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Direito Administrativo Cap.16 Administração Pública

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IOB – 2015 
Direito Administrativo – Irene Nohara 
 
CAPÍTULO 16: ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
 
1. Sentido Formal e Sentido Material 
O Direito Administrativo é o ramo do direito público que trata de princípios e regras que 
disciplinam a função administrativa. Essa atuação abrange entes, órgãos, agentes e atividades 
desempenhadas pela Administração Pública na consecução do interesse coletivo. 
Para Lúcia Valle Figueiredo, a função administrativa consiste no dever do Estado, ou quem aja 
em seu nome, de dar cumprimento, no caso concreto, aos comandos normativos, de maneira 
geral ou individual. Ainda, segundo a autora, essa atuação deve perseguir fins públicos e 
ocorre sob o regime prevalente de direito público e mediante controle. 
O regime jurídico administrativo possui características que decorrem de prerrogativas e 
sujeições, englobando também as entidades que possuem natureza jurídica de direito público 
e de direito privado. Quanto aos demais poderes, estes também desempenham a função 
atípica, exercendo a função administrativa. 
O sentido subjetivo, formal ou orgânico da Administração Pública pode ser entendido a partir 
do conjunto de seus órgãos e pessoas. No sentido objetivo, material ou funcional, a 
administração pública (grafada em minúsculo), compreende a atividade desempenhada sob o 
regime de direito público para a consecução de interesses coletivos, ou seja, a função 
administrativa. 
Quando se estuda administração direita e indireta sob o enfoque subjetivo, primeiro, surge a 
desconcentração dos entes e, depois, a criação de novas entidades, resultando na 
descentralização. Quanto ao enfoque objetivo, o tipo de atividade que as entidades 
desempenham é que será analisado, p.ex., intervenção no domínio econômico (é excepcional), 
fomento, serviços públicos, poder de polícia (polícia administrativa). 
A palavra administração tem um sentido amplo, significando planejamento, comando ou 
direção (governo) + execução (administração pública). Tem também um sentido restrito que 
significa execução da lei (só administração pública), isto é, são órgãos administrativos no 
desempenho da função administrativa. 
Exercício 86. (Esaf – 2006 – Assistente Jurídico da União) A Administração Pública, em sentido 
objetivo, no exercício da função administrativa, engloba as seguintes atividades, exceto: 
a) Polícia administrativa. 
b) Serviço administrativo. 
Xc) Elaboração legislativa, com caráter inovador. 
d) Fomento a atividades privadas e de interesse público. 
e) Intervenção no domínio econômico. 
 
2. Administração Direta 
A organização administrativa do Estado possui estrutura burocrática e, embora a reforma 
administrativa tentasse combater essa sistemática, alguns aspectos do Decreto-lei nº 
200/1967 permanecem até a atualidade. 
A desconcentração é o meio pelo qual a administração tem de se especializar, dentro da 
estrutura de seu respectivo ente. A administração direta compreende as pessoas jurídicas 
políticas, sendo a União, Estados, Distrito Federal e Municípios, além de órgãos que integram 
tais pessoas pelo fenômeno da desconcentração. 
A Teoria do Mandato e a Teoria da Representação foram superadas pela Teoria do Órgão 
(Otto Gierke) que foi criada para acompanhar o modo com que o Estado manifesta sua 
vontade por meio de órgãos, tendo em vista a realização orgânica no âmbito da Administração 
Pública. 
Segundo Hely Lopes Meirelles, a definição de órgãos equivale a “centros de competência 
instituídos para o desempenho de funções estatais, por intermédio de seus agentes, cuja 
atuação é imputada à pessoa jurídica que a pertencem”. Já a definição de órgão, com previsão 
legal no art. 1º, § 2º, I, da Lei nº 9.784/1999 define órgão como “unidade de atuação 
integrante da estrutura da Administração Direta e da estrutura da Administração Indireta”. 
Atenção: também a AP Indireta pode se desconcentrar, mas ela em si é um produto da 
descentralização da AP Direta. 
