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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE CENTRO DE EDUCAÇÃO E SAÚDE UNIDADE ACADÊMICA DE EDUCAÇÃO LICENCIATURA EM FÍSICA Priscila da Silva Santos. Profº: Rafael Rodrigues de Lima. -Cuité,novembro de 2008- 1. RESUMO: Este relatório é resultado de experimentos executados no laboratório de física da Universidade Federal de Campina Grande no campus de Cuité pelo curso de licenciatura em física com a utilização de um trilho de ar ,uttilizando aplicações físicas experimentais e teóricas sobre colisões elásticas. 2. INTRODUÇÃO. O trilho de ar é um dispositivo que permite a observação de movimentos unidimensionais onde as forças de atrito entre o corpo e o plano no qual se movimenta são bastante reduzidas. O estudo do movimento é feito através de medidas de tempo e espaço percorrido, através dos quais podem ser calculadas velocidades e acelerações. Os resultados obtidos experimentalmente podem ser confrontados com os valores previstos pelas leis de conservação da energia e do momento linear. Da mesma maneira que experimentos anteriores, os tempos envolvidos nas medidas são bastante curtos, na faixa de décimos ou centésimos de segundo. Naqueles experimentos media-se o tempo correspondente à passagem do corpo através de sensores posicionados em duas posições ao longo do movimento. Um estudo mais completo do movimento requer um conhecimento mais detalhado da relação entre posição e tempo, ou seja, dada uma origem, qual o tempo gasto para percorrer várias posições ao longo da trajetória. Além de analisar o movimento de um corpo no trilho de ar, vamos estudar um choque elástico ou parcialmente elástico entre dois corpos de massas conhecidas. Vamos considerar inicialmente um corpo de massa m1 movendo-se com velocidade inicial v1i. Esse corpo choca-se com um corpo de massa m2 que tem velocidade inicial v2i . Dependendo das condições do nosso experimento poderemos considerar válidas as seguintes leis de conservação: Se o choque for perfeitamente elástico, as energias cinéticas: inicial e final são iguais. Se a resultante das forças externas forem nulas, os momentos lineares: inicial e final também são iguais. Usando essas duas leis, podemos mostrar que: v1i + v1f = v2i + v2f figura 1 : ilustração de um trilho de ar 2. OBJETIVOS: Verificar experimentalmente os princípios de conservação do momento linear(quantidade de movimento); Verificar experimentalmente os princípios de conservação da energia cinética; Utilizar os conhecimentos adquiridos, identificando,formulando,equacionando e resolvendo problemas do cotidiano, relativos à conservação de energia. 3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA: As leis de Newton do movimento permitem prever que, durante uma colisão entre dois corpos sobre os quais não atuam forças externas, há conservação do momento linear do sistema. Para colisões que ocorrem durante movimentos unidimensionais esta lei de conservação escreve-se matematicamente na forma (admitindo que o corpo 2 se encontra em repouso antes da colisão): p1 = p1' + p 2 , (1) onde os pi representam os momentos lineares dos corpos antes da colisão e os p'i representam os momentos lineares após a colisão. Dependendo do tipo de colisão que os corpos sofrem poderá ainda haver, ou não, conservação da energia cinética do sistema. Uma colisão em que há conservação da energia cinética diz-se elástica. Quando, pelo contrário, essa grandeza não se conserva a colisão diz-se inelástica e, no caso particular em que após a colisão os dois corpos seguem juntos, diz-se totalmente inelástica. Para dois corpos A e B em colisão elástica, não há perda de energia cinética (conservação da energia) entre os instantes antes e depois do choque. As energias cinéticas são escritas como: (1.0) A quantidade de movimento é conservada por ser nulo o somatório das forças externas e para os dois corpos A e B os seus momentos lineares antes e depois da colisão são dados por: (1.1) Multiplicando-se a Eq. (8.6) por 2 e colocando-se as massas mA e mB em evidência, temos: , podendo ser escrito como: (1.2) Reescrevendo a Eq.