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RESPOSTAS DOS CASOS CONCRETOS 01 A 16 DE DIREITO TRIBUTÁRIO II reduzido

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CASO 01 – “José Manuel contratou um contador para fazer a sua declaração de imposto de renda. (...)”
1. O caso concreto trata de que espécie de lançamento?
RESPOSTA: O caso concreto trata de um exemplo de lançamento por homologação, onde o sujeito passivo antecipa o pagamento do tributo sem qualquer exame da autoridade administrativa. (art. 150, CTN)
2. A inscrição é regular ou deveria haver alguma notificação prévia?
RESPOSTA: O STJ possui jurisprudência consolidada em súmulas no sentido de que o tributo declarado e não pago legitima o Fisco a proceder atos de cobrança sem qualquer notificação do contribuinte, e ainda que a entrega da declaração reconhecendo o débito com a ausência do pagamento posterior legitima a recusa de expedição de certidão negativa ou positiva com efeito de negativa pelo Fisco. (súmulas 436 e 446 do STJ)
CASO 02 – “Cremildo Bulgar impetra Mandado de Segurança com pedido de Liminar para suspender a exigibilidade do crédito tributário referente ao imposto de renda, que monta em R$20.000,00. (...)”
a. Nas condições apresentadas, a Execução Fiscal deve ser extinta sem resolução de mérito?
RESPOSTA: De fato, a Liminar em MS suspende a exigibilidade do crédito tributário, porém o caso narra que houve a denegação da segurança com a consequente cassação da liminar. Sendo assim, a extinção da execução não é adequada, visto que o simples fato de ter havido a interposição de apelação não garante a preservação dos efeitos da Liminar, uma vez que a lei prevê que este recurso possui efeito meramente devolutivo. 
b. Quais os efeitos da sentença denegatória da segurança?
RESPOSTA: Os efeitos são imediatos e retroativos.
c. No caso em tela é cabível a incidência de juros e correção monetária? 
RESPOSTA: A legislação prevê que quando houver o deferimento de Liminar ocorrerá a interrupção da incidência de multa de mora. Porém, o STJ entende que sendo a Liminar cassada incidirá multa de mora durante todo o período que tramitou a ação. (art. 63, §2º da Lei 9.439/96 e Resp. 839962)
CASO 03
(...) CIA AÉREA VOE BEM.
(...) Enfrente todos os argumentos trazidos pelas partes e aborde, com fundamento na doutrina, na legislação e na jurisprudência, se são procedentes ou improcedentes as alegações apresentadas. 
RESPOSTA: De fato, o CTN afirma que nos impostos indiretos a legitimidade do contribuinte para pleitear uma eventual devolução dependerá de expressa autorização do terceiro a quem foi transferido o encargo (contribuinte de fato). Contudo, o próprio CTN faz a ressalva da possibilidade de o contribuinte de direito prescindir dessa autorização quando o valor do imposto não tenha sido embutido no preço da mercadoria ou serviço. Assim, como o caso concreto narra que o preço tabelado pelo DAC não considerou o ICMS, a empresa tem legitimidade para pleitear a restituição. 
Em relação ao pedido de restituição em dobro, assiste razão a Fazenda, visto que o CTN não prevê restituição em dobro, mas apenas a restituição com correção monetária. (art. 167, CTN)
	Em relação ao prazo prescricional para ajuizar a ação de repetição do indébito, o CTN dispõe do prazo de 05 anos a contar da extinção do crédito tributário. No que se refere aos tributos lançados por homologação, como o ICMS, o STJ firmou tese dos 05+05, que corresponde ao prazo de 05 anos que a Fazenda tem para homologar o pagamento antecipado destes tributos e a partir desta homologação começaria a fluir os 05 anos para que o contribuinte ajuizasse a ação repetitória. Este posicionamento é adotado até a edição da LC 118/2005, que veio a alterar a interpretação do art. 168, I do CTN, afirmando textualmente que o direito a restituição dos tributos lançados por homologação não mais teria termo a quo na data da homologação, mas sim da data do pagamento antecipado. 
CASO 04 – “Em 10/05/2010, a fiscalização estadual lavrou auto de infração e notificou a empresa COMÉRCIO DE BRINQUEDOS EDUCATIVOS ABC LTDA. para recolher ICMS relativo a fatos geradores ocorridos no período de 01/06/2008 a 31/12/2008. (...)”
a. Procede a alegação de decadência? Se positivo, quando ocorreu?
