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MEDICINA LEGAL PARA CONCURSOS 
PROFESSOR/DELEGADO ANDRÉ UCHÔA 
 
 
	
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ATENÇÃO: este curso é protegido por direitos autorais (copyright), nos termos da Lei 
9.610/98. É vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação 
e distribuição, sujeitando-se os infratores à responsabilização civil e criminal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• CONCEITO DE MORTE. ESTUDO MÉDICO-LEGAL DOS TRANSPLANTES 
 
O que é Tanatologia: É um ramo da medicina legal que visa ao estudo da morte, 
sua conceituação, causa jurídica e fenômenos cadavéricos. 
 
TANATOLOGIA 
 
ATENÇÃO 
 
Este curso é protegido por direitos autorais (copyright), nos 
termos da Lei 9.610/98, que altera, atualiza e consolida a 
legislação sobre direitos autorais e dá outras providências. 
Grupos de rateio e pirataria são clandestinos, violam a lei e 
prejudicam os professores que elaboram os cursos. Valorize o 
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e distribuição, sujeitando-se os infratores à responsabilização civil e criminal. 
 
1) Conceito de morte: A tarefa de conceituar morte deriva diretamente do que se 
entende por estar vivo. Pois ambos os estados se excluem mutuamente. Melhor então 
será entender o processo vital para em seguida entender a morte celular, a do 
organismo e a da pessoa como um todo. 
 
1.2) APOPTOSE: As células normais, em dado momento, sem apresentar 
inflamação ou doença, evoluem e morrem deixando um espaço livre para que o organismo 
utilize aquela área livre para uma finalidade futura, como: uma cavidade corporal, um vaso 
sanguíneo, um canal glandular etc. 
 
1.3) NECROSE: Quando a morte celular ocorre em grupo, em um tecido, em 
decorrência de algum trauma ou doença que comprometam o organismo. As substâncias 
produzidas pela destruição celular desencadeiam uma reação inflamatória. Dependendo 
da extensão e da localização da necrose, a consequência será: uma cicatriz sem importância, 
insuficiência funcional ou a até a morte do organismo. 
 
1.3) MORTE DO CORPO: Nosso corpo é composto por células, que formam tecidos, 
que constituem órgãos, que integram aparelhos e sistemas. Cada um desses segmentos tem 
sua função, havendo um controle integrado de todos de modo que as funções atuem em 
harmonia. 
 
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e distribuição, sujeitando-se os infratores à responsabilização civil e criminal. 
O conjunto de células, que formam os diversos aparelhos e sistemas corporais, 
desempenham uma série de funções vitais, dentre as quais se destacam a respiração e a 
circulação, pois proporcionam a distribuição de oxigênio e de nutrientes para os tecidos. 
 
O conceito tradicional de morte, ou seja, aquele que atestava a morte a partir da 
cessação irreversível da circulação e da respiração prevaleceu até o final dos anos 60. 
Este processo baseava – se no fato de que todas as tentativas de reanimação por meio de 
massagem cardíaca e instituição de respiração artificial, haviam falhado. 
 
Em 1967, o conceito de morte foi deslocado para o de morte cerebral, identificada 
por coma irreversível (morte cortical). O encéfalo e formado por quatro órgãos (CÉREBRO, 
CEREBELO, PONTE E BULBO). A morte cerebral corresponde à morte apenas do cérebro, 
que é responsável pela consciência e vontade, traduzindo em um estado chamado de 
ESTADO DE COMA. 
 
No Brasil a resolução 1.480/97, de acordo com o Art.3 da Lei 9.343/93, Lei dos 
Transplantes do CFM, estabeleceu os critérios para a aplicação do conceito de morte 
encefálica. O critério adotado é o da MORTE ENCEFÁLICA, ou seja, não basta apenas a 
morte do cerebral, é indispensável que ocorra a morte do tronco encefálico ou tronco 
cerebral, isto é, da ponte e do bulbo, que abrigam os centros cardiorrespiratórios. 
 
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e distribuição, sujeitando-se os infratores à responsabilização civil e criminal. 
 
 
O diagnóstico de morte de um indivíduo deve continuar sendo feito com base na 
parada irreversível da circulação, a não ser, excepcionalmente, quando o paciente esteja 
ocupando um leito de CTI e seja necessário o diagnóstico de morte encefálica. 
 
1.4) TIPOS DE MORTE: 
 
• MORTE REAL E MORTE APARENTE: 
 
A morte aparente é um estado de profundo embotamento das funções vitais em 
que se torna muito difícil escutar os batimentos cardíacos, por muito débeis, ou 
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perceber os movimentos respiratórios. Ocorre tanto em causas naturais como em certos 
traumatismos. (ex: coma epiléptico, estados sincopais, a morte aparente do recém-nascido, 
asfixia, envenenamento, eletroplessão e fulguração). 
 
Algumas pessoas leigas costumam chamar o estado de morte aparente de 
catalepsia. 
 
Quando o médico não possui recursos à disposição, deve analisar os sinais 
cadavéricos tardios ou precoces e testes preconizados para demonstrar a ausência de 
funções cerebrais, ou a parada cardíaca e respiratória. 
 
2) SINAIS CADAVÉRICOS: 
 
2.1) AUSÊNCIA DE FUNÇÕES CEREBRAIS: 
 
• Imobilidade: 
 
Corresponde a ausência generalizada de movimento. Contudo, algumas fibras 
musculares ainda podem ser excitadas e se contrair após algumas horas da morte. Por isso, 
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e distribuição, sujeitando-se os infratores à responsabilização civil e criminal. 
a presença de ocasionais contrações decorrentes de estimulo elétrico direto sobre os 
músculos do cadáver não invalida o diagnóstico de morte. 
 
• Flacidez Muscular Difusa 
˜Provoca relaxamento geral dos esfíncteres, inclusive das pupilas; 
A pupila dilata-se intensa e bilateralmente; 
As partes moles do corpo amoldam-se aos planos de apoio; 
O tórax se achata; 
A boca fica entreaberta por queda da mandíbula; 
As rugas de expressão facial ficam atenuadas; 
Cortes feitos em cadáver costumam ter as bordas menos afastadas do que ocorreria no vivo, 
devido à diminuição da tensão da pele. 
 
