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Black propôs dois tipos de classificação: uma etiológica baseada nas áreas dos dentes suscetíveis à cárie, ou seja, regiões de difícil higienização, divididas conforme a localização anatômica: cavidades de cicatrículas e fissuras; cavidades de superfícies lisas e outra, artificial, na qual reuniu cavidades em classes que requerem a mesma técnica de instrumentação e restauração. ➮ Classe 5: cavidades preparadas no terço gengival, não de cicatrículas, das faces vestibular e lingual de todos os dentes. Lesão Cervical Cariosa X Lesão Cervical Não Cariosa Acometem os mesmos tecidos e na mesma região, porém são de etiologias diferentes. Lesão Cervical Não Cariosa Manifestam-se como perdas de estrutura dental na região cervical dos dentes. ↳ A perda de estrutura é idêntica à classe V. ↳ O tratamento restaurador está indicado quando há comprometimento estético, biológico ou funcional, em casos de hipersensibilidade que não respondem à terapia não invasiva. ↳ Antes de realizar qualquer procedimento restaurador, entretanto, é necessário diagnosticar e controlar os fatores etiológicos das lesões, que podem ser corrosão, abrasão ou associação destas. Atrição Fricção entre os dentes antagonistas ou entre os dentes e outro material. - O resultado do contato entre os dentes antagonistas, sem intervenção de qualquer outro objeto, seja em situações funcionais, seja em situações parafuncionais, como bruxismo. Abrasão Fricção mecânica por objetos ou substâncias. - Lesões, geralmente rasas, com o contorno bem delimitado e arredondado - Nunca subgengivais - Lesão lisa, dura, polida e com possíveis estrias horizontais. - Pode ser causada por escovas duras Abfração Forças oclusais excêntricas ou muito intensas - Pacientes em tratamento ortodôntico: durante a movimentação dos dentes ocorre essas abfração, principalmente, nos pré-molares. - Lesões em forma de cunha e talvez parcialmente gengivais - Lesões agudas e com margens afiadas. Limites definidos e com ângulos vivos - Relacionada a bruxismo ou interferência oclusal ➮ Quando há um contato prematuro, leva a uma quebra dos prismas de esmaltes e consequentemente perda de estrutura dentária. Erosão Ação de substâncias ácidas intrínsecas (bulimia, refluxo) e extrínsecos (alimentos ácidos). - Lesões côncavas, arredondadas, com superfície lisa e polida e borda de esmalte intacto - Extensão maior que profundidade e borda de esmalte intacto. Protocolo clínico de restauração ✓ Profilaxia ▹Pedra Pomes (aumenta a energia de superfície) + Água ▹O aumento de energia de superfície vai favorecendo a entrada dos materiais restauradores ✓ Seleção de cores ▹ Escala Vita (matiz e croma) ▹ Incremento de resina e fotopolimeriza ✓ Isolamento absoluto ▹Ex. classe V no dente 11 → isolamento de pré a pré → grampos 0, 00 e 206-209 e também grampos especiais ou modificados, que fazem a retração gengival, 211 ou 212 (dentes anteriores) e W8A e 26 (dentes posteriores). ✓ Margens expostas → processo restaurador Nem todas as lesões não cariosas irão ser restauradas. * Lesões de erosão, dificilmente, serão restauradas * Lesões por abfração, são as mais comuns para realizar uma restauração Uma das grandes vantagens do uso de compósitos na restauração de classe V não cariosas é a natureza adesiva do material, que permite ao clínico abrir mão do preparo de retenções macromecânicas. O procedimento restringe-se, basicamente, à reposição da estrutura perdida, sem qualquer desgaste prévio adicional. ◦ As resinas compostas que devem ser utilizadas: • Nanoparticuladas • Microhíbridas (são as melhores) ◦ Restauração com resina, o sistema adesivo a ser utilizado: • Convencional de 3 passos • Autocondicionante de 2 passos (para melhorar, pode ainda realizar um condicionamento ácido