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curso 13901 aula 06 v4

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Aula 06
Direito Civil p/ TRF 2ª Região (Analista Judiciário - Área Judiciária e Oficial) - Com
videoaulas 
Professor: Aline Santiago
02697927328 - ISABELLE PRATA
 
 
 
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DIREITO CIVIL ± TRF 2ª REGIÃO (AJAJ) 
Teoria e Questões 
Aula 06 ± Profa Aline Santiago / Prof. Jacson Panichi 
 
 
Aula 06 
Direito 
das 
Obrigações 
 
 
Apresentação da Aula 06 .............................................................................................................. 2 
Cronograma da Aula - 06 .............................................................................................................. 3 
Relação dos Assuntos com o Código Civil ...................................................................................... 3 
Teoria Geral das Obrigações. ........................................................................................................ 4 
Fontes das Obrigações. ................................................................................................................ 4 
¾ Das obrigações de dar (obligationes dandi). .................................................................................. 7 
¾ Das Obrigações de Fazer (obligationes faciendi). ......................................................................... 11 
¾ Das Obrigações de Não Fazer...................................................................................................... 12 
Modalidades de obrigações quanto aos seus elementos. ............................................................ 13 
¾ Obrigações cumulativas. ............................................................................................................ 13 
¾ Obrigações alternativas (arts. 252 a 256). ................................................................................... 14 
¾ Das Obrigações Divisíveis e Indivisíveis ....................................................................................... 15 
Das Obrigações Solidárias (arts. 264 a 285). ................................................................................ 19 
¾ Da Solidariedade Ativa (concorrência de credores) ..................................................................... 20 
¾ Da Solidariedade Passiva (concorrência de devedores)................................................................ 21 
¾ Obrigações quanto ao tempo do adimplemento (do cumprimento). ............................................ 23 
Transmissão das obrigações (arts. 286 a 303). ............................................................................ 24 
Adimplemento e extinção das obrigações. ................................................................................. 34 
¾ Pagamento. ............................................................................................................................... 34 
Do Lugar do Pagamento (arts. 327 a 330). .................................................................................. 41 
Do Tempo do Pagamento (arts. 331 a 333). ................................................................................ 43 
Pagamento Indireto. .................................................................................................................. 45 
¾ Do Pagamento em Consignação.................................................................................................. 45 
¾ Do Pagamento com Sub-Rogação ............................................................................................... 47 
¾ Da Imputação do Pagamento ..................................................................................................... 48 
¾ Da Dação em Pagamento ........................................................................................................... 49 
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DIREITO CIVIL ± TRF 2ª REGIÃO (AJAJ) 
Teoria e Questões 
Aula 06 ± Profa Aline Santiago / Prof. Jacson Panichi 
 
¾ Da Novação ............................................................................................................................... 50 
¾ Da Compensação ....................................................................................................................... 51 
¾ Da Confusão .............................................................................................................................. 53 
¾ Da Remissão das Dívidas ............................................................................................................ 54 
Do Inadimplemento das Obrigações (arts. 389 a 420). ................................................................ 54 
¾ Da Mora (arts. 394 a 401) ........................................................................................................... 57 
¾ Das Perdas e Danos (arts. 402 a 405) .......................................................................................... 59 
¾ Dos Juros Legais (arts. 406 e 407) ............................................................................................... 60 
¾ Da Cláusula Penal (arts. 408 a 416). ............................................................................................ 61 
¾ Das Arras ou Sinal (arts. 417 a 420). ............................................................................................ 63 
Considerações Finais .................................................................................................................. 64 
Resumo da Matéria .................................................................................................................... 65 
Questões Comentadas ............................................................................................................... 79 
Lista de questões ..................................................................................................................... 116 
Gabarito .................................................................................................................................. 132 
 
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Apresentação da Aula 06 
Olá! Como vão os estudos? 
Os temas da aula de hoje não são difíceis, mas, há uma grande carga 
teórica e o seu estudo pode ser um pouco cansativo principalmente devido à 
grande quantidade de informações que você terá pela frente, por isto vá com 
calma, sem afobações e entre em contato conosco em caso de dúvidas. 
O direito patrimonial é dividido em direito das coisas e direito das 
obrigações. Na aula de hoje veremos, então, o direito das obrigações, 
explanaremos a seguir sobre o tema. 
Novamente, nos colocamos à sua disposição, para ajudá-lo(a) 
em caso de dúvidas, por meio do fórum.- 
 
Coragem! 
 
Vamos começar os trabalhos! 
 
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DIREITO CIVIL ± TRF 2ª REGIÃO (AJAJ) 
Teoria e Questões 
Aula 06 ± Profa Aline Santiago / Prof. Jacson Panichi 
 
Cronograma da Aula - 06 
 
AULA Tópicos abordados DATA 
AULA 06 
Modalidades das Obrigações: Obrigações de 
Dar, de fazer e de não fazer. Adimplemento e 
extinção das obrigações.: Pagamento. 
Inadimplemento das obrigações. 
(06/12/2016) 
 
 
Relação dos Assuntos com o Código Civil 
 
A
U
L
A
 
0
6
 Tópicos que serão abordados neste curso Artigos da Lei 
Das Obrigações Art. 233 ao 420 do CC 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2%6(59$d­2� ,03257$17(�� HVWH� FXUVR� p� SURWHJLGR� SRU� GLUHLWRV� DXWRUDLV�
�FRS\ULJKW��� QRV� WHUPRV� GD� /HL� ����������TXH� DOWHUD�� DWXDOL]D� H� FRQVROLGD� D�
OHJLVODomR�VREUH�GLUHLWRV�DXWRUDLV�H�Gi�RXWUDV�SURYLGrQFLDV� 
*UXSRV� GH� UDWHLR� H� SLUDWDULD� VmR� FODQGHVWLQRV�� YLRODP� D� OHL� H� SUHMXGLFDP� RV�
SURIHVVRUHV� TXH� HODERUDP�RV� FXUVRV�� 9DORUL]H�R� WUDEDOKR�GH�QRVVD�HTXLSH�
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Teoria e Questões 
Aula 06 ± Profa Aline Santiago / Prof. Jacson Panichi 
 
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Teoria Geral das Obrigações. 
Não cabe, em um curso preparatório para um concurso público, ficar 
divagando muito sobre a teoria geral das obrigações. O assunto é extenso e 
permite uma ampla discussão doutrinária. Deste modo, falaremos o básico, aquilo 
que julgamos necessário para uma boa compreensão da matéria, focando o 
estudo nas obrigações jurídicas encontradas no código civil. 
A obrigação, objeto do nosso estudo, é, então, a obrigação jurídica, 
aquela que encontra respaldo em uma lei, mas que estará também 
relacionada a um negócio jurídico, como, por exemplo, um contrato. 
Por ter respaldo legal, esta obrigação está protegida pelo direito e tem 
garantia do Estado, por isto, se não for cumprida (em caso de inexecução), 
haverá consequências de cunho jurídico, trata-se da chamada responsabilidade 
contratual (assunto de outra aula). 
A obrigação estabelece um vínculo jurídico entre sujeitos (pessoas) e 
objeto. É, portanto, uma relação jurídica. Diz-se que esta relação tem caráter 
transitório, uma vez que já nasce com a finalidade de se extinguir (normalmente 
pelo seu cumprimento). 
 
Fontes das Obrigações. 
Investigar as fontes das obrigações é investigar de onde elas surgem, 
quando e como se formam, ou seja, de onde vem o vínculo da obrigação. É saber, 
também, por que certa pessoa (o devedor) passa a ter o dever, ou a obrigação, 
de prestar determinada prestação para a outra (o credor). 
No entanto, esta investigação não é tarefa fácil, pois não há concordância 
entre os doutrinadores e, neste sentido, são muitas as construções doutrinárias 
e as soluções legislativas sobre o assunto. 
Nas palavras de Silvio de Salvo Venosa1��³Quer-nos parecer, contudo, sem 
que ocorra total discrepância com o que já foi dito, que a lei será sempre fonte 
imediata de obrigações. Não pode existir obrigação sem que a lei, ou em 
síntese, o ordenamento jurídico a ampare. Todas as demais várias figuras que 
podem dar nascimento a uma obrigação são fontes mediatas. São, na realidade, 
IDWRV��DWRV�H�QHJyFLRV�MXUtGLFRV�TXH�GmR�PDUJHP�DR�VXUJLPHQWR�GH�REULJDo}HV´� 
(grifos nossos) 
Assim, temos a lei como a primeira fonte das obrigações, fonte 
imediata, sendo as demais classificadas como fontes mediatas. É importante 
destacarmos que o Código Civil de 1916 e o de 2002 não possuem um dispositivo 
específico a respeito das fontes das obrigações, porém são reconhecidos como 
 