(1.1) após colocarmos as massas em evidência tem-se: (1.3) Dividindo-se a Eq. (1.2) pela Eq.(1.3) encontramos: (1.4) Em termos das velocidades relativas antes e depois do choque, a Eq. (1.4) terá a forma: (1.5) Para o cálculo da colisão elástica, empregamos as Eqs. (1.1) e (1.5) em conjunto. A relação entre a velocidade relativa dos dois corpos depois do choque e a velocidade relativa dos corpos antes do choque é denominada coeficiente de restituição e, mostrado na equação (1.6). (1.6) O coeficiente de restituição e assume sempre o valor e = 1 para a colisão perfeitamente elástica. 4. MATERIAL UTILIZADO: 01 colchão de ar; 01 carro com dois pinos – carro1; 01 carro com seis pinos – carro 2; 01 suporte com mola; 12 massa acopláveis de 50 g; 01 unidade geradora de fluxo; 01 mangueira com conexões rápidas; 01 cronômetro digital microcontrolado; 01 suporte m3 com ímã; 01 bobina (40) e suporte; 02 réguas com dois div (cerca); 04 elásticos ortodônticos; 02 sensores fotoéletricos; 5.PROCEDIMENTO E COLETA DOS DADOS EXPERIMENTAIS: Primeiro executamos a montagem para choque elástico,como sensor S0 na posição 300mm e o sensor S1 na posição 800mm. Monte o carro 1 com quatro massas acopláveis, um suporte com ferrite e um suporte com mola e o carro 2 com doze massas acopláveis, um suporte com ferrite e um porte com mola. O momento linear (Q) ou quantidade de movimento linear de um corpo é definido como o produto de sua massa m , pela sua velocidade v. Q = m v Medimos e determinamos as massa dos carros 1 e 2: xxxxxxxxxx m1 m2 grama 200 600 Kilograma 0,200 0,600 Tabela 1 Quando a traseira do móvel 1 estiver sobre a marca dos 100mm, a sombra da primeira máscara da cerca que ele transporta estará iniciando sua passagem pelo orifício do sensor S0, consideramos esta posição como sendo a posição x10 do móvel 1 quando ele acionar o sensor, depois calcularemos as demais posições adicionando os 18 mm referentes à largura da máscara da cerca. Procedendo de maneira análoga, coseguimos determinar o módulo das demais posições que o carro 1 estará quando as outras máscaras da cerca passarem pelo sensor S0. carro 1 ida <--- Tempo (s) Posição (10¯³ m) Velocidade ((10¯³ m/s) t0 = 0,000 x10 = 100 135 t0,1(S0 00<---) = 0,232 x11 = 118 t0,1(S0 01<---) = 0,357 x12 = 136 t0,2(S0 02<---) = 0,483 x13 = 154 t0,3(S0 03<---) = 0,608 x14 = 172 t0,4(S0 04<---) = 0,731 x15 = 190 t0,5(S0 05<---) = 0,856 x16 = 208 t0,6(S0 06<---) = 0,981 x17 = 226 t0,7(S0 07<---) = 1,104 x18 = 244 t0,8(S0 08<---) = 1,227 x19 = 262 t0,9(S0 09<---) = 1,350 x10 = 280 Δt0,10(<---) = 1,350 Δx0,10 = 180 Tabela 2 Observe que quando a traseira do móvel 2 estiver sobre a marca dos 600 mm, a sombra da primeira máscara da cerca que ele transporta estará iniciando sua passagem pelo orifício do sensor 1 consideraremos esta posição como a posição x20 do carro 2 quando ele acionar o segundo sensor. Procedendo de maneira análoga, determinamos o módulo das demais posições que o carro 2 estará quando as outras máscaras da cerca que transporta passarem pelo sensor S1. carro 2 ida <--- Tempo (s) Posição (10¯³ m) Velocidade ((10¯³ m/s) t0 = 0,000 x10 = 600 49,1 t0,1(S0 00<---) = 1,712 x11 = 618 t0,1(S0 01<---) = 1,851 x12 = 636t0,2(S0 02<---) = 2,086 x13 = 654 t0,3(S0 03<---) = 2,309 x14 = 672 t0,4(S0 04<---) = 2,534 x15 = 690 t0,5(S0 05<---) = 2,762 x16 = 708 t0,6(S0 06<---) = 2,986 x17 = 726 t0,7(S0 07<---) = 3,269 x18 = 744 t0,8(S0 08<---) = 3,437 x19 = 762 t0,9(S0 09<---) = 3,663 x10 = 780 Δt0,10 <--- = 3,663 Δx0,10 = 180 Tabela 3 No decorrer do experimento o carro 1 baterá no carro 2 e voltará. Ao retornar, o carro 1 irá ativar novamente o sensor S0, registrando mais 10 intervalos de tempo. Quando o carro 1 retornar voltará a ativar o sensor, sua cerca estará deslocada (em