• Insensibilidade: 
 
Pode ser demonstrada por meio de excitações dolorosas (punção por agulha,queimaduras e beliscões no mamilo ou outras regiões mais sensíveis). 
 
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Não há resposta à excitação da mucosa nasal por cócegas nem pela ação de 
substâncias irritantes como amônia. 
 
As pálpebras não reagem à estimulação da córnea ou da conjuntiva. 
 
O atrito na mucosa da orofaringe não desperta vômito. 
 
2.2) AUSÊNCIA DE CIRCULAÇÃO: 
 
• Testes: 
 
Teste de Magnus – amarra-se um torniquete ao redor de um dedo com pressão 
suficiente para barrar o sangue venoso sem bloquear o arterial. Se houver circulação, em 
poucos minutos a parte distal fica arroxeada e congesta. 
 
Teste de Halluin – aplica-se uma gota de éter no fundo-de-saco conjuntival de um 
dos olhos. Se estiver vivo, haverá congestão. 
 
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e distribuição, sujeitando-se os infratores à responsabilização civil e criminal. 
Teste de Rebouillat – a injeção de éter no tecido subcutâneo reflui pela ferida 
punctória da pele, caso não haja circulação; caso contrário, é absorvido e desperta reação 
inflamatória. 
 
Teste de Icard – produz uma coloração verde-esmeralda na esclerótica (parte 
branca do olho) pela injeção endovenosa ou intramuscular de uma solução de fluoresceína 
esterilizada. 
 
Bouchut foi quem primeiro atentou para o desaparecimento da pupila e das 
artérias retinianas, por causa da compressão do globo ocular, e a mudança de cor da 
coróide do avermelhado para o cinza-amarelado. 
 
2.3) AUSÊNCIA DE RESPIRAÇÃO: 
 
Alguns colocavam espelho para ver se respirava, ou vela acesa próximo da boca. 
Atualmente é possível fazer a ausculta pulmonar com estetoscópio. 
 
2.4) ACIDIFICAÇÃO DOS LÍQUIDOS TISSULARES: 
 
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e distribuição, sujeitando-se os infratores à responsabilização civil e criminal. 
A parada circulatória leva a não oxigenação das células, com desvio do metabolismo 
e acúmulo de substâncias ácidas. Isso provoca um abaixamento do pH do meio interno, que 
pode ser detectado e servir como sinal seguro de morte, pois é impossível a vida em meio 
ácido. A verificação do pH do meio interno pode ser feita por meio da colocação de uma 
linha impregnada por um indicador de pH, como uma solução azul de bromotimol, no tecido 
subcutâneo, durante uma hora. Se ficar amarelado, o pH é ácido e indica que houve 
morte. 
 
3) CAUSA JURÍDICA DA MORTE 
 
A natural é aquela que ocorre por doença inexorável do processo de 
envelhecimento. 
 
A morte violenta (não natural) é aquela que resulta de fatores externos não-
relacionados com a curva vital. Essa morte pode ser provocada por: SUICÍDIO, ACIDENTE E 
CRIME. (SAC) 
 
Mas tal classificação esbarra em dificuldades quando de sua aplicação aos casos 
concretos. Algumas vezes, a dificuldade reside no aspecto inesperado ou súbito da morte. 
Enquanto não feita a necropsia, a morte deve ser considerada suspeita. 
 
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e distribuição, sujeitando-se os infratores à responsabilização civil e criminal. 
Por vezes, mesmo após investigação bem dirigida e minuciosa, não se consegue 
chegar à conclusão quanto a se tratar por morte por acidente, suicídio ou crime. Neste 
caso, a rubrica a ser utilizada deve ser morte de causa jurídica indeterminada. 
 
Outra dificuldade existe quando se sabe que a morte não foi natural, mas não é 
possível classificar qual das 3 formas de morte violenta ocorreu. É o que acontece em casos 
de pessoas acostumadas ao uso de remédios para dormir, que são encontradas mortas. Se 
o exame toxicológico confirmar um teor alto do hipnótico no sangue, não será possível 
distinguir entre acidente ou suicídio quando não houver outros indícios. 
 
3.1) IMPORTÂNCIA DA DETERMINAÇÃO DA CAUSA JURÍDICA DA MORTE: 
 
O diagnóstico da causa jurídica da morte é a principal razão da realização das 
necropsias forenses. 
 
Mesmo nos casos em que restam poucas dúvidas tem que ser feita, 
obrigatoriamente, e por peritos oficiais, por determinação do CPP (art. 158 e 160). Contudo, 
não é atribuição do médico legista estabelece-la. Tanto é, assim, que os quesitos oficiais 
do auto de exame cadavérico não incluem tal indagação. 
 
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e distribuição, sujeitando-se os infratores à responsabilização civil e criminal. 
O esclarecimento da causa jurídica de morte não interessa apenas ao processo 
penal. No foro civil, é importante visto que os contratos de seguro, em geral, não cobrem as 
mortes por suicídios. 
 
3.2) DIAGNÓSTICO DA CAUSA JURÍDICA DA MORTE 
 
O diagnóstico diferencial das modalidades de causa jurídica apoia-se em dois 
pilares: boa investigação do local e uma necropsia conduzida com técnica apurada. 
Tanto um como outro serão beneficiados pelo exame do suspeito e por informações 
colhidas com testemunhas, no próprio local e no decurso da investigação policial. 
 
• EXAME DE LOCAL DE MORTE VIOLENTA OU SUSPEITA (PERINECROSCOPIA): 
 
É indispensável que se faça o levantamento do local de modo metódico e rigoroso. 
Esse levantamento deve avaliar o ambiente ao redor do corpo e o cadáver. 
 
A primeira condição para que se possa obter elementos valiosos é a preservação 
do local pelas autoridades até a chegada dos peritos, que, ao chegarem ao local, devem 
fotografar o corpo e os objetos como se encontrarem e fazer um desenho com anotações 
dos achados. 
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• EXAME DO CADÁVER: 
 
Lesões de defesa - indicam que houve luta da vítima com um ou mais agressores. 
Tais lesões situam-se nas regiões palmares, na borda cubital da mão e do antebraço, na face 
externa dos braços, nos joelhos e nas pernas. No caso de arma de fogo, é possível que a 
vítima tenha segurado a arma e sua mão sido manchada por resíduos de pólvora. Equimoses 
e escoriações distribuídasnas partes expostas do corpo como joelhos, cotovelos, mão, face 
etc. Estigmas ungueais ao redor da boca. 
 
