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Micropropagação Aplicações Biotecnológicas Gabriel Scalioni - 101957 Thales Koba -77863 Introdução Definição: Rápida propagação clonal de tecidos, ou células vegetais in vitro. T. Murashige e F. Skoog (1962). "A Revised Medium for Rapid Growth and Bioassays with Tobacco Tissue Cultures". Vantagens: 1. Tempo e espaço reduzidos; 2. Amostra vegetal menor; 3. Taxa de multiplicação celular in vitro é mais rápida; 4. É aplicável em uma maior variedade de organismos; 5. Protege a amostra de re-infecções; 6. Relativamente segura em relação a microrganismos; 7. Melhor armazenamento; 8. Plantas micropropagadas podem adquirir novas características desejáveis. Método Geral de Micropropagação Descrito por Bhojwani e Razdan (1990) pode ser separado em 5 etapas: 0) Estágio preparatório; 1) Iniciação de culturas; 2) Multiplicação; 3) Alongamento dos brotos e enraizamento; 4) Transplantação e aclimatização. Método Geral de Micropropagação 0) Estágio preparatório ● Cuidados no cultivo de plantas que serão utilizadas para micropropagação: ○ Plantas cultivadas em estufa apresentam melhores resultados: maior controle de luz e temperatura; ○ Aplicação de reguladores de crescimento; ○ Controle de contaminações; ○ Algumas espécies requerem tratamento diferenciado como: exposição à luz vermelha e pré-tratamento térmico. Método Geral de Micropropagação 1) Iniciação de Culturas ● Obter culturas assépticas da planta que será micropropagada utilizando explantes adequados: ○ Escolha do explante: depende principalmente do objetivo da micropropagação; - Gemas apicais e laterais: utilizados para clonagem da planta original devido a sua progênie “true-to-type” - Ponta do meristema: utilizado em estudos de eliminação viral devido a sua alta taxa metabólica que inibe a replicação viral ○ Esterilização: Plantas são guardadas em estufas para evitar contaminação pelo ar e antes da remoção da amostra, a superfície é esterilizada com etanol 70%; ○ Evitar escurecimento do explante, proveniente da liberação de fenóis que ao oxidar formam quinonas tóxicas ao tecido. Método Geral de Micropropagação 2) Multiplicação a) Regeneração a partir de calos: Células vegetais de praticamente qualquer parte da planta são capazes de formar calos, e os calos podem ser induzidos para regeneração da planta por organogênese ou embriogênese somática; b) Formação de gemas adventícias: Formação de brotos a partir de qualquer parte da planta se não as gemas apicais e laterais; c) Ramificação lateral forçada: Remoção do meristema apical estimula o crescimento de brotos a partir das gemas laterais. Clonagem da planta Tylophora indica por ramificação lateral forçada Método Geral de Micropropagação 3) Alongamento dos brotos e enraizamento ● Citocinina: Responsável pelo crescimento dos brotos e pela inibição da formação de raízes. Caso esteja em excesso, inibe o alongamento dos brotos; ● Enraizamento: Mesmo que com o uso de determinadas auxinas o explante consiga formar raízes in vitro é preferível que o enraizamento seja feito in vivo ○ As raízes formadas in vitro morrem depois da transplantação; ○ As conexões vasculares formadas in vitro muitas vez não estão bem desenvolvidas; ○ As raízes formadas in vitro são menos eficazes pois não possuem pêlos absorventes; ○ Muitas vezes calos são formados nas junções das raízes e brotos formados in vitro; Método Geral de Micropropagação Transplantação e aclimatização ● Devido às condições não-naturais que são propiciadas in vitro, as plantas muitas vezes apresentam anormalidades morfológicas, anatômicas, histológicas e fisiológicas, como nutrição heterotrófica e um baixo controle sobre perda de água; Por isso requerem um processo de aclimatização antes de sua transplantação. ● Aclimatização: Processo de “reabilitação” da planta em meio com poucos nutrientes e baixa umidade; ● Formação de órgãos de armazenamento in vitro: Foi observado que ao mudar a concentração de sacarose, da substância reguladora de crescimento, luz e temperatura, algumas espécies viriam a formar órgãos de armazenamento (tubérculos, raízes tuberosas, bolbos ou rizomas) que podem ser utilizados na transplantação da planta. Aplicações Aplicações da micropropagação in vitro 1) Modalidades do cultivo de tecidos e células vegetais: ● Cultivo de meristemas; ● Fusão de protoplastos ● Cultivo de calos; ● Geração de haploides; ● Sementes sintéticas; 2) Resgate de embriões 3) Conservação do germoplasma Cultivo de meristemas A cultura de meristemas geralmente é utilizada para: ● Multiplicação de indivíduos; ● Limpeza clonal. Fusão de protoplastos A fusão de protoplastos pode ocorrer: ● Entre protoplastos da mesma espécie (homocários); ● Entre protoplastos de espécies diferentes (heterocários). É uma técnica que pode gerar melhoramento genético. Há grande dificuldade no isolamento de protoplastos, cultivo e