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Prof. MsC. LUCIANO COSTA – DIREITO PENAL II – RESUMO DE AULA Faculdade Estácio/FAP – Curso de Direito _______________________________________________ Prof. MsC. Luciano costa Mestre em Direito; professor Adjunto II da Faculdade Estácio/FAP; professor convidado da UFPA no Curso de Mestrado e Especialização em Segurança Pública e Cidadania; professor da Escola de Governo – EGPA e professor do Instituto de Ensino de Segurança Pública do Pará – IESP. Sr (a) aluno (a), O presente material é apenas um resumo dos itens do programa de Direito Penal II, objetivando dá um norte do tema abordado. Importante ressaltar que ele não substitui a necessária e obrigatória leitura dos livros dos doutrinadores indicados, para que o aluno reforce e amplie seus conhecimentos e pontos de vista dos tópicos abordados. RESUMO DE AULAS CONCURSO DE PESSOAS – arts. 29 a 31 CP REQUISITOS CONCURSO DE PESSOAS 1- pluralidade de agentes e de condutas, que podem principais e acessórias 2- relevância causal das condutas para o resultado 3- liame subjetivo entre os agentes: exige-se que os agentes atuem com vontade homogênea, visando a realização do tipo penal; P. da convergência. 4- unidade de tipo penal para todos os agentes 5- Existência de fato punível É a reunião voluntária e consciente de duas ou mais pessoas para a prática de um ou mais crimes. É também conhecido por concurso de agentes ou codelinquência. Prof. MsC. LUCIANO COSTA – DIREITO PENAL II – RESUMO DE AULA Faculdade Estácio/FAP – Curso de Direito _______________________________________________ ESPÉCIES DE CONCURSO DE PESSOAS Distinção entre concurso necessário e eventual de pessoas TEORIAS SOBRE A NATUREZA JURÍDICA DO CONCURSO DE PESSOAS Distinção entre concurso necessário e eventual de pessoas 1- Concurso necessário: refere-se aos crimes plurissubjetivos, que exigem o a participação de pelo menos duas pessoas . Ex: crimes de rixa - art. 137; associação criminosa - art. 288; motim de preso - art. 354. 2- Concurso eventual: refere-se aos crimes unissubjetivos, que também podem ser praticado por uma pessoa, sem coautor ou partícipe. Ex: estelionato - art. 171; homicídio - art. 121; roubo - art. 157, etc TEORIAS SOBRE O CONCURSO DE PESSOAS 1- Teoria Unitária ou monista - adotada como regra pelo CP 2- Teoria pluralística - adotada com exceção 3- Teoria dualística - doutrinária TEORIA UNITÁRIA OU MONISTA - art. 29 CP 1- para essa teoria mesmo havendo diversidade de agentes e de condutas, considera-se existir somente um crime para todos. Ela foi adotada pelo CP no art. 29, caput. Ex: Teresa dirige o carro em que, juntamente com Pedro e Paulo, foram praticar um roubo em certa residência. Tereza ficou no carro esperando, enquanto Pedro e Paulo entraram na residência. Quando já estavam com as joias e outros objetos, a dona da casa reagiu e Pedro a matou.. 2- Neste caso, Teresa é partícipe do furto, e não coautora do latrocínio, pois não contribuiu para este último crime, nos termos do § 2º do art. 29 do CP. Já o § 1º estabelece uma redução de pena para o partícipe que cooperou com conduta de menor importância, e não alcança o coautor. 3- O § 2º diz que se o partícipe teve participação menos grave do que aquela praticada pelo autor, ele só responderá por esse crime conforme o seu dolo, e não de acordo com o dolo do autor, e portanto, com a pena do crime que queria cometer aumentada até metade, se era previsível o resultado mais grave. Prof. MsC. LUCIANO COSTA – DIREITO PENAL II – RESUMO DE AULA Faculdade Estácio/FAP – Curso de Direito _______________________________________________ Teoria dualística TEORIA PLURALÍSTICA TEORIAS QUANTO AO CONCEITO DE AUTORIA O conceito de autor é determinado de acordo com a teoria a ser adotada: TEORIA DUALÍSTICA: no caso de pluralidade de autores e de condutas diversas, gerando um mesmo resultado, há 2 crimes distintos: 1- um crime para os autores 2- outro crime para os partícipes TEORIA PLURALÍSTICA: Nessa teoria, cada agente responde por crime independente, mesmo que as condutas estejam unidas pelo mesmo nexo causal. Como exceção à regra, o CP adota a teoria pluralista, na qual se separam as condutas, com a criação de tipos penais diferentes para os agentes que buscam o mesmo resultado criminoso. As exceções pluralísticas nos seguintes crimes: 1- aborto provocado por terceiro c/ consentimento da gestante: gestante pratica o crime do art. 124 CP; o terceiro executor do crime, incide no art. 126 CP. 2- bigamia: o agente casado que contrai novo casamento, pratica crime do art. 235,caput; aquele que, não sendo casado, contrai casamento com pessoa casada, sabendo dessa condição, incide no crime do § 1º do art. 235. 3- corrupção passiva e ativa: o FP pratica corrupção passiva - art. 317; o particular (corruptor) pratica o crime de corrupção ativa - art. 333 4- falso testemunho ou falsa perícia: test., perito, contador, tradutor que faz afirmação falsa ou cala a verdade em processo ou IP comete o crime do art. 342, caput; e quem dá, oferece ou promete dinheiro ou outra vantagem a FP, pratica o crime do art. 343, caput Prof. MsC. LUCIANO COSTA – DIREITO PENAL II – RESUMO DE AULA Faculdade Estácio/FAP – Curso de Direito _______________________________________________ TEORIA DO DOMÍNIO DO FATO Autor é aquele tem o domínio final do fato, mesmo não realizando atos executórios do crime. Tipos de autoria na visão da Teoria do domínio do fato Teorias quanto ao conceito de autor: 1- Teoria unitária ou subjetiva: auor é aquele que, de qualquer modo contribui para o crime; não faz distinção entre autor e partícipe; foi adotada pelo CP de 1940 2- Teoria material-objetiva ou extensiva: autor não é só aquele que executa o crime, mas também aquele que concorre de qualquer modo para o resultado. Não faz distinção entre autor e partícipe, todo aquele que participa do crime é autor. 3- Teoria objetiva ou dualista: esta teoria faz distinção entre autor e partícipe e foi adotada pela reforma do CP de 1984; ela subdivide-se em 3 teorias: TEORIA OBJETIVO- FORMAL OU DUALISTA 1- Teoria objetivo-formal: para essa teoria autor é realiza o núcleo do tipo penal (verbo),isto é, quem executa o crime. Partícipe é quem, de qualquer modo, contribui para o crime, sem praticar ato executório. Ex: A empresta sua arma de fogo para B, com o objetivo de matar C. B, dias depois, mata C. Neste caso, B é autor, enquanto A é partícipe do crime de homicído, pois contribui para o crime sem praticar ato executório. Esta teoria falha, pois não consegue explicar a autoria mediata, em que o autor executa indiretamente o crime usando pessoa sem culpabilidade ou que age sem dolo nem culpa. 