A criação e a extinção do órgão público depende de lei, que será de iniciativa do Chefe do 
Poder Executivo, nos termos do art. 61, § 1º, da Constituição Federal. No mesmo sentido, a 
Emenda Constitucional nº 32/2001 alterou o art.84, VI, a, CF para vedar a criação ou extinção 
de órgãos públicos por decreto. 
Segundo art. 4º do Decreto-lei nº 200/1967, com redação da Lei nº 7.596/1987, a 
Administração Direta constitui-se pelos serviços integrados na estrutura administrativa da 
Presidência da República e dos Ministérios. 
HLM define desconcentração como a “repartição de funções entre vários órgãos 
(despersonalizados) de uma mesma Administração, sem quebra de hierarquia”. 
CABM apresenta os seguintes critérios para a desconcentração: 
- Em razão da matéria: órgãos para tratar de assuntos determinados, ex., Secretarias e 
Ministérios. 
- Em razão do grau: níveis em escalões, ex., Diretor de Departamento, Chefes de Seção. 
- Em razão do território: atividades pela localização da repartição, p.ex., regionais de 
Prefeituras, Delegacia Regional da Saúde etc. 
Exercício 87. (Cesgranrio – 2012 – Advogado – CEF) A técnica de organização e distribuição 
interna de competências entre vários órgãos despersonalizados dentre de uma mesma pessoa 
jurídica e que tem por base a hierarquia denomina-se: 
a) Descentralização. 
Xb) Desconcentração. 
c) Outorga. 
d) Delegação. 
e) Coordenação. 
 
3. Administração Direta e o Processo de Descentralização 
Conceitua-se a descentralização como a distribuição de competências de uma para outra 
pessoa, que pode ser física ou jurídica. Nesse caso, ocorre a quebra de hierarquia, 
pressupondo a existência de pelo menos duas pessoas jurídicas. São categorias básicas de 
descentralizações as políticas, envolvendo entes federativos com autonomia decorrente da 
Constituição e as administrativas. As descentralizações administrativas dividem-se em 
descentralização geográfica ou territorial, descentralização por serviços, funcional ou técnica e 
descentralização por colaboração. Na descentralização geográfica, utilizado em países como 
Bélgica ou França, que possuem forma de Estado unitária, apesar de personalidade de direito 
público, há o controle ou ingerência estatal. O art. 37, XIX, da CF, estabelece que somente por 
lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de 
sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, 
definir as áreas de suas atuação. A Administração Indireta compreende as autarquias, as 
fundações, as empresas públicas, as sociedades de economia mista e também o consórcio 
(Associação Pública) regido pela Lei nº 11.107/2005. 
Exercício 88. (Cespe – 2013 – TRE – MS) A respeito da organização administrativa e da 
administração direta e indireta, assinale a opção correta: a) A chamada centralização 
desconcentrada é a atribuição administrativa cometida a uma única pessoa jurídica dividida 
internamente em diversos órgãos. b) A estrutura básica da administração direta na esfera 
estadual é composta pelo chefe do Poder Executivo, que tem como auxiliares os ministros de 
Estado. c) Sociedade de economia mista, empresa pública e fundação pública de direito 
público são categorias abrangidas pelo termo empresa estatal ou empresa governamental. d) 
A criação de uma diretoria no âmbito interno de um Tribunal Regional Eleitoral (TRE) configura 
exemplo de descentralização administrativa. e) A administração direta é composta de pessoas 
jurídicas, também denominadas entidades, e a administração indireta, de órgãos internos do 
Estado. 
