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FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO Professor: Angelo Ricardo Grisoli 2017.3 EAD - FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO (CEL0468/2636083) 9001 ATIVIDADE ESTRUTURADA Conhecimento e Educação em: Kant Através de vídeos e filme. Wanessa Gomes Nunes. 2017.11 OBJETIVOS: - Refletir sobre o pensamento crítico de Kant e as consequências de sua teoria para o campo educacional; - Manter uma atitude e reflexão filosófica constante, nas atividades pessoais e profissionais; - Sentir o prazer de fazer novas descobertas, dialogando com outras linguagens, vídeo, cinema, fotografia, música. COMPETÊNCIAS/HABILIDADES: - Utilização de novas tecnologias - Relacionar e aplicar fundamentos filosóficos à área educacional - Refletir criticamente - Gerar sua própria formação contínua DESENVOLVIMENTO: Atividades Estruturadas propostas: Atividade 1 Assista ao vídeo: Ser ou não ser – Kant. Disponível no site: http://www.youtube.com/watch?v=1argw1pCM1k&feature=related ou www.youtube.com: Ser ou não ser – Kant. Reflita sobre a importância do pensamento de Kant em relação à questão do conhecimento. Até que ponto Kant nos ajuda a questionar a possibilidade de conhecer a realidade? O que é a realidade? Até que ponto podemos conhecer a realidade em si? Atividade 2 Leia o texto de Alonso Bezerra de Carvalho, intitulado “A Filosofia da Educação Kantiana: Educar para a Liberdade”, disponível em http://www.acervodigital.unesp.br/bitstream/123456789/128/3/01d07t03.pdf.Após a leitura, assista ao filme “Entre os Muros da Escola” (“Entre les Murs”), de Laurent Cantet e relacione-o com a questão da disciplina como proposta por Kant. Encontra o filme no You Tube legendado PRODUTO/RESULTADO: 1. Construção de um texto com a reflexão pessoal sobre as possibilidades e limites da razão, segundo o pensamento de Kant, na produção dos saberes educacionais. 2. Disserte sobre o papel e a finalidade da educação em Kant? Atividade 1 Reflita sobre a importância do pensamento de Kant em relação à questão do conhecimento. Até que ponto Kant nos ajuda a questionar a possibilidade de conhecer a realidade? O que é a realidade? Até que ponto podemos conhecer a realidade em si? Respostas: Para Kant, o individuo está em constante formação, possuindo um conhecimento limitado sobre a realidade, pois sua estrutura cognitiva acaba por delimitar seu entendimento real, tendo acesso somente ao mundo fenomenológico, que é o estudo de um conjunto de fenômenos e como se manifestam, seja através do tempo ou do espaço. É uma matéria que consiste em estudar a essência das coisas e como são percebidas no mundo. Sendo assim um fenômeno que se percebe e aprende através dos sentidos e se organizam na estrutura racional do ser Humano. Foram a partir dessas reflexões que Kant afirmou que não se possui conhecimento da real estrutura do mundo, por que esse conhecimento é apenas o que o mundo parece ser. O vídeo apresenta o pensamento de Kant de forma determinada, afirmando que a realidade se forma e se transforma em nossos olhares de forma diferenciada de acordo com cada particularidade do individuo em si. Kant pensava que tanto os sentidos quanto a razão eram relevantes para a experiência de um mundo, mas considerava exagerada a importância que os racionalistas davam à razão, enquanto os empíricos eram por demais cuidadosos ao defenderem a experiência centrada nos sentidos. Tudo o que se vê é parte do mundo, mas a forma e o modo como se vê tudo isso depende de cada indivíduo em particular. Para Kant a consciência humana não é uma placa que só registra as impressões vindas de fora. Para Kant existem dois elementos que contribuem para o conhecimento do mundo: a experiência dos sentidos e a razão. Sendo assim, os racionalistas haviam esquecido a importância na experiência dos sentidos, enquanto os empiristas não queriam ver que a razão determinava a percepção do mundo. "Não se pode duvidar de que todos os nossos conhecimentos começam com a experiência, porque, com efeito, como haveria de exercitar-se a faculdade de se conhecer, se não fosse pelos objetos que, excitando os nossos sentidos, de uma parte, produzem por si mesmos representações, e de outra parte, impulsionam a nossa inteligência a compará-los entre si, a reuni-los ou separá-los, e deste modo à elaboração da matéria informe das impressões sensíveis para esse conhecimento das coisas que se denomina experiência? No tempo, pois, nenhum conhecimento precede a experiência, todos começam por ela. Mas se é verdade que os conhecimentos derivam da experiência, alguns há, no entanto, que não têm essa origem exclusiva, pois poderemos admitir que o nosso conhecimento