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Das pessoas jurídicas

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Das pessoas jurídicas
São entidades que a lei confere personalidade, capacitando-as a serem sujeitos de direitos e obrigações.
Natureza jurídica da pessoa jurídica
Teorias afirmativas que explicam porque um grupo de pessoas passa a constituir uma unidade orgânica, com individualidade própria.
Teorias da Ficção (Dividida em duas categorias)
Legal: Afirma que a pessoa jurídica é uma criação artificial da lei, pois somente a pessoa natural pode ser sujeito da relação jurídica;
Doutrinária: É uma criação artificial da doutrina, pois a pessoa jurídica não tem existência real, mas apenas na inteligência dos juristas;
Teorias da Realidade (Representa uma reação contra a “teoria da ficção”)
As pessoas jurídicas são realidades vivas, tendo existência própria como os indivíduos.
Várias concepções:
Teoria da Realidade objetiva ou orgânica – Sustenta que a pessoa jurídica nasce por imposição das forças sociais;
Teoria da Realidade jurídica ou institucionalista – Considera pessoa jurídica como organização social com finalidade especifica;
Teoria da Realidade técnica – A forma encontrada pelo direito para reconhecer a existência de grupos de indivíduos que se unem em busca de fins determinados;
OBS’: Teoria da realidade técnica determina quando a pessoa jurídica é determinada.
OBS”: Tanto a teoria da realidade objetiva, quanto a jurídica não explica quando a pessoa jurídica adquire personalidade.
Classificação da Pessoa Jurídica
Quanto a sua nacionalidade (divide-se em duas)
Nacional: Organizada conforme a lei brasileira, tendo no país a sede de sua administração;
Estrangeira: Não pode funcionar no país sem autorização do Poder Executivo, ressalvados os casos expressos em lei;
Quanto à função ou à órbita de sua atuação, divide-se em:
Direito público
Direito público interno: Administração direta (União, Estados, Distrito Federal, Territórios, Municípios) e da Administração indireta (autarquias, fundações públicas e demais entidades de caráter público criados por lei).
Direito público externo: Os Estados estrangeiros e todas as pessoas que forem regidas pelo direito internacional público.
Direito privado
As corporações (Associações, sociedades simples, empresária, partido político, organização religiosa, empresa pública) e as fundações.
Quanto à estrutura interna, a pessoa jurídica pode ser:
Corporação: Constitui um conjunto de pessoas, reunidas para melhor alcançar seus objetivos;
Fundação: O aspecto dominante é materal. Compõe-se de um patrimônio personalizado, destinado a um determinado fim.
Requisitos para a constituição da pessoa jurídica, quatro os requisitos:
Vontade humana criadora: São necessárias duas ou mais pessoas com vontades convergentes, ligadas por uma intenção comum;
Elaboração do ato constitutivo: Requisito formal exigido por lei
Estatuto: Associações não têm fins lucrativos;
Contrato social: Sociedades, simples ou empresárias;
Escritura pública ou testamento: Fundações;
Registro do ato constitutivo no órgão competente: Para que comece, então, a existência legal da pessoa jurídica de direito privado;
Liceidade de seu objetivo: Deve ser determinado e possível;
Responsabilidade das pessoas jurídicas
Contratual: Escrito no contrato;
As pessoas jurídicas de direito privado e público respondem pelo inadimplemento no contrato. Fundado no artigo 389 CC
Extracontratual: Fora do contrato;
Direito privado: Responde pelos atos dos seus empregados ou prepostos (art. 186 CC)
Direito público: Existe sobre ela a responsabilidade objetiva, que é a obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa (Fundamentada na teoria do risco administrativo);
Situações de eximição de responsabilidade objetiva
Culpa exclusiva da vítima;
Fato de terceiro;
Caso fortuito ou força maior;
Abuso de personalidade
Casos em que o MP determina que as obrigações da PJ sejam estendidas aos bens particulares da PN;·.