 
4. Autarquias Autarquia vem do grego (autos-archia) e significa comando de si mesmo. O 
termo define, na atualidade, umaespécie de descentralização por serviços que abarcam os 
entes da Administração Indireta. Sua definição legal tem previsão no art. 5º, I, do Decreto-lei 
nº 200/1967, conceituando autarquia como o serviço autônomo, criado por lei, com 
personalidade jurídica, patrimônio e receitas próprios, para executar atividades típicas da 
Administração Pública. A doutrina faz uma crítica a respeito dessa definição legal, visto que 
não menciona a natureza jurídica pública da autarquia. A autarquia é criada por lei, possui 
personalidade e natureza jurídica públicas, tem capacidade de autoadministração e possui 
especialização dos fins ou das atividades e sujeição ao controle de tutela. Quanto à 
classificação no âmbito federativo, as autarquias são federais, estaduais, distritais e 
municipais. Quanto ao objeto, as autarquias podem ser de fomento, previdenciárias, culturais, 
profissionais ou corporativas, ambientais, de controle (reguladoras) e administrativas 
(Inmetro). 180 Direito Administrativo Com relação ao regime jurídico, as autarquias se dividem 
em comuns ou autarquias especiais, sendo as universidades e agências reguladoras. Vale 
destacar que a OAB possui natureza sui generis conforme Ação Direta de Inconstitucionalidade 
nº 3.026/2006. Dessa forma, esta entidade não é considerada uma autarquia. São 
prerrogativas do regime público: a prescrição quinquenal, as prerrogativas de prazos dilatados, 
os bens que seguem o regime jurídico público, as dívidas cobradas por precatório e o reexame 
obrigatório. Dentre as sujeições inerentes à autarquia: o concurso público, necessário desde o 
advento da CF/1988, a licitação para contratações, a prestação de contas e a responsabilidade 
objetiva prevista no art. 37, § 6º, da CF. Exercício 89. (Esaf – 2004 – MRE) Conceitualmente, o 
que assemelha autarquia de fundação pública é circunstância jurídica de ambas: a) Serem 
órgãos da estrutura do Estado. b) Serem um patrimônio personificado. c) Serem um serviço 
público personificado. d) Serem entidades da Administração Indireta. e) Terem personalidade 
de direito privado. 5. Agências Reguladoras Conhecido por agencificação brasileira o fenômeno 
que se intensificou no final da década de 90, tendo como pressupostos a globalização e o 
ajuste fiscal e inspiração nas agências norte-americanas. Essa entidade está localizada entre o 
governo, mas também está responsável por articular a participação popular e outros setores 
interessados em influenciar o próprio governo. Quanto à natureza jurídica, as autarquias 
qualificadas com regime especial, definido segundo suas leis instituidoras, regulam e fiscalizam 
assuntos atinentes às respectivas esferas de atuação. O regime especial confere mandato fixo 
ao dirigente, não coincidente como regra ao mandato do Chefe do Executivo e sua 
impossibilidade de exoneração ad nutum por motivações políticas. Direito Administrativo 181 
A quarentena é uma medida que evita a assimetria de informações, sujeitando-se a responder 
por improbidade administrativa, crime de advocacia administrativa, sem prejuízo de outras 
sanções administrativas e civis. A contagem da quarentena genérica, conforme art. 8º da Lei nº 
9.984/2000, é de quatro meses, contados da exoneração ou término do mandato. Conta-se 
para as específicas, a regra definida em lei, via de regra, de doze meses. O dirigente receberá 
uma indenização referente ao período da quarentena, uma vez que ficará sem poder exercer 
atividade correlata até o término da quarentena. Exercício 90. (Vunesp – 2013 – MPE – 
Analista – ES) Sobre as agências reguladoras, é correto afirmar que: a) Seus dirigentes são 
nomeador em cargo de confiança e podem ser exonerados ad nutum. b) Seus servidores são 
submetidos ao regime jurídico de trabalho celetista. c) As decisões das agências devem ser 
referenciadas pelo respectivo chefe do Poder Executivo. d) As decisões proferidas pelas 