empírico seja um composto daquilo que recebemos das impressões e daquilo que a nossa faculdade cognoscitiva lhe adiciona (estimulada somente pelas impressões dos sentidos); aditamento que propriamente não distinguimos senão mediante uma longa prática que nos habilite a separar esses dois elementos." (da Introdução) (KANT, 2015, p. 3). Atividade 2 Leia o texto de Alonso Bezerra de Carvalho, intitulado “A Filosofia da Educação Kantiana: Educar para a Liberdade”, disponível em http://www.acervodigital.unesp.br/bitstream/123456789/128/3/01d07t03.pdf.Após a leitura, assista ao filme “Entre os Muros da Escola” (“Entre les Murs”), de Laurent Cantet e relacione-o com a questão da disciplina como proposta por Kant. Encontra o filme no You Tube legendado. Resposta: “A disciplina transforma a animalidade em humanidade” (Idem.). Ela é o tratamento através do qual se tira do ser humano a sua selvageria (conforme KANT, 1996, p. 12.), pois “a selvageria consiste na independência de qualquer lei” (Ibidem p. 12.). Portanto, a disciplina consiste em submeter o ser humano às leis da humanidade e, consequentemente, aos preceitos da razão (conforme KANT, 1996, p. 12-13.), para que ele não siga “[...] imediatamente cada um de seus caprichos” (Ibidem, p. 13.). Kant deixa bem claro em suas citações, que o individuo sem disciplina seria nada mais que um estado primitivo de selvageria de sua consciência, e conservaria a animalidade própria da sua natureza. Isso é mostrado de forma bem clara no campo da Educação, mostrando de forma assustadora o desrespeito, a intolerância, a desmotivação, a agressividade, a violência entre outras formas que assolam e devastam os estabelecimentos de ensino. No filme (“Entre les Murs”),um professor francês coloca a valorização do potencial de seus alunos, que estão apáticos ao conhecimento, mas de forma frustrante se deixa vencer por sua impaciência, e tento por consequência da sua frustação a ação desrespeitosa por duas alunas chamando-as de “vagabundas”. Os alunos se indignam com a atitude do professor defendendo as colegas ofendidas e desrespeitadas, com o ambiente de grande exaltação dois alunos se envolvem em um ato de agressão física, levando um desses alunos envolvidos à expulsão. Após o ocorrido a ordem se estabelece com os alunos e com o professor, tornando-se possível o aprendizado e a ordem dentro do recinto de ensino. O fato ocorrido descreve de forma similar o que Kant diz sobre o que se deve permitir e determinar ao aluno, uma determinada liberdade de escolha, mas que toda escolha possui um resultado, demonstrando o papel de se ter um Professor, para que normas e conceitos sejam estabelecidos, para que aja um bom funcionamento de ambas as partes aluno/Professor, tendo como consequência princípios preestabelecidos aos indivíduos envolvidos pela própria razão, e desta forma os indivíduos envolvidos passarama serem seus próprios educadores moralmente autônomos, onde não será mais necessária a depreciação de outros para se obter a realização de determinada ação. PRODUTO/RESULTADO: 1. Construção de um texto com a reflexão pessoal sobre as possibilidades e limites da razão, segundo o pensamento de Kant, na produção dos saberes educacionais. Para Kant a Educação é uma tarefa árdua para o homem, mostrando a dificuldade explicita em sua citação. “Entre as descobertas humanas há duas dificílimas, e são: a arte de governar os homens e a arte de educá‐los.” Kant expõe limites para a razão, pois é impossível conhecer tudo que existe, o ser humano se limita ao conhecimento dos sentidos e aos fenômenos. As ideias transcendentais, por serem impossível de serem compreendidas, não se deixam realizar, servem não só para nos mostrar realmente os limites do uso da razão pura, mas também a maneira de determiná-los “[...] e estes são também o fim e a utilidade desta disposição natural de nossa razão que gerou a metafísica [...]” (KANT apud DEJEANNE, 2008, p. 50). A razão humana, nas suas possibilidades e limites, garante a produção de verdades universais pela ciência. O saber advém de faculdades que operam em conjunto: a sensibilidade projeta-se na experiência e dela angaria a matéria que o entendimento confere à razão. No entanto, isso não significa dizer que aquelas faculdades desempenham seu papel de forma irrestrita. Ao contrário, funcionam sob determinadas condições que delimitam com anterioridade suas respectivas atuações (KELSEN..., p. 19). Cabe dizer, tanto a sensibilidade quanto ao entendimento somente articula-se dentro desse restrito domínio. Pelo exame crítico da razão pura, Kant (apud DEJEANNE, 2008, p. 47) mostra que a razão não só reconhece como também delimita o âmbito do uso constitutivo dos conceitos