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Responsabilidade social e direitos humanos

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Responsabilidade social corporativa 
e direitos humanos
Niedjha Abdalla-Santos
Introdução
Responsabilidade Social Corporativa relaciona-se ao “economicamente correto” por meio 
de práticas e ações, que são ganhos sociais e que contribuem para o bem-estar da população 
(SROUR, 2008). Em seu conceito, muitos fatores são considerados, como os princípios básicos 
dos Direitos Humanos, que atuam no sentido de dar sustentação a empresas, países e cidadãos 
que buscam melhor qualidade de vida.
Nesta aula, abordaremos dois temas distintos, porém relacionados: a Responsabilidade 
Social Corporativa e os Direitos Humanos, uma vez que a RSC cultiva ações que colaboram com 
os Direitos Humanos, que, por sua vez, dependem de ações sustentáveis empresariais. 
Objetivos de aprendizagem 
Ao final desta aula, você será capaz de:
 • compreender a importância da Declaração Universal dos Direitos Humanos para a 
sociedade;
 • perceber a relação entre Responsabilidade Social Corporativa e os Direitos Humanos 
aplicados nas empresas. 
1 Declaração Universal dos Direitos Humanos
A Declaração Universal dos Direitos Humanos foi criada em 10 de dezembro de 1948 pela 
ONU (Organização das Nações Unidas), sendo o Brasil um dos países signatários, que, anos depois, 
inspirou-se nos princípios desta declaração para a concepção da própria Constituição Federal Bra-
sileira de 1988 (artigos 5º e 6º) (BARUFFI, 2009). 
A criação da Declaração ocorreu em um momento crítico do cenário mundial: o fim da 
Segunda Guerra Mundial, com a derrota do Eixo, aliança formada basicamente por Alemanha, Itá-
lia e Japão. Os países que saíram vencedores da guerra, como a então União Soviética, os Estados 
Unidos, a França e a Inglaterra, além dos aliados, entre eles, o Brasil, elaboraram um acordo com o 
objetivo de evitar esse tipo de conflito no futuro (COMPARATO, 2010). 
Assim, foi elaborada uma carta que determinava os direitos básicos dos cidadãos, no intuito 
de proliferar a conscientização sobre a paz mundial. Nela, há 30 artigos que estabelecem garantias 
essenciais para que haja dignidade e o mínimo de recursos para o bem-estar do indivíduo. 
De acordo com Bobbio (2006), a Declaração não é uma lei ou uma regra, mas sim um tratado 
de intenções, que orienta as ações das nações participantes e da sociedade, para que elas ajam 
de forma positiva internamente. 
 
Figura 1 – Os Direitos Humanos não podem ser suprimidos.
Fonte: CHOATphotografer/Shutterstock.com 
No Art. I da Declaração, há a igualdade e dignidade como direitos de todos. É determinado 
que todos nascem livres; uma clara demonstração que não há tolerância à escravidão, o que nos 
leva ao Art. IV, que proíbe qualquer nível de servidão ou escravidão. O Art. I ainda cita o espírito 
fraterno e que todos os cidadãos são dotados de razão e consciência (DECLARAÇÃO UNIVER-
SAL DOS DIREITOS HUMANOS, 1948). É válido notar que muitos países, inclusive o Brasil, adotam 
esses princípios em suas constituições.
O Art. II, por exemplo, versa sobre liberdade, sem qualquer distinção de raça, gênero, religião, 
classe social, cor, entre outras. Já o Art. III trata da liberdade do indivíduo e da segurança pessoal 
(DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS, 1948).
SAIBA MAIS!
Para conhecer os artigos da Declaração, você pode consultar a plataforma da 
ONU, no endereço: <http://www.dudh.org.br/declaracao/>, ou, ainda, por meio da 
obra: “Direitos Fundamentais Sociais: Estudos em homenagem aos 60 anos da 
Declaração Universal dos Direitos Humanos e aos 20 anos da Constituição Federal 
brasileira”, de Helder Baruffi. 