Homicídio - manipulação do cadáver (presença de livores em locais opostos a 
posição do corpo e de rigidez muscular dos órgãos inferiores e na nuca e a ausência nos 
membros superiores). Algumas lesões, por sua localização, dificilmente poderiam se 
autoinflingidas como na nuca e nas regiões interescapulares. Achados de lesão sem reação 
vital sugerem a presença de terceiros. 
 
Suicídio - presença de lesão única em região de eleição para suicídio. Mas é possível 
o suicídio com mais de uma lesão mortal, dependendo da arma utilizada e do tempo de 
sobrevida associado à primeira delas. 
 
A multiplicidade de meios tanto pode ocorrer no suicídio como no homicídio. 
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O estudo das lesões encontradas no cadáver deve ser feito no sentido de apurar: 
número, sede, gravidade, direção e reação vital. 
 
4) QUESTÕES RELATIVAS AOS HOMICÍDIOS. 
 
São perguntas frequentes durante as investigações ou julgamento. 
 
• Qual a arma do crime? 
 
Devem os peritos estabelecerem o tipo de agente lesivo que foi utilizado, visando 
individualizar a arma, se foi uma arma branca ou de fogo. 
 
• Qual a atitude da vítima ao ser golpeada? 
 
A sede da lesão pode dar uma ideia de como a vítima estava posicionada no 
momento do golpe. A direção do trajeto no interior do corpo pode indicar as posições 
relativas dos seus seguimentos. 
 
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• Qual a posição relativa entre a vítima e o agressor? 
 
Melhor guia de observação é a direção e o sentido da lesão. 
 
• Em que lugar se deu a agressão? 
 
Nem sempre a pessoa ferida cai e morre no mesmo local. A depender da lesão, é 
possível que haja deslocamento da vítima, o que deixa rastros de sangue, se ela se arrastar, 
ou pingos com direção definida se ela conseguir andar. Certas lesões impedem a vítima de 
abandonar o local em que foi atingida, como por exemplo: feridas transfixantes de medula 
e nos casos de fraturas dos ossos de ambas as pernas. 
 
• Em que ordem foram feitas as lesões? 
 
As lesões de defesa, normalmente, precedem as lesões mortais. De um modo geral, 
as lesões mais graves e mortais por si só são as derradeiras. 
 
As lesões em evolução inicial de processo inflamatório foram feitas antes de outras 
que só apresentam infiltração hemorrágica. 
 
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• Houve mais de um agressor? 
 
A existência de lesão por mais de um agente vulnerante indica tal possibilidade. A 
presença de mais de uma vítima pode indicar se tratar de mais de um agressor. 
 
• A ferida era mortal por si própria? 
 
Há lesões que matam qualquer pessoa, mas há outras que só são capazes de causar 
a morte de sujeitos com uma tendência particular a agravá-las. 
 
• Qual foi a ferida mortal? 
 
A regra é a mais grave ter causado a morte, porém há casos em que a lesão mais 
grave só é produzida quando a vítima já está em estado agonizante. 
Na impossibilidade de se identificar a ferida como causadora da morte, deve-se 
admitir o efeito cumulativo do conjunto das lesões. 
 
• Qual o tempo de sobrevida após a lesão mortal? 
 
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A resposta essa questão requer bastante cautela por parte dos peritos. Que devem 
analisar a sede e a gravidade da ferida. 
 
• Quanto tempo antes de morrer a vítima fez certos atos fisiológicos? 
 
O exame do conteúdo gástrico ajuda a responder a essa questão. 
 
Estômago com repleção alimentar e 
fenômenos digestivos, em fase 
intermediária. 
A morte pode ter ocorrido entre 1 a 2 
horas. 
Alimentos em fase terminal de digestão A morte pode ter ocorrido entre 4 a 7 horas. 
Havendo vacuidade gástrica 
A morte pode ter ocorrido há mais de 7 
horas 
 
• As lesões podem dar uma ideia de quem produziu? 
Dado importante é a direção do golpe, que pode indicar se o agressor era canhoto, 
pois se concentraria do lado direito da vítima. Certos tipos de nós encontrados em cordas 
podem revelar a profissão do agressor. 
 
 
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5) SUICÍDIO 
 
É preciso que haja histórico nesse sentido, um exame local que afaste a 
possibilidade de homicídio, ausência de lesões de defesa, bem como vestes íntegras, e a 
presença de lesões situadas em locais de eleição. A presença de lesões resultantes de 
tentativas anteriores malsucedidas é um dado muito importante. Há certas formas de mortes 
violentas que são eminentemente suicidas, como o enforcamento e a imolação (sacrificar) 
pela ação do fogo. 
 
6) REAÇÃO VITAL: DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL ENTRE AS LESÕES PRODUZIDAS 
EM VIDA E AS FEITAS APÓS A MORTE 
 
O diagnóstico de determinação se uma ferida foi feita em vida ou após a morte é 
de suma importância para a determinação da casa jurídica da morte. 
 
Se a lesão é produzida certo tempo antes ou depois da morte, geralmente não há 
dificuldades no diagnóstico diferencial, porém quanto mais próximo da morte, maior deve 
ser a cautela do perito em razão da dificuldade em se pronunciar corretamente. A essa 
dificuldade foi dado o nome de período de incerteza de Tourdes. 
 
 
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• LESÕES POST MORTEM: 
 
- Lesões por animais necrófagos: 
 
Não apresentam qualquer infiltração hemorrágica visível. Sua forma e distribuição 
são características. 
 
Sua forma varia bastante, tendo contorno irregular e tamanhovariado que 
dependem da confluência de lesões elementares. 
 
Quando situadas em regiões onde os livores cadavéricos são intensos, podem 
assumir coloração avermelhada e sugerir escoriações produzidas em vida. 
 
- Lesões acidentais: 
 
A correnteza do mar, ou a dos rios, pode provocar lesões de arrastamento, 
semelhantes a escoriações de raspão, mas de aspecto apergaminhado. 
 
Durante a realização da necropsia, podem ocorrer lesões acidentais. 
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- Lesões intencionais: 
 
Podem resultar de ato médico (manobras de reanimação podem causar fraturas 
costais) ou criminoso. O mais comum, no entanto, é que as lesões intencionais sejam de 
origem criminosa. 
 
