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Diagnóstico e plano de tratamento: O plano de tratamento é uma série de tratamentos em ordem de necessidade ou de exigência do paciente, cuidadosamente planejados para eliminar ou controlar os fatores etiológicos, reparar danos existentes e criar um ambiente bucal funcional e passível de ser mantido. Um prognóstico preciso para cada dente e para a saúde bucal geral do paciente é fundamental para o seu sucesso. Para estabelecer o plano de tratamento, o CD precisa ser capaz de prever os possíveis resultados dos procedimentos a serem realizados, tendo em vista a condição atual e o conhecimento científico sobre prováveis efeitos dos diferentes tratamentos. Tendo em mãos a lista inicial dos problemas a serem resolvidos, o profissional deve propor alternativas de tratamento, as quais são apresentadas ao paciente, detalhando vantagens e desvantagens e o custo de cada uma delas. O paciente deve decidir, com a ajuda do profissional, qual delas sera realizada. Os procedimentos devem ser ordenados numa sequencia de execução mais adequada. A sequência deve ser de tal modo que a doença é tratada seguindo a prioridade de importância para a saúde geral do paciente. Deve seguir a seguinte ordem: Fase sistêmica fase de urgência/emergência fase de controle da doença fase de reavaliação fase definitiva e fase de manutenção. Planejando o tratamento restaurador: O planejamento de restaurações de dentes individuais é a peça final no planejamento do tratamento restaurador. Requer a consideração de quatro fatores principais: o Quantidade da estrutura dental remanescente o Forma da estrutura dental remanescente o As necessidades funcionais de cada dente o Objetivo final do plano de tratamento geral. CARIOLOGIA Etiologia: Os ciclos de desmineralização e remineralização são influenciados por muitos fatores determinantes, o que faz da cárie uma doença multifatorial. Basicamente, para o desenvolvimento de uma lesão de carie, três fatores são essenciais, sendo eles: o O hospedeiro (dente) o A microbiota favorável o Dieta A importância da saliva como fator protetor: A saliva participa ativamente nos processos de desmineralização e remineralização dos tecidos dentais, através das trocas iônicas de cálcio e fosfato. Ela apresenta uma capacidade-tampão, que é a propriedade da saliva de manter o seu pH constante entre 6,9 e 7. Outro importante papel protetor da saliva é a limpeza mecânica, através do fluxo salivar. Ela também influencia no equilíbrio ecológico dos microrganismos bucais, pois serve de substrato para as bactérias, interfere na adesão microbiana, pela formação da película adquirida, e possui substancias antimicrobianas imunológicas e não imunológicas. O fluxo salivar diminui durante a noite, o que explica a ocorrência de lesões rampantes observadas em crianças que fazem uso de mamadeiras com sacarose durante a noite. Métodos de diagnóstico das lesões de cárie: Vários métodos podem ser utilizados para determinar a presença ou ausência das lesões de carie. Para analisar o quão preciso é um método, ou seja, sua capacidade de prover um diagnóstico que corresponda a realidade, pode-se realizar uma analise dicotômica (presença ou ausência da doença), cujos resultados são comparados com outra avaliação, denominado padrão “ouro”. As decisões diagnósticas podem ser positivas ou negativas para a presença da lesão, sendo que, dependendo do real estado, quatro tipos de resultados podem ser obtidos: o Positivo verdadeiro método diagnóstico positivo para a presença de lesão e o padrão de validação confirma a existência. o Negativo verdadeira método diagnóstico negativo para presença da lesão e o padrão confirma esse diagnóstico o Falso-positivas método diagnóstico positivo para a presença da lesão, porém não confirmado pelo padrão de validação. o Falso-negativas método de diagnóstico negativo para a presença da lesão, porém não confirmado pelo padrão de validação. Idealmente, um método de diagnóstico deve ser: o Não invasivo e sendo capaz de proporcionar informações confiáveis, com alto grau de sensibilidade e especificidade, além de medidas precisas do tamanho e atividade da lesão cariosa. Métodos: o Anamnese primeiro método utilizado para realizarmos o diagnóstico de lesões de cárie. o Exame visual é a forma mais simples de exame da estrutura dental, para que se torne um exame eficiente, toda placa bacteriana e mancha extrínseca deve ser removida previamente a avaliação visual dos elementos dentais. o Exame tátil no passado