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CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 1 Projeto Pós-graduação Curso Vigilância Sanitária Disciplina Biossegurança Tema Biossegurança, novas tecnologias e Protocolo de Cartagena Professor João Luiz Coelho Ribas Introdução As discussões frente às novas tecnologias estão inseridas diariamente no nosso cotidiano, seja para profissionais da área de saúde, pesquisadores ou população em geral. Mas será que isso acontece de forma clara? Os marcos regulatórios têm grande importância nesse esclarecimento, pois padronizam e protegem de forma direta ou indireta todos os profissionais e a população em geral. Um marco regulatório eficiente é aquele que dá segurança à sociedade, para que o complexo produtivo e as políticas públicas de desenvolvimento sejam bem-sucedidas em relação às novas tecnologias. Tal necessidade se dá essencialmente porque, ao se estabelecer regras claras e estáveis, gera-se segurança, reduzindo a incerteza do desenvolvimento em especial de produtos biotecnológicos. Sendo assim, esse tema tem como objetivo demonstrar e discutir alguns desses marcos regulatórios no desenvolvimento biotecnológico, tais como o Protocolo de Cartagena e as suas implicações em nossa legislação. Bons estudos! Vídeo: Acesse o material on-line e confira o vídeo introdutório do professor João! Problematização Muitas vezes, até mesmo pessoas que têm amplo conhecimento sobre determinada doença acabam vítima dela por não tomar as precauções necessárias. Quer um exemplo? Então acompanhe a história a seguir: CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 2 Um cientista renomado da Universidade de Chicago estudava a forma teoricamente atenuada da bactéria causadora da Peste Negra, que assolou a Idade Média e atormenta ainda hoje alguns países. Durante a sua rotina de estudo, o geneticista Malcolm Casadaban começou a se sentir mal, com dificuldades respiratórias, o que acarretou pouco tempo depois em sua morte. Exames post-mortem indicaram a presença de Yersinia pestis no sangue do pesquisador, que nunca havia relatado qualquer tipo de incidente ou quebra de protocolo durante suas observações e estudos. A Yersinia pestis é a principal suspeita de ter causado a Peste Negra, epidemia que matou cerca de um terço da população da Europa no século 14. Cerca de 3.000 mortes ainda ocorrem ao ano no mundo, em especial nos países mais pobres, mas mesmo em países desenvolvidos os roedores silvestres ainda são reservatórios da bactéria. No Brasil, por curiosidade, o último caso foi registrado em 2005, mas a vigilância é indispensável mesmo assim. Especificamente no caso ocorrido com o pesquisador, em Chicago, cerca de uma centena de familiares, amigos e colaboradores dele receberam antibióticos como medida de precaução. Imagine que você é o responsável pela investigação da morte do pesquisador e precisa levantar algumas hipóteses a respeito do ocorrido. Quais seriam suas conclusões? Não é necessário responder agora. Acompanhe com atenção todo o conteúdo e, ao final, serão apresentadas três opções para que você escolha a mais adequada. Biotecnologia e o Protocolo de Cartagena A biotecnologia é basicamente fundamentada no uso de técnicas cada vez mais avançadas de Engenharia Genética aplicadas a transformações de seres vivos ou de partes dos organismos, com a inserção de alguma característica de interesse, com a principal finalidade de se obter um produto útil ao homem ou ao ambiente. Esse produto pode ser, por exemplo, um novo CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 3 medicamento, uma vacina e até mesmo uma nova técnica para enxerto de células e tecidos por exemplo. Na década de 1970, com o surgimento dos primeiros organismos geneticamente modificados, a biotecnologia conseguiu atingir patamares nunca antes almejados por uma ciência em desenvolvimento. Com certeza, com a atenção voltada para ela, e pelo material de sua manipulação, causas éticas, religiosas e ambientalistas estigmatizaram seus produtos como artificiais e perigosos. Isso foi um grande problema, pois causou polêmica entre a população, que muitas vezes não entende exatamente o que é biotecnologia e sua importância para o futuro da humanidade. Diante desse cenário crescente e de conflito iminente, no intuito de realizar a organização e impedir abusos, em 1975 os principais especialistas na área se reuniram para discutir especialmente os riscos