agências são em caráter definitivo, não podendo ser questionadas no Poder Judiciário. e) Estão 
sujeitas à tutela ou controle administrativo exercido pelo Ministé- rio a que se encontrem 
vinculadas. 6. Associações Públicas O art. 241 da Constituição Federal, com redação dada pela 
EC nº 19/1998, define consórcio como a gestão associada de serviços públicos, bem como a 
transferência total ou parcial de encargos, serviços, pessoal e bens essenciais à continuidade 
dos serviços transferidos. Vale mencionar que os consórcios foram inspirados no Direito dos 
Tratados Internacionais. A Lei nº 11.107/2005 atribui personalidade jurídica de direito público, 
nos termos do art. 6º, § 1º; o consórcio integra a Administração Indireta de todos os entes da 
federação associados (associação pública). A natureza jurídica dos consórcios é autárquica e 
suas prerrogativas estão previstas no art. 2º, § 1º, II, com a possibilidade de promover 
desapropriações e instituir servidões. 182 Direito Administrativo Possui, ainda, atribuições de 
poder concedente, delegando concessão, permissão ou autorização de obras ou serviços 
públicos, desde que haja autorização prevista no contrato de consórcio público. A vantagem 
dessa associação consiste na possibilidade de contratação pela Administração com dispensa de 
licitação, sendo observado o dobro do limite do valor na contratação direta (Lei nº 8.666/1993 
art. 24, I e II) Quanto à prestação de contas, sujeita-se à fiscalização contábil, operacional e 
patrimonial pelo Tribunal de Contas competente. Também se verifica a legalidade, 
legitimidade e economicidade das despesas, atos, contratos e renúncia de receitas. Exercício 
91. (2011 – MPE – Promotor – RJ) A União Federal, um Estado-membro e doze Municípios de 
uma mesma região firmaram protocolo de intenções, expressando seu objetivo de 
implementar a gestão associada de determinado serviço público, e constituíram uma 
associação pública após a ratificação do protocolo por lei. Diante desses elementos, foi 
constituído: a) Convênio personalizado. b) Convênio de cogestão. c) Consórcio público. d) 
Convênio administrativo. e) Consórcio despersonalizado. 7. Administração Indireta – Bens e 
Composição – Bens do Consórcio – Natureza Jurídica dos Bens e Consequências A 
Administração Indireta é composta pelas pessoas jurídicas de Direito Público, como as 
autarquias, que incluem as agências reguladoras e associações públicas que, por sua vez, são 
compostas por entidades multifederadas (consórcio público). As autarquias fundacionais 
possuem natureza jurídica de Direito Público, também integram a Administração Indireta. Via 
de regra, no consórcio, há transferência da titularidade dos bens à pessoa jurídica consorciada, 
salvo se houver previsão expressa no contrato de consórcio, nos termos do art. 11, § 1º, da Lei 
de Consórcios Públicos. Direito Administrativo 183 No caso de a gestão associada originar a 
transferência total ou parcial de encargos, serviços, pessoal e bens essenciais à continuidade 
dos serviços transferidos, o Contrato de Programa, sob pena de nulidade, deverá preencher 
alguns requisitos. Como normalmente ocorre nos contratos administrativos, deverá trazer a 
identificação dos bens que terão apenas a sua gestão e administração transferidas e o preço 
dos bens que sejam efetivamente alienados pelo contratado. Quanto à natureza jurídica dos 
bens que constituem a associação pública, que é uma entidade de Direito Público, seria de 
bens públicos, pela própria definição do art. 98 do Código Civil. Dessa forma, a consequência 
da composição dos bens é encontrada no Regime Jurídico de Bens previsto no Direito Público, 
prevendo a inalienabilidade; se o bem estiver afetado, a impenhorabilidade, a 
imprescritibilidade, a não oneração com direitos reais de garantia. Pela composição, os bens 
móveis e imóveis que integram as autarquiassão transferidos pela pessoa política instituidora. 