2- Teoria objetivo material: autor é quem presta contribuição mais importante para a realização do crime, e não necessariamente aquele que realiza o núcleo do tipo penal. Partícipe é quem concorre de forma menos relevante para o crime. 3- Teoria objetiva-final ou do domínio do fato: para essa teoria (crida por Hans Welzel e desenvolvida por Claus Roxin), autor é quem possui o controlesobre o domínio final do fato, quem planeja, decide sobre a prática, interrupção e condições do crime. Esta teoria amplia o conceito de autor. Não se aplica aos crimes culposos, pois não se pode conceber o controle final de um fato não desejado pelo autor do crime. Esta teoria é um complemento à teoria restritiva adota pelo nosso CP. Prof. MsC. LUCIANO COSTA – DIREITO PENAL II – RESUMO DE AULA Faculdade Estácio/FAP – Curso de Direito _______________________________________________ AUTORIA MEDIATA NA TEORIA DO DOMÍNIO DO FATO AUTORIA DE ESCRITÓRIO TIPOS DE AUTORIA NA VISÃO DA TEORIA DO DOMÍNIO DO FATO 1- AUTOR INTELECTUAL: é Quem planeja, quem organiza, é quem dirige a atividade dos demais. É também conhecido como autor de escritório ou do presídio (mais comum). 2- AUTOR ou COAUTOR EXECUTOR: é quem realiza o verbo núcleo do tipo (ou seja, quem executa o crime); 4- Ex: A, inimigo de B, planeja matá-lo. Ajusta tal fato com C e D, determinando dia, local e como deverá ser a morte (por estrangulamento) no banheiro do bar X. No dia, C embebeda B e em certo momento, o atrai ao banheiro, ocasião em que D executa o estrangulamento. Assim, A é coautor intelectual; C é coautor funcional e D é coautor executor. 3- AUTOR ou COAUTOR FUNCIONAL. É quem participa da execução do crime, sem realizar diretamente o verbo núcleo do tipo penal. Ex: A e B planejam matar C. Enquanto A segura C para não reagir, B executa C com facadas. Neste caso, B é coautor executor e A é coautor funcional, pois tem o codomínio do fato (segurou a vítima). IMPORTANTE: a doutrina clássica só admite como coautor aquele que executa o crime, e portanto, só admite o coautor executor. O coautor intelectual e o funcional eram considerados apenas como partícipes do crime. Assim, aquele que planeja o crime e aquele que dirige o carro para a fuga no crime de homicídio, para os clássicos são apenas partícipes. Prof. MsC. LUCIANO COSTA – DIREITO PENAL II – RESUMO DE AULA Faculdade Estácio/FAP – Curso de Direito _______________________________________________ EXECUTOR DE RESERVA COAUTORIA E PARTICIPAÇÃO NA AUTORIA MEDIATA AUTORIA DE ESCRITÓRIO: conceito 1- Oriunda do Direito alemão, a autoria de escritório se constitui em autoria mediata particular. Segundo Zaffaroni, autor de escritório é o agente que transmite a ordem a ser executada por outro autor direito, dotado de culpabilidade e passível de ser substituído por outro executor, caso não cumpra a ordem no âmbito de uma organização criminosa hierarquizada. 2- Exemplo: O líder do Comando Vermelho, de dento de um presídio, ordena que seus comandados executem PMs de determinado batalhão de polícia. EXECUTOR DE RESERVA: É o agente que acompanha, presencialmente, a execução de um crime, ficando à disposição e se necessário, intervirá no crime. Se intervier, será tratado como coautor e se não intervier, será considerado partícipe do crime. Ex: Pedro e João preparam uma tocaia contra Francisco. Quando a vítima chega, João o ataca com uma faca, enquanto Pedro, munido com uma pistola fica próximo, observando o ato e se for necessário, atuará. Prof. MsC. LUCIANO COSTA – DIREITO PENAL II – RESUMO DE AULA Faculdade Estácio/FAP – Curso de Direito _______________________________________________ FORMAS DE CONCURSO DE PESSOAS O concurso de agentes pode assumir as seguintes formas: COAUTORIA E PARTICIPAÇ ÃO NA AUTORIA MEDIATA: É POSSÍVEL. Exemplo 1: Pedro e Maria instigam Beto, que é doente mental, para que este mate Carlos. Beto executa o crime. Neste caso, Pedro e Maria são coautores do crime de homicídio; Beto é inimputável 2- Exemplo 2: João é médico e pretende matar Antônio, seu inimigo. Antônio se encontra hospitalizado recuperando-se de uma cirurgia no hospital. João, induz Célia, médica de Antônio, a matá-lo. Célia, aceitou os argumentos de João, e certo dia, determinou que a enfermeira Nádia ministrasse uma dose de remédio, que continha arsênio. A enfermeira, desconhecendo este fato, ministrou o remédio e horas depois, Antônio desencarnou. Neste caso, João é partícipe do crime de homicídio; Célia é autora mediata, pois usou a enfermeira Nádia como instrumento para que esta cometesse o crime. Nádia, que executou o crime, como atuou sem dolo ou culpa, será inocentada. Não é admissível a autoria mediata nos crimes culposos, pois o resultado é involuntariamente produzido. Não é admissível a autoria mediata nos crimes de mão própria, pois o crime só pode ser praticado pela pessoa diretamente indicada no tipo penal, não podendo ter a execução delegada a outra pessoa. 1- COAUTORIA 2- PARTICIPAÇÃO Prof. MsC. LUCIANO COSTA – DIREITO PENAL II – RESUMO DE AULA Faculdade Estácio/FAP – Curso de Direito _______________________________________________ COAUTORIA NOS CRIMES OMISSIVOS 2- PARTICIPAÇÃO: Partícipe é aquele que não pratica a conduta principal do tipo penal, mas contribui de qualquer forma para o seu resultado final. 1- COAUTORIA: aquela em que o agente atua colaborando recíproca e voluntariamente com o outro na prática de um crime. 1- Exemplo: A e B estão assaltando uma pessoa. Enquanto A está retirando os pertences da pessoa, B está apontando a arma. 2- A coautoria não é admitida nos crimes de mão própria, pois estes crimes só podem ser praticados pelos agentes indicados na lei penal. 3- Ex: no crime de falso testemunho, só a testemunha pode falsear a verdade. A c o au to ri a n o s cr im e s o m is si vo s a d o u tr in a d iv e rg e , h av e n d o 2 v e rt e n te s: 1ª vertente: é possível a coautoria nos crimes omissivos próprios ou impróprios, bastando que tenha liame de vontades entre os agentes e que realizem atos de execução do tipo penal. Ex: A e B encontram uma pessoa gravemente ferida na rua. Combinadas, resolvem não prestar socorro e vão embora. A e B são coautores do crime de omissão de socorro. Aderem a essa corrente: Cezar Bitencourt e Guilherme Nucci 2ª vertente: não se admite a coautoria nesses crimes, pois cada pessoa detem o seu dever de agir de forma individual e indelegável. Exemplo 1: Pai e mãe deixam, de comum vontade, de alimentar o filho de tenra idade, vindo este a morrer. Cada um responde pelo crime como autor, pois o dever de assistência é inerente a cada um; Ex. 2: Três professores de natação de certo clube, percebem que uma pessoa está se afogando e não lhe prestam socorro, vindo a falecer. Neste caso, cada professor é autor do crime de homicídio doloso na forma omissiva imprópria, não havendo coautoria. Prof. MsC. LUCIANO COSTA – DIREITO PENAL II – RESUMO DE AULA Faculdade Estácio/FAP – Curso de Direito _______________________________________________ PUNIÇÃO DO PARTÍCIPE - TEORIA DA ACESSORIEDADEESPÉCIES DE PARTICIPAÇÃO 1- Participação moral: a conduta do agente resume-se a induzir ou instigar terceira pessoa a praticar um crime. INDUZIR: é criar na mente da outra pessoa a vontade de praticar o crime. Ex: A conta para B sua inimizade com C, em razão de problemas familiares. A induz B a matar C, fato que ocorreu meses depois. “A” responderá como partícipe moral do crime de homicídio. INSTIGAR: é reforçar a vontade criminosa que já havia na mente da outra pessoa Ex: Délio conta para Beto que pretende furtar a casa de Carlos. Beto então estimula essa conduta na pessoa de Délio e dias depois, ele comete o crime. 