associados às atividades biotecnológicas na Conferência de Asilomar. Nessa reunião, definiu-se, por exemplo, que as práticas de recombinação genética e seus produtos deveriam ser mantidos isolados da humanidade e do meio ambiente até a comprovação real e irrestrita de que os organismos geneticamente modificados fossem de fato inofensivos. Nesse contexto, surgiu a biossegurança voltada especificamente à biotecnologia, com o intuito de proteger o pesquisador e especialmente a população e o ambiente dos materiais manipulados e das pesquisas realizadas nessa área. Vale a pena ressaltar que isso ocorreu especialmente porque não se sabia exatamente os efeitos que essa manipulação poderia causar aos seres vivos. Essas discussões acerca da biotecnologia e das suas possíveis implicações deu origem, em 1992, à realização da primeira conferência sobre o meio ambiente no Rio de Janeiro, conhecida como ECO-92. O objetivo dessa conferência foi basicamente decidir quais medidas deveriam ser tomadas para se conseguir reduzir a degradação ambiental e garantir a existência de outras gerações (onde entrava implicitamente os organismos geneticamente CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 4 modificados e a biotecnologia). Nessa conferência também foi introduzida a ideia de desenvolvimento sustentável. A grande diferença dessa conferência para a anterior é a grande importância atribuída às questões ambientais, resultante na Convenção sobre a Diversidade Biológica, a partir de qual, surgiu a proposta de criação de um protocolo internacional de biossegurança aplicada à biotecnologia, que foi concebido posteriormente no Protocolo de Cartagena, assinado durante a Convenção sobre diversidade biológica, em Cartagena, Colômbia em 1999. O Protocolo de Cartagena firmou, assim, a biossegurança como a necessidade de proteger a saúde humana e do ambiente dos possíveis efeitos adversos dos produtos da biotecnologia moderna. Dessa forma, o grande objetivo desse protocolo foi contribuir para assegurar um nível adequado de proteção às atividades e à utilização dos organismos geneticamente modificados que possam ter efeitos ainda não conhecidos na conservação e no uso sustentável da diversidade biológica, além é claro dos potenciais riscos à saúde humana e focando especialmente na globalização e nos movimentos desses organismos em termos de fronteiras física entre estados e países. Esse protocolo foi assinado por 164 países e hoje é um guia para as discussões de biossegurança, incentivando inclusive a troca de informações sobre suas legislações e autorizações de cultivo e importação de organismos geneticamente modificados, além é claro de promover a conscientização da população e o desenvolvimento de recursos humanos e capacidade institucional em biossegurança. Dessa forma, o Protocolo de Cartagena, em última análise, reflete basicamente o equilíbrio entre a necessária proteção da biodiversidade e a defesa do fluxo comercial. É tido ainda hoje como um valioso instrumento para a regulamentação do comércio internacional de produtos transgênicos em bases seguras. Assim sendo, podemos afirmar que o Protocolode Cartagena é um instrumento de direito internacional que tem como objetivo fundamental proteger os direitos humanos tais como a saúde, a biodiversidade e o equilíbrio ecológico, CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 5 sem os quais ficam prejudicados os direitos essenciais à dignidade, à qualidade de vida e a própria vida, direito já consagrado a muito tempo pela Declaração dos Direitos Humanos, elaborada pela Organização das Nações Unidas em 1948. No entanto, apesar da biossegurança em relação aos organismos geneticamente modificados estar firmada internacionalmente pela assinatura do Protocolo de Cartagena e regulamentada nacionalmente pela lei número 11.105/2005, observa-se que, na prática, ainda não há infelizmente um consenso quanto à sua utilização e aplicação. Alguns itens que constam no Protocolo de Cartagena são: 1. Cada parte tomará as medidas jurídicas, administrativas e outras necessárias e apropriadas para implementar suas obrigações no âmbito do presente protocolo. 2. As partes velarão para que o desenvolvimento, manipulação, transporte, utilização, transferência e liberação de todos os organismos vivos modificados se realizem de maneira que evite ou reduza os riscos para a diversidade biológica, levando também em consideração os riscos para a saúde humana. 