Quanto à pessoa jurídica de direito privado, se a composição do bem recair sobre bens 
privados, haverá um regime privatístico estabelecendo seu regramento. Segundo Celso 
Antônio Bandeira de Mello, se a pessoa privada prestar serviço público, os bens terão natureza 
pública se estiverem afetados. 8. Administração Indireta – Pessoa Jurídica de Direito Público e 
Pessoa Jurídica de Direito Privado – Fundações Públicas de Direito Privado – Criação do Ente de 
Direito Privado – Empresas Públicas – Sociedade de Economia Mista Administração Indireta: – 
pessoa jurídica de direito público: autarquias, autarquias fundacionais (fundações de direito 
público, instituídas pelo Poder Público); – pessoa jurídica de direito privado: empresas públicas 
e sociedades de economia mista + fundações públicas de direito privado (para parte da 
doutrina, ex.: Di Pietro e Hely Lopes Meirelles). 184 Direito Administrativo Patrimônio 
personalizado destinado a um fim. Fundações de direito privado instituídas por particulares. 
Criada por escritura pública ou testamento. Registro no estatuto no cartório. Ministério 
Público – Promotoria de Justiça das Fundações: é o órgão fiscalizador das fundações privadas 
instituídas por particulares. Salvo determinação diferente do instituidor, se os bens não são 
suficientes – bens incorporados em outra fundação de fins iguais ou semelhantes (art. 63 do 
CC). Fundação: área de atuação – Lei Complementar. Entende-se que a lei complementar 
definirá as áreas de atuação das fundações. Tramita na Câmara dos Deputados Projeto de Lei 
Complementar para definir as áreas de atuação das fundações instituídas pelo Poder Público. 
Fundação pública de direito privado. Apesar da natureza privada, não tem fins lucrativos. 
Paralelismo das formas: criação – extinção. Em vez da fiscalização pelo MP, há a supervisão 
ministerial ou tutela. Exercício 92. (Esaf – AFT – 2006) A doutrina sempre considerou muito 
complexa a figura das fundações no âmbito da Administração Pública brasileira. Em verdade, 
foi constante, ao logo dos anos, a evolução dessa espécie organizacional. No atual estágio, 
assinale o conceito correto a respeito das diversas categorias dessa entidade. a) A fundação 
pública de direito público tem natureza autárquica e integra a Administração Pública Direta. b) 
A fundação de apoio às instituições federais de ensino superior tem natureza de direito 
privado e integra a Administração Pública Indireta. c) A fundação pública de direito privado 
vincula-se ao regime jurídico -administrativo e integra a Administração Pública Indireta. d) A 
fundação previdenciária tem personalidade jurídica de direito público e vincula-se ao regime 
jurídico administrativo. e) A fundação pública de direito privado equipara-se, em sua natureza 
jurídica, à sociedade de economia mista. Direito Administrativo 185 9. Fundações Públicas – 
Divisões – Fundações Públicas de Direito Privado – Prerrogativas Processuais e Derrogações 
Fundações públicas de direito privado: – seus bens são penhoráveis; – a lei não cria, mas 
autoriza a criação, havendo necessidade do registro; – caso não desenvolvam serviço público, 
hipótese em que tenderiam a ser consideradas autarquias fundacionais, responderão 
subjetivamente pelos danos que seus funcionários causarem; – não têm prerrogativas 
processuais; – o regime de contratação é o da CLT, sendo competente a Justiça do Trabalho 
para dirimir conflitos. Derrogações: – fiscalização pelos Tribunais de Contas; – seus empregos 
não são acumuláveis – proibição contida no art. 37, XVII, da CF; – remunerações obedecem ao 
teto constitucional do art. 37, XI, da CF; – realização, como regra, de concurso público; – 
submissão à Lei de Licitações (art. 37, XXI); – imunidade tributária em relação aos serviços, 
bens e rendas vinculadas a suas finalidades essenciais ou delas decorrentes, art. 150, § 2º; – 
não são extintas das formas de direito privado, mas por lei, que autoriza sua criação. 
Fundações de direito público: – Decreto-lei nº 2.299/1986: incluiu as fundações na 
Administração Indireta; – art. 5º, IV, do Decreto-lei nº 200/1967: fundação – entidade dotada 
de personalidade jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, criada em virtude de 
autorização legislativa. Problema: fundações que não eram só criadas/instituídas pelo Poder 
Público, mas por eles mantidas (por dotação orçamentária). Criadas a partir de fundos 
insuficientes e que ficavam na dependência de repasse de verbas diretamente no orçamento. 