recomendava-se para o diagnóstico de lesões oclusais que com uma sonda exploradora, fosse passada no fundo dos sulcos, porém com o passar dos anos e com mais estudos, foi se verificando que isso só acarretava mais danos a estrutura dental, uma vez que uma lesão de carie em estágios iniciais poderia ser avançada pela perfuração do tecido dental por meio da exploração com a sonda. o Exame radiográfico é o método auxiliar mais importante que os profissionais dispõem para fazer o diagnostico das lesões de carie. Apresenta como vantagem principal não ser invasivo, permitir a detecção de lesões ocultas e permitir acompanhar a progressão ou regressão das lesões. Contudo não é capaz de detectar as lesões em estagio inicial, pois pequenas perdas minerais não são suficientes para gerar imagem radiográfica nítida. o Transiluminação por fibra óptica o principio da Transiluminação baseia-se no fato de que o dente apresenta diferentes índices de transmissão da luz, que variam de acordo com seu estado de higidez, com a presença ou não de lesões cariosas, cálculos e materiais restauradores. Visto que uma lesão cariosa apresenta menor índice de transmissão de luz que a estrutura hígida, uma área afetada pela carie apresenta-se quando transiluminada, como uma sombra escura que segue os contornos externos da lesão. Lesão de carie ativa: o Aspecto em esmalte: Mancha branca, rugosa e opaca. o Aspecto em dentina: Tecido amolecido de cor marrom clara. Lesão de carie inativa: o Aspecto em esmalte: Mancha branca, lisa e brilhante. o Aspecto em dentina: Tecido duro e escurecido. Lesão de cárie SECUNDARIA: o São lesões de carie comumente encontradas em margens ou interior de restaurações previamente feitas, essas lesões são então denominadas de lesões de carie SECUNDARIA. o Elas podem ser resultado de: Falhas durante a confecção da restauração, tais como o uso incorreto do sistema de matrizes e cunha e a adaptação incorreta do material restaurador na cavidade, resultando em espaços vazios na interface, ou do uso incorreto do sistema adesivo e uma técnica inadequada de inserção da resina composta, levando a formação de fendas marginais. o Contudo, o motivo mais frequente é o fato de o profissional ter tratado apenas a lesão de carie, e não a doença que o paciente apresenta. Sendo assim, novas lesões ocorreram e, muitas delas, vão se iniciar na interface dente- restauração. NOMENCLATURA Constituintes básicos das cavidades e preparos dentais: As cavidades e os preparos dentais apresentam 2 constituintes básicos: o As paredes são as partes internas dos preparos e podem ser divididas em: Paredes circundantes são as paredes laterais da cavidade e que tem contato com a superficie externa do dente Paredes de fundo são aquelas que formam o assoalho das cavidades e estão voltadas para a câmara pulpar. o Os ângulos são os encontros entre as paredes dos preparos. Classificação das cavidades e preparosdentais: o A forma mais simples de classificar uma cavidade ou preparo é de acordo com o numero de faces envolvidas. Podemos então ter três possibilidades: Preparos simples – envolve apenas uma face dental. Preparo composto – envolve duas superfícies dentais. Preparo complexo – envolve mais de duas superfícies dentais. o As cavidades e os preparos dentais podem ser classificados ainda de acordo com sua extensão em: Intracoronário ou Inlay preparos confinados no interior da estrutura dental, sem o recobrimento de nenhuma cúspide. Extracoronário parcial podem ser de dois tipos de acordo com o número de cúspides que são recobertas: Onlay – preparos que fazem recobrimento de uma ou mais cúspides de um dente, mas não todas. Overlay – preparos que fazem recobrimento de todas as cúspides, porém sem recobrir completamente as superfícies lisas. Extracoronário total ou coroa total são preparos que envolvem todas as cúspides e recobrem completamente todas as superfícies lisas dos dentes. o Outra forma de classificar as cavidades e os preparos dentais é em relação a sua profundidade e proximidade pulpar: Rasa Média Profunda Muito profunda Exposição pulpar Classificação das CAVIDADES de acordo com o autor, BLACK: o Cavidades de classe I: Superfícies oclusais de pré-molares e molares 2/3 oclusais da face vestibular de molares inferiores 2/3 oclusais das faces linguais dos molares inferiores, incluindo lesões na região do tubérculo de Carabelli. Região de cíngulo da face lingual dos dentes anteriores superiores o Cavidades de classe II: São cavidades e preparos que atingem as faces proximais dos