do entendimento, ou seja, é a própria razão que determina o seu alcance como faculdade cognitiva. Por isso, a razão pode também reivindicar um “espaço” que lhe compete única e exclusivamente. E Kant (apud DEJEANNE, 2008, p. 47) sustenta que ambos os espaços, o que corresponde à esfera do conhecimento propriamente dito e o que delimita esta esfera são “constitutivos” do limite da razão pura. De acordo com a exposição kantiana de “limites”, nos limites da razão há algo de positivo. Com efeito, “em todos os limites há algo de positivo (por exemplo, a superfície é o limite do espaço corpóreo, no entanto, também ela é um espaço, que é o limite da superfície, o ponto é o limite da linha, mas sempre um lugar no espaço), ao passo que as barreiras só contêm negações” (KANT apud DEJEANNE, 2008, p. 50-51). Por isso, com respeito à razão pura, pode-se dizer que possui, no seu limite, como legítimos, tanto um uso empírico-constitutivo quanto um uso especulativo-regulativo . 2. Disserte sobre o papel e a finalidade da educação em Kant? Com certeza para Kant a Educação diferencia o ser Humano das demais criaturas, ao iniciar sua obra “Sobre Pedagogia” Immanuel Kant (2002,p.11) “o homem é única criatura que precisa ser educada” pois não possui a autopreservação de si , pois sua transformação em um ser social está diretamente ligada a sua Educação, “Por educação entende-se o cuidado de sua infância (a conservação, o trato), a disciplina e a instrução com a formação. Importante ressaltar a interdependência assinalada pelo filósofo. Kant (2002, p. 35) sistematiza a educação em três categorias: formação escolástica, formação da prudência e formação da moral. Nesse refrão, apregoa suas peculiaridades: O homem precisa da formação escolástica, ou da instrução, para estar habilitado a conseguir todos os seus fins. Essa formação lhe dá um valor em relação a si mesmo, como indivíduo. A formação da prudência, porém, o prepara para tornar-se um cidadão, uma vez que lhe confere um valor público. Desse modo ele aprende tanto a tirar partido da sociedade civil para os seus fins como a conformar-se à sociedade. Finalmente, a formação moral lhe dá valor que diz respeito à toda espécie humana. A formação escolástica é mais precoce. Com efeito, a prudência pressupõe a habilidade. A prudência é a capacidade de usar bem e com proveito a habilidade própria. Por último vem a formação moral, enquanto é fundada sobre princípios que o próprio homem deve reconhecer; mas, enquanto repousa unicamente no senso comum, deve ser praticada desde o princípio, ao mesmo tempo que a educação física, pois, de outro modo, se enraizariam muitos defeitos, a ponto de tornar vãos todos os esforços da arte educativa. Com respeito à habilidade e à prudência, tudo deve acontecer a seu tempo com o passar dos anos. Mostrar-se hábil, prudente, paciente, sem astúcia como um adulto, durante a infância, vale tão pouco como a sensibilidade infantil na idade madura. As peculiaridades assinaladas levam em consideração o desenvolvimento de determinadas habilidades que pressupõem o amadurecimento do ser humano, tornando-o cada vez mais aprimorado em sua humanidade, sobretudo pelo seu aprendizado no que diz respeito ao lado positivo da educação - a cultura. Kant afirma que quando o homem deixar de pensar apenas em si,e pensar mais na coletividade, talvez entenda a necessidade do investimento na construção de uma sociedade que realmente trabalhe unida pela possibilidade da paz no mundo. Para tanto, o ser humano. Deverá buscar sua totalidade, seu fim supremo - moralidade e liberdade - que somente se consolidará através da Educação. REFERENCIAS: I. KANT “Resposta à questão: ‘O que é Esclarecimento?’” (Introdução, tradução e notas por Vinicius de Figueiredo) KANT, Immanuel. Crítica da razão pura. Versão eletrônica. Disponível em: <http://www.psb40.org.br/bib/b25.pdf>. KELSEN e Kant: limites e possibilidades da razão. Disponível em: <http://www.maxwell. vrac.puc-rio.br/15781/15781_3.PDF>. O EMPIRISMO – John Locke. Disponível em: <http://www.mundodosfilosofos.com.br/ locke.htm>. DEJEANNE, Solange de Moraes. A fundamentação da moral no limite da razão em Kant. Dissertação-(Doutorado)-Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, 2008. 144 f. Disponível em: <http://repositorio.pucrs.br/dspace/bitstream/ 10923/3401/1/000401132-Texto2BCompleto-0.pdf > EDUCAÇÃO E HISTÓRIA EM KANT ALGUNS ENTRELAÇAMENTOS? Rejane Margarete Schaefer Kalsing http://www.cchla.ufrn.br/saberes/Numero4/Artigos%20em%20Filosofia- Educacao/Rejane%20Margarete%20Schaefer%20Kalsing,%20Educacao%20e %20historia%20em%20Kant%20alguns%20entrelacamentos,%20p.%2036- 47.pdf
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