1 Sílvio de Salvo Venosa, Direito Civil II, ed. Atlas, 11 ed., pág. 50. 
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Teoria e Questões 
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fonte de obrigações: ¹o contrato, ²os atos ilícitos e o abuso de direito, ³os atos 
unilaterais, 4os títulos de crédito. 
O estudo dos atos unilaterais, as declarações unilaterais de vontade, como 
fonte de obrigações, é importante porque o seu inadimplemento (o não 
cumprimento) ocasionará o dever de indenizar, a responsabilidade civil. 
Os atos unilaterais estão expressamente previstos no CC e são: a 
promessa de recompensa, a gestão de negócios, o pagamento indevido e o 
enriquecimento sem causa. 
Promessa de recompensa (arts. 854 a 860): é aquela feita por anúncio 
público, neste momento (quando se torna público) a pessoa que promete se 
obriga a cumprir o que prometeu. 
Art. 854. Aquele que, por anúncios públicos, se comprometer a recompensar, ou 
gratificar, a quem preencha certa condição, ou desempenhe certo serviço, contrai 
obrigação de cumprir o prometido. 
Gestão de negócios (arts. 861 a 875): Ocorre quando uma pessoa 
(gestor de negócio) age presumindo o interesse, a vontade, de outra (o dono do 
negócio). Exemplo citado por Maria Helena Diniz é o da pessoa que, ao ver a casa 
do vizinho em risco de inundação, por terem sido arrebentados os encanamentos, 
interfere na situação, corrigindo tais problemas, mas efetuando para tanto os 
gastos indispensáveis ao conserto. 
Pagamento indevido (arts. 876 a 883) e enriquecimento sem causa 
(arts. 884 a 886): Segundo Maria Helena Diniz 2 , ³O pagamento indevido 
constitui um caso típico de obrigação de restituir fundada no princípio do 
enriquecimento sem causa, segundo o qual ninguém pode enriquecer à custa 
DOKHLD��VHP�FDXVD�TXH�MXVWLILTXH´. 
 
Após vermos algumas fontes de obrigações e citarmos os atos unilaterais, 
vamos voltar agora ao assunto ³REULJDomR´�SURSULDPHQWH�GLWR� 
 
³0DV�R�TXH�p�DILQDO�XPD�REULJDomR�SDUD�R�PXQGR�MXUtGLFR"´� 
 
Segundo Carlos Roberto Gonçalves3 a obrigação, no estudo do direito das 
obrigações, é empregada em seu sentido mais restrito, pois apenas os vínculos 
de conteúdo patrimonial estarão em sua abrangência, trata-se daquela 
 
2 Maria Helena Diniz, Manual de direito Civil, Saraiva 2011, pág. 282. 
3 Carlos Roberto Gonçalves, Direito Civil Esquematizado, Saraiva 2012, 2ª ed., pág. 441. 
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Teoria e Questões 
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relação direta entre as pessoas (que tem como objeto os direitos de natureza 
pessoal), onde uma pessoa é credora (aquela que pode exigir a prestação) e a 
outra é devedora (aquela que tem a incumbência de cumprir a prestação). 
E, segundo Flavio Tartuce4: ³$� REULgação pode ser conceituada como a 
relação jurídica transitória existente entre um sujeito ativo (credor) e um 
sujeito passivo �GHYHGRU���WHQGR�FRPR�REMHWR�LPHGLDWR�D�SUHVWDomR�´ 
Deste modo, direitos de natureza pessoal, também denominados direitos 
de crédito, são aqueles em que há um vínculo entre o chamado sujeito ativo 
(que pode exigir a prestação) e o sujeito passivo (de quem se pode exigir o 
cumprimento da prestação). 
 
 
As obrigações, levando em consideração a qualidade da prestação, ou 
seja, quanto ao objeto, serão classificadas em obrigações de dar, obrigações 
de fazer (estas duas são positivas) e obrigações de não fazer (esta é obrigação 
negativa). 
 
 
 
 
4 Em, Costa Machado, Código Civil Interpretado, Manole 2012, 5ª ed., pág. 236. 
Elementos que constituem uma obrigação:
(elemento 
subjetivo) 
sujeitos
ativo
(é para quem a 
prestação é 
devida)
passivo
(é quem deve 
cumprir a 
obrigação)
(elemento 
objetivo) objeto
é o elemento 
material (é a 
própria 
prestação)
vínculo 
obrigacional
As obrigações quanto ao objeto, classificam-se em
obrigações de dar obrigações de fazer obrigações de não fazer
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Teoria e Questões 
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¾ Das obrigações de dar (obligationesdandi). 
A prestação de dar consiste em ¹entregar ou, então, ²restituir algo ao 
credor. Mas o compromisso de entrega da coisa já constitui o que o nosso 
ordenamento jurídico chama obrigação de dar. Como exemplo tenha um 
contrato de compra e venda, o vendedor tem obrigação de dar a coisa e o 
comprador tem a obrigação de dar o preço acordado. 
No direito brasileiro o contrato, por si só, não transfere o domínio, visto 
que apenas gera a obrigação de entregar a coisa alienada, enquanto não 
ocorrer à tradição, a coisa continuará pertencendo ao devedor5. A tradição da 
coisa poderá se dar por entrega ou restituição. Mas o direito real, ou seja, a 
transferência do domínio, ocorrerá somente quando houver a tradição (bens 
móveis) ou quando houver o registro (bens imóveis). 
 
A obrigação de dar subdivide-se em: ¹dar coisa certa (arts. 233 a 242) 
e ²dar coisa incerta (arts. 243 a 246). A coisa que se vai entregar pode ser 
certa (determinada) ou, então, incerta (que embora indeterminada, será ao 
menos determinável). 
 
Coisa certa (específica) é coisa que pode ser individualizada, ou seja, que 
possui características próprias que permitem a sua individualização. É prestação 
determinada. Exemplo muito comum é de um automóvel. Este possui 
características que são somente suas e de nenhum outro, tais como chassi, motor 
e placa. Outro exemplo, seria um determinado quadro de um artista famoso. 
 
Art. 233. A obrigação de dar coisa certa abrange os acessórios dela embora não 
mencionados, salvo se o contrário resultar ¹do título ou ²das circunstâncias do caso. 
 
Em regra a obrigação principal abrange os seus acessórios, mas poderá 
haver estipulação diferente em contrato ou, então, isto poderá ser 
determinado pelas circunstâncias do caso. Além disso, após assumir a 
obrigação (e até a entrega da coisa) o devedor (que ainda detém a coisa) deve 
ter o cuidado de conservá-la. Isto é o que observamos, por exemplo, com relação 
à compra e venda: 
 
Art. 492. Até o momento da tradição, os riscos da coisa correm por conta do 
vendedor, e os do preço por conta do comprador. 
 
 
5 Carlos Roberto Gonçalves, Direito Civil Esquematizado, Saraiva, 2ª ed., pág. 473. 
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Teoria e Questões 
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Se a coisa ¹se perder ou ²se deteriorar deve ser avaliado se houve ou 
não culpa do devedor. Havendo culpa do devedor este responde também pelas 
perdas e danos6. (conforme você verá logo à frente) 
 
³3URIHVVRUHV�� PDV� TXDQGR� LVWR� RFRUUHUi� VHP� FXOSD� GR�
GHYHGRU"´ 
 
A ideia de ausência de culpa estará associada ao caso fortuito e a força 
maior. Estas situações são imprevisíveis, não cabendo responsabilização a pessoa 
se não lhe deu causa. Além disso, a questão da prova informará se houve ou não 
culpa. 
 
Continuando! 
 
Art. 234. Se, no caso do artigo antecedente, a coisa se perder, ¹sem culpa do 
devedor, antes da tradição, ou pendente a condição suspensiva, fica resolvida a 
obrigação para ambas as partes; ²se a perda resultar de culpa do devedor, 
responderá este pelo equivalente e mais perdas e danos. 
 
Se a coisa se perder (se houver perecimento ± perda total da coisa) antes da 
tradição: 
¹Sem culpa do devedor ± resolvida a obrigação, sem perdas e danos. As partes 
voltam ao statu quo ante, voltam à situação original. Portanto, se o devedor já recebeu 
o preço pela coisa, este deve ser restituído à outra parte. 
²Com culpa do devedor ± o devedor responde pelo equivalente (em dinheiro) e mais 
perdas e danos. 
 
Art. 235. Deteriorada a coisa, ¹não sendo o devedor culpado, poderá o credor 
resolver a obrigação, ou aceitar a coisa, abatido de seu preço o valor que perdeu. 
Art. 236. ²Sendo culpado o devedor, poderá o credor exigir o equivalente, ou aceitar 
a coisa no estado em que se acha, com direito a reclamar, em um ou em outro caso, 
indenização das perdas e danos. 
 
 
6 CC Art. 402. ³Salvo as exceções expressamente previstas em lei, as perdas e danos devidas 
ao credor abrangem, além do que ele efetivamente perdeu (DANO EMERGENTE), o que 
razoavelmente deixou de lucrar (LUCRO CESSANTE).´ (As observações ao texto da lei são 
nossas). 
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Teoria e Questões 
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Se a coisa se deteriorar (veja que a coisa ainda existe, apenas perdeu em parte seu 
valor ± é a perda parcial da coisa) 
¹Sem culpa do devedor ± se dá por resolvida a obrigação ou pode o credor aceitar 
a coisa, mas com abatimento do preço. 
²Com culpa do devedor ± o devedor reponde pelo equivalente ou pode o credor 
aceitar a coisa, mas nas duas situações caberá indenização das perdas e danos. 
 
