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A Nova Ordem Constitucional e o Reconhecimento dos Filhos

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A Nova Ordem Constitucional e o Reconhecimento dos Filhos 
 A partir da Constituição de 1988 começamos a vislumbrar maiores possibilidades relativas ao reconhecimento e à investigação de paternidade ao trazer em seu artigo 227, §6º, o princípio da igualdade entre os filhos quer sejam eles havidos ou não no seio da sociedade conjugal.
Diante da mudança na sociedade, cujo único responsável pela família muitas vezes é a figura materna, no que tange tanto a responsabilidade financeira, educacional e social dos integrantes da família e tendo um relevante aumento no número de ligações concubinárias, veio a Constituição Federal no seu artigo 226 §§ 3º e 4º.
O texto constitucional estabelece também como pessoalíssimo e irrevogável o direito da persecução do verdadeiro pai e de sua origem genética por parte dos filhos.
Tal direito abre, portanto, a possibilidade de se confrontar a verdade estabelecida no registro e a derrubada da absolutividade de algumas presunções acerca da paternidade a fim de que não obste o direito do menor em perseguir sua origem genética e garantir sua dignidade e formação devida perante a sociedade.
Diante da nova ordem constitucional, surge no ordenamento jurídico brasileiro, legislações específicas, como a Lei nº 8069 de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente), com plenas condições de garantir cidadania absoluta a todas as crianças e adolescentes, com processo de transformação social, buscando grande desenvolvimento social no Brasil.
A presunção de paternidade está à luz do Estatuto da Criança e do Adolescente, no seu artigo 3º, que ressalta os direitos inerentes às crianças e aos adolescentes de modo que, ao conceder o direito de conhecer sua verdadeira identidade genética, tem-se o exercício pleno do direito de personalidade, este direito personalíssimo do filho, sendo impossível de obstacularização, renúncia ou indisponibilidade por parte da mãe ou do pai.
Ainda com relação as leis a respeito da paternidade e das ações de investigação, temos a Lei nº 8560/92, que institui a investigação de paternidade oficiosa dos filhos havidos fora do casamento, estabelecendo novas diretrizes para a investigação de paternidade no ordenamento jurídico brasileiro.
Com o advento do código Civil de 2002, o registro Civil do menor no caso de reconhecimento pelo pai é considerado como irrevogável e irretratável.
Tais caracteres vão de encontro aos preceitos constitucionais quanto ao direito que o menor possui para descobrir sua verdadeira origem genética, uma vez que segundo o diploma legal, “uma vez pronunciada a declaração volitiva da filiação, o pai não poderá revogá-la” (PEREIRA. 2007. P. 356).
Atualmente, a definição do conceito de filiação é trazida por vários doutrinadores, tendo em vista a nova ordem Constitucional Brasileira, a exemplo do conceito já consagrado que considera a filiação como sendo o vínculo de parentesco entre pai e filho como sendo o que confere a este a posse de estado de filho e ao genitor as responsabilidades decorrentes do poder familiar. O parentesco não mantém, necessariamente, correspondência com o vínculo consangüíneo. [...] A disciplina da nova filiação há que se edificar sobre os três pilares constitucionalmente fixados: plena igualdade entre filhos, desvinculação do estado de filho do estado civil dos pais e a doutrina da proteção integral. (DIAS, 2009, p. 326)

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