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ENADE 2017 jurisdiçao constitucional

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JURISDIÇÃO CONSTITUCIONAL
QUESTÃO 1:
TEMA DA QUESTÃO: CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
Para que o processo de impeachment comece, é preciso que cidadãos se manifestem, elaborando um pedido contra o Presidente e o apresentando à Câmara dos Deputados. Ao longo do segundo mandato de Dilma, a Câmara recebeu mais de 30 pedidos de impeachment. Em setembro de 2015, foi a vez de três juristas (Janaína Paschoal, Miguel Reale Jr. e Hélio Bicudo) entregarem àquela casa um pedido de impeachment contra a Presidente. Seria o único a ser aceito pelo então presidente da Câmara, o deputado Eduardo Cunha. Seguindo o que é previsto na lei, a Câmara se mobilizou para formar a comissão especial que analisaria o pedido aceito por Cunha – tudo ainda no mês de dezembro de 2015. Chegou a haver uma eleição entre chapas de situação e de oposição. A de oposição venceu, em votação secreta. Mas a decisão logo foi anulada pelo Supremo Tribunal Federal, no dia 17 de dezembro. Os motivos: 
i) uma chapa avulsa, não indicada pelos líderes partidários, concorreu;
ii) a votação foi secreta, o que era irregular. O procedimento correto seria promover uma votação aberta. Com base no texto, responda de forma fundamentada:
a) Ao analisar os atos internos do Poder Legislativo, o STF estaria violando o princípio da separação dos poderes estabelecidos no art. 2º, da CRFB/88? trata-se de analise de constitucionalidade preventiva realizada pelo STF. Este analisará os atos praticados pelo legislador sob o manto formal e não análise de mérito, portanto, não haverá ofensa ao princípio da separação dos poderes. 
b) Indique qual a Ação utilizada para levar a questão à Suprema Corte, bem como seus fundamentos jurídicos. deve ser utilizado um mandado de segurança indicando como devido processo legal e reforçando que a casa contrariou os dispositivos de composição das condições indicadas pelos lideres dos partidos representados.
QUESTÃO 2:
TEMA DA QUESTÃO: CONTROLE CONCENTRADO
Recentemente, a então Presidente Dilma Rousseff nomeou Luiz Ignácio Lula da Silva para o cargo de Ministro Chefe da Casa Civil. Diante da ausência de interlocução com o Congresso Nacional, o executivo necessitava de negociações políticas com o Legislativo. A nomeação foi questionada no Supremo Tribunal Federal, sendo decidido liminarmente pelo relator Ministro Gilmar Mendes.
“Em sua decisão, Mendes acolheu esse argumento: "Uma explicação plausível para o documento objeto da conversa é que foi produzido um termo de posse, assinado de forma antecipada pela Presidente da República, com a finalidade de comprovar fato não verídico – que Luiz Inácio Lula da Silva já ocupava o cargo de Ministro de Estado. O objetivo da falsidade é claro: impedir o cumprimento de ordem de prisão de juiz de primeira instância", escreveu o ministro”. 
Diante da situação problema, responda de forma fundamentada na doutrina e na jurisprudência:
A)Poderia ter sido apresentada uma Ação Direta de Inconstitucionalidade para questionar o ato de 
nomeação? embora a ADI tenha por objeto o questionamento de inconstitucionalidade realizado através de lei ou ato do poder publico o ato de nomeação de ministro do Estado mesmo em descompasso com a constituição não pode ser objeto de uma ADI, uma vez que se trata de ato com efeito concreto. 
B)Em sede de ADI é possível concessão de cautelar? Quais seriam os efeitos? sim, de acordo com a lei 9868/99 inclusive podendo trazer como efeito a suspensão da producao dos efeitos do ato.
QUESTÃO 3:
TEMA DA QUESTÃO: CONTROLE CONCENTRADO
Em 2008, após a descoberta de petróleo na camada pré-sal, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que o Brasil havia tirado "um bilhete premiado" ao achar novas reservas. Com a perspectiva do país tornar-se um grande produtor de combustíveis e aumentar as riquezas proveniente do petróleo, Lula defendeu que os recursos fossem empregados em benefício de todos os brasileiros, sendo investidos em educação como "passaporte para o futuro".
Ele encaminhou um projeto de mudanças ao Congresso, que previa mudar a distribuição dos royalties e da participação especial entre União, estados e municípios, deixando mais justa a divisão de recursos entre
áreas produtoras e não produtoras, financiando o desenvolvimento de todos os estados e municípios do país.
O que muda na divisão? Hoje, a parte dos royalties destinada a estados e municípios sem extração é de 7% e 1,75%, respectivamente. Em 2013, segundo a nova lei, tanto estados como municípios passariam a receber 21%. Em 2020, a parcela aumentaria para 27% do total arrecadado pela União. Estados produtores de petróleo, que hoje recebem 26% do dinheiro, teriam a fatia reduzida para 20% em 2013. Os municípios 
com extração passariam dos atuais 26,25% para 15%, em 2013, chegando a 4%, em 2020.