• LESÕES PRODUZIDAS ALGUM TEMPO ANTES DA MORTE: 
 
Alguns elementos permitem afirmar com segurança que uma lesão foi feita em vida. 
São eles: reação inflamatória e o processo de reparação e de regeneração. 
 
Havendo sobrevida suficiente, instala-se a reação inflamatória, que é um 
mecanismo de defesa pelo qual o organismo tenta conter o agente agressor e limitar o dano 
causado. 
 
A reação inflamatória só ocorre em vida. 
 
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e distribuição, sujeitando-se os infratores à responsabilização civil e criminal. 
Nos primeiros minutos após a agressão, a região atingida aparece pálida por causa 
de uma vasoconstrição, que dura tanto mais quanto maior tenha sido a intensidade de 
energia vulnerante. 
 
Segue-se uma vasodilatação local causada pela abertura dos esfíncteres das 
arteríolas pré-capilares, que faz com que se abram outros grupos de capilares na mesma 
região. Essa vasodilatação faz com que a pele fique vermelha e quente. A circulação fica mais 
lenta, dando oportunidade a que maior número de glóbulos brancos passem a ter contato 
direto com a parede dos capilares. 
 
A marginação dos glóbulos brancos permite sua aderência no endotélio (célula de 
revestimento dos capilares) e ulterior migração para fora dos vasos, em direção à área 
conflagrada. Mas esses fenômenos levam algumas horas para atingir proporções que os 
tornem perceptíveis. Assim, a infiltração por células inflamatórias só serve para diagnosticar 
como in vitam foram feitas pelo menos algumas horas antes da morte. 
 
Sendo bem-sucedida a reação inflamatória, o agente agressor é neutralizado, as 
células mortas durante o processo são removidas e se inicia a proliferação de células 
próprias do tecido lesado para reparar o defeito causado pela agressão. 
 
Outro elemento importante, que depende da circulação linfática, é a presença de 
partículas estranhas nas células dos linfonodos de drenagem da região lesada. Às vezes, os 
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macrófagos (células que fagocitam restos celulares) dos linfonodos apresentam tais 
elementos dentro do seu citoplasma (partículas fagocitadas) (sinal de Kunekel). Isso indica 
que a lesão foi feita em vida. 
 
• LESÕES PRODUZIDAS DURANTE O PERÍODO DE INCERTEZA DE TOUDES: 
 
- Hemorragias: as hemorragias externas, quando são intensas, não deixam dúvida 
quanto a terem sido produzidas em vida. 
 
Quando a agressão produz lesão da aorta, do ventrículo esquerdo, ou de outro vaso 
arterial calibroso, a pressão arterial cai à zero rapidamente, de modo que feridas 
superficiais logo após podem se apresentar sem infiltração hemorrágica de suas bordas e 
vertentes. Nos casos em que uma ferida tenha sido feita embaixo d’água, as suas bordas 
podem parecer livres de hemorragia, como se tivesse sido realizada após a morte. 
 
Por outro lado, é possível observar hemorragia externa em lesões produzidas post 
mortem. Algumas lesões por animais podem sangrar por esse mecanismo. Cortes feitos na 
pele logo após a morte podem produzir sangramento se interessarem alguma veia 
superficial de médio calibre, mas sempre será de pequena monta. 
As hemorragias internas podem se fazer para as grandes cavidades, para os 
espaços meníngeos, para o parênquima das vísceras ou para o tecido conjuntivo intersticial. 
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Hemotórax ou hemoperitônio volumoso só pode ser resultado de lesão produzida 
em vida. Nesses casos, com frequência, o sangue está parcialmente coagulado. Coleções 
sanguíneas nos espaços meníngeos indicam reação vital, mas não podemos esquecer a 
possibilidade de impregnação sanguínea post mortem. 
 
Com a hemólise, o pigmento sanguíneo tinge os tecidos, imitando infiltração 
hemorrágica. 
 
Em carbonizados, pode ocorrer hematoma epidural post mortem. 
 
Não se deve confundir a infiltração hemorrágica decorrente de minúsculas roturas 
capilares, formando pequenas petéquias nos locais de maior intensidade dos livores de 
hipóstase, com hemorragia ocorrida em vida. 
 
- Coagulação do sangue: embora se considere a coagulação do sangue um 
fenômeno vital, os patologistas sabem que pode ocorrer na mesa de necropsia. Basta que a 
abertura do corpo se faça com pequeno intervalo após a morte. 
Por outro lado, sabe-se que o coágulo post mortem é dissolvido depois de 
formado quando a morte se processa rapidamente, principalmente nas asfixias. 
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Isso se deve à liberação de um sistema fibrolítico que não é ativado nos casos de 
morte agônica. Mas o maior valor da coagulação como sinal de reação vital é a aderência 
dos coágulos às bordas das lesões. Sabe-se, hoje, que isso se deve à ação de uma 
glicoproteína chamada fibronectina. 
 
Nas lesões vitais, a lavagem com água não consegue retirar o sangue aderido 
aos tecidos. 
 
- Retração das bordas de uma ferida: os tecidos vivos apresentam elasticidade 
muito maior que os do cadáver. Assim, as feridas feitas no vivo têm as bordas bastante 
separadas pelas tensões decorrentes das linhas de força da pele e dos planos 
musculares. Conforme vai passando o tempo após a morte, vai havendo uma desidratação 
da pele, com perda gradual da elasticidade.Por outro lado, a instalação da rigidez muscular 
faz com que os planos profundos permaneçam fixos, tirando a possibilidade de 
encurtamento das fibras musculares após sua secção. 
 
O grau de retração das bordas de uma ferida também varia de acordo com a região 
anatômica. Algumas regiões, como o pescoço, costumam apresentar intensa retração. No 
dorso, as feridas tendem a ter menor retração das suas bordas. 
- SINAIS ESPECIAIS: Conforme o mecanismo da morte, podem ser achados alguns 
sinais que demonstram a reação vital. 
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Nas feridas torácicas que interessem a árvore brônquica, o sangue extravasado 
pode penetrar nas vias aéreas e ser aspirado para a periferia dos pulmões, onde aparece 
salpicado em áreas de aspecto normal. O mesmo pode ocorrer quando lesões da face 
interessem a faringe e nas lesões penetrantes da laringe, como nos esgorjamentos. Parte 
do sangue pode ser deglutida e encontrada no interior do estomago, o que também 
confirma sua produção em vida. 
 