RESPOSTA: Não ocorreu a decadência, pois o lançamento se deu em 10/05/2010, com a lavratura do Auto de Infração, e antes de esgotado o quinquênio previsto no art. 173, I do CTN. 
b. Procede a alegação de prescrição? Se positivo, em que data teria ocorrido?
RESPOSTA: Ocorreu a prescrição, nos termos do art. 174 do CTN, já que entre a data da notificação da decisão definitiva (15/10/2010) e o ajuizamento da execução fiscal (29/11/2016), transcorreu mais de 05 anos.
c. Quais as causas de suspensão e as de interrupção do prazo prescricional da ação de cobrança do crédito tributário?
RESPOSTA:
-- Causas de suspensão: art. 151, CTN; art. 2º, §3º e art. 40 da LEF
SUSPENSÃO: MOratória, DEpósito do montante integral, REcursos administrativos, COncessão de liminar em MS, COncessão de tutela de urgência, PArcelamento. Inscrição em Dívida Ativa (por 180 dias ou até que seja distribuída a execução fiscal). Nos casos em que o devedor não for encontrado ou não houver bens a penhorar (por 01 ano). 
-- Causas de interrupção: art. 174, pu do CTN; art. 8º, §2º da LEF
INTERRUPÇÃO: “A prescrição se interrompe: pelo despacho do juiz que ordenar a citação em execução fiscal; pelo protesto judicial; por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor; por qualquer ato inequívoco ainda que extrajudicial, que importe em reconhecimento do débito pelo devedor.” (pu do art. 174, CTN)
d. Esgotado o prazo prescricional dessa ação, o que se extingue?
RESPOSTA: A prescrição tributária extingue o direito de ação e o próprio crédito tributário. 
e. A prescrição pode ser reconhecida de ofício pelo juízo?
RESPOSTA: Sim, na forma do art. 921, §5º do NCPC.
“O Juiz, depois de ouvidas as partes, no prazo de 15 (quinze) dias, poderá, de ofício, reconhecer a prescrição de que trata o §4º e extinguir o processo.”
CASO 05 – “Em 2013, determinado Município concedeu isenção de ISSQN, por 10 (dez) anos, para as empresas prestadoras de serviços que viessem se instalar naquele território, (...).”
a. Este caso concreto refere-se a qual espécie de isenção?
RESPOSTA: O caso concreto trata de isenção onerosa, por prazo certo, subjetiva, condicionada a despacho da autoridade administrativa. 
b. Pode esta isenção ser revogada? Qual(is) princípio(s) deve(m) ser observado(s)?
RESPOSTA: O CTN estabelece que as isenções onerosas concedidas por prazo certo geram direito adquirido à fruição do benefício, pelo prazo estipulado para aqueles que cumpram as condições legais. Isso não significa que a lei não possa ser revogada. Ocorre que se a isenção for onerosa e por prazo certo, aqueles contribuintes que, antes da revogação da lei, tiverem cumprido os requisitos exigidos para fruição do benefício, terão direito a goza-lo pelo prazo estabelecido, mesmo depois de a lei ter sido revogada, em observância aos princípios da segurança jurídica e do direito adquirido. 
c. É possível o ajuizamento de alguma ação para evitar a revogação da isenção mencionada no caso concreto? Caso positivo, qual(is)?
RESPOSTA: É possível a impetração do MS com pedido de liminar, mas não para evitar a revogação da lei, e sim para resguardar o direito adquirido das empresas que tiveram o benefício deferido, para que a lei revogadora não atinja a essas pessoas. (art. 178, CNT e súmula 544, STF)
CASO 06 – “Em dificuldade para saldar seus débitos, inclusive tributários, a sociedade comercial IRMÃOS TAVARES & CIA LTDA., (...)”
a. São válidos esses atos de alienação? Em que circunstâncias?
RESPOSTA: O CTN estabelece a presunção de fraude a execução dos atos de alienação e oneração de bens do sujeito passivo da obrigação tributária, praticados após a inscrição do crédito em dívida ativa. Assim, os atos do sócio gerente são nulos de pleno direito, a não ser que haja reservado outros bens suficientes para assegurar a execução.
b. Pode a Fazenda Públicarequerer a falência da sociedade? 