dentes posteriores. Mesmo se a superficie oclusal for acometida simultaneamente, ela também será denominada classe II. o Cavidades de classe III: São aqueles localizados nas faces proximais dos dentes anteriores, sem comprometimento dos ângulos incisais. o Cavidades de classe IV: São cavidades e preparos que envolvem as superfícies proximais dos dentes anteriores, com o comprometimento do ângulo incisal. o Cavidades de Classe V: São cavidades e preparos localizados nos terços cervicais das faces vestibulares e linguais de todos os dentes, com exceção das faces linguais dos dentes anteriores superiores que são classificados CLASSE I. PROTEÇÃO DO COMPLEXO DENTINO-PULPAR Fatores que norteiam a proteção do complexo dentino-pulpar: Para realizar a PCDP, além do diagnostico correto da condição pulpar, alguns fatores devem ser considerados, como: o Profundidade da cavidade o Idade do paciente o Presença de dentina esclerótica (ou terciaria) o Material utilizado para a proteção o Tipo de material restaurador A profundidade da cavidade é determinada pela espessura de dentina remanescente entre o assoalho da cavidade e o teto da câmara pulpar. Limpeza dos preparos dentais: Após o preparo dental, com instrumentos cortantes manuais ou rotatórios, deposita- se sobre a superfície dental uma camada amorfa e delgada conhecida como Smear- Layer. Essa camada representa uma proteção natural do complexo dentina-polpa contra a invasão de bactérias, produtos tóxicos e ácidos, pois oclui os túbulos dentinários. Porém, também apresenta desvantagens, como interferência direta no mecanismo de adesão de alguns sistemas adesivos e manutenção de bactérias dentro da cavidade. Em decorrência disto, a limpeza dos preparos é um procedimento recomendável. Materiais de proteção: Podem ser classificados da seguinte forma: o Selantes ou vedadores o Forradores o Bases Vernizes cavitários: O verniz pode ser considerado selante ou vedador do preparo e ser utilizado para proteger do complexo dentina-polpa sob as restaurações de amalgama. Agentes dessensibilizantes: O objetivo desse material é diminuir a permeabilidade dentinaria e consequentemente a movimentação de fluidos pelo interior dos túbulos dentinários. Sistemas adesivos: O mecanismo de acao dos sistemas adesivos como proteção do complexo dentina- polpa baseia-se na obtenção de uma zona de selamento na superfície dentária, pela deposição de uma camada homogênea de material resinoso que oclui os túbulos dentinários. Quando aplicados em cavidades rasas e de media profundidade, apresentam biocompatibilidade, sendo favoráveis à manutenção da vitalidade pulpar. Contudo, em cavidades profundas e muito profundas, seus componentes podem difundir através dos túbulos e atingir o tecido pulpar, e os componentes presentes no adesivo em contato com tecido pulpar pode apresentar certa toxicidade que é indesejada. Cimento de ionômero de vidro: O CIV apresenta diversas propriedades favoráveis para um material de proteção, como Adesividade química à estrutura dental, liberação de flúor e acao antimicrobiana. Os cimentos de ionômero de vidro convencionais apresentam coeficiente de expansão térmica linear semelhante ao da estrutura dental, enquanto no CIV modificado por resina esse coeficiente varia de acordo com o percentual de componente resinoso incorporado ao material. Técnicas de proteção do CDP Proteção pulpar INDIRETA: Consiste da aplicação de agentes protetores sobre a dentina, quando ainda não houve exposição do tecido pulpar em decorrência da carie, traumatismos ou preparo dental. Pode ser realizada após o termino do preparo e imediatamente antes de inserir o material restaurador definitivo, denominado simplesmente CAPEAMENTO INDIRETO. Ou após a remoção parcial do tecido cariado quando se pretende reabrir a cavidade posteriormente, para terminar a remoção do tecido cariado remanescente, no processo chamado de TRATAMENTO EXPECTANTE – nesse caso deseja-se que o material protetor ESTIMULE a remineralização do tecido dentinário afetado pela lesão de carie e seja evitada uma exposição pulpar que poderia ocorrer caso uma remoção total fosse realizada de imediato. Capeamento DIRETO: Está indicado nos casos de exposição mecânica ou acidental, estando a polpa com vitalidade e num estagio de reversibilidade. Os fatores mais importantes são: o Diagnostico correto da condição pulpar o Ausência de contaminação bacteriana o Emprego de materiais protetores adequados o Selamento efetivo da cavidade.
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