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DIREITO CIVIL IV AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE IMÓVEL Aula 6 Objetivos Ao final da sessão o aluno deverá ser capaz de: - Analisar o registro como forma de aquisição da propriedade; - Estudar os princípios e características do registro público; - Entender o procedimento de registro de imóveis; - Examinar as acessões como formas de aquisição da propriedade. CONTEÚDO DA AULA 3.4. Modos de aquisição da propriedade imobiliária 3.4.1 Registro de título 3.4.2 Acessões imobiliárias Propriedade Imóvel Modos de Aquisição da Propriedade Imobiliária Sumário 1. Aquisição da Propriedade A. Originária B. Derivada 2. Modos de Aquisição A. Registro do título B. Usucapião C. Acessão D. Direito hereditário 3. Aquisição da Propriedade Imobiliária pelo Registro do Título A. Direitos reais sobre imóveis e registro B. Registro imobiliário C. Objetivo do registro de imóveis D. Atos sujeitos ao registro imobiliário E. Local do registro. F. Atos cartorários G. Data do registro H. Momento da translatividade do domínio I. Eficácia constitutiva do registro J. Princípio da prioridade K. Presunção da aquisição da propriedade imobiliária e de ônus real L. Invalidade do registro e de seu cancelamento 1) Nulidade de registro de imóvel 2) Retificação 3) Efeito do cancelamento do registro Modos de Aquisição Aquisição Originária • Ocorre quando não há relação entre o domínio anterior e o atual. • Não há transmissão do domínio Aquisição Derivada • Ocorre quando há transmissão do domínio por causa mortis ou ato inter vivos • Ocorre nos negócios jurídicos e no direito hereditário seguido de registro Aquisição originária da propriedade imóvel. • Quando indivíduo faz seu o bem sem que tenha sido transferido por alguém, • Não há qualquer relação entre o domínio atual e o anterior, Ex: acessão e a usucapião. Aquisição derivada da propriedade imobiliária. • Quando houver transmissibilidade de domínio por atos causa mortis ou inter vivos. • Ocorre no direito hereditário e no negócio jurídico seguido de registro do título Cartório de imóveis Modos de Aquisição 1. Pelo registro do título 2. Pela usucapião 3. Pela acessão 4. Pelo direito hereditário 9 Art. 1.227. Os direitos reais sobre imóveis constituídos, ou transmitidos por atos entre vivos, só se adquirem com o registro no Cartório de Registro de Imóveis dos referidos títulos (arts. 1.245 a 1.247), salvo os casos expressos neste Código. Direitos reais sobre imóveis e registro. • Direitos reais sobre imóveis por ato inter vivos apenas adquiridos pelo registro do título no Cartório Imobiliário. • Hipoteca concedida a alguém, será direito obrigacional entre os contratantes, constituindo direito real de garantia após registro do título no Cartório de Imóveis. Aquisição da Propriedade Imobiliária pelo Registro do Título 10 Registro imobiliário. • Poder legal de agentes do ofício público para efetuar operações relativas a bens imóveis e direitos a eles inerentes • Promoção dos atos de escrituração • Asseguram aos requerentes aquisição e exercício do direito de propriedade e instituição de ônus reais de fruição, garantia ou aquisição. • Assegura proteção especial à propriedade imobiliária. • Fornece meios probatórios fidedignos da situação do imóvel, quanto à titularidade e ônus reais que o gravam • Dá publicidade, tornando registro conhecidos de terceiros. 11 Objetivo do registro de imóveis. • Obtenção da aquisição da propriedade inter vivos. • Contrato (oneroso ou gratuito) apenas produz efeitos pessoais. • Somente o registro (cartório imobiliário) confere direitos reais, • Dtos Reais a partir da data do assentamento do imóvel, transferindo propriedade do alienante para adquirente. Tríplice finalidade legal do registro imobiliário, 1. garantia de Autenticidade, 2. Segurança, e 3. Eficácia dos assentos de atos jurídicos inter vivos ou mortis causa, constitutivos, declaratórios, translativos e extintivos de direitos reais sobre imóveis (Lei 6.015/73, arts. 1º e 172), preservando confiabilidade. 12 Atos sujeitos ao registro imobiliário. O Registro de Imóveis requer assento de: 1. Títulos de translativos da propriedade de imóveis, 2. Títulos constitutivos de ônus reais sobre coisas alheias, inclusive das hipotecas (CC, arts. 1.492 ss). 13 13 Atos “inter vivos” Sujeitos a Registro. • Lei impõe registro dos títulos translativos de direitos reais sobre imóveis ou da propriedade imóvel por atos inter vivos, onerosos ou gratuitos. • Negócios jurídicos não são hábeis para transferëncia do domínio de bem imóvel. • Para aquisição da propriedade imóvel é imprescindível o registro do título translativo na circunscrição imobiliária competente, além do acordo de vontades entre adquirente e transmitente, (L. 6 . 015 /7 3 , art. 167). 1414 Atos “inter vivos” Sujeitos a Registro. • Sem registro não há qualquer direito real sobre imóveis, nem transferência de propriedade imobiliária. • Devem ser registrados os seguintes negócios jurídicos, para que se opere aquisição da propriedade imobiliária: a) Compromisso irretratável de compra e venda, b) Compra e venda, dação em pagamento, c) Doação, d) Permuta, e) Transação em que entre imóvel estranho ao litígio etc. 15 Local do registro • Cartório da situação do imóvel registrando. Art. 1.245 - Transfere-se entre vivos a propriedade mediante o registro do título translativo no Registro de Imóveis. § 1º - Enquanto não se registrar o título translativo, o alienante continua a ser havido como dono do imóvel. § 2º - Enquanto não se promover, por meio de ação própria, a decretação de invalidade do registro, e o respectivo cancelamento, o adquirente continua a ser havido como dono do imóvel. 