Nos casos de afogamento, a presença de corpos estranhos aspirados para as vias 
respiratórias pode indicar a reação vital quando estiverem alojados nos brônquios 
segmentares ou mais perifericamente. Mas alguns autores negam-lhe esse valor. 
 
Em cadáveres encontrados em local de incêndio, a presença de fuligem nas vias 
aéreas indica ter a vitima respirado durante o sinistro. (SINAL DE MONTALTI). 
 
Em carbonizados, dosagem elevada de monóxido de carbono traduz respiração 
no ambiente de combustão. 
 
Só pode ocorrer embolia quando há circulação. Assim, fraturas extensas e lesões 
de largas áreas do tecido subcutâneo podem provocar embolia gordurosa dos pulmões 
pelo deslocamento de gotículas de gordura, que penetram nas veias locais abertas pela 
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lesão. Essas gotículas vão para o lado direito do coração, e daí para os ramos menores das 
artérias pulmonares. 
 
Mas a embolia pode ser gasosa, como nos acidentes de mergulho em que ocorra 
embolia traumática pelo ar e nas mortes maternas devido a aborto criminoso feito pelo 
deslocamento das membranas por meio de clisteres. 
 
- Histopatologia: ao contrário do que se possa pensar, a histopatologia não é tão 
esclarecedora nesse contexto. Em relação à reação inflamatória, os eventos só podem ser 
visualizados após período de sobrevida superior há uma hora, situando-se fora do 
período de incerteza de Tourdes. 
 
Nas feridas cutâneas, existe uma faixa central de tecido na vertente da lesão onde 
as feridas feitas em vida estão desprovidas de enzimas importantes ao metabolismo celular 
(zona de reação vital negativa). Imediatamente por fora dessa faixa encontra-se outra faixa 
em que a atividade dessas enzimas está, ao contrário, acima dos níveis habituais nos tecidos 
vivos normais (reação vital positiva). Nenhuma das duas estaria presente nas lesões feitas 
após a morte. Mas a existência de alterações enzimáticas precisaria de, pelo menos, uma 
hora de sobrevida para se expressar. 
 
 
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7) MORTE SÚBITA E MORTE SUSPEITA 
 
A morte é considerada suspeita sempre que houver a possibilidade de não ter 
sido natural a sua causa. Os motivos de suspeição ora decorrem de circunstâncias do local, 
ora dependem das características próprias do cadáver. 
 
No que diz respeito à pessoa encontrada morta, o fato que causa mais desconfiança 
quanto a se tratar de morte violenta é a surpresa causada pela notícia de sua morte. O 
seu caráter inesperado logo suscita desconfianças de que algo estranho aconteceu. Assim, 
o conceito de morte súbita prende-se mais a inexistência de uma patologia prévia que 
pudesse explicá-la do que ao tempo de evolução rápido da causa da morte. Tanto inclui 
a morte fulminante, em que a pessoa aparentemente normal sofre uma crise repentina, cai 
e morre, como o caso em que a doença se instala em indivíduo considerado sadio e 
evolui para o óbito em torno de um dia. A morte rápida, e mesmo a fulminante de individuo 
que já apresentava uma doença com possibilidade de causá-la não deve ser considerada 
morte súbita, muito menos suspeita. A morte súbita é sempre suspeita. E deve ser 
esclarecida por necropsia forense. 
 
Atualmente, com o uso frequente de drogas proibidas, é preciso estar atento para 
a possibilidade de acidente de overdose nos casos rotulados como morte súbita. Também 
tem sido referido casos de morte pela ação de drogas colocadas dentro de embalagens 
plásticas deglutidas pelo traficante (síndrome do corpo embalagem). 
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As consequências de se declarar natural uma morte violenta são de ordem penal e 
civil. Quanto ao aspecto penal, um criminoso pode ficar impune, pois o Delegado encerra as 
investigações diante de um laudo que ateste morte natural. Já no foro civil, havendo seguro 
de vida, a família do morto deixa de receber indenização maior que corresponderia a 
violenta. 
 
- MORTE POR INIBIÇÃO: 
 
Em alguns casos, a morte súbita ocorre, no máximo, dois minutos após traumatismo 
mínimo que não chega a provocar lesão. Chamam-na de morte instantânea fisiológica 
por admitirem que seu mecanismo seja estimulação nervosa periférica, desencadeando 
resposta vagal com bloqueio cardíaco e/ou vaso dilatação generalizada, com queda da 
pressão arterial, isquemia cerebral (obstrução de um vaso sanguíneo que interrompe o fluxo 
de sangue a uma região específica do cérebro) e choque. 
 
Para que se afirme o diagnóstico de morte por inibição, é indispensável que haja 
uma história compatível e que a necropsia seja branca, inclusive com exames toxicológicos, 
microbiológicos e histopatológico negativos. Não é sinônimo de morte indeterminada. 
 
 
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CRONOTANOTOGNOSE 
 
É o estudo dos meios de determinação do tempo da morte. 
 
Éimportante tanto no foro criminal quanto no civil. Dessa informação pode resultar 
a prisão de um inocente ou a liberação de um culpado, cujo álibi o coloque fora daquela 
estreita faixa garantida pelo perito. No foro civil, não são raros os casos em que é preciso 
estabelecer quem morreu primeiro, se o pai ou o filho, pois na pendência da ordem de 
falecimento, a herança pode ir para uma outra família. O CC adotou o critério da 
comoriência. 
 
8) FENÔMENOS CADAVÉRICOS 
9) 
ORDEM FÍSICA 
Desidratação, resfriamento cadavérico e 
livores cadavéricos. 
ORDEM QUÍMICA 
Autólise, rigidez muscular, putrefação, 
maceração e processos conservadores do 
cadáver. 
 
• FENÔMENOS CADAVÉRICOS DE ORDEM FÍSICA 
 
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e distribuição, sujeitando-se os infratores à responsabilização civil e criminal. 
a) DESIDRATAÇÃO (EVAPORAÇÃO TEGUMENTAR): 
 
A perda da água, que nos vivos é compensada pela ingestão, continua no cadáver 
de modo contínuo, mas sem reposição. A desidratação causa perda de peso, 
apergaminhamento da pele, dessecamento das mucosas e fenômenos oculares no 
cadáver. 
 