Art. 237. Até a tradição pertence ao devedor a coisa, com os seus melhoramentos e 
acrescidos, pelos quais poderá exigir aumento no preço; se o credor não anuir, poderá 
o devedor resolver a obrigação. 
Parágrafo único. Os frutos percebidos são do devedor, cabendo ao credor os pendentes. 
 
Enquanto a tradição, a transferência de domínio, não ocorrer o 
devedor é o dono da coisa, sendo assim, se forem feitos melhoramentos e 
acréscimos, este poderá exigir aumento do preço, podendo, inclusive, resolver a 
obrigação caso não haja anuência do credor. Pelo §único do art. 237 temos que 
os frutos percebidos (aqueles que já foram colhidos) são do devedor. 
Restando para o credor os frutos pendentes (aqueles que ainda não foram 
colhidos), justamente porque estes ainda integram a coisa e dela não estão 
separados. 
 
Com relação ao art. 237, há um termo que a doutrina costuma utilizar e 
que já foi cobrado em concursos públicos, trata-VH� GD� SDODYUD� ³F{PRGRV´��
Cômodos são vantagens produzidas pela coisa, isto é, seus melhoramentos e 
acrescidos, pertencentes ao devedor, que poderá exigir por eles aumento no 
preço ou a resolução da obrigação, se o credor não concordar em pagar o 
quantum apurado. 
 
A obrigação de restituir (é um tipo de obrigação de dar) ocorre quando 
existe uma coisa alheia que está em poder do devedor, sendo que esta coisa 
deverá ser restituída ao seu verdadeiro dono em momento oportuno. Isto é o que 
ocorre, por exemplo, no contrato de comodato. Se você possui TV por assinatura, 
está diante desta obrigação perante a prestadora de serviço. Ao final do contrato 
terá que devolver o aparelho receptor (a coisa está em seu poder por estipulação 
contratual, comodato, no entanto não é de sua propriedade). Nestes casos, se 
não houver culpa o prejudicado será o credor. Vamos às situações possíveis: 
 
Art. 238. Se a obrigação for de restituir coisa certa, e esta, ¹sem culpa do devedor, 
se perder antes da tradição, sofrerá o credor a perda, e a obrigação se resolverá, 
ressalvados os seus direitos até o dia da perda. 
Art. 239. Se a coisa se perder ²por culpa do devedor, responderá este pelo equivalente, 
mais perdas e danos. 
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Se a coisa se perder (se houver perecimento ± perda total da coisa) antes da 
tradição: 
¹Sem culpa do devedor ± o credor sofre a perda e a obrigação se resolve. A 
ressalva diz respeitoa se já tiver começado a correr o período de mora do devedor, 
²Com culpa do devedor ± o devedor responde pelo equivalente mais perdas e danos. 
 
Art. 240. Se a coisa restituível se deteriorar ¹sem culpa do devedor, recebê-la-á o 
credor, tal qual se ache, sem direito a indenização; se ²por culpa do devedor, 
observar-se-á o disposto no art. 239. 
 
Se a coisa se deteriorar (novamente destacamos, a coisa ainda existe, apenas 
perdeu em parte seu valor ± é perda parcial da coisa) 
¹Sem culpa do devedor ± o credor recebe a coisa tal qual se ache. 
²Com culpa do devedor ± o devedor responde pelo equivalente mais perdas e danos. 
 
Art. 241. Se, no caso do art. 238, sobrevier melhoramento ou acréscimo à coisa, 
sem despesa ou trabalho do devedor, lucrará o credor, desobrigado de indenização. 
Art. 242. Se para o melhoramento, ou aumento, empregou o devedor trabalho ou 
dispêndio, o caso se regulará pelas normas deste Código atinentes às benfeitorias 
realizadas pelo possuidor de boa-fé ou de má-fé. 
Parágrafo único. Quanto aos frutos percebidos, observar-se-á, do mesmo modo, o 
disposto neste Código, acerca do possuidor de boa-fé ou de má-fé. 
Uma observação importante: não se pode entregar coisa diversa, 
mesmo que seja mais valiosa (art. 313). Se a obrigação é de coisa certa, a troca 
da coisa, se consentida pelas partes, implica a chamada novação objetiva 
(modifica-se a obrigação). Lembre-se que a convenção é lei entre as partes. 
 
Na obrigação de dar coisa incerta (genérica), diferentemente do que 
ocorre na prestação anterior, o objeto não é individualizado, mas sim genérico. 
Determina-se apenas o gênero e a quantidade (por sinal, estes são requisitos 
mínimos necessários, porque a coisa, embora seja indeterminada, deverá ser 
ao menos determinável, não se trata de uma indeterminação absoluta) a 
determinação da qualidade será decidida quando da entrega da coisa. 
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Exemplos: 10kg (quantidade) de arroz (gênero), 30 (quantidade) canetas 
(gênero), 55 litros de água. (veja que sempre sem especificar a sua qualidade, 
falta a sua individualização). 
 
Art. 243. A coisa incerta será indicada, ao menos, pelo gênero e pela quantidade. 
 
Quando da escolha da coisa ocorrerá a sua individualização e o que até 
então era apenas determinável passará a ser determinado. Esta escolha em 
regra caberá ao devedor, mas poderá ser do credor se o contrato assim 
estipular. 
No entanto, quando da escolha (ato que também pode se denominar 
concentração), o devedor não poderá dar coisa pior nem ser obrigado a dar 
coisa melhor (art.244). Outro ponto importante é que a alegação da perda ou da 
deterioração da coisa somente poderá ocorrer depois da escolha, estando assim 
já individualizada. 
 
Art. 244. Nas coisas determinadas pelo gênero e pela quantidade, a escolha pertence 
ao devedor, se o contrário não resultar do título da obrigação; mas não poderá 
dar a coisa pior, nem será obrigado a prestar a melhor. 
Art. 245. Cientificado da escolha o credor, vigorará o disposto na Seção antecedente. 
Art. 246. Antes da escolha, não poderá o devedor alegar perda ou deterioração da 
coisa, ainda que por força maior ou caso fortuito. 
 
Uma informação importante é a que diz respeito à obrigação pecuniária. Obrigação 
pecuniária é uma espécie de obrigação de dar, mas o cumprimento da obrigação 
ocorre com o pagamento em dinheiro. 
Art. 315. As dívidas em dinheiro deverão ser pagas no vencimento, em moeda corrente 
e pelo valor nominal, salvo o disposto nos artigos subsequentes. 
Art. 318. São nulas as convenções de pagamento em ouro ou em moeda 
estrangeira, bem como para compensar a diferença entre o valor desta e o da moeda 
nacional, excetuados os casos previstos na legislação especial. 
 
¾ Das Obrigações de Fazer (obligationes faciendi). 
A obrigação de fazer está relacionada a atos positivos ou prestação de 
serviços, consiste na confecção de algo (é claro que esta coisa, em 
determinados casos, deverá posteriormente ser entregue, mas isto não tira a 
qualificação de obrigação de fazer). A doutrina tem colocado três tipos de 
obrigação de fazer: a ¹personalíssima (ou infungível); a ²impessoal (ou 
fungível); e ³a que consiste em emitir declaração de vontade. 
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¹A personalíssima (intuitu personae, infungível) é aquela que, ¹por 
convenção contratual ou ²por qualificações da pessoa, só pode ser realizada 
pessoalmente pelo devedor; 
²a impessoal (fungível) é aquela em que não há exigências, podendo o 
serviço ser realizado por terceiro; e 
³a consistente em emitir declaração de vontade, que deriva de um 
contrato preliminar. 
 
Se a prestação for personalíssima (infungível), o inadimplemento (o 
seu descumprimento) pode acarretar indenização por perdas e danos (art.247). 
 
Art. 247. Incorre na obrigação de indenizar perdas e danos o devedor que recusar a 
prestação a ele só imposta, ou só por ele exequível. 
 
Art. 248. Se a prestação do fato tornar-se impossível ¹sem culpa do devedor, 
resolver-se-á a obrigação; se ²por culpa dele, responderá por perdas e danos. 
1R� DUWLJR� ����� ³Se a prestação do fato tornar-se impossível´�� QRYDPHQWH�
devemos analisar se houve ou não culpa do devedor, isto quando a prestação se 
tornar impossível: 
¹Sem culpa do devedor ± resolve-se a obrigação, sem perdas e danos. 
²Por culpa do devedor ± o devedor responde por perdas e danos. 
 
O art. 249 traz a possibilidade de a prestação ser executada por terceiro, 
se assim for possível (obrigação impessoal, fungível), e à custa do devedor, 
quando houver recusa ou mora (atraso) por parte deste. Além disso, poderá ser 
devida indenização. 
 
Art. 249. Se o fato puder ser executado por terceiro, será livre ao credor mandá-lo 
executar à custa do devedor, havendo recusa ou mora deste, sem prejuízo da 
indenização cabível. 
Parágrafo único. Em caso de urgência, pode o credor, independentemente de 
autorização judicial, executar ou mandar executar o fato, sendo depois ressarcido. 
 