2- participação material: a conduta do agente consiste em prestar auxílio material ao autor do crime, sem realizar a conduta do tipo penal. Ex: Fornecer meios financeiros para o executor pratique o crime de homicídio. Alguns doutrinadores entendem que aquele que presta o auxílio é chamado de cúmplice. O auxílio material só pode ocorrer durante os atos preparatórios ou os atos executórios, mas nunca após a consumação. O induzimento ou a instigação devem ser relativas à prática de crime determinado e direcionado a pessoa determinada. Ex: Celio induziu 4 pessoas a praticar o crime de estelionato contra o diretor de uma escola particular. Se ocorrer induzimento ou instigação a pessoas indeterminadas em público para a realização de um crime determinado, não responderá como partícipe desse crime, mas como autor de incitação ao crime – art. 286 CP. Ex: Paulo circula pelas ruas com um carro de som estimulando pessoas a roubarem bancos para pagar suas dívidas. A natureza jurídica da conduta do partícipe é acessória, uma vez que ele não realiza atos de execução contidos no tipo penal, mas apenas auxilia o autor principal. Deste modo, a conduta do partícipe somente adquire eficácia quando adere à conduta principal do autor, subordinando-se mediatamente à adequação típica do delito, conforme norma de extensão prevista no CP, art. 29. Nos termos do CP, art. 31, exige-se para a configuração da participação e conseqüente punição do partícipe que a conduta criminosa chegue, ao menos, a ser tentada. Prof. MsC. LUCIANO COSTA – DIREITO PENAL II – RESUMO DE AULA Faculdade Estácio/FAP – Curso de Direito _______________________________________________ O Código Penal não adotou expressamente nenhuma das teorias. Mas a doutrina inclina- se pela Teoria da acessoriedade limitada. TEORIA DA ACESSORIEDADE LIMITADA PARTICIPAÇÃO IMPUNÍVEL Para essa teoria a punição do partícipe é suficiente que o autor tenha praticado um fato típico e ilícito. Ex: Sandro ajusta com Siro, menor de 17 anos, para que este mate João, seu inimigo. Siro executa o crime. Então, Sandro é partícipe do crime de homicídio praticado por Siro, em concurso de pessoas. O fato de Siro ser inimputável não influi na participação. É a posição preferida pela doutrina brasileira. Contudo, não resolve os problemas referentes à autoria mediata. No exemplo em questão, não há vinculo subjetivo entre as condutas, diante da inimputabilidade de Siro. assim, Sandro seria o autor mediato da conduta, que reclama ação por agente sem culpabilidade. P A R T IC IP A Ç Ã O IM P U N ÍV EL : C o n fo rm e p re ce it u a o C P , a rt . 3 1 , c u id a- se d e u m a ca u sa d e e xc lu sã o d a ti p ic id ad e d a co n d u ta d o p ar tí ci p e. D ia n te d o c ar át er ac es só ri o d a p ar ti ci p aç ão , a c o n d u ta d o p ar tí ci p e só ad q u ir e re le vâ n ci a p en al q u an d o o a u to r in ic ia a ex ec u çã o d o c ri m e . 1- Se o ajuste (acordo traçado entre duas ou mais pessoas), a determinação (decisão de alguém almejando uma finalidade), a instigação (reforço para a realização de uma idéia preexistente) e o auxílio (colaboração material para o objetivo) não chegam a ser tentados, o fato é atípico. 2- A conduta do partícipe só tem relevância penal se o autor do crime ao menos iniciar a execução do crime. Ex: Belo ajusta, com João a morte de Nick, mediante pagamento. Mas João, mesmo concordando com Belo, não executa o combinado. Neste caso, Belo só responderá como partícipe do crime de homicídio, se João tivesse executado Nick. Como isso não ocorreu, Belo por nada responderá, pois o fato é atípico. 3- Com efeito, a lei declarou expressamente que, em situações taxativas, é possível a punição do ajuste, da determinação, instigação ou auxílio como crime autônomo, como ocorre nos crimes de incitação ao crime - art. 286 e associação criminosa – art. 288 CP. Prof. MsC. LUCIANO COSTA – DIREITO PENAL II – RESUMO DE AULA Faculdade Estácio/FAP – Curso de Direito _______________________________________________ OUTROS INSTRUMENTOS LEGAIS AUTORIA COLATERAL OU AUTORIA APARELHA AUTORIA INCERTA AUTORIA COLATERAL: Ocorre quando duas ou mais pessoas buscam um mesmo resultado e praticam um crime, embora cada uma delas ignore a conduta da outra, não havendo prévio ajuste de vontades entre elas. 1- Exemplo: Sandro e Pedro, cada um sem saber a intenção do outro e sem ajustes de vontade, tencionavam matar Geraldo. Começaram a rondar a rua onde Geraldo morava, e se puseram de emboscada. Quando Geraldo saiu de casa, Sandro e Pedro atiraram e mataram Geraldo. Posteriormente, a perícia constatou que haviam 2 projéteis no corpo da vítima e que partiram da arma de Pedro. Neste caso, Pedro responde por homicídio consumado e Sandro, por tentativa de homicídio. 2- Aqui não há concurso de pessoas, pois não há liame subjetivoentre Sandro e Pedro. Se se demonstrasse nos autos que os tiros disparados por Sandro também atingiram a vítima quando este já estava morto pelos tiros de Pedro, este responderia por homicídio consumado e Sandro ficaria impune em razão da caracterização do crime impossível. AUTORIA INCERTA: ocorre autoria incerta quando duas ou mais pessoas são indiciada como autora de um crime, porém, não se consegue apurar qual foi a conduta que causou o resultado. Aqui se conhecem os autores do crime, mas não se conclui, com certeza, qual das condutas deu causa ao resultado. 