O apergaminhamento da pele ocorre nas áreas de arrancamento post mortem da 
epiderme e na pele fina da bolsa escrotal e dos grandes lábios e dos grandes e pequenos 
lábios da genitália feminina, quando desnudas. A pele fica endurecida ao toque, semelhante 
a couro dessecado, e com coloração amarelada. 
 
São considerados fenômenos oculares: a tela viscosa (é uma película que substitui 
o brilho da córnea e que resulta da evaporação da lágrima) (sinal de Stenon-Louis); a 
opacificação da córnea (torna-se opaca e leitosa, após 10 a 12 horas da morte, já não é 
mais possível ver o fundo do olho); mancha negra da esclerótica ou sinal de Sommer 
(coloração amarela, azulada e, por fim, enegrecida, resultante da maior transparência, que 
permite ver o pigmento escuro da camada coróide, que fica mais interiormente no olho – 
aparece em 1 a 3 horas, tornando-se negra após as 6 horas); e hipotensão do globo ocular. 
 
 
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b) RESFRIAMENTO DO CORPO: 
 
A temperatura corporal é mantida pelo equilíbrio entre a produção interna de calor, 
decorrentes das reações químicas que constituem a essência da vida e as perdas para o meio 
ambiente. Não existindo o metabolismo e suas reações exotérmicas, a nossa temperatura 
seria sempre semelhante à do meio ambiente. Mas, quem mantém a pele aquecida e 
irradiando calor é a circulação do sangue. Com a morte, as partes mais profundas da pele 
demoram a resfriar, pois estão insufladas pelas partes mais superficiais. Por outro lado, 
a produção de calor pelo metabolismo não pára de imediato, pois os tecidos permanecem 
vivos e só morrendo aos poucos. Assim, continua a produção e se perde o principal modo 
de eliminação do calor. 
 
A velocidade do resfriamento pode ser influenciada por diversos fatores: a posição 
(o corpo encolhido tem superfície de irradiação de calor menor do que o estendido); o 
estado de nutrição (os magros representam um cilindro com raio menor e tem 
proporcionalmente maior superfície de irradiação e os gordos tem um panículo adiposo 
mais espesso, que representa uma camada isolante térmica), vestuário, a idade. 
 
Pode-se afirmar que a determinação da temperatura retal ajuda a avaliar a hora da 
morte quando tomada nas primeiras 18 horas. 
 
 
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c) LIVORES HIPOSTÁTICOS: 
São manchas arroxeadas resultantes do acúmulo de sangue no interior dos vasos 
sanguíneos nas regiões de maior declive do cadáver. 
 
A pressão intravascular cai à zero tão logo se dá a parada da circulação sanguínea. 
Assim, a única força que continua a atuar sobre o sangue é a de gravidade, atraindo-o 
para as partes mais baixas do corpo, ou seja, aquelas que se situam próxima ao solo. 
Essa migração do sangue leva ao aparecimento de pequenas áreas circulares avermelhadas, 
livores, em zonas separadas, que vão aumentando até constituírem uma mancha extensa. 
Tal coloração só não aparece nas áreas de apoio do corpo pelo fato de a compressão 
exercida sobre os capilares e vênulas locais bloquear o seu enchimento. Com o passar do 
tempo, intensificam-se, e a pressão do sangue vai aumentando dentro dos vasos até que 
alguns capilares e vênulas são rompidos, levando-se ao aparecimento de petéqueas. 
 
Cronologia dos livores: se inicia de 30 minutos a 4 horas, atingindo ao máximo com 
cerca de 12 horas e persistem até a putrefação. 
 
De acordo com a causa da morte, a cor dos livores pode variar: intoxicação pelo 
monóxido de carbono - assume coloração vermelho-carmim por causa da formação da 
carboxiemoglobina, que tem cor vermelho-cereja; intoxicação pelo cianeto e pelo 
fluracetato – há bloqueio da respiração celular e do consumo de oxigênio, o que leva a 
manutenção de altos teores de oxiemoglobina no sangue, tornando os livores vermelho 
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vivo (a quem sustente que essa cor resulta da formação do cianoemoglobina); nas asfixias 
– a proporção da hemoglobina reduzida é muito grande e os livores assumem coloração 
violácea escura; intoxicação por agentes oxidantes enérgicos – forma-se 
metemoglobina, que é de cor muito escura, o que torna os livores pardo-avermelhados; 
em ambientes muito frios – fica com tonalidade mais vermelha clara pela retenção de 
oxigênio nos tecidos ou pela falta de dissociação da hemoglobina; anemia aguda – são 
muito pálidos. 
 
Os vasos viscerais também sofrem ação da força de gravidade, o que produz a 
hipóstase visceral. 
 
VALOR MÉDICO LEGAL DOS LIVORES 
É sinal tardio da realidade da morte. 
Pela coloração é possível, em alguns casos, determinar a causa da morte. 
A mudança de posição do corpo pode ser denunciada pela fixação dos livores. 
Os livores iniciam de 30 minutos a 4 horas após a morte, atingindo ao máximo com 
cerca de 12 horas e persistem até à putrefação. 
Condições que antecipam a sua formação: temperatura ambiente alta, morte rápida 
sem perda sanguínea, asfixias e certas intoxicações. 
Condições que tendem a retardá-lo: frio, anemias, morte lenta, diarreia, vômitos e 
causas de desidratação. 
 
 
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• FENOMENOS DE ORDEM QUIMICA 
 
a) AUTÓLISE: 
 
É a destruição das células pela ação descontrolada das suas próprias enzimas. Assim 
que ocorre a parada circulatória, cessa o aporte de oxigênio aos tecidos. Por isso, as reações 
químicas dependentes de um bom nível de oxigenação dão lugar a outras de natureza 
anaeróbica. Esse desvio metabólico leva a um acúmulo de radicais ácidos, com baixa do pH 
do sangue e liberação das enzimas até então contidas nos lisossomos. 
 
b) RIGIDEZ MUSCULAR: 
 
É o fenômeno que decorre das reações entre as proteínas musculares e os líquidos 
cadavéricos. 
 