relação à sua posição inicial) 180 mm (10 intervalos de 18 mm) portanto sua posição inicial da reativação do sensor agora é igual a 280 mm (100 mm + 180 mm), consideraremos esta posição como a posição de retorno x10 do carro 1. Observe que que por ser retorno do carro 1 a posição relativa será obtida subtraindo dos 280 mm (sucessivamente) cada um dos intervalos das máscaras da cerca. Procedendo de modo análogo, calculamos a posição x12 do carro 1 quando a segunda máscara da cerca que ele transporta ( no retorno) passar pelo sensor S0. carro 1 volta ---> Tempo (s) Posição (10¯³ m) Velocidade ((10¯³ m/s) t0 = 0,000 x10 = 280 33,6 t0,1(S0 00 --->) = 2,521 x11 = 262 t0,1(S0 01 --->) = 2,814 x12 = 244 t0,2(S0 02 --->) = 3,108 x13 = 226 t0,3(S0 03 --->) = 3,411 x14 = 208 t0,4(S0 04 --->) = 3,719 x15 = 190 t0,5(S0 05 --->) = 4,040 x16 = 172 t0,6(S0 06 --->) = 4,364 x17 = 154 t0,7(S0 07 --->) = 4,698 x18 = 136 t0,8(S0 08 --->) = 5,039 x19 = 118 t0,9(S0 09 --->) = 5,362 x10 = 100 Δt0,10 ---> = 5,362 Δx0,10 = 180 Tabela 4 6. ANÁLISE DOS DADOS EXPERIMENTAIS: Utilizando a expressão: vm10,10 = Δx10,10 /Δt10,10 , determinamos a velocidade média de ida do carro 1 e anotamos-a na terceira coluna da tabela 1. vm10,10 = Δx120,10 /Δt120,10 , determinamos a velocidade média de ida do carro 2 e anotamos-a na terceira coluna da tabela 2. vm10,10 = Δx120,10 /Δt120,10 , determinamos a velocidade média de volta do carro 1 e anotamos-a na terceira coluna da tabela 3. Observamos que depois do choque o carro 1 diminui gradualmente de velocidade e o carro 2 que estava em repouso até o choque com o carro 1 obteve velocidade maior referente ao carro 1 na volta. Com a equação : Ec = (½) m1 (vm10,10)², obtemos os seguintes resultados; Ec1 = (½) m1 (vm10,10)² = 13,50 J Ec2 = (½) m2 (vm20,10)² = 14,73 J Observamos com esse resultado que a energia cinética total do sistema antes da colisão não se conserva após totalmente após a colisão devido ao fluxo de ar que sai do trilho ainda atrito com o carrinho, devido ao manuseio do operador não ser totalmente eficaz não foi possível ainda fazer o experimento com todas as condições desejadas. Com a equação: Q = m vm , podemos calcular a quantidade de movimento de cada um dos móveis, antes e após a colisão: Q1 = m1 vm10,10 = 27x10-³ Q'1 = m1 vm10,10 = 6,72x10-³ Q1 = m2 vm20,10 = 29,4x10-³ Observamos com os seguintes resultados que o carro 1 após a colisão tem 1/3 a menos da quantidade de movimento referente a que o mesmo tinha, porém Q1 = Q2, neste caso observamos que a quantidade de movimento é praticamente igual e só não a é, porque apesar de usarmos um trilho de ar para tentar minimizar o atrito, ainda assim há o atrito devido o ar que sai do mesmo aquecendo o suporte do carrinho causando ainda assim atrito. 7. CONCLUSÃO: Observamos também que podemos chamar de colisão elástica àquela em que se verifica tanto a conservação da quantidade de movimento como a conservação de energia cinética total das partículas que a compõem os corpos. Esta colisão ocorre quando não há alteração nas massa dos corpos, nem deformações. A colisão entre dois móveis (num colchão de ar)dotados de ímãs com o mesmo pólo se aproximando é uma colisão elástica ( mesmo que os dois móveis não se toquem). Observamos com este experimento que apesar se tentarmos criar condições necessárias, minimizando o atrito, para que todas as leis de conservação de energia possam ser demonstradas experimentalmente, ainda que utilizando um colchão de ar linear não conseguimos minimizá-lo totalmente para um experimento com todas as condições desejadas. 8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: Sears e zemansky fisica I: mecanica. / Hugh D. Young; Roger A. Freedman e colaboradores. - 10. ed. - Sao Paulo: Pearson Addison Wesley, 2003. site:< www.sb1.sbfisica.org.br�� HYPERLINK "http://www.sb1.sbfisica.org.br/"� > visitado em 08 de dezembro de 2008.
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