¾ Das Obrigações de Não Fazer. 
Agora estamos diante de uma obrigação negativa, o não fazer, é o ato de 
se abster. Nesta situação é preciso que você tenha o entendimento de que a 
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pessoa poderia livremente praticar o ato, mas não o pratica porque está obrigada 
a não praticá-lo. Se praticar o ato caracteriza-se o inadimplemento. 
 
Art. 250. Extingue-se a obrigação de não fazer, desde que, sem culpa do devedor, se 
lhe torne impossível abster-se do ato, que se obrigou a não praticar. 
 
O artigo seguinte, traz a situação do inadimplemento: 
Art. 251. Praticado pelo devedor o ato, a cuja abstenção se obrigara, o credor 
pode exigir dele que o desfaça, sob pena de se desfazer à sua custa, ressarcindo o 
culpado perdas e danos. 
Parágrafo único. Em caso de urgência, poderá o credor desfazer ou mandar desfazer, 
independentemente de autorização judicial, sem prejuízo do ressarcimento devido. 
 
Modalidades de obrigações quanto aos seus 
elementos.Você acabou de ver os tipos de prestação (dar, fazer, não fazer). 
Observando o número de prestações teremos o seguinte: quando a prestação 
for única teremos uma obrigação simples, como, por exemplo, quando uma 
pessoa se obriga a entregar a outra um cavalo; em contrapartida, se houver 
mais de uma prestação, estaremos diante de uma obrigação denominada 
complexa ou composta. 
Nas duas situações acima estamos analisando as obrigações quanto aos 
seus elementos. De acordo com esta classificação as obrigações poderão, 
então, ser: ¹simples ou ²compostas (sendo estas subdivididas em cumulativas, 
alternativas e solidárias). 
Você pode perceber que obrigações compostas envolvem uma 
pluralidade, esta pluralidade poderá ser tanto de objetos quanto de sujeitos. 
 
Pluralidade de objetos: ¹obrigações cumulativas e ²obrigações alternativas. 
Pluralidade de sujeitos: ¹sem solidariedade e ²obrigações solidárias. 
 
Quanto à pluralidade de objetos: 
 
¾ Obrigações cumulativas. 
Há, nas obrigações cumulativas, pluralidade de objetos. Por exemplo, 
entregar um carro e um apartamento. Neste tipo de obrigação o cumprimento 
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deve ser num todo, ou seja, os dois objetos devem ser entregues. Se isto não 
ocorrer o inadimplemento (o descumprimento da obrigação) será tido como total. 
Motivo desta afirmação já utilizada por uma banca de concursos: A obrigação 
cumulativa é a obrigação consistente em um vínculo jurídico pelo qual o devedor 
se compromete a realizar diversas prestações, de tal modo que não se 
considerará cumprida a obrigação até a execução de todas as prestações 
prometidas, sem exclusão de uma só. 
 
¾ Obrigações alternativas (arts. 252 a 256). 
Como o próprio nome já diz, nestas obrigações há opção de escolha, que 
em regra caberá ao devedor. Entrega-se uma coisa ou outra, ou seja, pode-
se entregar uma das coisas entre as opções acordadas (art. 252). No entanto 
deve ficar claro que não pode o devedor entregar apenas parte de uma e parte 
de outra (art. 252 §1º). 
 
Art. 252. Nas obrigações alternativas, a escolha cabe ao devedor, se outra coisa 
não se estipulou. 
§ 1o Não pode o devedor obrigar o credor a receber parte em uma prestação e parte 
em outra. 
§ 2o Quando a obrigação for de prestações periódicas, a faculdade de opção poderá 
ser exercida em cada período. 
 
Importante: o que está expresso neste parágrafo é o que se denomina 
jus variandi, trata-se da faculdade de escolha de prestação sucessiva em 
obrigações alternativas. 
 
6H� DV� SUHVWDo}HV� IRUHP� SHULyGLFDV� D� HVFROKD�� SHOD� SUHVWDomR� ³$´� ou pela 
prHVWDomR�³%´��SRGHUi�VHU�IHLWD�a cada período (jus variandi). 
 
§ 3o No caso de pluralidade de optantes, não havendo acordo unânime entre eles, 
decidirá o juiz, findo o prazo por este assinado para a deliberação. 
§ 4o Se o título deferir a opção a terceiro, e este não quiser, ou não puder exercê-
la, caberá ao juiz a escolha se não houver acordo entre as partes. 
 
obrigação 
alternativa
EM REGRA o 
DEVEDOR pode 
escolher entre
cumprir prestação "A"
cumprir prestação "B"
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Art. 253. Se uma das duas prestações não puder ser objeto de obrigação ou se tornada 
inexequível, subsistirá o débito quanto à outra. 
Art. 254. Se, por culpa do devedor, não se puder cumprir nenhuma das prestações, 
não competindo ao credor a escolha, ficará aquele obrigado a pagar o valor da que 
por último se impossibilitou, mais as perdas e danos que o caso determinar. 
 
Art. 255. Quando a escolha couber ao credor e uma das prestações tornar-se 
impossível por culpa do devedor, o credor terá direito de exigir a prestação subsistente 
ou o valor da outra, com perdas e danos; se, por culpa do devedor, ambas as prestações 
se tornarem inexequíveis, poderá o credor reclamar o valor de qualquer das duas, além 
da indenização por perdas e danos. 
 
Art. 256. Se todas as prestações se tornarem impossíveis sem culpa do devedor, 
extinguir-se-á a obrigação. 
 
IMPORTANTE: 
¾ Das Obrigações Divisíveis e Indivisíveis 
O entendimento dos conceitos de obrigações divisíveis e de obrigações 
indivisíveis é muito importante, porque o fato de ser a obrigação divisível ou 
indivisível trará repercussões no mundo dos negócios jurídicos. Tal assunto está 
relacionado à pluralidade de sujeitos. Assim fala o art. 257: 
Art. 257. Havendo ¹mais de um devedor ou ²mais de um credor em obrigação 
divisível, esta presume-se dividida em tantas obrigações, iguais e distintas, quantos os 
credores ou devedores. 
 
A obrigação ³$´ presume-se dividida. 
 
Se a obrigação é divisível presume-se 
dividida em tantas obrigações quanto 
forem necessárias para cada credor ou 
devedor existente. 
(na representação ao lado é como se 
existissem três obrigações, uma para 
cada credor ou devedor ± é uma 
presunção) 
 
 
Na obrigação divisível a resolução de problemas é mais ³simples´, porque 
cada um dos coobrigados tem a sua quota parte de responsabilidade. A obrigação 
é rateada entre as partes. 
obrigação 
"A2"
Origação 
"A3"
obrigação 
"A1"
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Veja como esse assunto foi cobrado pela FCC: 
 
FCC 2015/TJ-PI/Juiz Substituto. 
Foi considerado correto o seguinte enunciado: Marcos foi contratado, em um 
mesmo instrumento, para prestar serviços de manutenção de máquinas agrícolas 
durante o período de colheita, simultaneamente, nas fazendas de Lourenço e 
Sérgio, comprometendo-se estes conjuntamente a pagar os serviços, parte em 
dinheiro e parte com um equino. Não tendo Lourenço e Sérgio cumprido a 
obrigação assumida e achando-se eles em mora, Marcos poderá cobrar a parte 
de cada um na dívida em dinheiro e a entrega do animal de qualquer dos 
devedores. 
 
O princípio concursu partes fiunt (as partes se dividem pelos 
sujeitos) refere-se à presunção legal de que se houver pluralidade de sujeitos, 
sendo mais de um credor ou mais de um devedor, o objeto da prestação poderá 
ser dividido ou fracionado em parcelas iguais e distintas de devedores e credores. 
 
Haverá, no entanto, duas exceções com relação à prestação demonstrada 
acima: ¹a indivisibilidade (que será vista a seguir, no art. 258) e ²a 
solidariedade (que é detalhada nos arts. 264 a 285). 
 
Art. 258. A obrigação é indivisível quando a prestação tem por objeto uma coisa ou 
um fato não suscetíveis de divisão, ¹por sua natureza, ²por motivo de ordem 
econômica, ou ³dada a razão determinante do negócio jurídico. 
 
 
A Obrigação é indivisível, pois a ¹coisa ou o 
²fato não são susceptíveis de divisão. 
Exemplos de obrigações indivisíveis: a entrega 
de um carro, a entrega de um determinado 
animal. 
 
 
IMPORTANTE: Se a obrigação, por algum motivo, for convertida em 
uma obrigação pecuniária, não se deve falar mais em obrigação 
sempre considerada 
obrigação única 
(indivisível), 
independentemente 
do número de 
credores ou 
devedores
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indivisível, pois a prestação em dinheiro tem como característica a possibilidade 
de divisão. 
 
Art. 259. Se, havendo dois ou mais devedores, a prestação não for divisível, cada um 
será obrigado pela dívida toda. 
Parágrafo único. O devedor, que paga a dívida, sub-roga-se no direito do credor em 
relação aos outros coobrigados. 
 
