Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
NBR 9289 - Cal hidratada para argamassas Determinação da finura (ABNT, 2000) Segundo Isaia (2010, p.696), “a cal é um ligante inorgânico, produzido a partir de rochas carbonáticas, composto basicamente de cálcio e magnésio, que se apresenta na forma de um pó muito fino. O endurecimento da cal ocorre por reação com CO2.” Por isso, tem baixa resistência à exposição continua à água e maior tempo de pega se comparado a outros aglomerantes. A cal tem várias aplicações na construção civil, tais como em argamassas, tintas, fabricação de isolantes térmicos, concretos asfálticos, etc. Seu uso gera vantagens como melhor trabalhabilidade e plasticidade da argamassa, maior potencial de aderência e grande capacidade de retenção de água, diminuindo fissuras na superfície aplicada. Neste ensaio, a finura do cal é determinada por meio do método de retenção de resíduos em peneiras. MATERIAIS E EQUIPAMENTOS UTILIZADOS Amostra de Cal hidratada Peneiras 0,600 mm (nº 30) e 0,075 mm (nº 200) Balança com resolução de 0,01g; Estufa (110±10)°C; Cápsulas; Cronômetro. PROCEDIMENTO DE ENSAIO Inicialmente formou-se o conjunto de peneiras composto pela de n°30 (0,600mm) e n°200 (0,075mm). Foi pesado uma amostra inicial de 50,03g de cal hidratada e despejado na peneira de 0,600mm. Segundo especificação da NBR 9289 (ABNT, 2000), no procedimento deveria ser utilizado o manômetro de 75mm a 100mm de diâmetro e o bocal pulverizador com 17 furos, para lavagem do material nas peneiras com pressão de 50 kPa, entretanto a pressão utilizada foi de uma torneira com pouca vazão, sem o uso dos outros equipamentos citados. Ao momento que a água passava pelas peneiras lavando a cal foi-se girando o conjunto para que alcançasse toda sua superfície, atentando para que não houvesse respingos de cal para fora do recipiente. Este processo foi feito por 5 minutos até que a água que passasse pelas peneiras estivesse limpa. Este processo permitiu que toda a cal passasse pelo conjunto de peneiras, retendo apenas as impurezas presentes. O material retido nas duas peneiras foi transferido para as cápsulas, aguardando a decantação em cima de um tabuleiro, com movimentos de tempo em tempo par que facilitasse sua descida. Após removido o excesso de água, o material foi colocado na estufa para a secagem. Após a secagem das amostras na estufa, o material seco foi pesado, obtendo os seguintes valores: Tabela X: Valores de Pesagem das Amostras Peneira Peso da cápsula vazia (g) Peso do material seco (g) Material retido (g) N°30 6,30 7,50 0,80 N°200 6,50 12,44 5,94 Fonte: acervo próprio (2017). Após a obtenção destes dados, pode-se calcular a finura da cal utilizando as seguintes equações: Onde: F30 = finura da peneira 0,600 mm (n 30) em %; F200 = finura da peneira 0,075 mm (n 200) em %; R30 = resíduo seco na peneira 0,600 mm (n 30) em gramas; R200 = resíduo seco na peneira 0,075 mm (n 200) em gramas; M = massa da amostra inicial em gramas. RESULTADOS E DISCUSSÕES Com estes valores em mãos, pode-se então calcular a finura da cal hidratada que é feito com a porcentagem média de resíduo seco retido em cada peneira, em relação à massa original da amostra. Utilizando as expressões citadas em 5.1, portanto: Assim, a finura encontrada para a peneira n°30 (0,600mm) é de 1,60% e a finura da peneira n°200 (0,075mm) é de 13,47%. Tabela X: Classificação do material Peneira % retida CH-I (%) CH-II (%) CH-III (%) N°30(0,600mm) 1,60 ≤ 0,5 ≤ 0,5 ≤ 0,5 N°200 (0,075mm) 13,47 ≤ 10 ≤ 15 ≤ 15 Fonte: acervo próprio (2017). A tabela acima apresenta a classificação do material, segundo a NBR 7175 (ABNT, 2003) que especifica os valores padrões aceitáveis para a aplicação cal hidratada. Sendo assim classificada como imprópria para o uso em argamassas, por conter a porcentagem de impurezas retidas na peneira N°30 maior do que 0,5%. A presença de uma porcentagem maior de impurezas do que a especificada na tabela acima, pode causar danos futuros ao material a ser aplicada, tais como perda da qualidade do revestimento, fissuras, inchamento, etc. Vale lembrar que a norma especifica o uso do manômetro para realizar o processo de lavagem do material nas peneiras com pressão definida, porém, a pressão utilizada foi de uma torneira, sem o uso dos outros equipamentos citados para promover exatidão em termos de pressão. É importante ressaltar também a possibilidade de perda de material na transferência de resíduos das peneiras para as cápsulas. Conforme a NBR 9289 (ABNT, 2000), este ensaio deveria ser feito no mínimo em duplicata, porém, foi executado somente uma vez. Estes fatores podem contribuir para as incertezas do ensaio. CONCLUSÃO Após a realização dos procedimentos citados e obtidos os resultados de finura de 1,60% para a peneira de 0,600mm e 13,47% para a peneira de 0,075mm. Além disso, a partir destes ensaios, pode-se verificar a existência de impurezas retidas na amostra, acima dos valores padrões, que são de 0,5% para a peneira de 0,600mm, podendo assim classificar a amostra como imprópria para aplicação em argamassas e revestimentos.
Compartilhar