Leading case: STF, RE nº101.126, de 1984: “Nem toda fundação instituída pelo Poder Público é 
fundação de direito privado. As fundações, instituídas pelo Poder Público, que assumem a 
gestão de serviço 186 Direito Administrativo estatal e se submetem a regime jurídico 
administrativo previsto, nos Estados-membros, por leis estaduais, são fundações de direito 
público e, portanto, pessoas jurídicas de direito público. Tais fundações são espécie do gênero 
autarquia.” Exercício 93. (Procurador Federal – Cespe – 2006) Acerca das fundações, julgue o 
item subsequente: As fundações públicas ligam-se à administração direta por um vínculo 
denominado, pela doutrina administrativa, tutela administrativa. 10. Empresas Públicas – 
Semelhanças das Estatais e Derrogações – Atuação no Mercado – Regime Jurídico – Definição 
de Empresas Públicas Estatal é toda sociedade, civil ou comercial, da qual o Estado tenha o 
controle acionário. – Empresas Públicas (EP); – Sociedades de Economia Mista (SEM); e – 
qualquer outra empresa controlada pelo Estado. Tanto a EP como a SEM: – exigem lei 
específica autorizando sua instituição (e extinção); – têm personalidade jurídica de direito 
privado; – exigência de concurso público – art. 37, II, da CF. – submissão à licitação, sendo que 
as que atuam no domínio econômico só atividades-meio (CABM); – responsabilidade criminal 
em crime próprio pelos empregados, que também respondem por improbidade 
administrativa; – vedada acumulação de cargos, empregos e funções (art. 37, XVII, da CF); – se 
receberem recursos públicos para pagamento de despesas de pessoal e para custeio em geral, 
aplicação do teto remuneratório (art. 37, XI, da CF); – não se sujeitam à falência, art. 2º, I, da 
Lei de Falências. Estatais: Intervenção estatal por participação – quando cria empresas que 
desenvolvem atividades de mercado, o que se justifica excepcionalmente no art. 173, diante 
de: Direito Administrativo 187 – imperativos da segurança nacional; ou – relevante interesse 
coletivo. Regime jurídico: Quando atuam no domínio econômico, seu regime jurídico é 
predominantemente privado. Art. 173, § 1º, II: regime próprio das empresas privadas, inclusive 
quanto a direitos e obrigações: – civis, comerciais, trabalhistas e tributários. – Art. 175, muda o 
regime dos bens (STF – Correios – RE nº 220.906), muda a responsabilidade (passa a ser 
objetiva, 37, § 6º, da CF). – Contudo, continuam sendo pessoas jurídicas de direito privado, 
mas, por exemplo, a dispensa da ECT (Correios) – condicionada à motivação (TST – SDI-I – 247). 
Exercício 94. (Analista Seger – ES – Cespe) A pessoa jurídica de direito privado criada por 
autorização legislativa específica, com capital formado unicamente por recursos de pessoas de 
direito público interno ou de pessoas de suas administrações indiretas, para realizar atividades 
econômicas ou serviços públicos de interesse da administração instituidora, nos moldes da 
iniciativa particular, é denominada: a) Fundação pública. b) Sociedade de economia mista. c) 
Subsidiária. d) Agência executiva. e) Empresa pública. 11. Sociedade de Economia Mista – 
Origem e Desenvolvimento – Proliferação das Estatais no Brasil – Definição de Sociedade deEconomia Mista Origem e desenvolvimento – Capitalismo mercantilista (séculos XVI, XVII): 
para fins de colonização – havia associação entre o capital do Estado e o dos particulares. 188 
Direito Administrativo – Capitalismo industrial: segundo Bilac Pinto, proliferação a partir da 
Alemanha, do modelo de sociedade de economia mista (século XIX e início do XX). Movimento 
Artigo – o declínio das sociedades de economia mista e o advento das modernas empresas 
públicas (RDA 32/9): 1. concessão de serviços públicos: cláusula de garantias de juros e 
extensão dada à teoria da imprevisão (Estado acabava participando das perdas); 2. sociedade 