1- Exemplo: Suponha-se que, A e B, com armas de fogo e munições idênticas, escondam-se atrás de arvores para matar C. Quando passa pela rua, A e B, sem ajustes, atiram e matam C. A pericia aponta um único projétil no corpo, que causou a morte de C e o laudo médico não conclui pela certeza de qual arma partiu o tiro que matou C. 2- Neste caso, como não se conseguiu determinar de qual arma partiu o projétil, não se pode imputar a morte de C a A e B, pois só um deles matou. E como não conseguiu determinar isso, ambos responderão por tentativa de homicídio. Lembrando que não há concurso de agentes. Assim, no bojo de uma autoria incerta, todos os envolvido no crime devem responder pela tentativa desse crime. Prof. MsC. LUCIANO COSTA – DIREITO PENAL II – RESUMO DE AULA Faculdade Estácio/FAP – Curso de Direito _______________________________________________ AUTORIA DESCONHECIDA CONCURSO DE CRIMES Também chamado de concursus delictorum, ocorre quando o mesmo agente, por meio de uma ou mais ações ou omissões, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não. SISTEMA DE APLICAÇÃO DE PENA NO CONCURSO DE CRIMES 1- SISTEMA DO CÚMULO MATERIAL: esse sistema considera que aplica-se ao réu a soma das penas de cada crime praticado pelos quais foi condenado. 2- SISTEMA DE EXASPERAÇÃO DA PENA: aqui aplica-se só a pena do crime mais grave praticado, aumentada de certo percentual NO BRASIL SÃO USADOS 3 SISTEMAS: 1- Sistema do cúmulo material 2- Sistema da exasperação 3- Sistema de absorção O sistema do cúmulo material foi adotado 1- no concurso material - art. 69 CP 2- no concurso formal imperfeito - art. 70, caput, 2ª parte. 3- no concurso de penas de multa - art. 72 Ocorre um crime, mas o Estado desconhecia o seu autor. Exemplo: João teve a sua casa furtada enquanto viajava. Mesmo a polícia tendo investigado, não há provas da autoria do crime. Dentro do prazo prescricional, enquanto não houver provas da autoria, o crime permanece de autoria desconhecida. Prof. MsC. LUCIANO COSTA – DIREITO PENAL II – RESUMO DE AULA Faculdade Estácio/FAP – Curso de Direito _______________________________________________ 3-SISTEMA DA ABSORÇÃO: nesse sistema aplica-se somente a pena do crime mais grave, sem aumento, entendendo-se absorvidas as penas dos crimes menos grave. ESPÉCIES DE CONCURSO DE CRIMES 1- CONCURSO MATERIAL DE CRIMES OU REAL: O sistema de exasperação da pena foi adotado: 1- no concurso formal próprio ou perfeito - art. 70, 1ª parte do CP 2- no crime continuado - art. 71 CP 3- Este sistema apresenta o defeito de que os crimes menos graves, praticados em torno do crime mais grave, ficam impunes. O sistema da absorção foi adotado: Nos crimes falimentares praticados pelo falido. Se o falido cometer vários crimes, a ele será imposta uma única pena, sempre a do crime mais grave. ESPÉCIES DE CONCURSO DE CRIMES 1- Concurso material ou real 2- Concurso formal ou ideal 3- Crime continuado Prof. MsC. LUCIANO COSTA – DIREITO PENAL II – RESUMO DE AULA Faculdade Estácio/FAP – Curso de Direito _______________________________________________ 2- CONCURSO FORMAL OU IDEAL: CONCURSO FORMAL PRÓPRIO OU PERFEITO – art. 70, caput, 1ª parte: ocorre quando o agente pretende realizar apenas uma espécie de crime (dois ou mais), e obtém um único resultado danoso, existindo então unidade de desígnio (vontade). Desde o início a conduta do agente é culposa e o resultado é também culposo; ou desde o início a conduta é dolosa, mas o resultado é culposo. CONCURSO MATERIAL: ocorre quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não (art. 69, caput). O concurso material pode ser: 1- Concurso mat. homogêneo: ocorre quando os crimes cometidos são da mesma espécies. Ex: João cometu dois homicídios em mesmo contexto fático. 2- Concurso mat. heterogêneo: ocorre quando os crimes praticados não da mesma espécie. Ex: Pedro praticou um roubo em certa casa e estuprou uma pessoa. REQUISITOS: para ocorrer conc. material tem de haver: 1- pluralidade de crimes; 2- pluralidade de condutas Aplicação da pena: Reconhecendo haver concurso de crimes, o juiz fixa, em separado, a pena de cada crime e a seguir, faz a somatória de todas CONCURSO FORMAL OU IDEAL: ocorre quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes idênticos ou não. Espécies de concurso formal: 1- Concurso formal perfeito ou ideal ou próprio 2- Concurso formal imperfeito ou impróprio REQUISITOS: para ocorrer concurso formal tem de haver: 1- pluralidade de crimes; 2- pluralidade de condutas Aplicação da pena Exemplo 1: João atropela 3 pessoas culposamente, que falecem; Temos 3 crimes idênticos (homicídios culposos) cometidos por uma única conduta; João responde por um só homicídio culposo, com pena aumentada de 1/6 a 1/2. Neste caso, há concurso formal perfeito homogêneo, pois o resultado é idêntico. Prof. MsC. LUCIANO COSTA – DIREITO PENAL II – RESUMO DE AULA Faculdade Estácio/FAP – Curso de Direito _______________________________________________ CONCURSO FORMAL IMPRÓPRIO OU IMPERFEITO:art. 70, caput, parte final: Ocorre quando o agente deseja a realização de mais de um crime e tem consciência e vontade em relação a cada um deles. Aplicação de pena no concurso formal próprio: na hora de aplicar a pena, adota-se o sistema de exasperação, pois há unidade de desígnio, isto é, aplica-se a mais grave das penas cabíveis ou, se iguais, somente uma delas, mas aumentada de um sexto até metade. Exemplo 2: Pedro, joga uma pedra para atingir Cícero, que também atinge Celso, causando a morte de Cícero e lesão corporal em Celso; aqui há 2 crimes cometidos por uma única conduta, com resultado diverso: um homicídio doloso e uma lesão corporal culposa; Pedro responde pelo crime mais grave (homicídio doloso), com pena aumentada de 1/6 até 1/2. Neste caso, há concurso formal perfeito heterogêneo, pois os resultados são diversos. Desígnios autônomos quer dizer que o agente tem a intenção (dolo) de praticar dois ou mais crimes mediante uma única conduta. Os vários crimes não são apenas um, perante a consciência e vontade do agente, embora seja objeto de uma única ação. Exemplo 1 – Paulo, planeja estuprarMaria, bem como transmitir-lhe o vírus do HIV, pois sabe que está contaminado. Aqui, desde o início, há a vontade de Paulo, de praticar os 2 crimes dolosos (desígnios autônomos). Portanto, as penas dos crimes são somadas. Exemplo 2: Bill pretende matar pai e mãe objetivando ficar com a herança, pois é o único filho. Certo dia, no café da manhã, colocou veneno no café e ambos tomaram. Horas depois, faleceram por envenenamento. Prof. MsC. LUCIANO COSTA – DIREITO PENAL II – RESUMO DE AULA Faculdade Estácio/FAP – Curso de Direito _______________________________________________ CRIME CONTINUADO OU CONTINUIDADE DELITIVA Ocorre crime continuado quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes da mesma espécie e, pelas condições de tempo, lugar, maneira de execução e outras semelhantes, devem os subsequentes ser havidos como continuação do primeiro (art. 71, caput). ESPÉCIES DE CRIME CONTINUADO O CÓDIGO PENAL ADOTOU 1- SISTEMA DO CÚMULO MATERIAL: no concurso material (art. 69 do CP); no concurso formal imperfeito (art. 70, caput, segunda parte) e no concurso de penas de multa (art. 72 CP) 2- SISTEMA DE EXASPERAÇÃO: no concurso forma perfeito(art. 70, caupt, primeira parte) e no crime continuado (art. 71). 