Na obrigação indivisível, como já falado, cada devedor é obrigado pela 
dívida toda. E ainda temos a situação do § único, exemplificada a seguir: Se 
João, Paulo H� 9LWRU� VmR� GHYHGRUHV� FRREULJDGRV� GD� REULJDomR� ³;´�� FDGD� XP�
responde pela dívida toda. Se João, por exemplo, pagar a dívida sub-roga-
se no direito do credor com relação aos outros. 
 
Veja como esse assunto foi cobrado pela FCC: 
 
FCC 2016 /Prefeitura de São Luiz ± MA/Procurador do Município. 
Foi considerado correto o seguinte enunciado: João deve entregar um colar que 
vale R$ 300.000,00 a Maria, Paula e Joana, sendo que Maria remitiu o débito. 
Assim, Paula e Joana exigirão o colar, mas, de outro lado, deverão restituir a 
João, o montante equivalente ao quantum remitido. Essa situação só pode 
ocorrer pelo fato de a obrigação em tela ser indivisível. 
 
Da pluralidade de credores (Nos artigos seguintes não há solidariedade ativa, 
apenas a pluralidade de credores. A solidariedade será explicada mais à frente). 
 
Art. 260. Se a pluralidade for dos credores, poderá cada um destes exigir a dívida 
inteira; mas o devedor ou devedores se desobrigarão, pagando: 
I - a todos conjuntamente; 
II - a um, dando este caução de ratificação dos outros credores. 
Art. 261. Se um só dos credores receber a prestação por inteiro, a cada um dos 
outros assistirá o direito de exigir dele em dinheiro a parte que lhe caiba no total. 
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Art. 262. Se um dos credores remitir a dívida, a obrigação não ficará extinta para 
com os outros; mas estes só a poderão exigir, descontada a quota do credor remitente. 
Parágrafo único. O mesmo critério se observará no caso de transação, novação, 
compensação ou confusão. 
 
No caso de negociações (como no caso de remissão ± perdão da dívida) 
por parte de um dos credores, por exemplo, do credor ³$´��RV�GHPDLV�SRGHUmR�
exigir a prestação, mas deverá ser descontada a parte que cabia ao credor 
³$´. Aqui há uma particularidade, conforme exemplo dado por Clóvis Beviláqua7, 
VH�D�REULJDomR�IRVVH�XP�&DYDOR�TXH�FXVWD�5���������VHQGR�TXH�³$´�UHPLWLX�D�
GtYLGD��³%´�H�³&´�VRPHQWH�SRGHP�H[LJLU�D�HQWUHJD�GR�FDYDOR�VH�SDJDUHP�RV�5��
10.000 ao devedor. 
 
Art. 263. Perde a qualidade de indivisível a obrigação que se resolver em perdas e 
danos. 
§ 1o Se, para efeito do disposto neste artigo, houver culpa de todos os devedores, 
responderão todos por partes iguais. 
§ 2o Se for de um só a culpa, ficarão exonerados os outros, respondendo só esse pelas 
perdas e danos. 
 
 
7 Em Carlos Roberto Gonçalves, Direito Civil Esquematizado, Saraiva, 2ª ed., pág. 510. 
Pagando a todos credores 
conjuntamente 
( neste exemplo "A", "B", "C")
há desobrigação quanto a 
"A"
há desobrigação quanto a "B"
há desobrigação quanto a "C"
Pagando somente a um deles (neste 
exemplo, ao credor "A")
credor "A" recebe o 
pagamento e dá caução de 
ratificação dos credores "B" e 
"C"
Ao credor "B" assiste o 
direito de exigir em dinheiro 
a parte que lhe caiba
Ao credor "C" assiste o 
direito de exigir em dinheiro 
a parte que lhe caiba
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Das Obrigações Solidárias (arts. 264 a 285). 
A solidariedade ocorre quando há ¹mais de um sujeito ativo ou ²mais de 
um sujeito passivo ou, então, ³pluralidade de ambos. Na solidariedade não se 
trata de uma simples pluralidade de sujeitos, porque o direito (dos credores) 
ou a obrigação (dos devedores) nestes casos é pelo total da dívida. Na 
realidade é como se existisse um único credor ou um único devedor, no 
primeiro caso, qualquer um poderá exigir a dívida, já no segundo caso, de 
qualquer um poderá ser exigida a dívida. 
 
 
 
 
A solidariedade se aproxima muito da obrigação 
indivisível, mas com esta, no entanto, não se 
confunde. 
 
 
Art. 264. Há solidariedade, quando na mesma obrigação concorre mais de um 
credor, ou mais de um devedor, cada um com direito, ou obrigado, à dívida toda. 
 
Na solidariedade não há fracionamento. São dois os tipos de solidariedade 
possíveis: 
Concorrência de credores (solidariedade ativa) - cada um tem o direito 
de exigir a dívida toda. 
Concorrência dos devedores (solidariedade passiva) - cada um tem a 
obrigação de cumprir a dívida toda. 
 
IMPORTANTÍSSIMO: 
Art. 265. A solidariedade não se presume; resulta da lei ou da vontade das partes. 
 
Art. 266. A obrigação solidária pode ser pura e simples para um dos cocredores ou 
codevedores, e condicional, ou a prazo, ou pagável em lugar diferente, para o outro. 
 
Na solidariedade 
ativa é como se 
existisse um único 
credor, já na 
solidariedade passiva 
é como se existisse 
um único devedor. 
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¾ Da Solidariedade Ativa (concorrência de credores) 
Solidariedade ativa é aquela em que há credores solidários. 
 
Art. 267. Cada um dos credores solidários tem direito a exigir do devedor o 
cumprimento da prestação por inteiro. 
Art. 268. Enquanto alguns dos credores solidários não demandarem o devedor comum, 
a qualquer daqueles poderá este pagar. 
 
O devedor pode escolher a quem dos credores solidários pagar, desde que 
ainda não tenha sido cobrado por nenhum deles. (Enquanto não for cobrado por 
algum dos credores, pode pagar a qualquer um). 
 
Art. 269. O pagamento feito a um dos credores solidários extingue a dívida até o 
montante do que foi pago. 
 
Art. 270. Se um dos credores solidários falecer deixando herdeiros, cada um 
destes só terá direito a exigir e receber a quota do crédito que corresponder ao seu 
quinhão hereditário, salvo se a obrigação for indivisível. 
 
Neste caso, em regra, a solidariedade não passa aos herdeiros, cada um poderá 
exigir apenas a sua parte. A exceção é no caso de obrigações indivisíveis, onde a 
solidariedade permanece. 
Art. 271. Convertendo-se a prestação em perdas e danos, subsiste, para todos os 
efeitos, a solidariedade. 
 
Diferentemente do que ocorreu na obrigação indivisível que perdeu a sua 
qualidade quando resolvida em perdas e danos, a solidariedade se mantém 
mesmo quando a prestação é convertida em perdas e danos. 
 
Art. 272. O credor que tiver remitido a dívida ou recebido o pagamento responderá 
aos outros pela parte que lhes caiba. 
 
Veja que na relação interna (entre os credores solidários) a dívida pode ser 
fracionada. Se um credor perdoar a dívida ou receber o pagamento, terá este que 
dar aos outros credores aparte que lhes caiba. 
 
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Art. 273. A um dos credores solidários não pode o devedor opor as exceções pessoais 
oponíveis aos outros. 
Art. 274. O julgamento contrário a um dos credores solidários não atinge os demais, 
mas o julgamento favorável aproveita-lhes, sem prejuízo de exceção pessoal que o 
devedor tenha direito de invocar em relação a qualquer deles. (Redação dada pela Lei 
nº 13.105, de 2015) 
 
Veja que estamos falando de solidariedade ativa (credores solidários). 
 
Uma observação importante: o que acontece com a obrigação solidaria se um 
dos credores vier a se tornar incapaz? Com relação à solidariedade este fato não 
trará repercussão alguma. Permanece a solidariedade. 
 
¾ Da Solidariedade Passiva (concorrência de devedores) 
De qualquer dos devedores poderá o credor exigir a prestação: 
 
Art. 275. O credor tem direito a exigir e receber de um ou de alguns dos devedores, 
parcial ou totalmente, a dívida comum; se o pagamento tiver sido parcial, todos os 
demais devedores continuam obrigados solidariamente pelo resto. 
Parágrafo único. Não importará renúncia da solidariedade a propositura de ação 
pelo credor contra um ou alguns dos devedores. 
 
Art. 276. Se um dos devedores solidários falecer deixando herdeiros, nenhum destes 
será obrigado a pagar senão a quota que corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo 
se a obrigação for indivisível; mas todos reunidos serão considerados como um 
devedor solidário em relação aos demais devedores. 
Na solidariedade ativa (concorrência de credores)
Se o credor "A" ¹perdoa a dívida ou ²recebe o pagamento, responderá aos 
outros credores pela parte que lhes caiba 
(neste modelo aos credores "B" e "C")
O credor "B" deverá receber de "A" a parte que lhe caiba
O credor "C" deverá receber de "A" a parte que lhe caiba
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Art. 277. O pagamento parcial feito por um dos devedores e a remissão por ele obtida 
não aproveitam aos outros devedores, senão até à concorrência da quantia 
paga ou relevada. 
 