Confusão patrimonial: Transfere a renda da PJ para PN, caso ela não cumpra com as suas obrigações;
Desvio de finalidade: Declara que a PJ exerce uma finalidade, entretanto, ela exerce outra ou a mais. Ex: Salão de beleza vender eletroeletrônicos;
Teorias usadas para “PJ penetrar no patrimônio da PN”
Disregard Doctruine;
Teoria da penetração;
Teoria da desconsideração da personalidade jurídica da PJ;
Teoria da desconsideração;
Existem duas teorias que explicam quando e como as teorias acima poderão ser aplicadas
Teoria maior: Afirma que a aplicação da teoria ocorre apenas de forma epsodica, e somente quando ficar comprovado o abuso da PJ caracterizar pela confusão patrimonial ou desvio de personalidade;
Teoria menor: Afirma que a aplicação da teoria poderá ser aplicada toda vez que a pessoa jurídica possa representar obstáculo para a satisfação do crédito;
Desconsideração inversa
Ocorre quando as obrigações da PN alcança o patrimônio da PJ (divorcio, inventário e alimentos)
Ex: um dos cônjuges, ao adquirir bens de maior valor, registra-los em nome de pessoa jurídica sob seu controle, para livra-los da partilha a ser realizada nos autos da separação judicial.
As associações (privadas)
Constituídas de pessoas que reúnem os seus esforços para a realização de fins não econômicos;
Não pode proporcionar ganho aos associados;
A associação pode eventualmente realizar negócios para manter ou aumentar seu patrimônio (Ex: Vender uniforme esportivo, bolas, títulos etc.). O que deve ser vedado é que essas atividades tenham finalidade lucrativa;
Ato constitutivo: Estatuto – Registrado em cartório de registro civil de PJ;
Não existe hierarquia;
Em regra, o caráter do associado não se transmite, salvo se estiver escrito no estatuto;
A exclusão de um associado só pode ser por justa causa e ainda sim, cabendo recurso de defesa. Se não for aceito, ele pode buscar o poder judiciário;
É permitido o associado retirar-se a qualquer tempo;
As fundações (privadas)
Compõe-se de dois elementos: o patrimônio e o fim;
Conjunto de bens que recebem personalidade jurídica para realização de fins determinados;
1ª Fase – Ato de instituição ou dotação
Para criar uma fundação seu instituidor fará: 
Ato constitutivo: Escritura pública (em vida) ou testamento (póstumo);
Dotação de bens livres;
Informar obrigatoriamente a que fim se destina (somente para fins religiosos, morais, culturais ou de assistência);
Se quiser, informar como a fundação será administrada;
2ª Fase – Fase de elaboração do estatuto
Estatuto: Regula o funcionamento da fundação;
Elaboração do estatuto pode ser: 
Direta ou própria: Criado pelo próprio instituidor;
Indireta ou fiduciária: Por pessoa de sua confiança, por ele designado;
Se o instituidor não elaborar o estatuto, nem indicar quem deva faze-lô, o MP poderá tomar a iniciativa;
Caso a pessoa designada para fazer o estatuto não cumpra o prazo que lhe foi assinalado pelo instituidor, ou, não havendo prazo, dentro de 180 dias o MP também poderá tomar a iniciativa;
OBS: A lei não define prazo para o instituidor elaborar o estatuto, o instituidor que define prazo para o elaborador fiduciário;
3ª Fase – Fase de aprovação do estatuto
Estatuto é encaminhado ao MP (autoridade competente) para aprovação;
O MP, em 15 dias, aprovará, indicará modificações que entender necessário ou lhe recusará aprovação. Nos dois últimos caso, pode o interessado requerer ao juiz a aprovação;
Qualquer alteração do estatuto deve ser aprovada pelo MP;
4ª Fase – Fase do registro
Faz-se no Registro Civil de Pessoa Jurídica (Só com ele a fundação começa a ter existência legal);
Os fins ou objetivos são inalteráveis;
O estatuto pode ser alterado, porém, os administradores tem que concordar (mínimo dois terços tem que concordar);
Com a extinção da fundação, o patrimônio terá destino previsto pelo instituidor, no ato constitutivo. Se não foi feita essa previsão, ele será incorporado em outra fundação designada pelo juiz, que tenha fim igual ou semelhante;
As fundações extinguem-se em dois casos: 
Setornar ilícita, impossível ou inútil a sua finalidade;
Se vencer o prazo de sua existência;

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