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Propulsão e mistura dos alimentos

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Propulsão e mistura dos alimentos (Guilherme Ferreira Morgado)
	Para o processamento dos alimentos ocorrer adequadamente o tempo de permanência em cada parte do trato gastrointestinal é importante, assim como uma mistura adequada. A quantidade de comida que uma pessoa ingere é determinada por fome, já o tipo de alimento é pelo apepite. 
	Cada dente possui uma função: os incisivos, cortar, e os molares, triturar. A maioria dos músculos da mastigação são inervados pelo ramo motor do trigemio, logo, a mastigação é controlada por centros de paladar no tronco encefálico. Esse processo de mastigação é causada pelo reflexo da mastigação, que se inicia quando entra o bolo alimentar que causa uma inibição reflexa dos mm. da mastigação, permitindo que a mandíbula abaixe, o que provoca um estiramento dos mesmos mm. levando a uma contração e fechando a boca. Ao fechar o bolo alimentar é comprimido contra a cavidade oral e se inicia novamente o ciclo. O processo da mastigação é muito importante na digestão, especialmente nas frutas e verduras que possuem membranas de celulose indigeríveis ao redor dos nutrientes. Além disso, a mastigação é fundamental, porque a taxa de digestão das enzimas depende da área superficial exposta as secreções digestivas e também evita escoriações do trato gastrointestinal. 
	A deglutição pode ser dividida em estágios: o primeiro é voluntário, depois o faríngeo e por ultimo o esofágico. O voluntário ocorre quando o alimento está pronto para se deglutido, então, ele é empurrado para trás por pressão da língua e do palato. No estagio faríngeo, o bolo alimentar atinge a parede posterior da cavidade bucal e a faringe, o que estimula as áreas de receptores epiteliais da deglutição localizados nos pilares tonsilares. Seus impulsos vão para o tronco encefálico, que vai ordenar uma serie de contrações: O palato mole é empurrado para cima evitando o refluxo de alimento, as pregas palatofaríngeas são empurradas medialmente e se aproximam formando uma fenda, na qual o alimento deve passar, por isso o alimento precisa estar mastigado. As cordas vocais da latinge aproximam-se e a laringe é empurrada para cima e para frente pelo músculos do pescoço, com isso a epiglote é posicionada na abertura da laringe. O movimento da laringe também dilata a abertura do esôfago, além disso o esfíncter esofágico superior ou faringoesofagico relaxa possibilitando a passagem do alimento. Mas entre a deglutições esse esfíncter fica fechado impedindo a passagem de ar para o esôfago. A musculatura da faringe também se contrai progredindo para baixo, o que impulsiona o alimento por peristalse para o esôfago. Os impulsos das áreas sensíveis nos pilares tonsilares são transmitidos pelo trigemio e glossofaríngeo. As áreas na medula e na ponte inferior que controlam a deglutição são chmadas de deglutição ou centro de deglutição, que durante o processo inibe o centro respiratório interrompendo a respiração. A função primaria do esôfago é conduzir o alimento para o estômago, sendo que para isso ele exibe duas formas de movimento: peristalse primaria e secundaria. A primaria é a continuação da onda peristáltica que começa na faringe e prolonga-se para o esôfago, mas se isso não for suficiente a peristalse secundaria atua a partir da distensão do esôfago. As ondas peristálticas secundarias são deflagradas por circuitos neurais intrínsecos do sistema nervoso mioenterico e também por reflexos da faringe, que são transmitidos por fibras vagais. A musculatura da faringe e a porção inicial do esôfago é composta por músculo estriado, portanto as ondas peristálticas são controladas pelo glossofaríngeo e vago, já no terço médio e inferior do esôfago a musculatura é lisa, logo, somente o vago atua. Quando a onda peristáltica esofágica aproxima-se do estômago , esse recebe uma onda de relaxamento que o prepara para receber o alimento. 
	Na porção final do esôfago, o músculo circular esofágico funciona como um esfíncter esofágico inferior ou gastroesofagico, que encontra-se contraído gerando uma pressão maior no esôfago, isso também é importante porque evita o refluxo significativo de conteúdos estomacais para o esôfago. Quando uma onde peristáltica desce pelo esôfago ocorre o relaxamento receptivo permitindo a propulsão do alimento para o estômago. Outro mecanismo que evita o refluxo é que quando a pressão intra-abdominal sobe o esôfago projeta-se para dentro do estômago, fechando a passagem como se fosse uma válvula. 