3. Nada no presente protocolo afetará de modo algum a soberania dos Estados sobre seu mar territorial, estabelecida de acordo com o direito internacional, nem os direitos soberanos, nem a jurisdição que os Estados têm em suas zonas econômicas exclusivas e suas plataformas continentais em virtude do direito internacional, nem o exercício por navios e aeronaves de todos os Estados dos direitos e liberdades de navegação conferidos pelo direito internacional e refletidos nos instrumentos internacionais relevantes. 4. Nada no presente protocolo será interpretado de modo a restringir o direito de uma parte de adotar medidas que sejam mais rigorosas para a conservação e o uso sustentável da diversidade biológica que as CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 6 previstas no presente protocolo, desde que essas medidas sejam compatíveis com o objetivo e as disposições do presente protocolo e estejam de acordo com as obrigações dessa parte no âmbito do direito internacional. 5. As partes são encorajadas a levar em consideração, conforme o caso, os conhecimentos especializados, os instrumentos disponíveis e os trabalhos realizados nos fóruns internacionais competentes na área dos riscos para a saúde humana (BRASIL, 2006). Vídeo: Para ter mais informações sobre a biotecnologia e sua importância hoje, acesse o material on-line e confira o vídeo do professor João! Procedimentos para organismos vivos modificados Os organismos vivos modificados necessitam de procedimentos regulamentados para de fato serem pesquisados e utilizados, com o intuito de impedir uma proliferação anormal e garantir a biossegurança dos trabalhadores, que os manipulam, e de quem faz sua utilização, especialmente em termos de consumo. Para você ter uma ideia dessa dimensão e da importância desse controle, existe inclusive uma parte do Protocolo de Cartagena que é destinada à importância do controle da passagem entre países e da colocação no mercado internacional. Para esse comércio internacional ocorrer, o país de origem tem que fornecer toda a documentação, inclusive de biossegurança, para o país que vai receber esses organismos, fazendo com que o país receptor tenha de fato uma visão global sobre o processo de pesquisa, manufatura e comércio, não deixando de lado as questões trabalhistas e de biossegurança. Essa questão de importação se torna mais regulamentada quando se trata de organismos vivos modificados destinados ao uso direto como alimento humano ou animal ou mesmo ao beneficiamento de algum produto relacionado. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 7 Tudo isso se deve porque ainda não temos estudos que comprovam a total segurança ou insegurança desses organismos. Muitos pesquisadores, inclusive, especulam (repare exatamente na palavra que define isso – especulação) sobre potenciais efeitos adversos de um organismo vivo geneticamente modificado na conservação e no uso sustentável da diversidade biológica e até mesmo na saúde e segurança humana e animal, seja pela sua ingestão como um alimento oriundo de organismos vivos geneticamente modificados, seja pela sua adoção em tecnologias como a produção de vacinas, medicamentos e afins. No entanto, para de fato termos uma consciência definida sobre a sua utilidade ou não, sobre sua segurança em termos biológicos e ambientais ou não, é de extrema necessidade a avaliação de risco. Essa avaliação de risco, concebida como a probabilidade da ocorrência de algum evento adverso frente à manipulação ou utilização desses organismos, deve ser realizada em conformidade com os protocolos vigentes e conduzida de maneira cientificamente sólida, levando em conta especialmente técnicas reconhecidas e consagradas de avaliação de risco. Essas avaliações de risco serão baseadas em informações fornecidas pelo exportador ou pelo pesquisador e em outras evidências científicas, a fim de identificar e avaliar os possíveis efeitos adversos dos organismos vivos modificados na conservação e no uso sustentável da diversidade biológica, levando também em conta os riscos para a saúde humana. Aqui o Protocolo de Cartagena está de fato pensando em biossegurança. Manejo de riscos O manejo de risco para os organismos vivos geneticamente modificados, em relação à biossegurança do profissional que manipula esses organismos e do consumidor, deve estabelecer mecanismos, medidas e estratégias apropriadas para regular, manejar e controlar os riscos identificados nas disposições de avaliação de risco do presente protocolo, associados ao uso, manipulação e movimento importação de organismos vivos modificados. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 8 Para conseguir de fato estabelecer esses mecanismos, são necessárias medidas impostas para evitar os efeitos adversos do organismo vivo modificado na conservação e no uso sustentável da diversidade biológica, levando também em conta os riscos para a saúde humana no território nacional. Tanto a parte importadora quanto a parte exportadora deverão a priori tomar medidas apropriadas e suficientes para prevenir os movimentos aleatórios e sem controle desses organismos por entre as fronteiras e avaliar o risco da entrada desse organismo em território nacional. Tanto o país exportado quanto o país importador deverão: a. Identificar os organismos vivos modificados ou traços específicos de organismos vivos modificados que possam ter efeitos adversos na conservação e no uso sustentável da diversidade biológica, levando também em conta os riscos para a saúde humana; b. Tomar medidas apropriadas relativas ao tratamento desses organismos vivos modificados ou traços específicos. Vídeo: Para ter mais informações sobre a avaliação e o manejo dos riscos, acesse o material on-line e confira o vídeo do professor João! Mas, de forma geral, existe ou deveria existir um intercâmbio de informações e possíveis mecanismos de intermediações de informação sobre biossegurança? Com certeza sim, reafirmada inclusive pelo Protocolo de Cartagena. Isso é tão claro que esse intercâmbio de informações sobre a biossegurança em relação à manipulação ou consumo desses organismos geneticamente modificados é necessário para facilitar o intercâmbio de informações científicas, técnicas,ambientais e jurídicas sobre os organismos vivos modificados. Dessa forma, existe o auxílio para que países (especialmente os pequenos) desenvolvam pesquisas e procedimentos de biossegurança para que CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 9 de fato possam intercambiar informações e práticas em biossegurança sem prejuízo à proteção de informações confidenciais, mas com a segurança que de fato as coisas acontecerão como esperado, sem surpresas desagradáveis. Nesse contexto, o que o Protocolo de Cartagena leva muito em consideração nas suas orientações e regulamentações que derivaram desse protocolo é a capacitação permeada essencialmente pelo desenvolvimento dessas capacidades. Aqui está explícito que os países cooperarão no desenvolvimento e/ou fortalecimento dos recursos humanos e capacidades institucionais em matéria de biossegurança, inclusive biotecnologia, na medida que seja necessária para a biossegurança, para os fins da implementação efetiva e integral do Protocolo de Cartagena, nas partes países em desenvolvimento, em particular nos menos desenvolvidos facilitando a participação do setor privado. A cooperação na capacitação inclui, levando em conta as diferentes situações: Capacidades e necessidades de cada parte; Treinamento científico e técnico no manejo adequado e seguro da biotecnologia e no uso de avaliações de risco e manejo de risco para biossegurança; Fortalecimento de capacidades institucionais e tecnológicas em biossegurança. Necessidades das partes com economias em transição. Vídeo: Para ter mais informações sobre a capacitação e sua importância, acesse o material on-line e confira o vídeo do professor João! Mas, para tudo isso ocorrer de forma integral e irrestrita, é necessária a conscientização e participação pública, fatores essenciais no processo, como recomendado pelo artigo 23: CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 10 1. As partes: a. Promoverão e facilitarão a conscientização, educação e participação do público a respeito da segurança da transferência, manipulação e uso dos organismos vivos modificados em relação à conservação e ao uso sustentável da diversidade biológica, levando também em conta os riscos para a saúde humana. Ao fazê-lo, as partes cooperarão, conforme o caso, com outros Estados e órgãos internacionais; b. Procurarão assegurar que a conscientização e educação do público incluem acesso a informação sobre os organismos vivos modificados, identificados de acordo com o presente protocolo, que possam ser importados. 2. De acordo com suas respectivas leis e regulamentos, as partes consultarão o público durante o processo de tomada de decisão sobre os organismos vivos modificados e tornarão públicos os resultados dessas decisões, respeitando as informações confidenciais. 