples ideia, mas um processo para torná-la realidade através de um planejamento.
Na Universidade cada curso expressa a sua leitura de mundo e deve contribuir, em seu conjunto, para uma discussão sobre os rumos da sociedade.
É preciso, então, pensar a construção do conhecimento a fim de elaborar um saber sobre a prática que realiza. E essa é a função de um Projeto Pedagógico. 
O Projeto Pedagógico de uma instituição de ensino é elaborado a partir de um conjunto de leituras e informações sobre as diretrizes que fundamentam os princípios e métodos da prática educativa, seu compromisso social de maneira contextualizada. 
Nesse instrumento são apresentados os currículos das diversas áreas com seus objetivos e especificidades. O currículo de um curso representa a síntese dos conhecimentos e valores que caracterizam determinada área de saber. 
Na atividade de planejamento do PPP são definidas as finalidades e necessidades dos alunos, professores, enfim, dos cursos de graduação. Por isso, não deve ser entendido como um documento acabado, mas em construção, considerando-se que, ao longo do tempo, algumas práticas precisam ser revistas e modificadas.
Padrões referenciais, conceituais e estruturais:
Padrões referenciais são aqueles que expressam a visão de sociedade, da instituição, bem como a determinação e análise das necessidades e problemas prioritários da área de estudo no país. 
Quando se pensa em padrões conceituais, focaliza-se no perfil baseado nas competências do profissional a ser formado. 
Nessa ótica, quando observamos os padrões estruturais, repensamos conteúdos, métodos e sistema de avaliação em sintonia com as concepções construídas nas etapas anteriores. Sem desconsiderar a relação entre ensino, pesquisa e extensão.
Competência:
Competências são as modalidades estruturais da inteligência, ou melhor, ações e operações que utilizamos para estabelecer relações com e entre objetos, situações, fenômenos e pessoas que desejamos conhecer. 
A essa modalidade estrutural dá-se o nome de CHA: Conhecimento, Habilidade e Atitude. 
O conhecimento é acompanhado da informação.
A habilidade é acompanhada da técnica.
E a atitude é acompanhada do interesse. 
O Projeto Pedagógico compreende, portanto, a forma como a Universidade pretende realizar seu ideal pedagógico e, assim, configura o material básico que direciona a ação de todas as unidades acadêmicas, orientando suas práticas pedagógicas, em especial os projetos pedagógicos dos cursos que a integram, pensando sempre na construção do conhecimento, habilidades e atitudes que constituem a competência do aluno em formação.

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