Exemplo: Se haviam três devedores solidários, se a dívida era de R$30 e 
se foi perdoado o pagamento de R$10 a um dos devedores (remissão da dívida). 
Permanece a dívida de R$20 e a solidariedade dos demais, estes somente serão 
beneficiados em relação à cota já paga ou perdoada. 
 
Art. 278. Qualquer cláusula, condição ou obrigação adicional, estipulada entre um dos 
devedores solidários e o credor, não poderá agravar a posição dos outros sem 
consentimento destes. 
 
Art. 279. Impossibilitando-se a prestação por culpa de um dos devedores solidários, 
subsiste para todos o encargo de pagar o equivalente; mas pelas perdas e danos 
só responde o culpado. 
 
Art. 280. Todos os devedores respondem pelos juros da mora, ainda que a ação 
tenha sido proposta somente contra um; mas o culpado responde aos outros pela 
obrigação acrescida. 
Art. 281. O devedor demandado pode opor ao credor as exceções que lhe forem 
pessoais e as comuns a todos; não lhe aproveitando as exceções pessoais a outro 
codevedor. 
Art. 282. O credor pode renunciar à solidariedade em favor de um, de alguns ou de 
todos os devedores. 
Parágrafo único. Se o credor exonerar da solidariedade um ou mais devedores, subsistirá 
a dos demais. 
 
O credor neste caso não está remitindo (perdoando) a dívida, apenas 
está renunciado à solidariedade, mas não poderá reclamar aa obrigação como 
anteriormente. O que ocorre é o seguinte: imagine uma dívida de R$ 30.000 com 
WUrV�GHYHGRUHV�VROLGiULRV�³$´��³%´�H�³&´��6H�R�FUHGRU�UHQXQFLDU�D�VROLGDULHGDGH�em 
IDYRU�GH�³$´��SRGHUi�VRPHQWH reclamar de "A" o valor de R$ 10.000,00, sendo 
que "B" e "C" continuarão respondendo solidariamente por R$ 20.000,00. 
 
Art. 283. O devedor que satisfez a dívida por inteiro tem direito a exigir de cada um 
dos codevedores a sua quota, dividindo-se igualmente por todos a do insolvente, se o 
houver, presumindo-se iguais, no débito, as partes de todos os codevedores. 
 
Art. 284. No caso de rateio entre os codevedores, contribuirão também os exonerados 
da solidariedade pelo credor, pela parte que na obrigação incumbia ao insolvente. 
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Art. 285. Se a dívida solidária interessar exclusivamente a um dos devedores, 
responderá este por toda ela para com aquele que pagar. 
Importante você observar que tanto na solidariedade como na 
indivisibilidade, ante a pluralidade subjetiva, cada credor pode exigir a dívida 
inteira e cada devedor está obrigado pelo débito todo. O credor que receber 
responderá pela parte dos demais e o devedor que pagar terá direito de regresso 
contra os outros. 
 
Veja como esse assunto foi cobrado por outras bancas: 
2016/COMPESA/ Analista de Gestão - Advogado. 
Foi considerado correto o seguinte enunciado: Amanda, Bianca e Cristiana 
contraíram empréstimo no valor de R$ 150.000,00 a Frederico, com vista a iniciar 
um negócio conjunto, tendo o contrato estabelecido a solidariedade entre as três 
devedoras. Depois de concluído o negócio, contudo, Frederico exonerou Amanda 
da solidariedade. Já Bianca veio a falecer, deixando dois herdeiros maiores e 
capazes, seus filhos Felipe e Bernardo, cabendo a cada um, na partilha, herança 
bastante superior ao valor do empréstimo. Considerando ter havido o vencimento 
da dívida depois de realizada a partilha dos bens deixados pela devedora Bianca, 
com relação à exigibilidade do crédito Frederico poderá exigir a dívida toda de 
Cristiana; de Amanda, apenas a sua cota parte; de Felipe e de Bernardo, poderá 
exigir, de cada um, a cota correspondente ao seu quinhão hereditário. 
 
¾ Obrigações quanto ao tempo do adimplemento (do 
cumprimento). 
De execução ¹instantânea, ²diferida e ³continuada. 
Obrigação de execução instantânea (ou momentânea) é aquela que 
em um só ato já está consumada, se constitui a obrigação e no momento 
seguinte esta já é cumprida. Exemplo: A compra à vista com a entrega da 
coisa no instante seguinte. 
Obrigação de execução diferida é aquela que ocorre, também, em um 
só ato, mas a obrigação não é cumprida no momento seguinte, mas sim em 
momento futuro. Exemplo: A compra à vista em que a entrega é feita em 
momento futuro. 
Obrigação de duração continuada (periódica ou de trato sucessivo) 
é aquela que não se cumpre em um só ato e que ocorre por meio de atos 
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reiterados. Exemplos: A compra e venda a prazo (haverá prestações periódicas), 
o fornecimento de determinada mercadoria em prestações periódicas. 
 
Vamos começar agora outro ponto importante do edital: a transmissão das 
obrigações. 
 
Transmissão das obrigações (arts. 286 a 303). 
A transmissão, seja ela de direitos ou de obrigações, pode verificar-se tantopor causa de morte, como por atos entre vivos. A transmissão que se dá com a 
morte é disciplinada e mais bem estudada no direito das sucessões. A 
transmissão que julgamos ser mais importante para analisarmos, neste 
momento, é aquela realizada pela vontade das partes. 
Veja que a obrigação faz parte do patrimônio do credor, por consequência, 
este credor, se quiser, poderá transmiti-la. A mudança da figura do credor é o 
que se chama cessão de crédito. 
 
³0DV�R�TXH�YHP�D�VHU�FHVVmR"´� 
 
De acordo com Maria Helena Diniz 8 : ³2� ato determinante de 
transmissibilidade das obrigações designa-se cessão, que vem a ser a 
transferência negocial, a título gratuito ou oneroso, de um direito, de um dever, 
de uma ação ou de um complexo de direitos, deveres e bens, com conteúdo 
predominantemente obrigatório, de modo que o adquirente (cessionário) exerça 
SRVLomR�MXUtGLFD�LGrQWLFD�j�GR�DQWHFHVVRU��FHGHQWH�´� 
 
Cessão é, então, transferência negocial. Neste tipo de negócio teremos a 
presença de três envolvidos: ¹o cedente; o cessionário; e aquele que é cedido. 
 
Como espécies de cessão temos: a ¹cessão de crédito; a ²cessão de débito; 
e a ³cessão de contrato (este último tipo de cessão é menos cobrado em 
concursos). 
Vamos analisar cada uma delas: 
 
8 Maria Helena Diniz, Manual de direito Civil, Saraiva 2011. 
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A cessão de crédito (arts. 286 a 298) enfoca a substituição, por ato 
entre vivos, da figura do credor e isto independentemente do consenso do 
devedor. O crédito, como parte integrante de um patrimônio, possui um valor 
econômico e, sendo assim, é algo que pode ser transmitido, tanto de forma 
onerosa como gratuita. 
Na cessão de crédito temos como figuras do negócio (ou partes 
envolvidas): o cedente (aquele que vende o direito), o cessionário (que adquire 
o direito) e o cedido (que é o devedor original, que deve cumprir com a obrigação 
de pagar a dívida, agora para outra pessoa). O cedido não participa ativamente 
do negócio, mas, como você verá logo a frente, ele precisa ser notificado. 
Na cessão de crédito, este é transferido tal como foi contratado, o que se 
modifica é a pessoa que irá cobrar a obrigação. De um modo geral a cessão 
de crédito é permitida, mas atente para o art. 286: 
Art. 286. O credor pode ceder o seu crédito, se a isso não se opuser ¹a natureza 
da obrigação, ²a lei, ou ³a convenção com o devedor; a cláusula proibitiva da cessão 
não poderá ser oposta ao cessionário de boa-fé, se não constar do instrumento da 
obrigação. 
 
O próprio contrato pode proibir a cessão de crédito (cláusula proibitiva da 
cessão), mas para que isso se torne eficaz perante terceiros de boa-fé, a 
cláusula deve constar no instrumento de obrigação, ou seja, no próprio contrato. 
Em todos os casos, deve-se verificar se o terceiro, que está comprando o 
crédito, teve conhecimento da cláusula impeditiva. Se não teve 
conhecimento, a cessão de crédito poderá ser válida, mesmo perante a cláusula 
impeditiva. 
Também, é importante destacar que deve estar presente a possibilidade 
jurídica para a transmissão do crédito, pois as obrigações personalíssimas, 
por sua natureza, não admitem cessão. 
 
Art. 287. Salvo disposição em contrário, na cessão de um crédito abrangem-se todos 
os seus acessórios. 
 
Veja então que, em regra, a cessão de um crédito abrange todos os seus 
acessórios, mas esta regra comporta exceção. Basta que exista disposição a esse 
respeito. 
 