3. Cada parte velará para que seu público conheça os meios de ter acesso ao Mecanismo de Intermediação de Informação sobre Biossegurança. Saiba Mais: Para acessar na íntegra o Protocolo de Cartagena e suas especificações clique no link a seguir: http://www.ctnbio.gov.br/index.php/content/view/12485.html Saiba Mais: A Lei n. 11.105/2005 regulamentada nacionalmente o Protocolo de Cartagena. Para acessá-la na íntegra, clique no link a seguir: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2005/lei/l11105.htm Vídeo: Para entender a relação entre a biotecnologia, a conscientização e participação popular, acesse o material on-line e confira o vídeo do professor João! Nesse contexto, o que são os organismos geneticamente modificados? Os Organismos geneticamente modificados são definidos como toda entidade biológica cujo material genético (DNA/RNA) foi alterado por meio de qualquer técnica de engenharia genética, de uma maneira que não ocorreria naturalmente. No entanto apesar de sua crescente utilização e regulamentações vigente, alguns itens são terminantemente proibidos, tais como: CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 11 I. Implementação de projeto relativo a organismos geneticamente modificados sem a manutenção de registro de seu acompanhamento individual; II. Engenharia genética em organismo vivo ou o manejo in vitro de DNA/RNA natural ou recombinante, realizado em desacordo com as normas previstas em Lei; III. Engenharia genética em célula germinal humana, zigoto humano e embrião humano; IV. Clonagem humana; V. Destruição ou descarte no meio ambiente de organismos geneticamente modificados e seus derivados em desacordo com as normas estabelecidas pela CTNBio, pelos órgãos e entidades de registro e fiscalização; VI. Liberação no meio ambiente de organismos geneticamente modificados ou seus derivados; VII. Utilização, comercialização, registro, patenteamento e licenciamento de tecnologias genéticas de restrição do uso. Além das proibições, algumas obrigatoriedades existem, como a notificação aos órgãos competentes, especialmente de acidentes ocorridos no curso de pesquisa na área de Engenharia Genética e a adoção de meios necessários para divulgar de maneira sensata especialmente aos trabalhadores dos riscos que possam estar submetidos, bem como os procedimentos a serem tomados no caso de acidentes com organismos geneticamente modificados. Vídeo: Para ter mais informações sobre a importância das obrigatoriedades, acesse o material on-line e confira o vídeo do professor João! CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 12 Revendo a problematização Você se lembra da situação apresentada no início dos nossos estudos? Ela tratava do caso de um pesquisador da Peste Negra, que morreu vítima da doença que estudava. A questão lançada foi: se você fosse responsável pelo caso, a que conclusões chegaria? Caso ache necessário, releia o texto. Em seguida, escolha entre as opções a seguir a que achar mais adequada. a. Uma hipótese de troca de cepa por uma mais patogênica, juntamente com quebra de protocolos de biossegurança, associado a um organismo debilitado do pesquisador o levaria à morte. b. Uma hipótese seria a possibilidade de contaminação por descuido com a biossegurança e os protocolos em vigor. c. Uma hipótese seria a troca da cepa mais leve da bactéria pela sua versão mais agressiva Acesse o material on-line e confira o feedback de cada uma das alternativas. Síntese Nesse tema tivemos a oportunidade de discutirmos a respeito das novas tecnologias, representada essencialmente pela biotecnologia e sua relação com a biossegurança, associando com o Protocolo de Cartagena e nossas regulamentações. Vídeo: Acesse o material on-line e confira o vídeo de síntese do professor João! CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 13 Referências ARAÚJO, G. M. Normas regulamentadoras comentadas. Legislação de segurança e saúde do trabalho. 5. ed. Rio de Janeiro, 2005. v. 1-2. CHON, K.; S PARROWE, R. Hospitalidade conceitos e aplicações. São Paulo: PioneiraThomson Learning, 2003. COLLI, W. In: HIRATA, Mario Hiroyuki; HIRATA, Rosario Dominguez Crespo; MANCINI FILHO, Jorge (Editores). Manual de biossegurança. 