A medida que o tempo de morte vai passando, o corpo vai ficando cada vez mais 
ácido. As proteínas musculares actina e miosina vão coagulado, e com a coagulação dessas 
proteínas endurecem a musculatura. 
 
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A rigidez é uma variante de contração muscular provocada pela escassez de 
oxigênio nos tecidos. Resulta da diminuição da renovação do ATP após a morte porque ela 
passa a depender apenas da via anaeróbica, com aumento do teor de ácido e consequente 
acidificação (diminuição do pH) do tecido muscular. Assim, os complexos actina-miosina 
não se desfazem. Isso torna o músculo enrijecido na posição em que estava no momento 
da morte. Cessa o deslizamento dos miofilamentos de actina e miosina, o que torna a fibra 
muscular muito resistente a distensão. É isso que dificulta o desfazimento manual da rigidez 
cadavérica. 
 
A sua instalação dependerá do numero total de fibras musculares e da 
predominância de fibras lentas (miosina tipo 1 – via aeróbica) ou rápidas (miosina tipo 2 – 
via anaeróbica). Quanto maior o número de fibras e, consequentemente, de massa muscular, 
maior será o tempo para que se perceba a rigidez embora já tenha começado a se instalar 
em várias fibras. A clássica regra de Nysten-sommer-larcher de que a rigidez evolui de forma 
descendente, ou seja, principia na mandíbula e nuca e atinge, sucessivamente, membros 
superiores e inferiores. (Sentido céfalo-caudal ou crânio-podáloco). O fato de as fibras 
não entrarem em rigidez a um só tempo tem outra consequência. Durante o período inicial 
de sua instalação, quando ainda incompleta, voltará a se restabelecer, embora com 
intensidade menor. Depois de atingido seu grau máximo de intensidade, se desfeita, não se 
refaz. 
 
- Intensidade da rigidez: varia de acordo com condições relacionadas ao cadáver 
e a causa da morte. Costuma ser pouco intensa, por vezes imperceptível, em recém-
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nascidos, crianças pequenas e indivíduos idosos ou depauperados por doença 
consumptiva; nas pessoas robustas, bem-nutridas, pode atingir grau tão intenso que só 
pode ser desfeita manualmente, nos membros inferiores, a custa de muito esforço. 
 
A causa da morte influência tanto na intensidade quanto na duração da rigidez: nos 
casos de morte rápida, natural ou violenta, demora um pouco mais para se instalar e atingir 
o máximo de intensidade, persistindo por mais tempo; nas asfixias e anemias agudas, tende 
a aparecer mais cedo e a durar menos. 
 
O fator que determina esta diferença de comportamento é o teor de ATP muscular 
no momento da morte. 
 
- Cronologia: Início, normalmente, entre 2 horas após a morte atingindo o seu 
máximo até 8 horas. Porém, com o enrigecimento completo do cadáver esse irá amolecer 
em razão da putrefação, que se inicia em média por volta da 18h a 24h após a morte. 
 
- Espasmo cadavérico: é um fenômeno muito discutido e raro. Significa a 
manutenção da última atitude pelo individuo antes de morrer, fixada até a instalação 
da rigidez. É como se os músculos pudessem se manter contraídos após a morte sem a fase 
de relaxamento que antecede a rigidez. (sinal de Kossu). 
 
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c) PUTREFAÇÃO: 
 
É a decomposição do corpo pela ação de bactérias saprófitas que o invadem 
passado algum tempo da morte. Começa a partir das espécies que se acham normalmente 
no intestino grosso. 
 
Do ponto de vista biológico, ela se inicia assim que o individuo morre, pois, o meio 
interno vai ser modificado pela falta de oxigênio e pela autólise dos tecidos, o que favorece 
a proliferação da fauna saprófita. As enzimas bacterianas decompõem protídios, lipídios e 
glicídio com produção de grandes gases entre os quais: metano gás sulfídrico, gás 
carbônico, amônia e mercaptanos. 
 
A velocidade de evolução da putrefação varia de acordo com o meio em que se 
acha o cadáver: ao ar livre, enterrado, no solo ou sob uma coleção liquida. Outros fatores 
que aceleram: fauna cadavérica, grau de poluição da água. No que toca a fatores individuais: 
condição que cause hipertermia antes da morte ou que dificulte o resfriamento do corpo, 
como o uso de agasalho; indivíduos gordos ou edemaciados apodrecem mais rapidamente 
do que os magros e as crianças; morte causada por sepse; bactéria anaeróbica. 
 
Podemos dividir a putrefação em 4 fases ou períodos: 
 
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e distribuição, sujeitando-se os infratores à responsabilização civil e criminal. 
1)Fase da coloração: começa com a mancha verde abdominal, que se forma 
primeiro na fossa ilíaca direita por causa da proximidade do ceco com a pele. O gás sulfídrico 
produzido pelas bactérias difundi-se pelos tecidos e se combina com a hemoglobina, 
formando a sulfoemoglobina ou sulfometemoglobina, que tem cor verde. Há quem afirme 
que a cor verde depende de prévia transformação da hemoglobina em biliverdina, que seria 
modificada pela ação do gás sulfídrico. Aparece cerca de 18 a 24 horas após a morte, nos 
meses de verão, e 36 a 48 horas, no inverno. 
 
Enquanto se difunde a mancha verde, vai ocorrendo intensa hemólise, que modifica 
a cor de vários tecidos. Nesse mesmo período, já há produção de gás suficiente para 
distender o abdômen e espremer os grandes vasos e o coração, empurrando o sangue 
para os vasos superficiais, que se tornam mais visíveis e de cor pardo-esverdeada 
escura, desenhando uma rede. É a circulação póstumade Brouardel. 
 
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2) Fase de enfisema: também chamada de período gasoso. Resulta do aumento 
progressivo e rápido da produção dos gases pela flora saprófita, agora já disseminada 
por todos os tecidos. Mas, para se notar o enfisema das partes moles (tecido subcutâneo e 
músculos), é necessário que se passem 2 a 3 dias. O máximo de intensidade pode ser 
atingido antes de uma semana, sempre na dependência da temperatura e umidade do 
ambiente. 
 