16 Enunciado 87: "Considera-se também título translativo, para fins do art. 1.245 do novo Código Civil, a promessa de compra e venda devidamente quitada (arts. 1.417 e 1.418 do CC e § 6º do art. 26 da Lei n. 6.766/79)." Art. 1.246 - O registro é eficaz desde o momento em que se apresentar o título ao oficial do registro, e este o prenotar no protocolo. Art. 1.247 - Se o teor do registro não exprimir a verdade, poderá o interessado reclamar que se retifique ou anule. Parágrafo único. Cancelado o registro, poderá o proprietário reivindicar o imóvel, independentemente da boa-fé ou do título do terceiro adquirente. 17 • Assento datado do dia em que se apresentar título ao oficial do registro -> Prenotação no protocolo • Número de ordem do título no Protocolo determina prioridade do título quanto ao direito real. • Marco da publicidade e começo da oponibilidade erga omnes • Princípio “tempus regit actum"; sujeito à lei vigente ao tempo da apresentação, pouco importando data do contrato. Data do registro Art. 1.246. O registro é eficaz desde o momento em que se apresentar o título ao oficial do registro, e este o prenotar no protocolo. 18 Momento da translatividade do domínio. • Negócios jurídicos, Sentenças adjudicatórias, Partilhas, Arrematações e Adjudicações em hasta pública não são hábeis para transferir, por si, o domínio do imóvel. • Propriedade transferida a partir de quando for registrado o título translativo do domínio. • Data da transferência da propriedade é a do registro e não a do título. 19 Eficácia do registro • Eficácia constitutiva > ato negocial não produz efeitos de direito real sem registro. • Pelo registro imobiliário há novo direito transferido, constituído ou extinto, Enquanto não for registrado, válido apenas no plano obrigacional. Alienante continua legalmente proprietário do imóvel, respondendo por seus encargos. 20 Princípio da Prioridade. • Efeito da prioridade do registro decorre da ordem de prenotação do título no protocolo(L. 6015/73, arts. 174 e 12, § ú). • Prenotação -> prévio assentamento do título, garantindo prioridade e preferência do direito real sobre o imóvel. Conflito de registros com base em títulos dominiais diversos => prevalece o prenotado anteriormente. Aquele que registrar primeiro o título aquisitivo terá titularidade do domínio do imóvel; 21 Princípio da Prioridade • Título do segundo adquirente não tem eficácia, gerando somente possibilidade de Perdas e Danos contra alienante. • Ação reivindicatória do segundo adquirente => procedente apenas se conseguir comprovar falsidade do título e do registro do primeiro adquirente. • Enquanto não houver sentença judicial declarando invalidade do do título do primeiro adquirente e seu cancelamento (CC, art. 1.245, § 2º), ele será o único proprietário, e o registro feito pelo segundo será absolutamente ineficaz. • Pelo princípio da prioridade, o título aquisitivo apresentado em primeiro lugar ganhará estabilidade e segurança, evitando-se qualquer incompatibilidade. • Prenotação no protocolo marca momento em que assento é eficaz. 22 Presunção jurisjurisjurisjuris tantumtantumtantumtantum da aquisição da propriedade imobiliária e da existência do ônus real. • Força probante, fundada na fé pública do registro, levado a efeito por serventuário provido de autoridade legal, gera presunção de que o direito real pertence à pessoa em cujo nome se registrou. • Prova do direito real se dá pelo registro, do qual decorre uma presunção juris tantum de aquisição, que prevalece até prova em contrário 23 Invalidade do registro e de seu cancelamento. • Nulidade decretada judicialmente do registro ou título que lhe deu causa, não impedirá que produza efeitos entre as partes ou em relação a terceiros ou ao próprio serventuário, • Enquanto não cancelado, continua a produzir efeitos, sendo adquirente tido como proprietário do imóvel, mesmo que se prove que o título que lhe deu origem esteja extinto, nulo ou rescindido. (Lei 6.015/73, art. 252) • Cancelamento do registro de imóvel pode resultar de sentença definitiva (Lei 6.015/73, art. 259), de documento hábil ou requerimento do interessado, desde que capaz, com firma reconhecida (Lei 6.015/73, art. 250). 24 Nulidade de registro de imóvel. • Invalidade do registro deve ser provocada pelo interessado, para manifestação do Judiciário. • Por não serem partes, nem Cartório nem serventuário tem legitimidade para propor ou responder ação que invalide registro. Art. 1.247. Se o teor do registro não exprimir a verdade, poderá o interessado reclamar que se retifique ou anule. Parágrafo único. Cancelado o registro, poderá o proprietário reivindicar o imóvel, independentemente da boa-fé ou do título do terceiro adquirente. 25 Retificação. • Registro imobiliário não é imutável. • Se não exprimir realidade jurídica ou verdade dos fatos, pode ser modificado ante pedido do prejudicado com audiência da parte interessada (Lei n. 6.015/ 73, arts. 212, 213 e 216). • Prejudicado pode requerer retificação por meio de processo próprio para corrigir registro que não corresponda à realidade, em razão de fatos lançados inexatamente em relação à identidade do titular ou do objeto. • Interessado pode pleitear prestação corregedora, corrijindo erro registrário, sem substituição de um registro por outro, ou cancelamento deste. 26 • Nulidade do registro não impede produção de efeitos enquanto não for cancelado. • Preciso primeiro promover cancelamento do registro para perda de eficácia. • Cancelamento visa declarar sem efeito qualquer ato registrário, extinguindo direito a que se refere. • Cancelamento efetuado mediante averbação, assinada pelo oficial, que declara o motivo determinante e o título em razão do qual foi feito. Efeito do cancelamento do registro
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