2. ed. São Paulo: Manole, 2012. GALLOTTI, R. Eventos Adversos – o que são? Rev Assoc Med Bras, v. 50 (2), p. 109-26, 2004. GONÇALVES, E. L. O hospital e a visão administrativa contemporânea. São Paulo: Pioneira, 1983. LOPES, A. R. C. Manual de Biossegurança. Salvador: Universidade Federal da Bahia. Instituto de Ciências da Saúde, 2001. MANUAIS de legislação atlas. Segurança e Medicina do Trabalho. 63. ed. São Paulo: Atlas, 2009. MANUAL de Segurança Biológica em Laboratório.3 ed. Genebra: Organização Mundial da Saúde, 2004. OPPERMANN, C. M.; PIRES, L. C. Manual de Biossegurança para Serviços de Saúde. Porto Alegre: PMPA/SMS/CGVS, 2003. ROCHA, S. S. Biossegurança, um novo desafio na formação do profissional de saúde. Tese (Pós Graduação em Educação) Universidade Federal da Bahia. 2003. VENDEMIATTI, M. et al. Conflito na gestão hospitalar: o papel da liderança. Ciência & Saúde Coletiva, 15(Supl. 1): 1301-1314, 2010. VILELA, R. B. V. Guia Técnico de Riscos Biológicos. Brasília: Segurança e Saúde no Trabalho em Serviços de Saúde, 2008. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 14 Atividades O Protocolo de Cartagena assinado por 164 países em 1999 firmou a biossegurança como a necessidade de proteger a saúde humana e do ambiente dos possíveis efeitos adversos dos produtos da biotecnologia moderna. Sendo assim, o grande objetivo desse protocolo foi: a. Contribuir para assegurar um nível adequado de proteção às atividades e à utilização dos organismos geneticamente modificados focando tanto a saúde humana e animal quanto o meio ambiente. b. Contribuir para manutenção da saúde humana em relação especialmente aos organismos geneticamente modificados. c. Somente a segurança em relação ao meio ambiente foi de fato contemplado pelo Protocolo de Cartagena. d. Assegurar a saúde humana. O Protocolo de Cartagena auxiliou na regulamentação em termos nacionais da Lei n. 11.105/2005 que, entre outras providências: a. Proíbe nacionalmente a utilização de organismos geneticamente modificados. b. Estabelece normas que visão a não comercialização e não importação de organismos geneticamente modificados. c. Estabelece normas de segurança e mecanismos de fiscalização de atividades que envolvam organismos geneticamente modificados. d. Não aceitar o Protocolo de Cartagena no território nacional. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 15 A capacitação do profissional é um dos destaques no Protocolo de Cartagena. Diante disso, é correto afirmar que: a. De nada adianta capacitar o profissional se de fato não integrar de forma positiva a empresa. b. As partes não cooperarão no desenvolvimento, na capacitação de seus profissionais e no fortalecimento de recursos humanos. c. A biossegurança especialmente a aplicável no modelo do Protocolo de Cartagena é variável e mutável, impossibilitando a capacitação. d. As partes cooperarão no desenvolvimento e/ou fortalecimento dos recursos humanos e capacidades institucionais levando à formação de profissionais capacitados para exercer a biossegurança. Um ponto de destaque no Protocolo de Cartagena é a questão que envolve a participação da população. Sobre isso, é correto afirmar que: a. A conscientização e a educação da população não é algo que se deve levar em conta, especialmente porque o Protocolo de Cartagena pouco cita essa questão. b. A conscientização, educação e participação do público a respeito da segurança da transferência, manipulação e uso dos organismos vivos modificados, levando ao conhecimento sobre riscos para a saúde humana, é algo essencial e presente no Protocolo de Cartagena. c. A educação a respeito da segurança da manipulação de organismos geneticamente modificados deve ser restrita aos profissionais que o manipulam. d. A conscientização, educação e participação pública deve ser restringida para não haver pânico e nem dificuldade para o desenvolvimento biotecnológico. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 16 Um organismo geneticamente modificado pode ser definido como: a. Toda entidade biológica que sofre alteração de forma natural em seu material genético, seja DNA ou RNA. b. Toda entidade que foi alterada sem a utilização de qualquer técnica de engenharia genética. c. Toda entidade biológica cujo material genético (DNA/RNA) foi alterado por meio de qualquer técnica de engenharia genética, de uma maneira que não ocorreria naturalmente. d. Toda entidade com alterações espontâneas em seu material genético. Acesse o material on-line e confira o gabarito das questões!
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