3- O sistema de exasperação de penas adotado no artigo 70 (Concurso formal) e no art. 71(crime continuado) é benéfico para o réu. CARACTERÍSTI CAS DO CRIME CONTINUADO 1- duas ou mais condutas 2- dois ou mais crimes 3- crimes da mesma espécie 4- semelhança nas condições de tempo; lugar; modo de execução e outras semelhantes Prof. MsC. LUCIANO COSTA – DIREITO PENAL II – RESUMO DE AULA Faculdade Estácio/FAP – Curso de Direito _______________________________________________ REQUISITOS DO CRIME CONTINUADO ESPÉCIES DE CRIME CONTINUADO 1- CRIME CONTINUADO COMUM (art. 71, caput): ocorre quando os crimes que compõe o crime continuado são praticados sem emprego de violência ou ameaça c/ a pessoa. Ex: Joana, toda semana furtou dinheiro da carteira da patroa por uma perido de 6 meses. Na dosimetria da pena, o juiz aplica a pena de um só furto, e aumenta essa pena de 1/6 até 2/3. 2- CRIME CONTINUADO ESPECÍFICO (art. 71, parágrafo único): ocorre quando os crimes dolosos que integram o crime continuado são praticados c/ emprego de violência ou grave ameaça contra vítimas diferentes. Ex: Num período de 2 meses consecutivos Sílvio e Cesar praticaram 3 roubos a redes de supermercados Líder e Formosa. Na dosimetria da pena, o juiz aplica a pena do crime mais grave (homicídio) e aumenta essa pena até o triplo. REQUISITO S DO CRIME CONTINUA DO 3-Semelhança nas condições de tempo, lugar, modo de execução e outras. 1- pluralidade de condutas; 2- pluralidade de crimes da mesma espécie; Análise do crime continuado comum (Joana) temos: 2 ou mais condutas; 2 ou mais crimes da mesma espécie: furto; Condições de tempo: toda semana, por 6 meses; condições de lugar: casa da patroa; maneira de execução: retirar dinheiro da carteira. Análise do crime continuado específico (Supermercados) temos: 2 ou mais condutas; 2 ou mais crimes da mesma espécie: roubos qualificados; Condições de tempo: por 2 meses; condições de lugar: lojas de supermercados; maneira de execução: subtrair dinheiro dos caixas. Prof. MsC. LUCIANO COSTA – DIREITO PENAL II – RESUMO DE AULA Faculdade Estácio/FAP – Curso de Direito _______________________________________________ CONCEITO DE CRIMES DA MESMA ESPÉCIE Natureza Jurídica da continuação delitiva APLICAÇÃO DA PENA NO CRIME CONTINUADO No crime continuado comum 1- se as penas são iguais, aplica-se somente uma delas, mas aumentada, em qualquer caso, de sexto a dois terço. 2- se as penas são diversas, aplica-se a mais grave, mas aumentada de um sexto a dois terço; No crime continuado qualificado ou específico 2- se as penas são iguais, aplica-se somente uma delas, mas aumentada, em qualquer caso, até o triplo. 2- se as penas são diversas, aplica-se-lhe a mais grave das penas cabíveis; Crimes da mesma espécie são os previstos no mesmo tipo penal, isto é, aqueles que possuem os mesmos elementos descritivos, abrangendo as formas simples, privilegiadas e qualificadas, tentados ou consumados. É a posição adotada pelo STF. Ex: furto simples e qualificado; homicídio consumado e tentado; estupro simples e qualificado. O código penal adotou a teoria da ficção jurídica, pois embora haja vários crimes, a lei determina que se considere como se fosse crime único. Entretanto, tal teoria somente é válida para o momento da aplicação da pena. Prof. MsC. LUCIANO COSTA – DIREITO PENAL II – RESUMO DE AULA Faculdade Estácio/FAP – Curso de Direito _______________________________________________ TEORIA DA SANÇÃO PENAL O sistema punitivo do Estado constitui o mais rigoroso instrumento de controle social, e a conduta criminosa é a mais grave forma de transgressão de normas sociais. A incriminação de certas condutas destina-se a proteger determinados bens e interesses de grande valor social, segundo o sistema vigente em cada país. A pena é a consequência jurídico-penal da prática de uma infração penal por pessoa imputável, imposta através de sentença judicial, que consiste em restrição ou privação de bens do infrator. FUNÇÃO SOCIAL OU FINALIDADE DA SANÇÃO PENAL A pena deve atender aos anseios da coletividade consistente na proteção dos bens jurídicos. ESPÉCIES DE SANÇÃO PENAL FUNÇÃO SOCIAL DA SANÇÃO PENAL 1- FINALIDADE RETRIBUTIVA: a pena é retribuição ao mal causado pelo autor do crime à sociedade 2- FINALIDADE PREVENTIVA: a pena visa evitar a prática de crimes por meio da intimidação ao criminoso (pela aplicação de pena - prevenção especial) e a sociedade (pelo medo de sofrer a mesma pena do criminoso - prevenção geral) 3- FINALIDADE RESSOCIALIZADORA: a pena também deve servir para reinserir o detento ao seio da sociedade, fazendo a readaptação social dele. SANÇÃO PENAL é gênero, com 2 espécies 2- MEDIDA DE SEGURANÇA 1- PENA CONCEITO DE PENA: a pena é a restrição ou privação de bens jurídicos estabelecida pela lei e imposta pelo órgão jurisdicional contra quem praticou um delito. Prof. MsC. LUCIANO COSTA – DIREITO PENAL II – RESUMO DE AULA Faculdade Estácio/FAP – Curso de Direito _______________________________________________ CARACTERÍSTICAS DA SANÇÃO PENAL PRINCÍPIOS DA PENA A PENA OU SANÇÃO PENAL: característic as 1- somente é aplicável aos imputáveis e semi- imputáveis 2- tem como fundamento a culpabilidade (Dolo ou culpa) 3- é retributiva e preventiva 4-possui tempo limitado – no máximo 30 anos de pena privativa da liberdade. A MEDIDA DE SEGURANÇA 1- somente é aplicável aos inimputáveis 2- tem como fundamento a periculosidade de agente 3- é somente preventiva 4- dura por tempo indeterminado (cessa ao fim da periculosidade – art.97, § 1º do CP). Prof. MsC. LUCIANO COSTA – DIREITO PENAL II – RESUMO DE AULA Faculdade Estácio/FAP – Curso de Direito _______________________________________________ FUNDAMENTOS DA PENA PRINCÍPIOS DA PENA 1- LEGALIDADE: a pena deve está prevista em lei, não se admitindo seja cominada em regulamento ou ato normativo infralegal – Art. 5º, XXXIX CF; 2- ANTERIORIDADE: a lei já deve está vigindo na época em que for aplicada a infração penal – art. 5º, XXXIX CF e art. 1º do CP; 3- PERSONALIDADE: a pena não de passar da pessoa do condenado – art. 5º ,XLV. Nesta linha, a pena de multa, embora considerada dívida de valor para fins de cobrança, não pode ser exigida dos herdeiros do criminoso; PRINCÍPIOS DA PENA 4- INDIVIDUALIDADE: a pena deve ser individualizada de acordo com a culpabalidade e o mérito do condenado – art. 5ºXLVI CF; 5- PROPORCIONALIDADE: a pena deve ser proporcional ao