Figura 2 – Os Direitos Humanos devem direcionar as ações governamentais nos Estados.
Fonte: RYGER/Shutterstock.com 
Outros artigos versam sobre questões como:
 • proibição à tortura e castigos físicos e morais;
 • reconhecimento do cidadão como ser humano desde seu nascimento até morte;
 • direito à proteção e igualdade perante à lei;
 • proibição à discriminação racial, religiosa, de gênero etc.;
 • direito à escolaridade;
 • direito à inocência presumida, ou seja, todos são inocentes até que se prove o contrário;
 • direito de ir e vir, sem restrições, dentro do Estado, país etc.;
 • direito de não interferência na vida privada, sem prisões e exílios arbitrários, direito a 
lazer, alimentação e garantias individuais etc. 
FIQUE ATENTO!
No Brasil, temos os Artigos 5º e 6º da Constituição Federal de 1988, que versam so-
bre Direitos e Garantias Fundamentais. Segundo eles, “todos são iguais perante à 
lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estran-
geiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, 
à segurança e à propriedade[...]”. Há, ainda, os Direitos Sociais, como educação, 
saúde, trabalho, moradia, entre outros.
Em 2010, a ONU ratificou os princípios dos Direitos Humanos no Pacto Global, que também 
trouxe diretrizes para corporações e Estados atentarem para os deveres sociais em diversas áreas.
SAIBA MAIS!
Os princípios dos Direitos Humanos foram revalidados e reapresentados no ano de 
2010, no intuito de que empresas os apoiassem e reconhecessem internacional-
mente, sem violá-los. Confira os 10 princípios do Pacto em: <http://www.pactoglo-
bal.org.br/artigo/56/Os-10-principios>.
Passamos agora à RSC e sua ligação com os Direitos Humanos. 
EXEMPLO
Podemos perceber a ligação direta entre os Direitos Humanos e a RSC, por exem-
plo, no Art. 20, o qual afirma que todos têm direito à liberdade de reunião e associa-
ção pacíficas (DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS, 1948).
2 Responsabilidade Social Corporativa
Cada vez mais as empresas socialmente responsáveis, ou “empresas dos bem”, buscam se 
especializar em abordagens éticas e morais ao enfrentarem os desafios cotidianos, criando pro-
cessos transparentes e que têm apoio da alta direção. Conforme Srour (2008), isto denota uma 
cidadania organizacional, ou seja, para que a empresa mantenha uma imagem positiva frente ao 
público externo, deve garantir que seus processos e atividades internas sejam responsáveis, além 
de convencer os colaboradores a seguirem essa ideia. Os ganhos são sociais, mas também eco-
nômicos (SROUR, 2008). 
Figura 3 – Conceito de Responsabilidade Social Corporativa.
Fonte: tonefotografia/Shutterstock.com
FIQUE ATENTO!
Empresas do bem, ou socialmente responsáveis, têm diversas ações, não só no cam-
po social, mas também no campo comunitário e acadêmico, como é o caso da cria-
ção das universidades e escolas corporativas nas quais são utilizados recursos da 
empresa na manutenção e apoio aos docentes, em projetos de integração e contra-
tação de ex-alunos. Confira mais no artigo de Cláudio de Moura Castro, “Universidade 
Corporativa: gênese e questões críticas rumo à maturidade”, da Rev. adm. empres.
Assim, existem as responsabilidades legais (cumprimento de leis e normas), éticas (comporta-
mento aceitável perante os stakeholders), econômicas (a geração de empregos e o fomento da econo-
mia), e filantrópicas (contribuições da empresa para institutos, ONGs etc.) (GOMES; MORETTI, 2007).
FIQUE ATENTO!
De acordo com Moretti e Gomes (2007), a filantropia também é usada como forma 
de publicidade, para promover a imagem de uma marca ou empresa por meio do 
marketing social ou de patrocínios que gerem visibilidade. Os valores investidos 
nesse tipo de iniciativa são cada vez maiores.