RESPOSTA: A Fazenda Pública não tem legitimidade e interesse para requerer a falência da sociedade devedora, visto que a execução fiscal goza de especificidades e privilégios da LEF. 
c. É possível ao Fisco determinar à instituição bancária que lhe forneça os dados das movimentações da sociedade e do sócio gerente para buscar identificar as irregularidades, independente de autorização judicial?
RESPOSTA: Sim, a Fazenda Pública pode determinar que a instituição bancária forneça os dados da sociedade e do sócio gerente, não restando a instituição bancária qualquer faculdade no fornecimento destas informações, conforme art. 197, II do CTN.
(RE 601314; ADI 2386, 2390, 2397, 2859)
CASO 07 – “João Guimarães é sócio da empresa IMOBILIÁRIA IRMÃOS GUIMARÃES LTDA. e recebe uma citação em execução fiscal em razão de ser sócio gerente desta. (...)”
É necessário o incidente de desconsideração da personalidade jurídica?
RESPOSTA: Existe divergência doutrinária sobre o tema, porém o Enunciado 53 da Escola de Formação e Aperfeiçoamento da Magistratura Nacional é pela desnecessidade do incidente de desconsideração da personalidade jurídica, previsto no art. 133 e seguintes do NCPC, em razão de sua incompatibilidade com o CTN e LEF.
CASO 08 - Como deve o Presidente do Conselho de contribuintes proceder? Deve exigir o mencionado depósito prévio administrativo? Responda de acordo com o entendimento
atual do Supremo Tribunal Federal.
RESPOSTA: O Presidente do Conselho deverá receber o recurso e realizar a distribuição do mesmo, ignorando a falta de depósito prévio. Isso porque o STF entende que a exigência de depósito ou arrolamento prévios de dinheiro ou bens como condição de admissibilidade de recurso administrativo é inconstitucional, pois fere o direito de petição, ampla defesa e contraditório. (Súmula vinculante 21, STF)
CASO 09 - Considerando a situação econômica do contribuinte, indique a medida judicial adequada para a impugnação do novo tributo e a garantia da certidão de regularidade fiscal necessária à sua participação na licitação, considerando a desnecessidade de dilação probatória e indicando todos os fundamentos jurídicos aplicáveis ao caso.
RESPOSTA: A medida judicial adequada é o MANDADO DE SEGURANÇA, uma vez que se trata de direito líquido e certo, e a medida não comporta condenação em honorários advocatícios, nem produção de provas. É necessário o pedido de liminar para assegurar que o novo tributo não poderá impedir o impetrante de obter a certidão de regularidade fiscal. Quanto ao mérito, a taxa é inconstitucional por ferir o princípio da legalidade, o princípio da anterioridade anual, o princípio da noventena, bem como pelo serviço de segurança pública não corresponder a serviço público específico e divisível. 
CASO 10 – (...) Posteriormente, tendo em vista notícias veiculadas a respeito da possibilidade desse pagamento ter sido indevido, Caio decide procura-lo(a) com o objetivo de obter a restituição dos valores pagos indevidamente. 
RESPOSTA: Deverá ser ajuizada AÇÃO DE REPETIÇÃO DE INDÉBITO, uma vez que se pretende a restituição do empréstimo compulsório pago indevidamente. No mérito, o tributo é inconstitucional, visto que deveria ter sido instituído por LEI COMPLEMENTAR. Outrossim, houve a violação ao princípio da anterioridade anual e nonagesimal, pois o empréstimo compulsório referente a investimento público não é exceção a estes princípios. 
CASO 11 - 
A majoração da alíquota do imposto de importação poderia se dar por meio de um ato do Poder Executivo?
RESPOSTA: Sim, pois o IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO é exceção ao princípio da legalidade e sua alíquota pode ser majorada por meio de decreto do Poder Executivo, em razão da sua natureza extrafiscal. 
O Governo Federal agiu legalmente ao exigir a alíquota majorada do imposto de importação no mesmo exercício financeiro?
RESPOSTA: Sim, por ser um imposto que tem como função regular o mercado, o imposto de importação é exceção ao princípio da anterioridade.
Neste caso concreto, qual seria a alíquota aplicável? Indique sempre todos os fundamentos.
RESPOSTA: A alíquota será de 15%, uma vez que a legislação dispõe que considerasse ocorrido o fato gerador na data do registro na repartição aduaneira, da declaração do sujeito passivo. 