A cessão de crédito pode ser ainda: 
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¹Gratuita ou ²onerosa, conforme ela se realize com ou sem pagamento 
por parte do cessionário. 
¹Total ou ²parcial, pois o cedente pode transferir todo o crédito ou, então, 
somente uma parte, resguardando para si o resto. 
¹Convencional, ²legal ou ³judicial. Convencional é quando decorre da 
vontade livre e espontânea entre o cedente e o cessionário. Legal é decorrente 
de lei, pois existem casos em que a própria lei prevê esta cessão. Judicial é a que 
decorre de sentença judicial, como por exemplo, nos casos de sucessão onde 
haverá a partilha dos bens. Como os créditos também são bens, estes vão ser 
transferidos para os herdeiros. 
Pode ser ¹pro soluto, quando, com a transferência, o cedente deixa de ter 
responsabilidade pelo pagamento do crédito, pela solvência do devedor, mas 
continua responsável pela sua existência; ou ²pro solvendo, quando o cedente 
continua responsável pelo pagamento, caso o cedido ou devedor não o faça. 
 
Já foi afirmação de prova, mas de outra banca: ³1D�FHVVmR�SUR�VROXWR�GR�
crédito, o cedente não responde pela solvência do devedor, mas apenas pela 
existência GR�FUpGLWR´� 
 
Embora a cessão de crédito seja um negócio jurídico não solene (ou 
consensual), pois não depende de forma determinada, convém que a cessão 
seja feita por escrito, pois assim terá validade contra terceiros9. 
 
Art. 288. É ineficaz, em relação a terceiros, a transmissão de um crédito, se não 
celebrar-se mediante instrumento público, ou instrumento particular revestido das 
solenidades do § 1o do art. 654. 
(Art. 654, § 1º. O instrumento particular deve conter a indicação do lugar onde foi 
passado, a qualificação do outorgante e do outorgado, a data e o objetivo da outorga 
com a designação e a extensão dos poderes conferidos). 
 
 
9 (VVHV� ³WHUFHLURV´� FLWDGRV�QR� WH[WR�GD� OHL�GHYHP� WHU� LQWHUHVVH�QR�SDWULP{QLR�GDV�SDUWHV��1mR�
podendo ser qualquer pessoa. 
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Art. 289. O cessionário de crédito hipotecário tem o direito de fazer averbar a cessão 
no registro do imóvel. 
 
Trata-se de garantia para o cessionário, pois com esta atitude ± de 
averbação na escritura do imóvel no registro de imóveis, o ato de cessão gera 
efeitos contra todos (erga omnes). 
 
No art. 290 temos a informação quanto à necessidade de notificação do 
devedor: 
Art. 290. A cessão do crédito não tem eficácia em relação ao devedor, senão quando a 
este notificada; mas por notificado se tem o devedor que, em escrito público ou 
particular, se declarou ciente da cessão feita. 
 
Assim, a cessão de crédito não está condicionada a aceitação do 
devedor, mas ele deve ser notificado de quem é o credor da obrigação, para 
poder efetuar o pagamento. Esta notificação ao devedor pode ser feita tanto pelo 
cedente (aquele que está cedendo) como pelo cessionário (aquele que está 
adquirindo o direito). 
Como dito anteriormente, a cessão prescinde (não precisa) de autorização 
do devedor, que dela, apenas, deve ter ciência. O devedor não faz parte 
diretamente do negócio jurídico que é a cessão de crédito. 
Se a cessão foi desmembrada, e existirem vários credores, o devedor 
deve ser informado de tal situação e esta não deve lhe gerar maiores gastos, ou 
seja, sua situação não poderá ser agravada sem sua concordância. 
 
Art. 291. Ocorrendo várias cessões do mesmo crédito, prevalece a que se completar 
com a tradição do título do crédito cedido.Esta situação irá ocorrer, quando o crédito for vendido várias vezes, para 
diferentes pessoas. Nestes casos não está obrigado o devedor a procurar o último 
cessionário para fazer o pagamento. De acordo com o artigo, ele pagará ao 
cessionário que lhe apresentar o título do crédito cedido. Se isso vier a causar 
algum dano para os demais cessionários, será resolvido entre eles. 
 
O art. 294, fala das exceções (das defesas que dispõe o devedor), e diz 
assim: 
Art. 294. O devedor pode opor ao cessionário as exceções que lhe competirem, 
bem como as que, no momento em que veio a ter conhecimento da cessão, tinha contra 
o cedente. 
 
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Desse modo, se o devedor podia em sua defesa, por exemplo, alegar erro 
ou, então, dolo contra o cedente, também poderá fazê-lo contra o cessionário. 
Isso se dá, porque o crédito se transfere com as mesmas características 
que possuía originariamente. 
 
A responsabilidade do cedido é cumprir com a obrigação. Já a 
reponsabilidade do cedente, nas cessões a título oneroso, ainda que não se 
responsabilize pelo cumprimento da obrigação, está na existência do crédito 
ao tempo da cessão. Isto também é valido nas cessões a título gratuito, se o 
cedente agiu de má-fé. É o que diz o art. 295: 
Art. 295. Na cessão por título oneroso, o cedente, ainda que não se responsabilize, 
fica responsável ao cessionário pela existência do crédito ao tempo em que lhe cedeu; a 
mesma responsabilidade lhe cabe nas cessões por título gratuito, se tiver 
procedido de má-fé. 
 
Art. 296. Salvo estipulação em contrário, o cedente não responde pela solvência10 
do devedor. 
 
O cedente, em regra, assume apenas obrigação de garantia e 
existência do credito, mas veja que é vHUGDGHLUD�D� LQIRUPDomR�� ³2�FHGHQWH�
SRGH� UHVSRQGHU� SHOD� VROYrQFLD�GR�GHYHGRU´�� basta que haja estipulação neste 
sentido (convencionada entre as partes). O artigo 297 continua: 
Art. 297. O cedente, responsável ao cessionário pela solvência do devedor, não 
responde por mais do que daquele recebeu, com os respectivos juros; mas tem de 
ressarcir-lhe as despesas da cessão e as que o cessionário houver feito com a cobrança. 
 
Se as partes convencionaram a responsabilidade do cedente, este não pode 
ser responsabilizado por mais do recebeu, respeitando o que foi dito no art. 297. 
 
Finalizando o assunto cessão de crédito, temos o art. 298: 
Art. 298. O crédito, uma vez penhorado, não pode mais ser transferido pelo credor que 
tiver conhecimento da penhora; mas o devedor que o pagar, não tendo notificação dela, 
fica exonerado, subsistindo somente contra o credor os direitos de terceiro. 
Veja como esse assunto foi cobrado pela FCC: 
 
FCC 2016 /DPE-BA/Defensor Público. 
 Foi considerado correto o seguinte enunciado: a cessão de crédito não depende 
da anuência do devedor para que seja válida. 
 
10 Solvência é a situação econômica positiva, quando os haveres superam, em valores, às 
dívidas. 
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A cessão de débito (ou assunção de dívida), que não ocorre sem a 
anuência do credor, de acordo com Maria Helena Diniz é um negócio jurídico 
bilateral, pelo qual o devedor será o cedente e, com anuência expressa do credor 
(será o cedido), transfere a um terceiro (assuntor ou cessionário) os encargos 
obrigacionais, de modo que este assume sua posição na relação obrigacional, 
substituindo-o, responsabilizando-se pela dívida, que subsiste com todos os seus 
acessórios. Vamos colocar na prática, veja o exemplo abaixo: 
 
¹João deve pra ²Otávio. Surge, na relação obrigacional, a figura de ³Paulo, 
um terceiro, que será o assuntor ou cessionário. 
³Paulo assume a obrigação, que era de ¹João (devedor primitivo), perante 
²Otávio (credor). 
 
No código civil, o conceito para a assunção de dívida está no art. 299: 
É facultado à terceiro assumir a obrigação do devedor, com o consentimento 
expresso do credor, ficando exonerado o devedor primitivo, salvo se aquele, ao tempo 
da assunção, era insolvente e o credor o ignorava. 
Parágrafo único. Qualquer das partes pode assinar prazo ao credor para que consinta na 
assunção da dívida, interpretando-se o seu silêncio como recusa. 
 
 Do que foi dito acima, podemos extrair os pressupostos da cessão de 
débito: 
Existência e validade da obrigação transferida. 
Substituição do devedor sem alteração na substância do vínculo 
obrigacional, salvo se o novo devedor, ao tempo da assunção da dívida, era 
insolvente e o credor ignorava. 
Concordância expressa do credor. 
Observância dos requisitos relacionados para os negócios jurídicos. 
A assunção pode ¹liberar o devedor primitivo, ou ²mantê-lo ligado ainda à 
obrigação. Trata-se de uma opção das partes, uma escolha do credor. 
 
Entretanto, o art. 300 nos diz: 
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Salvo assentimento expresso do devedor primitivo, consideram-se extintas, a 
partir da assunção da dívida, as garantias especiais por ele originariamente dadas ao 
credor. 
 
