Buscar

farmaco aula 6

Prévia do material em texto

Raphael Simões Vieira – Medicina Veterinária 4º período
Farmacocinética – Esquemas posológicos
Se eu tenho um trabalho em um zoológico, e um animal silvestre se acidenta, eu preciso fazer uma cirurgia, não tem na literatura a dose de anestésico; como eu calculo o anestésico? 
Há uma massa da droga que será administrada, e vai ser dividida em um volume; dependendo da via ministrada, somente uma parte chega ao volume; concentração = massa.F (f = biodisponibilidade)/ volume de distribuição (geralmente é litro por kg); dose de ataque = dose calculada para atingir a concentração plasmática desejada, não precisa esperar as meias vidas para atingir a concentração plasmática; se for via intravenosa, o F = 1; 
Após ministrar uma dose de ataque, tem que ter uma dose de manutenção, que é uma dose que repõem aquilo que o organismo está eliminando; para calcular a dose de manutenção eu tenho que saber a concentração desejada e a eliminação do organismo; essa eliminação é dada pelo clearance; sabe-se o clearance de algumas espécies; dose de manutenção = m = C . CL / F . ID (CL = clearance, volume de droga que o organismo elimina em um determinado tempo; C = concentração plasmática desejada, terapêutica; ID = de quanto em quanto tempo); 
Exemplo
A concentração plasmática alvo de uma droga X para fins terapêuticos em uma dada espécie é igual a 10mg/l. o volume de distribuição da referida droga na espécie em questão é 0,5L/kg. Calcule a dose de ataque a ser administrada por iv para um individuo que pese 35 kg e para outro pese 70 kg.
Calcule a dose de manutenção oral da referida droga para intervalos de 24h, 12h e 8h de uma forma de liberçaão prolongada. A biodisponibilidade oral é 0,96. Considere a depuração (CL) da droga igual a 2,8 L/h/70kg;
M = C . V / F
M = 10mg . 0,5 / 1 = 5mg /kg
Se o indivíduo tiver 35kg = 175mg; se tiver 70kg = 350 kg; 
(Resolução da primeira pergunta)
C = C . CL / F . ID = 10mg . 2,8 / 0,96 . 70kg = 0,4167 mg/h/kg
Em 24h = 10mg/kg; em 12h = 5mg/kg; em 8h = 3,33 mg /k
(Resolução segunda pergunta)
Vd = volume de distribuição, quanto menor o valor, mais a droga está ficando dentro dos vasos; é volume de “difusão” pelos tecidos; 
Às vezes a droga não é expressa em mg/kg e sim em mg/superfície do animal; a dose em mg/kg é eficiente quando aplicado a indivíduos semelhatnes àqueles que foram utilizados como base experimental na definição das doses; porém, é impreciso quando utilizado para se calcular doses quando o animal previamente estudado apresenta grande diferença em relação ao animal que eu irei aplicar a droga; 
Quando se faz uma relação de peso; o cão 1 pesa 0,5kg, o cão 2 5kg e o cão 3 pesa 50kg; dessa forma, considerando o peso, o cão 3 tomaria uma dose 100X maior que a dose do cão 1; já considerando superfície corporal, o cão 3 tomaria uma dose 22 vezes maior; é uma dose bem menor; isso é importante, para não causar toxicidade; 
Em mamíferos, a área de superfície corporal guarda boa relação com muitos parâmetros fisiológicos importantes do ponto de vista farmacocinético como: metabolismo basal, volume circulante, concentração de proteínas plasmáticas, função renal; 
Geralmente, em laboratório usa-se camundongos; como passar a dose do camundongo para humano? Faz-se a relação da superfície corporal; 