Figura 4 – Empresas socialmente responsáveis valorizam seus colaboradores.
Fonte: BoBaa22/Shutterstock.com 
Listamos algumas situações que demonstram o conceito de RSC na prática. Confira!
 • Valorização da cultura e dos colaboradores, além do engajamento da alta direção nas 
propostas positivas.
 • Maior transparência e fortalecimento nas negociações com os stakeholders (acionis-
tas, governos, sociedade civil, fornecedores, clientes, colaboradores),gerando serviços 
e produtos de qualidade, criando força para a marca.
 • Inovações e pesquisas tecnológicas, restauração e investimentos em melhorias de pro-
cessos e na preservação do meio ambiente.
EXEMPLO
A Nestlé, fabricante suíça e marca mundial de alimentos, foi chantageada por um 
indivíduo, que ameaçou adulterar os produtos da empresa com cianureto. De fato, 
um produto adulterado foi localizado, mas a empresa, além de recolher todos os 
produtos similares, contou com a grande força da marca e credibilidade por parte 
de seus clientes para afastar o perigo dos consumidores. O chantagista foi preso e 
a Nestlé deixou de lucrar milhões de dólares, mas manteve sua reputação intacta 
(SROUR, 2008).
Por fim, podemos afirmar que são consideradas “empresas do bem” aquelas que criam con-
dições para o bem-estar coletivo, colaborando com iniciativas filantrópicas e com a sustentabili-
dade, mantendo sempre registros de seus Balanços Sociais.
Fechamento
Neste conteúdo, tratamos sobre Responsabilidade social corporativa e a sua relação com a 
Declaração dos Direitos Humanos.
Nesta aula, você teve a oportunidade de: 
 • compreender o conceito de Direitos Humanos conforme exposto na Declaração Univer-
sal dos Direitos Humanos; 
 • entender a relação entre RSC e os Direitos Humanos nas empresas.
Referências
BARUFFI, Helder. Direitos Fundamentais Sociais: Estudos em homenagem aos 60 anos da Decla-
ração Universal dos Direitos Humanos e aos 20 anos da Constituição Federal brasileira. Doura-
dos - MS: UFGD, 2009.
BOBBIO, Norberto. A era dos direitos. 11. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2006.
BRASIL. Constituição Federal do Brasil, de 05/10/1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.
br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm>. Acesso em: 03 out. 2016. 
______. Lei nº 12.986, de 2 de junho De 2014. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/cci-
vil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L12986.htm>. Acesso em: 03 out. 2016. 
CASTRO, Cláudio de Moura. Universidade Corporativa: gênese e questões críticas rumo à maturi-
dade, Rev. adm. empres. v. 53, n. 4, São Paulo, jun./ago. 2013.
COMPARATO, Fabio Konder. A afirmação dos direitos humanos. 7. ed. São Paulo: Saraiva, 2010.
GOMES, Adriano; MORETTI, Sérgio. A responsabilidade e o social: uma discussão sobre o papel 
das empresas. São Paulo: Saraiva, 2007.
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. Declaração Universal dos Direitos Humanos, 1948. Dispo-
nível em: <http://www.dudh.org.br/declaracao/>. Acesso em: 03 out. 2016. 
______. Nações Unidas do Brasil. Disponível em: <www.onu.org.br>. Acesso em: 03 out. 2016. 
PACTO GLOBAL REDE BRASIL. Os 10 princípios, 25 abr. 2013. Disponível em: <http://www.pacto-
global.org.br/artigo/56/Os-10-principios>. Acesso em: 12 out. 2016. 
SROUR, Robert Henry. Ética empresarial O ciclo vicioso dos negócios. 3. ed. Rio de Janeiro: Else-
vier, 2008.
TACHIZAWA, Takeshy. Gestão ambiental e responsabilidade social corporativa: estratégias de 
negócios focadas na realidade brasileira. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2007.

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