regeneração de plantas. Cultivo de calos Calo: aglomerado de células não organizadas, irregularmente diferenciadas, que se multiplicam desordenadamente e se desenvolvem a partir de tecidos vegetais, normalmente em resposta a injúrias químicas ou físicas. Produção de metabólitos secundários, como: ● Alcaloides; ● Terpenoides; ● Compostos fenólicos. Geração de Haploides Possui duas rotas de obtenção: ● Cultura de anteras; ● Eliminação cromossômica; ○ Cruzamento interespecífico seguido de eliminação do genoma da planta doadora do pólen. Obtenção de plantas homozigóticas em uma geração. Sementes Sintéticas ● Análogo à semente verdadeira; ● Constituídas de um embrião somático envolto por uma ou mais camadas de um composto artificial (alginato de sódio); ● Propagação (sementes inviáveis); ● Armazenamento (criopreservação); Resgate de embriões Técnica de cultivo utilizada para: ● Resgatar embriões híbridos, resultantes de cruzamentos incompatíveis; ● Recuperar embriões haploides após a eliminação cromossômica. Excisão do embrião, esterilização e incubação. Conservação do germoplasma Os germoplasmas são qualquer estrutura de um organismo vivo que possa dar origem a exemplares da mesma espécie, como sementes. ● Culturas vegetais são mantidas em conservação em bancos germoplasmas: ○ Curto-médio prazo: 6-8°C, iluminação reduzida - retardar o crescimento; ○ Longo prazo: criopreservação (-80°C em frezzer ou -196°C nitrogênio líquido). ● Podem auxiliar na reintrodução de espécimes no ambiente. Micropropagação de Orquídeas Métodos de propagação de orquídeas in vivo: ● Propagação “backbulb” (espécies simpodiais): ○ Separação da parte mais antiga do pseudobulbo para “forçar” crescimento de brotos dormentes; ○ Processo extremamente lento e que pode no máximo dobrar o número de plantas em 1 ano. Micropropagação de Orquídeas ● Germinação de sementes (monopodiais): ○ Baixa sobrevivência das sementes na natureza; - Sementes de orquídeas não possuem endosperma - associação com fungos (micorrizas). ○ Alta heterogeneidade da população; ○ 3 - 5 anos para a planta florescer; Micropropagação de Orquídeas Roton (1949) - Nós de Phalaenopsis cultivados em Knudson C desenvolveram folhas depois de 14-60, e vieram a desenvolver raíz e formar uma planta completa; Morel (1960) - Pontas de brotos cultivadas in vitro formavam corpos protocormicos (PLBs), que se desenvolviam em aglomerados de protocormos os quais viriam a se desenvolver em uma completa com brotos e raízes; Regeneração de brotos e raízes de protocormos de Cymbidium multiplicados in vitro Micropropagação de Orquídeas Morel (1972) - Se o aglomerado de protocormos fosse cortado em 3-6 partes e cultivado em meio, cada pedaço produziria 3-5 protocormos em 1 mês. Se o processo for repetido, milhões de planta poderiam ser formadasem 1 ano partindo de um único pedaço de gema que mede <1mm; ● Cultura de células somáticas de orquídeas (pontas de brotos, folhas, pontas de raízes ou caule florais) levam a formação de PLBs. Técnica de Morel foi adotada comercialmente e é hoje em dia o único método economicamente viável de propagação clonal de orquídeas; ● Produtores comerciais iniciam a cultura com um pedaço de 5-10mm, pois pedaços muito pequenos demoram muito mais para formar protocormos. Micropropagação de Orquídeas Estágios da regeneração de protocormos e brotos, a partir de um pedaço de protocormo Micropropagação de Orquídeas Métodos de propagação de um híbrido de Cymbidium: (a) 5.353 PLBs em 10 meses (b) 36.350 PLBs em 12 meses (c) 351.700 PLBs em 9 meses (d) 28.100 PLBs em 9 meses L-TLC (c) é o melhor método para micropro- pagação desse híbrido. Cultura de Tecido Vegetal - SBW do Brasil https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5206250/ Micropropagação de Transgênicos Linhagens foram dividas em grupos de acordo com o antígeno expresso: ● LT10 - S-HBsAG ● LT9 - M-HBsAG ● LT11 - L-HBsAG ● Controle 30-35 sementes da primeira geração foram plantadas em 2 meios: LM1 (Cinetina 5mg/L) e LM2 (Cinetina 0,5 mg/L) e os explante retirados das mudas divididos em 2 grupos: I - raízes retiradas; II - raízes e cotilédones retirados. Micropropagação de Transgênicos Estágios da micropropagação: a. Multiplicação da plântula in vitro; b. Formação de plântulas a partir do estímulo das gemas apicais; c. Multi-plântula completamente desenvolvida; d. Enraizamento da plântula in vitro; e. Mudas para transplantação; f. Comparação entre transgênico e não-transgênico. Resultados e Conclusões Resultados e Conclusões É possível aumentar consideravelmente os níveis de S-, M- e L-HBsAG através da micropropagação, o que é interessante para a formação de vacinas orais contra HBV. Os resultados também mostram que a micropropagação pode servir de ferramenta para a biofarmacêutica, pois possibilita um aumento notável na produção de biofármacos.
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