 
Os fenômenos observados nesses períodos são causados principalmente pela força 
dos gases nas grandes cavidades. O aumento da pressão abdominal produz prolapso do 
útero e do reto e elevação do diafragma. As bases pulmonares são espremidas, havendo 
eliminação de liquido pardo-avermelhado escuro pelas narinas e boca. Pode haver 
eliminação de fezes, urina ou esperma. Estando grávida a mulher, pode o concepto ser 
expelido em um parto post mortem. Pseudo-ereção, profusão dos globos oculares, projeção 
da língua para fora além do limite das arcadas dentárias. 
 
A epiderme desloca-se pela grande produção de líquido que migram para a 
superfície e formam bolhas de tamanho variado, por vezes grandes, de conteúdo pardo-
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avermelhado escuro (ao contrário das flictenas de origem inflamatória, essas apresentam 
escasso teor protéico). Com o passar dos dias, há destacamento total da epiderme e perda 
dos fâneros (pelos, unhas e cabelos). 
 
A pele das mãos sofre um processo de destacamento da epiderme imitando uma 
luva, no caso de afogados, que pode ser utilizada para registro da individual dactiloscópica. 
 
3) Fase da coliquação: é aquela em que se dá a deliquescência geral dos tecidos, 
com desaparecimento paulatino do enfisema e grandes perdas liquidas. Inicia-se cerca 
de 3 semanas após a morte. Nesse período, sucedem-se os esquadrões dos trabalhadores 
da morte até a completa destruição das partes moles e a esqueletização do corpo. 
 
 
 
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4) Fase da esqueletização: é o resultado final do processo destrutivo do cadáver 
qualquer que seja o ambiente. O tempo é extremamente variável conforme as condições 
climáticas e do ambiente (ar livre, solo ou água). 
 
 
 
- MACERAÇÃO: 
 
A maceração é um fenômeno destrutivo do cadáver pelo qual há a destruição dos 
tecidos mergulhados em líquido. 
 
A maceração que se estudará aqui é a que ocorre com o feto que morre dentro do 
útero a partir do quinto mês e não é expelido, pois os conceptos menos desenvolvidos 
são mumificados (litopédio) ou totalmente reabsorvidos. 
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Poucas horas após a morte, o feto retido já apresenta menor aderência da 
epiderme, que pode ser deslocada pela pressão feita obliquamente com o dedo. Com 3 a 
5 dias, a epiderme passa pela formação de bolhas de tamanho cada vez maior, confluentes, 
que, por fim, se rompem, vertem seu liquido avermelhado na cavidade amniótica e deixam 
a derme a mostra. 
 
Ao ser expulso, o feto apresenta coloração róseo-avermelhada universal, tem 
cabelos destacados e o couro cabeludo muito frouxo, deslizando amplamente sobre os 
ossos da calota, os quais se mostram frouxos, por vezes soltos uns dos outros, se a retenção 
durar mais alguns dias (sinal de Spalding). Os membros revelam flacidez extrema, com tal 
mobilidade que tem aspecto de polichinelo. As cavidades pleurais e abdominal contém 
moderada quantidade de liquido róseo-pardo semitransparente e as vísceras 
evidenciam parênquima amolecido e de cor igualmente alterada pela hemoglobina 
liberada pela hemólise. 
 
- SAPONIFICAÇÃO: 
 
É um fenômeno raro, que produz material esbranquiçado, mole e um pouco 
friável, de aspecto céreo, que aparece nas partes moles gordurosas de um cadáver 
quando certas condições ambientais estão presentes, chamado de adipocera. 
 
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Para que se forme, há necessidade de que se inicie a putrefação, pois as enzimas 
bacterianas têm que começar a hidrólise das gorduras neutras (triglicerídeos) para que os 
ácidos graxos sejam liberados. 
 
Sob a temperatura ambiente abaixo de 21°C, esse fenômeno não ocorre ou é muito 
retardado, pois a putrefação demora mais a se instalar. Locais de difícil acesso ao ar 
atmosférico, com baixa oxigenação e calor úmido, como ocorre em terrenos ardilosos, 
são necessários a sua formação. 
 
Embora não percebida, a adipocera já começa a se formar após a 1ª semana, mas 
só a vemos quando os teores dos ácidos graxos atingem 70%, ao cabo de 3 meses. 
 
Como é formada a partir das gorduras do corpo, é muito mais frequentes em 
indivíduos gordos. Pode ocorrer com pessoas grandes e bem nutridas, mesmo em túmulos 
sem grande umidade local, pois a quantidade de água do próprio corpo prepara o ambiente. 
Pode ser encontrada em recém-nascidos, mas nunca em prematuros. 
 
Por ser um produto de difícil degradação no processo da putrefação, a formação da 
adipocera funciona como fenômeno conservador do cadáver. A produção de ácidos 
modifica o pH e inibe a ação das bactérias de putrefação. 
 
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As feições e as formas do corpo podem ser preservadas por meses e anos a fio. Ai 
reside o valor médico-legal. Além de permitir o reconhecimento do individuo a todo este 
tempo, mantendo a forma, favorece o exame das lesões porventura existentes. No entanto, 
é mais comum que se note a adipocera apenas em alguns segmentos do corpo. 
 
- MUMIFICAÇÃO:É um processo de conservação do cadáver que depende de condições que 
facilitem uma evaporação rápida, de modo a sustar o processo de putrefação. Ocorre em 
ambientes de temperatura elevada, secos e muito bem ventilados, como em solos 
arenosos de áreas com pouca precipitação pluvio-métrica. 
 
É mais comum em indivíduos magros e mais fácil de ocorrer em corpos de crianças 
pela menor quantidade de água e maior superfície de evaporação. 
 
O corpo mumificado tem seu peso e volume muito reduzidos. A pele torna-se 
ondulada pela redução das partes moles, endurecida, com aspecto de couro, de coloração 
parda, e soa como cartão ao toque. Os músculos e tendões transformam-se em fibras 
quebradiças. 
 
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A mumificação pode ocorrer como resultado de embalsamento, que é o 
tratamento do cadáver por meio da substituição do sangue por injeção de mistura fixadora, 
geralmente a base de formol e álcool. 
 
Como todo processo de conservação do cadáver, a mumificação favorece o 
patologista forense por preservar lesões e, guardadas as devidas proporções, viabilizar a 
identificação mesmo depois de anos. 
 
 
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