	O estômago possui a função de armazenar o alimento, mistura-lo com a secreção gástrica para formar o quimo e esvaziar lentamente esse quimo do estômago para o intestino delgado. Em termos fisiológicos, ele dividi-se em porção oral, abrangendo o dois terços do corpo, e a porção caudal, com o resto do corpo e do antro. A medida que o alimento entra no estômago forma-se círculos concêntricos de alimento na porção oral, sendo que o mais recente fica mais perto do esôfago, já o mais antigo mais próximo da parede externa. Conforme o estômago vai enchendo há o reflexo vagovagal, que reduz o tônus do corpo do estômago distendendo-a. Enquanto o alimento está no estômago, ondas constritivas peristálticas fracas, denominadas ondas de mistura vão do corpo para o antro. Essas ondas são desencadeadas pelo ritmo elétrico, que ocorrem espontaneamente na parede gástrica. A medida que as ondas progridem ganham intensidade até formar um poderoso pontencial de ação peristáltica, o que força o alimento contra o piloro, esse fenômeno é denominado bomba pilórica. Essas contrações também são um mecanismo de mistura, já que como o piloro contrai dificulta muito a passagem para o duodeno, com isso o conteúdo antral é ejetado de volta, o que é denominado retropulsão. A mistura do alimento com as secreções estomacais é denominada de quimo. Também existe a contração de fome, que ocorre quando o estômago fica vazio por varias horas, elas são contrações rítmicas no corpo do estômago. A abertura distal do estômago é o piloro, nessa região a espessura da musculatura circular é maior e permanece em contração tonica a maior parte do tempo, então, ele é denominado esfíncter pilórico. A constrição evita a passagem de partículas de alimentos até terem sido misturadas ao quimo. A taxa de esvaziamento do estômago é controlada por ele mesmo e pelo duodeno, mas esse ultimo exerce maior influencia. Um volume maior de alimentos no estômago acentua o esvaziamento, mas não devido a pressão e sim pela dilatação da parede estomacal, que desencadeia reflexos mioentericos locais acentuando a bomba pilórica. O hormônio gastrina também tem como sua principal função motora a estimulação da bomba pilórica mediante distensão da parede estomacal. Quando o quimo entra no duodeno, esse envia sinais para retardar o esvaziamento gástrico, diminuindo a ação da bomba pilórica e aumentando o tônus do piloro. Os sinais são transmitidos diretamente do duodeno para o estômago através do sistema nervoso entérico, também pelos nervos extrínsecos e pelo vago. Os fatores que levam o duodeno a desencadear reflexos inibidores enterogastricos são o grau de distensão do duodeno, a irritação da mucosa duodenal, os graus de acidez e de osmolalidade do quimo e a presença de determindados produtos no quimo, como os da degradação química das proteínas, já que ao diminuir-se a taxa de esvaziamento gástrico, assegura-se tempo suficiente para a digestão. A osmolalidade também é importante para evitar o fluxo de liquido não-isotonicos, o que causaria mudanças nas concentrações dos eletrólitos. A inibição do esvaziamento também pode ocorrer por via hormonal, sendo que o estimulo para a liberação é a entrada de gordura no duodeno. No estômago esses hormônios atuam da mesma forma que anteriormente, ou seja, inibindo a bomba pilórica e aumentando o tônus do piloro. Esse efeito é importante, pois a digestão de gordura é mais lenta, entretanto não se sabe com certeza os hormônios que atuam nisso. O mais potente talvez seja a colecistocinina(CCK), que é liberada pela mucosa dojejuno, então, ele atua de forma anatagonica a gastrina. Outros hormônios são a secretina e o peptídeo inibidor gástrico(GIP), a primeira é liberada pela mucosa duodenal em resposta a acidez, já o GIP também atua mediante a presença de gordura , mas ele possui efeito fraco. 
	Assim como no estômago, no intestino delgado também há contrações de mistura e propulsivas. As contrações de mistura ou de segmentação são estimuladas pela distensão provocada pelo quimo e são contrações concêntricas e localizadas, que divide o intestino em segmentos. Além disso, essas contrações dividem o quimo promovendo sua mistura com as secreções no intestino delgado e também contribuem para a propulsão do quimo. A freqüência das contrações de segmentação é determinada pela freqüência de ondas elétricas lentas, mas essas se tornam muito fracas quando o sistema nervoso entérico é bloqueado pela atropina. O quimo é impulsionado através do intestino delgado por ondas peristálticas, mas geralmente são fracas e percorrem uma distancia curta, por isso a condução do quimo é lenta. Após a ingesta a atividade peristáltica aumenta, devido a entrada do quimo no duodeno, mas também por causa do reflexo gastroenterico, causado pela distensão do estômago. Essa peristalse também é influenciada por hormônios como CCK, gastrina, insulina, motilina e serotonina, que intensificam a motilidade intestinal, já o glucagon e a secretina inibem essa motilidade. As ondas peristálticas também possuem a função de distribuir o quimo ao longo da mucosa intestinal. É importante lembrar, que o quimo ao chegar a válvula ileocecal fica retido até que a pessoa faça uma outra refeição, dessa forma o reflexo gastroileal conduz esse quimo adiante. Mediante uma irritação da mucosa, as ondas peristálticas se intensificam provocando a exacerbação peristáltica. A muscular da mucosa pode provocar pregas na mucosa intestinal, o que vai aumentar a absorção, além disso as contrações e relaxamento das vilosidade facilitam o trajeto da linfa. Essa muscular da mucosa é ativada pelo plexo nervoso submucoso. 
