Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE – FURG ESCOLA DE ENFERMAGEMENFERMAGEM EM CENTRO CIRÚRGICO ANESTESIA GERAL Mestranda em Enfermagem Kendra Castanha PREPARAÇÃO PRÉ-OPERATÓRIA 1-Avaliação do paciente. É necessário rever o prontuário do paciente, os dados laboratoriais, eletrocardiograma, raio x de tórax; Identificar o procedimento cirúrgico; Formulários e consentimentos (cirurgia, anestesia, uso de sangue); História pré-operatória; Exame físico; Dar a medicação pré-anestésica se apropriado. 2- Interação com o cliente e sua família 3- Obtenção de dados para o planejamento individualizado da assistência 4- Oferecer ao cliente informações objetivas com expectativas realistas sobre o processo anestésico e a cirurgia Antes da cirurgia é necessário saber de todas as condições clínicas do paciente, sua condição de saúde deve ser a melhor possível, para isso, se houver a necessidade poderá adiar a cirurgia se esta não for considerada de emergência. A anestesia mesmo em pacientes saudáveis comporta risco, os anestésicos gerais inalatórios são depressores do miocárdio – podem levar a diminuição da pressão arterial. Riscos de devem ser minimizados Adequada preparação pré-operatória; Escolha do agente e técnica de administração; Manutenção da Estrutura para a emergência; Manutenção do equilíbrio hídrico; Monitoramento dos SV; Observação constante do estado geral do paciente. ESCOLHA DA ANESTESIA A escolha da anestesia deve ser realizada em comum acordo entre o paciente e o seu anestesista. Uma infinidade de fatores pode influenciar essa tomada de decisão, como por exemplo: 1- O desejo do paciente e a compreensão deste, sobre os tipos de anestesia que poderá ser utilizada; 2- Condições fisiológicas do paciente; 3- Presença e severidade das patologias coexistentes; 4- Condição mental e psicológica do paciente; 5- Recuperação pós operatória; 6- Opções de tratamento para dor pós operatória; 7- Tipo e duração da cirurgia; 8- Posição do paciente na cirurgia realizada; 9-Requisitos particulares do cirurgião. Medicação Pré-anestésica Principal finalidade é sedar o paciente e reduzir a sua ansiedade. As pré-medicações podem ser: Sedativos; Hipnóticos; Ansiolíticos; Amnésicos; Tranquilizantes; Analgésicos ; Antieméticos; Anticolinérgicos Uma única droga pode possuir as propriedades de várias classes. O MIDAZOLAM frequentemente administrado para aliviar a apreensão e facilitar a amnésia. Antes de administrar, deve-se garantir que o exame físico, a história do paciente e o consentimento cirúrgico. Anestesia Geral A anestesia geral é um estado de inconsciência provocada e reversível caracterizada por: Amnésia; Analgesia; Depressão dos reflexos; Relaxamento muscular; Homeostase ou manipulação dos sistemas e funções fisiológicas. Paciente em anestesia Geral capacidade ventilatória é prejudicada, exigindo assistência ou manutenção de uma aérea permeável – ventilação. Ação dos anestésicos Gerais Diminui a Atividade Celular Deprime os Sistemas Vitais Grau de Depressão Níveis de Anestesia Geral Estágio 1 Ocorre a partir da administração inicial dos agentes anestésicos até a perda da consciência; Estágio 2 Desde a perda da consciência até o início da respiração regular e perda do reflexo palpebral. Também chamado de estágio de delírio ou da excitação, pois pode ocorrer movimentos desordenados. Não deve ocorrer estímulos auditivos ou físicos nesta fase. Estágio 3 Tem início com um padrão regular de respiração e dura até a interrupção da respiração. É o estágio de anestesia cirúrgica. Estágio 4 Vai desde a interrupção da respiração até a insuficiência circulatória que leva à morte. Atualmente, a anestesia geral normalmente é induzida por medicação EV- TIOPENTAL ou PROPOFOL (diprivanR ) que leva rapidamente o paciente ao estágio 3 e elimina as respostas indesejadas muitas vezes observadas no estágio 2. Para uma anestesia ideal e boas condições cirúrgicas, vários fatores diferentes mas inter-relacionados estão envolvidos. Sono – hipnose; Analgesia – ausência de dor; Amnésia; Condições cirúrgicas apropriadas; Relaxamento muscular; Posicionamento do paciente; Homeostasia das funções vitais. FASES DA ANESTESIA GERAL Indução: Começa com a administração de agentes anestésicos e continua até que o paciente esteja pronto para a manipulação ou incisão cirúrgica. Intubação ocorre nesta fase. Manutenção Começa quando o paciente está apto para a manipulação ou a incisão cirúrgica, vai até quase o final do procedimento e pode ser realizada com agentes inalatórios