A participação especial, atualmente dividida entre União (50%), estado produtor (40%) e município produtor (10%), passaria a incluir estados e municípios onde não existe extração. Em 2013, tanto estados como municípios receberiam 10%. Em 2020, 15%. A nova lei reduz a parcela atual de 40% destinada a estados produtores para 32%, em 2013, e para 20%, em 2020. Após a aprovação da nova Lei, os governadores do Rio de Janeiro, Espírito santo e São Paulo, além da Mesa da Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro ajuizaram, logo no primeiro dia, Ações Diretas de Inconstitucionalidade, questionando o teor da nova divisão aprovada.
Diante do exposto, responda de forma fundamentada na doutrina e na jurisprudência:
A) Todos os autores são legitimados a propositura das referidas ações? sim, porem os governadores e a mesa da assb legislat sao legitimados especiais ou seja, precisam demostrar a existencia de pertinencia tematica art.103 da cf
B) O STF poderia reuni-las para um único julgamento? sim para evitar decisoes discrepantes
C) Poderiam ter sido ajuizadas ADCs, no lugar das ADIs? nao, uma vez que nao teria o requisito de controversia judicial relevante. 
QUESTÃO 4:
TEMA DA QUESTÃO: CONTROLE CONCENTRADO
O Estado do Rio de Janeiro encontra-se em grave crise financeira. Assim, o Governador Pezão não pagou os servidores do executivo como também não realizou o repasse ao Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro. Indignado, o Presidente do Tribunal manifestou-se publicamente informando que não será possível exercer as atividades jurisdicionais. Diante disso, a Associação dos Serventuários da Justiça –RJ se manifestou em repúdio ao ato, informando à categoria que ajuizaria uma ADPF contra o ato do governador do Estado, de reter a verba destinada ao salário dos serventuários. 
Diante da situação problema acima descrita, responda de forma fundamentada na doutrina e na jurisprudência:
a)Seria possível à Associação ajuizar a ADPF? nao poderia ajuizar uma ADPF mas apenas uma representação de inconstitucionalidade no âmbito estadual 
b)Caso o PGR resolvesse ajuizar alguma ação em abstrato, qual seria? Quais as conseqüências da procedência dos pedidos? no caso concreto seria uma representação interventiva, na forma do art.36, II CF. 
As conseqüências seriam a suspensão dos projetos de emenda constitucional em curso consistente em julgamentos divergentes dos tribunais.
QUESTÃO 5:
TEMA DA QUESTÃO: CONTROLE CONCRETO
O Juiz Sergio Moro condenou Sérgio Cabral a 14 anos pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. Inconformado com a condenação, a defesa resolveu interpor recurso de Apelação, alegando, em síntese, que o ex Governador não realizou nenhum desvio de dinheiro público uma vez que as finanças do estado estavam em situação muito melhor quando saiu do que a encontrada na chegada. Ademais, insurge-se contra a lei de lavagem de dinheiro, destacando estar em descompasso com a Constituição 
Federal de 1988.
Diante da situação narrada, responda fundamentadamente, de acordo com a doutrina e a 
jurisprudência:
a) Como o relator deverá proceder para o julgamento desta apelação? deverá pedir pauta para que o órgão fracionário reconheça ou nao, ainconstitucionalidade do dispositivo.
b) Qual a dinâmica de julgamento desta apelação no Tribunal? o plenário do tribunal ou seu órgão especial analisará a inconstitucionalidade devolvendo os autos para a apreciação da apelação.
c) Seria possível a aplicação da decisão da Corte, em sede de apelação aos demais réus da operação Lava Jato? a decisão em sede de controle concreto pela via difusa terá efeito entre as partes e portanto não será possível estender os efeitos da decisão aos demais réus. 
QUESTÃO 6:
TEMA DA QUESTÃO: ADI –OBJETO
Em decisão do dia 09 de junho de 2017, o TSE absolveu a chapa Dilma-Temer das acusações da acusação de abuso do poder econômico. O principal argumento da Rede é que, em 2014, o STF decidiu por 
unanimidade pela validade de um artigo da Lei das Inelegibilidades que permite ao juiz considerar fatos públicos e notórios, mesmo que não tenham sido alegados pelas partes na ação inicial.
A Rede entendeu, então, que a maioria dos ministros do TSE contrariou a decisão do STF 
ao retirar provas da Odebrecht do caso. 
A Rede ajuizou uma Reclamação no STF, questionando o julgamento da Corte especializada. Considerando que o Partido Novo e o DEM entenderam que a ação adequada não seria a Reclamação, mas sim uma ação direita de inconstitucionalidade, uma vez que a decisão do TSE afronta a Constituição Federal em clausula pétrea, qual seja, a escolha democrática direta para o chefe do executivo e seu substituto natural. 