	A principal função da válvula ileocecal é evitar o refluxo de conteúdos fecais do colon para o intestino delgado, sendo que essa válvula projeta-se para o lúmen do ceco e é fechada quando a pressão no intestino grosso aumenta. Nessa região, encontra-se o esfíncter ileocecal, que se mantem levemente contraído retardando o esvaziamento de conteúdos ileais no ceco. Essa resistência ao esvazimento da válvula ileocecal é importante para facilitar a absorção, já que aumenta o tempo de permanência naquela área. O grau de contração do esfíncter ileocecal e a intensidade da peristalse no íleo são controlados por reflexos no ceco, quando o ceco se distende a contração do esfíncter se intensifica e a peristalse ileal é inibida, o que retarda o esvaziamento do íleo para o ceco. Esse retardamento também ocorre quando há uma irritação do ceco. Os reflexos do ceco são mediados pelo plexo mioenterico e por nervos autônomos extrínsecos. 
	As pricipais funções do colo são absorção de água e eletrólitos do quimo para formar fezes sólidas, porção proximal, e armazenamento do material fecal até que possa ser expelido, porção distal. No intestino grosso também ocorre os movimentos de mistura, sendo que as contrações ocorrem tanto no músculo circular quanto na camada longitudinal, essa combinação faz com que a porção não estimulada do intestino grosso se infle formando as haustrações. Entretanto, todos os movimentos do intestino grosso são lentos, logo, o material fecal também é lentamente revolvido. Grande parte da propulsão no ceco e no colon ascendente resulta de contrações haustraus lentas mais persistentes. O movimento de massa é um tipo de peristalse caracterizado por uma seqüência de movimentos: um anel constritivo ocorre em resposta a distensão, depois distalmente ao anel contrátil, as hastrações desaparecem e o segmento se contrai como uma unidade, impulsionando o material fecal adiante. Logo, esses movimentos de massa do ceco ao sigmóide assumem o papel de propulsivos. O surgimento desses movimentos é facilitado pelos reflexos gastrocolicos e duodenocolicos, que resultam da distensão do estômago e do duodeno. A irritação do colon também pode ser uma origem desses movimentos de massa. 
	Na maior parte do tempo o reto fica vazio, devido a um esfíncter na junção entre o sigmóide e o reto e também há uma angulação aguda nesse local. Quando um movimento de massa força as fezes para o reto, surge a vontade de defecar, com a contração reflexa do reto e o relaxamaento dos esfíncteres anais. A passagem das fezes pelo anus é evitada pelo esfíncter anal interno, um músculo liso espesso, e um esfíncter anal externo, composto por músculo voluntário estriado e é controlado pelo nervo pudendo. A defecação inicia-se com o reflexo de defecação, um desses reflexos é o intrínseco mediado pelo sistema nervoso entérico, que é sensível a distensão da parede retal, com isso iniciando as ondas peristálticas. Quando essas ondas aproximam-se do esfíncter interno ele é relaxado e se o externo, por controle voluntário, também estiver relaxado a defecação ocorre. Entretanto, o reflexo intrínseco da defecação não é suficiente, já que é necessário a participação do reflexo de defecação parassimpático, que ocorre através dos nervos pélvicos. O reflexo parassimpático intensifica bastante as ondas peristálticas e relaxa o esfíncter interno, com isso ocorre o esvaziamento da curvatura esplênica do colona até o anus. Os sinais transmitidos pelos nervos pélvico que chegam a medula provocam outros efeitos como inspiração profunda, fechar a glote e contrair os mm. da parede abdominal. Quando é oportuno a pessoa defecar, os reflexos de defecação podem ser ativados com a respiração profunda, movimento do diafragma para baixo e a contração dos mm. abdominais, o que força o conteúdo fecal para o reto. Nos recém-nascidos ou pessoas com transeccao da medula, os reflexos da defecação causam o esvaziamento automático do intestino e momentos incovenientes devido a ausência do controle sobre o esfíncter anal externo. 
	O reflexo peritoneointestinal resulta da irrigação do peritônio e inibe fortemente os nervos entéricos excitatorios. O reflexo renointestinal e vesicointestinal também inibem a atividade intestinal, mas resultam de uma irritação renal ou vesical.

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