seletivo) Entretanto, vários estudos mostram que para uma restauração de lesão não cariosa, o melhor material seria CIV modificado por resina. ◦ O CIVMR será melhor para lesões não cariosas porque: • A resina e o CIVRM têm união micromecânica com o dente por conta do sistema adesivo. Porém, o CIVRM é menos sensível a umidade; • O CIV tem união química ao dente; • Em relação à estética, o CIVRM tem variações de cor; Com o objetivo de reduzir os estresses gerados pela contração de polimerização, devem ser utilizados pequenos incrementos de resina composta, inseridos e adaptados sequencialmente: 1. Margem cervical 2. Margem oclusal da cavidade * Essa técnica, além de permitir um melhor controle dos efeitos deletérios da contração de polimerização, facilita a estratificação de restaurações altamente estéticas, graças a sobreposição de massas com espessuras e graus de translucidez diferentes. Lesões Cariosas - Classe V ◦ O protocolo de restauração das lesões cariosas é praticamente o mesmo das lesões cervicais não cariosas. ◦ A grande diferença é que agora trata-se de um processo carioso que precisa ser removido com cautela, protegendo o complexo dentina-pulpar. ↳ Inicialmente, segue o mesmo padrão: profilaxia, seleção de cor e isolamento do campo operatório. ◦ No entanto, é necessário ter um cuidado redobrado na hora de realizar o isolamento, porque nessa região a estrutura dentária está cariada e frágil, sem suporte. É necessário esse cuidado para que o grampo utilizado no isolamento não frature essa região, ele deve ser posicionado o mais cervical possível. Remoção de tecido cariado: • Utilização de broca carbide esférica em baixa rotação • Colher ou cureta de dentina ↳ Importante lembrar: nem o desenho, nem o tamanho da cavidade CLASSE V deve ser alterado durante o preparo cavitário. Remove-se APENAS o que foi comprometido pela cárie, ou seja, não precisa realizar retenção adicional. ◦ Se o esmalte ficar sem suporte, utiliza-se um material que promova um suporte. O material utilizado pode ser o CIV forrador. Protocolo clínico de restauração de lesões cariosas ✓ Profilaxia ▹Pedra Pomes (aumenta a energia de superfície) + Água ▹O aumento de energia de superfície vai favorecendo a entrada dos materiais restauradores ✓ Seleção de cores ▹ Escala Vita (matiz e croma) ▹ Incremento de resina e fotopolimeriza ✓ Isolamento absoluto ▹ Uso dos grampos retratadores (211-212) ✓ Condicionamento, aplicação do adesivo, inserção da resina e fotopolimerização por 20 segundos. ↳ Inserção da resina: sempre inicia o incremento na região mais cervical, depois é inserido o incremento na região voltada para a incisal e por último é colocado o incremento referente ao esmalte. Isso diminui os efeitos da contração de polimerização. ◦ Sempre adaptando a resina composta com o pincel (pelo de Marta) e fotopolimerizando, observando sempre a convexidade da restauração. ↳ Acabamento: para tirar o excesso de material, pode ser utilizada a lâmina de bisturi nº 12 ou discos abrasivos (sempre do mais escuro para o mais claro, ou seja, do mais abrasivo para o menos abrasivo) Técnica Mista ↳ Consiste em uma técnica que se utiliza dois materiais restauradores diferentes. Exemplo: CIV + RC. Sanduíche fechado: o CIV não fica exposto no meio bucal. Ou seja, preenche com CIV e após coloca resina. Sanduíche aberto: o CIV fica exposto no meio bucal. Ou seja, o preenchimento com resina não é completo, deixando uma parte de CIV exposta no meio bucal. ↳ Essa técnica é bastante utilizada em cavidades classe V que estão muito próximas a gengiva. Essa condição exige que se tenha materiais restauradores mais compatíveis com o tecido periodontal dessa região. O CIV além de ser biocompatível, é um material menossensível a umidade.
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