crime praticado, de acordo com os valores sociais de cada sociedade – art. 5º, XLVI e XLVII CF; 6- HUMANIDADE: não são admitidas penas cruéis, pena de banimento, trabalhos forçados, penas perpétuas e pena de morte, salvo em caso de guerra- art. XLVII CF; 7- INDERROGABILIDADE: no sentido da certeza de sua aplicação. “Uma sociedade que quisesse renunciar ao seu poder penal se autodestruiria. A necessidade da pena é um dado fático incontestável. Mas isso nada diz respeito sobre o modo de operar nem sobre sua essência ou fins. Sua necessidade, entretanto, é um fato real”. Reinhart Maurach Prof. MsC. LUCIANO COSTA – DIREITO PENAL II – RESUMO DE AULA Faculdade Estácio/FAP – Curso de Direito _______________________________________________ TEORIAS DA PENA Estas teorias objetivas explicar e justificar o sentido da imposição de sanções penais pelo Estado à pessoas que violam a norma social. A doutrina mais abalizada explica a imposição da pena por meio de três teorias: A PENA TEM TRÊS FUNDAMENTOS 1-Fundamento político: A pena se justifica por que sem ela o ordenamento jurídico deixaria de ser coativo e capaz de reagir com eficácia diante das infrações praticadas. 2- Fundamento psicossocial: A pena sob este ponto de vista é indispensável por que satisfaz o anseio de justiça da comunidade. Se o Estado renunciasse à pena, obrigando o prejudicado e a sociedade a aceitar a conduta criminosa passivamente, inevitavelmente voltaríamos ao período da vingança privada. 3- Fundamento ético-individual: Neste aspecto a pena se justifica porque permite ao próprio delinqüente, como um ser moral, eventualmente se liberar do sentimento de culpa causado pelo crime. Teorias que explicam a imposição de pena Trazem a ideia de retribuição e prevenção 1- Teoria absoluta ou retributiva: a pena é exigência de justiça, e quem pratica um mal deve sofrer um outro mal. A pena se funda na justa retribuição, servindo para recompensar o mal com o mal. 2- Teoria relativa ou preventiva ou utilitária: a pena objetiva evitar que se pratique novos crimes, sendo irrelevante a imposição de castigo. Pode ser ser geral ou especial; bem como negativa ou positiva. 3- Teoria unificadora ou mista ou conciliatória: parte do entendimento de que a pena é retribuição, mas deve perseguir os fins de prevenção geral e especial, recuperando e ressocializando o criminoso. “pune-se porque pecou e pune-se também para não pecar.” “A pena é utilizada como forma de controle social, é uma instituição necessária porque serve de abertura efetiva para a solução de conflitos sociais”. Günter Stratenwerth Algumas constituições modernas atribuem à pena o fim de reeducação, ressocialização ou reinserção social do condenado (Itália, Espanha e Portugal ). Tecnicamente, não seria adequado dizer que a imposição de pena e medida de segurança têm como fim a recuperação social do condenado. Prof. MsC. LUCIANO COSTA – DIREITO PENAL II – RESUMO DE AULA Faculdade Estácio/FAP – Curso de Direito _______________________________________________ TEORIA RELATIVA, DA PREVENÇÃO OU UTILITÁRIA Segundo essa corrente, parte-se de uma concepção preventiva e utilitária da pena. Dentro dela, há a teoria da prevenção geral e a prevenção especial. Modernamente, Feuerbach defendeu a prevenção geral, sustentando “que a missão do Estado consiste em impedir a violação do Direito, mas para antecipar-se à violação do Direito, o Estado tem de se valer de instrumentos coativos de natureza psicológica”. Essa teoria não estabelece os limites da reação punitiva do Estado e cria um direito penal do terror. É inadmissível que a pena seja imposta com critérios alheios ao autor do crime, para através da punição produzir efeitos sobre outras pessoas. TEORIA DA PREVENÇÃO ESPECIAL OU INDIVIDUAL Atua sobre aquele que já fora condenado, para que não volte a delinquir e age sobre quem já está na criminalidade, incentivando-o para que não pratique novos crimes. Embora seja uma teoria antiga, ela foi revigorada no século XVIII, cujo maior defensor foi Von Liszt por meio da Escola Sociológica Alemã. Sobre a teoria da prevenção especial, Von Liszt afirmava: Há críticas no sentido de que a prevenção especial não pode constituir fundamento para a pena, pois há criminosos que não carecem de ressocialização, e em relação a estes pode-se fazer um prognóstico de não-reincidência. A prevenção especial ou individual pode ser: TEORIA DA PREVENÇÃO GERAL É a intimidação que se supõe alcançar por meio da ameaça da pena e de sua efetiva imposição. As pessoas não delinqüem por que têm medo de serem punidas. Busca atuar sobre a comunidade em geral, sobre os criminosos potenciais, por meio da pressão psicológica. “A pena é um meio a serviço da luta contra a criminalidade; opera ademais, de distinta forma, segundo o tipo de criminoso do qual se trate. Com relação ao delinqüente “ocasional”, a pena é apenas um meio “intimidatório”, uma “lembrança”; para o delinqüente de “estado” corrigível a pena é meio de coerção; quanto ao delinqüente “habitual” incorrigível, ela é meio de “inocuização”(enclausuramento), que o afasta ou o isola da sociedade como necessário meio de defesa e de segurança”. Prof. MsC. LUCIANO COSTA – DIREITO PENAL II – RESUMO DE AULA Faculdade Estácio/FAP – Curso de Direito _______________________________________________ TEORIA AGNÓSTICA DA PENA Segundo os seguidores dessa Teoria, as teorias anteriores só existem para legitimar o poder de punição do Estado, e negam sua legitimidade uma vez que os seus pressupostos são juridicamente duvidosos. CLASSIFICAÇÃO DAS SANÇÕES PENAIS NO ORDENAMENTO BRASILEIRO A PREVENÇÃOESPECIAL PODE SER 1- POSITIVA: age na ressocialização do condenado para que ao término da pena possa ser reinserido ao convívio social 2- NEGATIVA: age intimidando o condenado para que ele não volte a cometer novos crimes, evitando a reincidência SANÇÃO PENAL: é gênero, c/ 2 espécies 1- PENAS - ESPÉCIES - art. 32 CP 1- PRIVATIVAS DA LIBERDADE 2- RESTRITIVAS DE DIREITO 3- MULTA 2- MEDIDAS DE SEGURANÇA - ESPÉCIES 1- DETENTIVA: ocorre na internação em hospital de custódia e tratamento psiquiátrico 2- RESTRITIVA: ocorre quando o condenado fica sujeito a tratamento ambulatorial Modernamente, há uma corrente de juristas que adota esta teoria. A pena para eles, é manifestação de um poder político, e não jurídico. A pena tem o objetivo de restringir o arbítrio do Estado e obriga o exercício do poder político nos limites do que determina a lei. Prof. MsC. LUCIANO COSTA – DIREITO PENAL II – RESUMO DE AULA Faculdade Estácio/FAP – Curso de Direito _______________________________________________ PENAS PREVISTAS NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL A Constituição brasileira, em