³2�TXH�LVWR�H[SUHVVR�QR�DUW������TXHU�GL]HU"´ 
 
O fiador, por exemplo, não é obrigado a garantir um devedor que não 
conhece, que não confie. A ideia é no sentido de que as garantias ditas especiais 
não permanecerão com a assunção se não houver menção expressa a este 
respeito. No entanto, permanecem as garantias dadas pelo devedor primitivo 
ligadas a sua pessoa. 
 
Quanto as suas características a cessão de débito: ¹possui natureza 
contratual; ²se o negócio exigir forma especial, assim deverá ser feito, caso 
contrário à forma é livre; ³os vícios possíveis são os dos negócios jurídicos em 
geral. 
Importante 
A assunção de dívida (cessão de débito) pode se dar através de dois 
modos: ¹por acordo entre o terceiro e o credor (expromissão); ou ²por acordo 
entre o terceiro e o devedor (delegação). 
 
Expromissão é quando o terceiro contrai perante o credor a obrigação de 
liquidar o débito. O acordo é entre o terceiro e o credor. Esta expromissão pode 
ocorrer com a liberação do devedor ± assunção perfeita, ou manter-se o devedor 
cumulativamente responsável pela obrigação ± assunção de débito imperfeita. 
Delegação, se o devedor transferir a terceiro, com a anuência do credor, o 
débito com este contraído. Subdivide-se em: primitiva, se o terceiro assumir 
toda a dívida, excluído o devedor original; e simples ou cumulativa, se o 
terceiro entrar na relação obrigacional unindo-se ao devedor primitivo, que 
continuará vinculado. 
 
De todo modo, o principal efeito da assunção é a substituição do 
devedor na relação obrigacional. 
Os artigos 301 e 302 apresentam outros efeitos da assunção: 
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Art. 301. Se a substituição do devedor vier a ser anulada, restaura-seo débito, 
com todas as suas garantias, salvo as garantias prestadas por terceiros, exceto se este 
conhecia o vício que inquinava a obrigação. 
Art. 302. O novo devedor não pode opor ao credor as exceções pessoais que 
competiam ao devedor primitivo. 
 
 Assim, na falta de estipulação expressa, as exceções (defesas) oponíveis 
pelo primitivo transferem-se ao terceiro, salvo as exceções pessoais. 
 
Art. 303. O adquirente de imóvel hipotecado pode tomar a seu cargo o pagamento do 
crédito garantido; se o credor, notificado, não impugnar em trinta dias a transferência 
do débito, entender-se-á dado o assentimento. 
 
Pois quem adquire um imóvel que está hipotecado, na maioria das vezes, 
absorve no preço o valor da hipoteca e se assume a dívida a partir daquele 
momento. Se o credor, notificado da mudança e da assunção da dívida, não se 
manifestar no prazo estabelecido pela lei, dá-se o seu assentimento. 
 
 
A cessão da posição contratual (próximo ponto que será visto) não 
tem sido muito cobrada em concursos. De todo modo, é bom que 
você tenha uma visão geral acerca do assunto, por isto incluímos 
na aula. 
 
A cessão de posição contratual é a transferência da inteira posição ativa 
e passiva, do conjunto de direitos e obrigações de que é titular uma pessoa, 
derivados de contrato bilateral já ultimado, mas de execução ainda não concluída. 
Nesse negócio, vamos ver que uma das partes (cedente), com o 
consentimento do outro contratante (cedido), transfere sua posição no contrato 
a um terceiro (cessionário). Para que não ocorra confusão com a terminologia, 
chama-se o contrato original de contrato base. 
Vimos que na cessão de crédito substitui-se uma das partes na obrigação, 
apenas do lado ativo e em um único aspecto da relação jurídica. O mesmo 
acontecendo na assunção de dívida. Entretanto, ao transferir uma posição 
contratual, transfere-se todo um conjunto de direitos e deveres, 
consequentemente, transfere-se o crédito e também o débito, isto não como 
contrato principal, mas como parte, como elemento do negócio jurídico. 
A cessão de posição contratual possui como objeto a substituição de uma 
das partes no contrato, o qual objetivamente permanecerá o mesmo. Assim, a 
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cessão de todos os créditos e de todas as pretensões presentes e futuras e a 
assunção de todas as dívidas não esgota o conteúdo jurídico do tema em estudo. 
Ou seja, o negócio jurídico básico, ultrapassa o somatório dos direitos 
transferidos. O que se transfere é uma relação jurídica fundamental, e não a 
soma de créditos e débitos. 
A cessão de posição contratual situa-se basicamente nas relações a prazo, 
duradouras, mas não está por elas limitada. Portanto, enquanto um contrato não 
estiver completamente exaurido, o que não se confunde com contrato cumprido, 
haverá possibilidade de cessão de posição contratual, dependendo sempre da 
necessidade econômica das partes. O caso concreto é que mostrará a 
necessidade. 
 
A concordância do terceiro-cedido é de suma importância para a 
formação da cessão de posição contratual. Essa concordância, embora 
necessária, pode ser simultânea, prévia ou posterior ao negócio jurídico. 
 
Haverá concordância contemporânea ou simultânea quando uma das partes 
manda a proposta de cessão diretamente às outras duas. 
Haverá concordância posterior se a concordância do cedido ocorrer após o 
acerto da cessão entre cedente e cessionário. 
Haverá concordância prévia quando no contrato base já houver previsão e 
autorização para uma futura cessão. 
 
A falta de consentimento do cedido impede o aperfeiçoamento da cessão e 
o relacionamento entre cedente e cessionário permanece no campo da 
responsabilidade pré-contratual. 
O principal efeito da cessão de contrato é a substituição de uma das partes 
de contrato±base, permanecendo este íntegro em suas disposições. 
Todo complexo contratual, direitos e obrigações provenientes do contrato 
transferem-se ao cessionário. 
Na cessão de posição contratual, o cedente é responsável pela existência 
do contrato, por sua validade e pela posição que está cedendo. Caso não ocorram 
tais circunstâncias, a solução será uma indenização por perdas e danos, com 
ressarcimento da quantia acordada para a transferência da posição contratual. 
Ainda que o negócio seja gratuito, poderá gerar direito à indenização. Em 
se tratando de cessão onerosa, a responsabilização independe de culpa. A culpa 
funcionará, talvez, como um reforço para o quantum indenizatório. 
Na hipótese de inexistir o contrato cedido, ou de não existir de forma que 
permita a eficácia da cessão, há, na verdade, uma impossibilidade do negócio por 
inexistência de objeto. 
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O cedente não se responsabiliza pelo adimplemento11 do contrato. Pode, 
no entanto, assumir perante o cessionário uma garantia, maior ou menor, 
dependendo das cláusulas do negócio, pelo adimplemento das obrigações 
contratuais do cedido. Porém, se não houver expressado menção do tipo de 
garantia, existirá uma caução fidejussória12, nada impedindo, no entanto, que as 
partes coloquem a responsabilidade solidária total ou parcial, restrita a 
determinado valor, ou mesmo restrita a uma só assunção de dívida do contrato 
base. 
Na transferência de posição contratual, devem as partes identificar 
claramente o objeto do negócio, sempre que possível avisando o cedente ao 
cessionário de todas as cláusulas do contrato cedido. É muito importante, que no 
mesmo instrumento ou em instrumento à parte, em cópia fiel, conste o contrato 
base. Deste modo, estará o cessionário plenamente ciente da situação contratual 
que está assumindo. Como também deve o cedente dar todas as informações 
necessárias ao cessionário, para que ele tenha condições de cumprir com seu 
novo acordo. 
O acordo preparatório entre cedente e cessionário não produz qualquer 
efeito quanto ao cedido sem sua anuência, ainda que posterior. 
Com a transferência de sua posição contratual, ausenta-se o cedente da 
relação jurídica. Neste tipo de negócio, podem as partes estipular que há uma 
cessão de posição contratual, mas que o cedido pode agir contra o cedente em 
caso de inadimplemento do cessionário. Entretanto, as partes devem manifestar-
se expressamente quanto a isso, caso não o façam haverá total liberação do 
cedente. 
Quanto ao cessionário e o cedido, ambos passam a ser partes no contrato-
base. O cessionário toma o lugar do cedente nos direitos e obrigações. O cedido 
só se libertará de suas obrigações contratuais com pagamento ao cessionário 
após tomar conhecimento e anuir na cessão. O contrato pode ser cedido em 
trânsito, isto é, parcialmente cumprido. 
Lembrem-se: só se transferem as relações jurídicas ainda existentes. 
 Transfere-se a posição contratual no estado em que se encontra para o 
cedente. Todos os acessórios dos direitos conferidos pelo contrato também se 
transmitem ao cessionário, inclusive sua posição subjetiva de parte processual. 
As garantias para o contrato, fiança, hipoteca, penhor, prestadas por terceiro, 
necessitam do consentimento deste para permanecerem íntegras. 
 
11 Pelo cumprimento do contrato. 
12 As garantias contratuais se dividem em reais e fidejussórias. Nas reais é oferecido um bem 
para assegurar o cumprimento

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