de economia mista: mas não perfeito – conflito de interesses; 3. empresas públicas – década 
de 50, no mundo. Brasil Adoção com maior intensidade das concessões. Uma tentativa de 
remodelação da concessão foi o estabelecimento das PPP, que são concessões especiais: 
patrocinada e administrativa. Sociedade de economia mista é empresa estatal, dotada de 
personalidade jurídica de direito privado, criada após autorização legal específica, integralizada 
com a participação do Poder Público e de pessoas físicas e entidades não estatais na formação 
do capital e na administração, organizada sob a forma de sociedade anônima para o 
desenvolvimento de atividade econômica ou a prestação de serviços públicos. Exemplos: – 
Petrobras; – Eletrobras; – Banco do Brasil – com alguma divergência, pois foi criado em 1808, 
por alvará do Príncipe Regente, sem a autorização legislativa (exigência do Decreto-lei nº 
200/1967). Exercício 95. Integram a administração pública indireta as sociedades de economia 
mista, as quais podem ser criadas para prestação de serviço público ou para exploração de 
atividade econômica. Acerca disso, assinale a alternativa que apresenta característica de 
sociedade de economia mista que explora atividade econômica: a) Ser pessoa jurídica de 
direito privado composta por capital exclusivamente público. b) Sujeitar-se ao regime próprio 
das empresas privadas. Direito Administrativo 189 c) Possuir regime de pessoal no qual seus 
agentes são servidores públicos. d) Não se sujeitar ao controle externo. e) Possuir privilégios 
fiscais não extensíveis à iniciativa privada. 12. Empresa Pública x Sociedade de Economia Mista 
– Principais Diferenças e Semelhanças – Processamento e Julgamento das Estatais Federais 
Principais Distinções – EP/SEM: Semelhanças Ambas podem atuar: – tanto no domínio 
econômico; – como na prestação de serviços públicos. Exemplos que estão em evidência: – 
Petrobras: Sociedade de Economia Mista; – PPSA Pré-Sal Petróleo S.A. – Empresa Brasileira de 
Administração de Petró- leo e Gás Natural: gerenciar e fiscalizar contratos de exploração de 
petró- leo sob regime de partilha nos campos do pré-sal (ex.: Campo de Libra). Distinções O 
capital: a) da empresa pública – integralmente público (seja pela AD ou AI); b) da sociedade de 
economia mista – além do público, ele é integralizado também com dinheiro da iniciativa 
privada. Forma societária: a) empresa pública, qualquer configuração admitida pelo direito 
(S.A., Ltda., etc.); b) a sociedade de economia mista só pode adotar a forma de sociedade anô- 
nima, submetendo-se à Lei das S.A., com algumas derrogações de direito público. 
Processamento e julgamento das estatais federais: – art. 109, I, da CF (autarquia e empresa 
pública federal): empresa federal processada na Justiça Federal; – sociedades de economia 
mista (federal, estadual ou municipal) são processadas e julgadas na Justiça Estadual. 190 
Direito Administrativo Súmulas nos: – 556/STF: “É competente a Justiça Comum para julgar as 
causas que é parte sociedade de economia mista.” – 45/STJ: “Compete à Justiça Comum 
Estadual processar e julgar as causas cíveis em que é parte sociedade de economia mista e os 
crimes praticados em seu detrimento.” Súmula nº 517 do STF: “As sociedades de economia 
mista só têm foro na Justiça Federal, quando a União intervém como assistente ou oponente.” 
Não é verdadeira exceção, pois é a presença da União que desloca a competência comum 
estadual para a federal, e não a sociedade de economia mista, cuja regra é o foro da justiça 
comum estadual. Exercício 96. (Procurador do Estado – PB – 2008) Constitui elemento 
diferenciador entre sociedade de economia mista e empresa pública o(a): a) Regime jurídico 
de pessoal. b) Composição de capital. c) Patrimônio. d) Natureza da atividade. e) Forma de 
sujeição ao controle estatal.

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