CASO 12 – (...) Com receio de sofrer outras cobranças do ICMS e novas retenções, e também pretendendo a rápida liberação das mercadorias já apreendidas, uma vez que elas são essenciais para a continuidade de suas atividade, a sociedade empresária Zeta o procura para, na qualidade de advogado, indicar a petição cabível, ciente de que, entre a retenção e a constituição do advogado, há período inferior a 120 (cento e vinte) dias, e que, para a demonstração dos fatos, há a necessidade, apenas, de prova documental que lhe foi entregue.
RESPOSTA: A ação cabível é o MANDADO DE SEGURANÇA, diante da existência de prova pré-constituída, ausência do decurso do prazo de 120 dias da 1ª apreensão das mercadorias, e impossibilidade da condenação de honorários advocatícios. No mérito, deveria ser arguido que não incide o ICMS nos deslocamentos entre estabelecimentos do mesmo contribuinte, conforme jurisprudência do STJ (Súmula 166). Ademais, a apreensão de mercadorias como meio coercitivo para pagamento de tributos é ilegal, conforme jurisprudência do STF (súmula 323). Destaca-se a necessidade da liberação imediata das mercadorias para não prejudicar as atividades da empresa, razão pela qual o pedido de LIMINAR deve ser feito. 
CASO 13 – O BANCO DO BRASIL S/A promove ação anulatória perante o Município de Goiânia para obter a declaração de nulidade de auto de infração, lavrado pelo não recolhimento do ISSQN, sobre serviços bancários não incluídos na lista anexa a Lei 116/03. Como fundamento de sua pretensão invoca a impossibilidade de aplicação de analogia para exigir pagamento de tributo não previsto na lei, consoante previsão do art. 108, §1º, CTN. O Município de Goiânia, em sede de contestação, resiste à pretensão autoral sob a justificativa de que o caso é aplicação extensiva da lei e não de analogia. Com quem está a razão. Resposta fundamentada.
RESPOSTA: A razão está com a Fazenda Pública Municipal, uma vez que o entendimento sedimentado perante o STJ é de que a lista anexa à Lei Complementar 116/2003, embora taxativa, admite interpretação extensiva de quanto à compreensão do que sejam serviços congêneres, não se tratando, portanto, de analogia. 
CASO 14 – A Companhia Rio de Lata apresentou cálculos para depósito da indenização total fazendo incidir imposto de renda sobre o valor total e manifestando-se pelo seu dever de fazer recolhimento, por determinação legal. Neste caso concreto, responda às seguintes perguntas:
Possui a Companhia o dever de recolher o imposto?
RESPOSTA: Sim, uma vez que a retenção do imposto de renda deve ser feita nas hipóteses em que o sujeito passivo saia vencedor em demanda judicial e a natureza das verbas forem de acréscimo patrimonial. 
Incide imposto de renda sobre todas estas verbas?
RESPOSTA: Não, o Imposto de Renda incidirá apenas sobre os lucros cessantes que correspondem ao que o contribuinte deixou de ganhar em virtude dos efeitos do dano, o que seria normalmente tributado. Isto porque não incide Imposto de Renda sobre verbas de natureza indenizatória. (Súmula 498 do STJ) 
CASO 15 – Determinado proprietário de veículo automotor ajuíza ação anulatória de lançamento do IPVA, tendo como argumentos o texto do artigo 146, inciso III da CREFB/88, e a ausência de dispositivos no Código Tributário Nacional acerca do IPVA. Entende o proprietário do veículo automotor que os Estados não podem inovar a ordem jurídica na ausência de Lei Complementar sobre o tributo em exame, já que a tributação não teria suporte constitucional. A liminar pleiteada foi indeferida. O Estado do Rio de Janeiro apresenta contestação, defendendoa tributação em comento, já que a ausência da Lei Complementar geral não impossibilita a cobrança do IPVA. Decida a questão, declinando os fundamentos jurídicos pertinentes. 
RESPOSTA: A ação anulatória não merece ser acolhida, uma vez que na ausência de normas gerais com temas não enfrentados pela União, os Estados possuem competência plena para legislar sobre as matérias de sua competência (art. 24, $3º da CF e art. 34, $3º do ADCT). 
CASO 16 - (...) Indaga-se:
Há incidência do ITCMD na sucessão provisória?
RESPOTSA: Segundo a jurisprudência do STF, é legítima a incidência do ITCMD no inventário por morte presumida. 
3w
Há incidência do ITCMD na devolução do patrimônio a João Manuel? 
RESPOSTA: Só será possível a restituição se a legislação estadual assim dispuser, como ocorre por exemplo no Distrito Federal.