ou medicamentos EV, por doses continuas. Emergência ou despertar Tem início quando o paciente começa a “emergir” da anestesia e termina quando ele está pronto para deixar a sala cirúrgica. Extubação ocorre nesta fase. Recuperação Pode ser considerada uma quarta fase da anestesia geral. É quando o paciente vai se recuperar na sala de recuperação pós anestésica. TIPOS DE ANESTESIA GERAL O tipo de anestesia geral empregada e a manutenção muitas vezes é descrito como anestesia EV, inalatória ou uma combinação delas. Combinação da Técnica EV e Inalatória Inclui um agente de indução: Tiopental + oxigênio de 30% a 40% + óxido nitroso (utilizado frequentemente para indução) + uma droga anestésica Diazepam + analgésico (fentanil ou sulfato de morfina)+ relaxante muscular. Anestesia EV total Utilizada na sala de cirurgia; Também utilizada em radiologia, salas de laser cirúrgico, consultórios; Comumente usada para pacientes pediátricos, não cooperativos e em vítimas politraumatizadas; São utilizados propofol, alfentanil, sufentanil, fentanil - para indução rápida e para manutenção; Administrados por infusão continua; À medida que a cirurgia se aproxima do final, as drogas são diminuídas e descontinuadas, ocorrendo a emergência da anestesia. Técnica de inalação Utiliza o tiopental (utilizado para indução, grandes doses podem causar depressão cardiovascular e apnéia) A anestesia inalatória é utilizada comumente em crianças para evitar a inserção do cateter EV quando estão acordadas. A transmissão sináptica dos impulsos nervosos é inibida de maneira inversa à diversas áreas do sistema nervoso central; Acontece nas membranas onde ocorre as sinapses; Produz relaxamento do músculo esquelético; No passado o termo ANESTESIA BALANCEADA era utilizado quando várias combinações de medicamentos EV eram balanceados para proporcionar a anestesia completa. Atualmente o termo é utilizado para descrever UMA COMBINAÇÃO DE MEDICAMENTOS EV COM AGENTES DE INALAÇÃO empregados para obter efeitos específicos para casa paciente e procedimento. Máquina de Anestesia Sistema Aberto: Através de insuflação Manual. Sistema Fechado: Através da insuflação Mecânica FÁRMACOS UTILIZADOS DURANTE A ANESTESIA Barbitúricos Utilizados para produzir inconsciência; Doses grandes podem produzir apnéia e depressão cardiovascular; EX: thiopental, thionembutal Analgésicos Utilizados para eliminação da resposta reflexa; Analgesia intensa sem aprofundamento indesejável; Suplementação de anestésicos fracos. Ex: fentanil, inoval. Redutores dos efeitos colaterais Utilizado para prevenir a bradicardia e diminuir as secreções . EX: atropina Relaxantes musculares São utilizados para facilitar a intubação e permite o controle da respiração, previne contrações produzindo condições suaves para a cirurgia em plano superficial; Interfere na respiração normal -> compensar por ventilação artificial; Afetam os músculos esqueléticos e possuem pouco efeito sobre o músculo cardíaco. CUIDADOS DE ENFERMAGEM Verificar a existência e funcionamento de todos os materiais e equipamentos necessários à anestesia Informar-se junto do anestesista dos medicamentos que pretende utilizar, verificando a sua existência, e o respectivo prazo de validade, informando o anestesista de qualquer falha encontrada; Receber o pacienteà sua chegada ao CC; Atuar na diminuição da ansiedade, procurando eliminar ou diminuir os medos ou receios que possam eventualmente existir; Esclarecer as dúvidas que possam eventualmente existir; Remoção de todas as próteses; Verificar a existência de autorização assinada pelo paciente para a realização do ato cirúrgico e anestésico; Manter a privacidade do paciente; Punção e sondagem vesical; Colaborar com o anestesista na monitorização do paciente e na realização dos atos anestésicos. A fase da indução anestésica é uma das etapas críticas da anestesia e a sala deve se encontrar em silêncio, cabendo ao enfermeiro de apoio à anestesia providenciar para que tal aconteça; Verificar o correto posicionamento do paciente na mesa operatória e assegurar-se de que este tem uma posição confortável (na medida do possível) e que não corre riscos de sofrer ferimentos ou agressões por parte dos equipamentos; Colaborar nos posicionamentos necessários à cirurgia, certificando-se que os circuitos respiratórios e os acessos venosos ficam funcionais e sem trações; Vigiar constantemente a monitorização - frequência cardíaca, a tensão arterial e a função respiratória. Efetuar os registros necessários. Bons Estudos!
Compartilhar