Não somos só área, nem só massa; somos três dimensões; extrapolação alométrica = animais com diferenças dimensões; todo organismo vivo tem metabolismo para se manter vivo, gasta energia para manter vivo; o metabolismo se mostrou ser o melhor parâmetro nas diferentes espécies; quantas calorias uma espécie utiliza para se manter viva em uma situação de repouso = TMB = custo energético mínimo; voltando no animal silvestre, onde não há dose de anestésico; posso escolher qualquer animal que eu conheço a dose, e passar para o animal que eu desconheço; há uma lei = o peso energético do animal é a massa dele elevada a 0,75 (esse número veio de um estudo com vários animais); há uma relação entre a massa do animal e a quantidade de energia gasta, é uma lei; quando eu pego a massa de um indivíduo vivo, e elevo a 0,75, eu consigo calcular o peso metabólico do animal (massa em kg); 
Taxa metabólica basal = K. M^0,75 (massa elevada a 0,75 multiplicada por uma constante); constante teórica baseada na temperatura corporal média de grandes grupos taxonômico (kcal/dia/kg); 
Taxa metabólica específica (kcal/kg) = menor taxa metabólica por unidade de massa; é uma grandeza inversamente proporcional ao intervalo de dose; 
Via de regra, quanto menor o animal: maior necessidade de oxigênio por unida de massa (ratos, humanos elefante em salas fechadas); menor é o tempo médio de circulação sanguínea; mais elevada é a freqüência cardíaca; maior é a densidade de capilares por unidade de tecido; maior área d e superfície para trocas gasosa por unidade de massa; mais alta é a taxa de filtração glomerular; maior é densidade de hepatócitos por unidade de massa; maior a área de superfície corporal por unidade de massa; 
Relativamente à sua massa, para atingir a mesma concentração sérica de uma droga qualquer, o animal menor recebe a maior dose e o animal maior recebe a menor dose (proporcionalmente); 
Tenho um elefante com abcesso, vai ter que usar antibiótico; mas não tenho ideia a dose usada em elefante; eu sei a dose de amoxicilina que pode ser utilizada em cão doméstico; tenho um cão pesando 10kg e um elefante pesando 4500kg; a dose do cão gera em torno de 10 a 20mg/kg a cada oito ou 12 horas; pego como parametro 20mg/kg a cada oito horas (pois o elefante está em um quadro mais grave); 
Massa do modelo = Mm = 10kg
TMB = k . M^0,75 = 70 . (10)^0,75 (70 = constante para mamíferos placentados) = 393,6 kcal
Um animal modelo de 10kg, tem uma taxa metabólica basal de 393,6 kcal
Dose = 20mg/kg = 200mg
Por caloria, qual a relação entre massa e caloria? Se o animal recebe 200mg, e tem 393,6kcal, é só eu dividir 200/393,6 = 0,51 mg/kcal; agora tenho uma dose que é massa/caloria; 
TMB (do elefante) = k. m ^0,75 = 70 . (4500)^0,75 = 38459,83 kcal; eu sei a dose da droga por caloria, e eu sei a taxa metabólica desse animal, se faço regra de 3 descubro a massa:
0,508mg -------- 1kcal
X ------------------ 38459,83 kcal
X = 19537,59 mg
Calculando a dose por kg, divido 19537,59 por 4500kg = 4,34 mg/kg; vê-se que a dose dada para o elefante é bem menor que a dada para o elefante;
Um dos motivos do animal menor ter metabolismo maior, é que ele perde energia / calor mais facilmente, precisando se manter aquecido; quando se faz a divisão massa/área, o animal menor tem uma área maior em relação a sua área (comparado com o animal maior), logo ele perde calor mais facilmente que um maior; 
A taxa metabólica específica é inversamente proporcional ao intervalo de dose = se o animal tem uma taxa metabólica maior, o intervalo entre as doses vai ser menor; quanto maior a TME, menor vai ser o intervalo de dose; 
TMEm (taxa metabólica específica do modelo) = TMBm / m
TMEm = 393,6/10 = 39,36 kcal/kg;
TME (do elefante) = 38459,83 / 4500 = 8, 54 kcal/kg;
O intervalo do modelo = 8 – 8h; faço uma regra de 3:
	Tempo TME 
	8h----------- 39,36
	X ------------ 8,54
	X = 1,735
Se eu fizer a regra de 3 normal, me dá um número falso; esse 1,735 é um número falso; tenho que fazer a regra de 3 INVERSA; multiplico 8 por 39,36 e divido por 8,54 = 36h; logo, o elefante tem que tomar a dosagem de 36-36h;

Continue navegando