seu artigo 5º, inciso XLVI, traça as linhas mestras relativamente aos tipos de penas admitidas no Brasil, enumerando inclusive aquelas vedadas, bem como os regimes de cumprimento de pena. Então, a CF prevê as penas: A Constituição Federal não admite as seguintes penas – art. 5º, XLVII: PENAS PRIVATIVAS DA LIBERDADE DIFERENÇA ENTRE AS PENAS DE RECLUSÃO E DETENÇÃO PENAS NA CF privação ou restrição da liberdade perda de bens Multa prestação social alternativa suspensão ou interdição de direitos A CF NÃO ADMITE AS PENAS pena de morte pena de caráter perpétuo pena de trabalhos forçados pena de banimento penas cruéis PENAS PRIVATIVAS DA LIBERDADE - ESPÉCIES 1- RECLUSÃO 2- DETENÇÃO 3 - PRISÃO SIMPLES: LCP Prof. MsC. LUCIANO COSTA – DIREITO PENAL II – RESUMO DE AULA Faculdade Estácio/FAP – Curso de Direito _______________________________________________ TIPOS DE REGIMES DE CUMPRIMENTO DE PPL A execução da pena privativa de liberdade estabelece três tipos de regimes: 1- Regime fechado 2- Regime semi-aberto 3- Regime aberto. REGIME FECHADO – art. 34 CP Este regime funda-se pela espécie de crime e quantidade de pena, reincidência, aliadas ao mérito do condenado (sistema progressivo). A pena deve ser superior a 8 anos e será cumprida em estabelecimento de segurança máxima ou média. REGIME SEMIABERTO – art. 35 CP O condenado não reincidente cuja pena estiver entre 4 e 8 anos, cumprirá a pena em colônia agrícola, industrial ou estabelecimento similar. DIFERENÇ AS ENTRE RECLUSÃO E DETENÇÃO 1- Pena de reclusão está reservada para crimes mais graves; a pena de detenção para os crimes de menor gravidade social 2- a reclusão pode ser inicialmente cumprida em regime fechado, semi-aberto ou aberto; a detenção só pode ser cumprida inicialmente nos regimes semi-aberto e aberto - art. 33 CP. 3 - na aplicação cumulativa de pena de reclusão e detenção, cumpre-se primeiro a pena de reclusão, e ao término desta, inicia-se a detenção - art. 69 CP 4 - a reclusão pode ter como efeito da condenação a incapacidade para exercer o pátrio poder, curatela ou tetula nos crimes dolosos praticados contra filho, curatelado ou tutelado; tal não é possível na pena de detenção - art. 92, II CP 5 - o doente mental condenado c/ reclusão, o juiz determina o cumprimento de medida de segurança detentiva; condenado c/ detenção, o juiz só pode aplicar o tratamento ambulatorial - art.97 CP REGRAS DO REGIME FECHADO 1- o condenado sempre cumpre a pena em penitenciária 2- está obrigado a trabalhar dentro da penitenciária, na conformidade de suas aptidões ou ocupação anterior 3- isolamento durante o repouso noturno 4- sem direito a freqüentar cursos de instrução ou profissionalizantes 5- o trabalho externo só é possível após o condenado ter cumprido pelos menos um sexto da pena, e somente em obras ou serviços públicos. Prof. MsC. LUCIANO COSTA – DIREITO PENAL II – RESUMO DE AULA Faculdade Estácio/FAP – Curso de Direito _______________________________________________ REGIME ABERTO – art. 36 CP O condenado não reincidente cuja pena for igual ou inferior a 4 anos, cumprirá a pena em casa de albergado ou estabelecimento adequado. Se o apenado comete algum deslize neste regime, frustrando a execução penal, poderá sofrer um processo de regressão, inclusive passando para o regime fechado. O maior mérito do regime aberto é manter o apenado em contato com a família e com a sociedade, permitindo que ele leve uma vida útil socialmente. REGIME ABERTO E PRISÃO DOMICILIAR A pena inicial poderá ser cumprida no regime aberto em prisão domiciliar somente nas seguintes casos: REGRAS DO REGIME SEMIABERTO 1- Não há isolamento no período noturno 2- O condenado tem o direito de freqüentar cursos profissionalizantes, segundo grau ou superior, no período noturno 3- Durante o dia deve trabalhar em atividades da colônia agrícola, industrial ou estabelecimento similar 4- O trabalho externo é admissível, inclusive na iniciativa privada, visando preparar o apenado para o retorno ao convívio da sociedade 5- Admite o livramento condicional REGRAS DO REGIME SEMIABERTO 1- baseia-se na autodisciplina e senso de responsabilidade do condenado 2- o condenado deve trabalhar em atividades lícitas durante o dia 3- o condenado deve frequentar curso durante o dia 5- o condenado deve se recolher à casa do albergado no período noturno PRISÃO DOMICILI AR 1- quando o condenado tiver mais de 70 anos 2- quando o condenado estiver c/ doença grave 3- quando mulher, c/ filho menor; mulher gestante; deficiente físico ou mental Prof. MsC. LUCIANO COSTA – DIREITO PENAL II – RESUMO DE AULA Faculdade Estácio/FAP – Curso de Direito _______________________________________________ PROGRESSÃO DE REGIME PRISIONAL O SISTEMA INGLÊS OU PROGRESSIVO – art. 33, § 2º CP Esse sistema funda-se no isolamento do condenado no início do cumprimento da pena privativa da liberdade, mas em um segundo momento, o preso é autorizado a passar para outros regimes menos rigorosos. PROGRESSÃO DE REGIME Iniciado o cumprimento da pena conforme a sentença do juiz, possibilita-se ao condenado a transferência para regime menos rigoroso, e desde que tenha cumprido ao menos um sexto da pena no regime anterior, bem como o mérito do condenado recomendar tal benefício. A progressão de regime prisional exige 2 requisitos: PROGRESSÃO NOS CRIMES HEDIONDOS E EQUIPARADOS Após muita polêmica sobre esse tema, atualmente é plenamente possível a progressão de regime para os crimes hediondos (Lei n. 8.072/90, art. 2º), bastando observar o lapso temporal diferenciado (2/5 da pena) e o mérito do condenado, conforme a lei. VEDAÇÃO DE PROGRESSÃO POR SALTO A progressão por saltos consiste na passagem direta de regime fechado para o aberto, pulando o semiaberto, pois deixa o preso de estagiar no regime semiaberto. requisitos da progressão - art. 112 LEP 1- requisito objetivo: cumprimento de ao menos 1/6 da pena2- requisito subjetivo: baseia-se no mérito do condenado(boa conduta carcerária) a prova do mérito do condenado é feita pelo diretor do estabelecimento prisional, com parecer do MP e manifestação da defesa, dando o juiz da execuções penais a decisão. Progressão de regime no crime hediondo - art. 2º da lei 8072/90 1- requisito objetivo: cumprimento de ao menos 2/5 da pena - apenado primário e 3/5 para apenado reincidente 2- requisito subjetivo: baseia-se no mérito do condenado ( boa conduta carcerária) § 2o A progressão de regime, no caso dos condenados aos crimes previstos neste artigo, dar-se-á após o cumprimento de 2/5 (dois quintos) da pena, se o apenado for primário, e de 3/5 (três quintos), se reincidente. Prof. MsC. LUCIANO COSTA – DIREITO PENAL II – RESUMO DE AULA Faculdade Estácio/FAP – Curso de Direito _______________________________________________ REGRESSÃO DE REGIME PRISIONAL É a transferência do condenado para regime para rigoroso do que aquele em que se acha. As hipóteses em que a LEP permite a regressão de regime estão no art. 118, I e II. REGRESSÃO POR SALTO DETRAÇÃO PENAL – art. 42 CP A detração penal é cômputo na pena privativa de liberdade e na medida de segurança do tempo de prisão provisória, administrativa ou de internação em hospital ou manicômio, no Brasil ou no exterior. HIPÓTESES DE OCORRÊNCIA DA DETRAÇÃO HIPÓTESES EM QUE SE PERMITE A REGRESSÃO DE PENA 1- Prática de fato definido como crime doloso ou falta grave - art. 50 da LEP 2- Sofrer condenação, por crime anterior, cuja pena, somada ao restante da pena em execução, torne incabível o regime - art.111 A doutrina admite que é possível a regressão por salto, pois o art. 118 da LEP refere-se somente a “transferência para qualquer dos regimes mais rigorosos”. Não se refere aos menos rigorosos. Assim, é possível que estando o condenado cumprindo pena no regime aberto, e comete um crime grave. Ele será, então, transferido do regime aberto para o fechado. Por meio da detração penal permite-se descontar, na pena ou na medida de segurança, o tempo de prisão ou internação que o condenado cumpriu antes da condenação. Esse período anterior à sentença penal condenatória, a lei considera como de efetivo cumprimento de pena. Prof. MsC. LUCIANO COSTA – DIREITO PENAL II – RESUMO DE AULA Faculdade Estácio/FAP – Curso de Direito _______________________________________________ REMIÇÃO DE PENA Remição é um benefício dado ao condenado que cumpre pena PPL em regime fechado ou semiaberto, que consiste no abatimento de parte da pena na proporção de um dia de pena por três dias de trabalho, ou seja, a cada três dias trabalhados abate um dia na pena do condenado. Há uma corrente doutrinária que defende a remição mesmo sem a realização de trabalho prisional, já que o Estado não oferece as condições para que o condenado possa trabalhar. ESTUDO E REMIÇÃO DA PENA Embora a LEP não vincule a remição ao caso do preso que frequente curso formal fora da casa penal, o STJ editou a súmula 341 no sentido de que: DETRAÇÃO PENAL 1- prisão provisória no Brasil ou estrangeiro: prisão em flagrante delito, temporária, prisão preventiva, prisão decorrente de sentença de pronúncia e prisão decorrente de sentença condenatória recorrível. 2- prisão administrativa decorrente de infração disciplinar militar. A prisão civil strito sensu não foi contemplada com a possibilidade de detração penal. 3- internação em casa de saúde: não teria sentido suspender a execução da pena durante o período em que o condenado tenha que permanecer hospitalizado. A remição: 1- é da competência do juízo da execução penal; 2- cabe ao preso provisório remir pena para contar na futura condenação, desde que esse trabalho seja interno no presídio; 3- a jornada de trabalho não pode ser inferior a 6 nem superior a 8 horas; 4- o condenado que sofrer falta grave perderá o tempo remido; 5- Não há limite para a remição. Quanto mais dias trabalhar o preso, maior será o desconto; 6- A atividade laborativa deve ser reconhecida e autorizada pela direção da casa penal; 7- a remição pode ser aplicada a todas as espécies de crimes, inclusive crimes hediondos e equiparados; 8- o tempo remido será computado para a concessão de livramento condicional e indulto; 9- a remição depende do merecimento do preso, não podendo ter má conduta carcerária. “A frequência a curso de ensino formal é causa de remição de parte do tempo de execução de pena sob o regime fechado e semiaberto” Prof. MsC. LUCIANO COSTA – DIREITO PENAL II – RESUMO DE AULA Faculdade Estácio/FAP – Curso de Direito _______________________________________________ REGIME DISCIPLINAR DIFERENCIADO – RDD – art. 52 LEIP O art. 52 da LEP foi alterado no sentido de que os criminosos de alta periculosidade tenham tratamento mais severo durante a execução de suas penas privativas da liberdade. Assim, estão sujeitos ao RDD aqueles presos que: CARACTERÍSTICAS DO RDD REQUISI TOS P/ O CUMPRI MENTO DE PENA NO RDD 1- praticaram crimes dolosos que constitui falta grave, desde que gere subversão da ordem ou da disciplina interna 2- apresentar alto risco para a ordem e a segurança da penitenciária ou da sociedade 3- tiverem fundadas suspeitas de envolvimento ou participação em organizações ou associações criminosas, tanto para preso condenado como para provisório CARACTE RÍSTICAS DO RDD 1- Duração máxima de 360 dias, sem prejuízo da repetição da pena por nova falta grave de mesma espécie 2- recolhimento em cela individual 3- visitas semanais de 2 pessoas, sem contar as crianças, com duração de 2 horas 4- direito de sair da sela por duas horas diárias para banho de sol A autoridade administrativa poderá decretar o isolamento do preso faltoso no RDD pelo prazo de até 10 dias. Mas a inclusão do preso nesse regime em razão da disciplina e da verificação do fato depende de autorização do juiz competente. O tempo de isolamento no RDD será computado no período de cumprimento da sanção disciplinar. Prof. MsC. LUCIANO COSTA – DIREITO PENAL II – RESUMO DE AULA Faculdade Estácio/FAP – Curso de Direito _______________________________________________ PENAS RESTRITIVAS DE DIREITO – art. 43 CP e 147 LEP São penas autônomas que substituem a pena PPL por determinadas restrições a um ou mais direitos do condenado. SUBSTITUIÇÃO DA PPL POR PRD Para que a PPL seja substituída por PRD exige-se os seguintes requisitos - art. 44, I e II: São características da PRD: 1- Penas autônomas - art. 44 CP: por que não podem ser cumuladas com pena PPL 2- São penas substitutivas - art. 54 CP: por que ocupam o lugar da PPL, depois de aplicada esta, desde que presentes os requisitos legais PENAS RESTRIVAS DE DIREITOS - ESPÉCIES 1- PRESTAÇÃO PECUNIÁRIA - art.45, § 1º CP 2- PERDA DE BENS E VALORES - art.45, § 3º CP 3 - PRESTAÇÃO DESERVIÇOS À COMUNIDADE - art.46, § 1º CP 4 - INTERDIÇÃO TEMPORÁRIA DE DIREITOS - art.47 CP 5- LIMITAÇÃO DE FIM DE SEMANA - art.48 CP REQUISITO S DA SUBSTITUI ÇÃO DA PPL POR PRD - art. 44 CP 1- a PPL não seja superior a 4 anos; para os culposos a substituição em possível qualquer que seja a pena imposta 2- o crime não tenha sido cometido com violência ou grave ameaça à pessoa 3- o réu não tenha sido reincidente específico em crime doloso 4- a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do condenado, bem como os motivos e as circunstâncias indiquem que essa substituição é suficiente O rol das penas restritivas de direito é exaustivo, não podendo o juiz criar outra espécie de pena alternativa.
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