Diante do exposto, responda fundamentadamente, com base na doutrina e na 
jurisprudência:
A) A possibilidade de cada um dos partidos ajuizarem a ação intentada. o partido novo nao pode propor adin pois não tem representação no congresso. Já o DEM encontra-se legitimado pois possui representação no congresso conforme art.103,VIII, CF.
B) A possibilidade de questionar decisão de Tribunal superior pela via da ADI. não é possível uma vez que o objeto da ADI se restringe a lei ou ato primário, não sendo cabível em casos de decisões com efeitos concretos.
QUESTÃO 7:
TEMA DA QUESTÃO: ADI –PARTICIPAÇÃO DO AGU
A Advocacia-Geral da União (AGU) defende, no Supremo Tribunal Federal (STF), o direito dos remanescentes das comunidades quilombolas à propriedade definitiva das terras onde vivem. A pauta é uma das grandes questões constitucionais que podem ser julgadas no segundo semestre deste ano. A constitucionalidade do Decreto nº 4.887/03, que regulamenta o procedimento para identificação, reconhecimento, delimitação, demarcação e titulação das terras ocupadas por remanescentes das comunidades dos quilombos, é questionada pelo Partido da Frente Liberal (PFL, atual Democratas/DEM). Na Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI), o partido alega que um decreto não pode regulamentar a Constituição, mas apenas leis ordinárias. Para a AGU, nem sequer haveria necessidade de lei, ante a clareza do artigo 68 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT). A opção pela modalidade do decreto visa permitir ao Estado dar cumprimento imediato ao mandamento constitucional. O decreto também cumpre o estabelecido nos artigos 215 e 216 da Constituição Federal, que estabelece a garantia do exercício dos direitos culturais e a proteção do patrimônio cultural. Com relação às críticas de que o decreto validou a auto declaração como meio de prova, estabelecendo uma nova modalidade de expropriação, a AGU alega que a Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho, ratificada pelo Brasil pelo Decreto 5051/2004, estabeleceu tal possibilidade para legitimação de áreas ocupadas por povos indígenas e tribais.
Diante do texto apresentado acima, analise a possibilidade de participação do AGU nas ações diretas de inconstitucionalidade. Em regra, terá participação obrigatória na qualidade de defensor do texto questionado. Cabe ressaltar que o AGU poderá deixar de defender o dispositivo quando o STF já houver se manifestado anteriormente ou quando houver conflito com os interesses da união. 
QUESTÃO 8:
TEMA DA QUESTÃO: LIMITES AO PODER DE REFORMA
Após mais de oito horas de sessão, a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado aprovou nesta terça-feira (6), por 14 votos a 11, o relatório de Ricardo Ferraço (PSDB-ES) sobre a reforma trabalhista, favorável ao projeto. Com a aprovação, o texto segue para análise das comissões de Assuntos Sociais (CAS) e de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado antes de ir a votação em plenário. A sessão desta terça da CAE se alongou porque senadores contrários ao relatório de Ferraço apresentaram três versões alternativas, nas quais sugeriam a rejeição da reforma ou mudanças no projeto aprovado pela Câmara em abril. Essas versões sequer foram analisadas. Entre outras regras, a reforma trabalhista prevê:
JORNADA PARCIAL -Poderão ser de até 30 horas semanais, sem hora extra, ou de até 26 horas semanais, com acréscimo de até seis horas (nesse caso, o trabalhador terá direito a 30 dias de férias); (...) PARCELAMENTO DE FÉRIAS -Poderão ser parceladas em até três vezes. Nenhum dos períodos pode ser inferior a cinco dias corridos e um deles deve ser maior que 14 dias (as férias não poderão começar dois dias antes de feriados ou no fim de semana); (...) GRÁVIDAS E LACTANTES - Poderão trabalhar em locais insalubres de graus "mínimo" e "médio", desde que apresentem atestado médico. Em caso de grau máximo de insalubridade, o trabalho não será permitido; (...)
Diante da reforma acima descrita, João Silvêncio, Presidente do Sindicato dos Bancários, procura você, advogado, com os questionamentos a seguir:
a) A reforma proposta está de acordo com a Constituição ou contém algum vício? Se contiver, indique o vício eventualmente encontrado. sim, uma vez que restringe clausulas pétreas quais sejam, direitos trabalhistas especialmente no que tange a redução do horário de repouso e a exposição de grávidas a agentes nocivos.
b) Poderia, caso haja inconstitucionalidade, questionar junto ao judiciário neste momento? sim, através de um mandado de segurança, hipótese extraordinária onde o judiciário realiza controle preventivo de constitucionalidade que deverá ser impetrado por qualquer parlamentar, tendo em vista o direito de participar de processos legislativos constitucionais.
c) Caso seja aprovada, esta reforma poderá ser questionada junto ao STF? Qual seria a ação cabível?
sim, por intermédio de ADIN devido ser lei federal que possui vicio material de constitucionalidade.

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