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BIOSEGURANÇA 6

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CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
1 
 Projeto Pós-graduação 
Curso Vigilância Sanitária 
Disciplina Biossegurança 
Tema Biossegurança, novas tecnologias e Protocolo de Cartagena 
Professor João Luiz Coelho Ribas 
 
Introdução 
As discussões frente às novas tecnologias estão inseridas diariamente no 
nosso cotidiano, seja para profissionais da área de saúde, pesquisadores ou 
população em geral. Mas será que isso acontece de forma clara? 
Os marcos regulatórios têm grande importância nesse esclarecimento, 
pois padronizam e protegem de forma direta ou indireta todos os profissionais e 
a população em geral. Um marco regulatório eficiente é aquele que dá segurança 
à sociedade, para que o complexo produtivo e as políticas públicas de 
desenvolvimento sejam bem-sucedidas em relação às novas tecnologias. Tal 
necessidade se dá essencialmente porque, ao se estabelecer regras claras e 
estáveis, gera-se segurança, reduzindo a incerteza do desenvolvimento em 
especial de produtos biotecnológicos. 
Sendo assim, esse tema tem como objetivo demonstrar e discutir alguns 
desses marcos regulatórios no desenvolvimento biotecnológico, tais como o 
Protocolo de Cartagena e as suas implicações em nossa legislação. Bons 
estudos! 
Vídeo: Acesse o material on-line e confira o vídeo introdutório do 
professor João! 
Problematização 
Muitas vezes, até mesmo pessoas que têm amplo conhecimento sobre 
determinada doença acabam vítima dela por não tomar as precauções 
necessárias. Quer um exemplo? Então acompanhe a história a seguir: 
 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
2 
Um cientista renomado da Universidade de Chicago estudava a forma 
teoricamente atenuada da bactéria causadora da Peste Negra, que assolou a 
Idade Média e atormenta ainda hoje alguns países. 
Durante a sua rotina de estudo, o geneticista Malcolm Casadaban 
começou a se sentir mal, com dificuldades respiratórias, o que acarretou pouco 
tempo depois em sua morte. Exames post-mortem indicaram a presença de 
Yersinia pestis no sangue do pesquisador, que nunca havia relatado qualquer 
tipo de incidente ou quebra de protocolo durante suas observações e estudos. 
A Yersinia pestis é a principal suspeita de ter causado a Peste Negra, 
epidemia que matou cerca de um terço da população da Europa no século 14. 
Cerca de 3.000 mortes ainda ocorrem ao ano no mundo, em especial nos países 
mais pobres, mas mesmo em países desenvolvidos os roedores silvestres ainda 
são reservatórios da bactéria. No Brasil, por curiosidade, o último caso foi 
registrado em 2005, mas a vigilância é indispensável mesmo assim. 
Especificamente no caso ocorrido com o pesquisador, em Chicago, cerca 
de uma centena de familiares, amigos e colaboradores dele receberam 
antibióticos como medida de precaução. 
Imagine que você é o responsável pela investigação da morte do 
pesquisador e precisa levantar algumas hipóteses a respeito do ocorrido. Quais 
seriam suas conclusões? 
Não é necessário responder agora. Acompanhe com atenção todo o 
conteúdo e, ao final, serão apresentadas três opções para que você escolha a 
mais adequada. 
Biotecnologia e o Protocolo de Cartagena 
A biotecnologia é basicamente fundamentada no uso de técnicas cada 
vez mais avançadas de Engenharia Genética aplicadas a transformações de 
seres vivos ou de partes dos organismos, com a inserção de alguma 
característica de interesse, com a principal finalidade de se obter um produto útil 
ao homem ou ao ambiente. Esse produto pode ser, por exemplo, um novo 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
3 
medicamento, uma vacina e até mesmo uma nova técnica para enxerto de 
células e tecidos por exemplo. 
Na década de 1970, com o surgimento dos primeiros organismos 
geneticamente modificados, a biotecnologia conseguiu atingir patamares nunca 
antes almejados por uma ciência em desenvolvimento. Com certeza, com a 
atenção voltada para ela, e pelo material de sua manipulação, causas éticas, 
religiosas e ambientalistas estigmatizaram seus produtos como artificiais e 
perigosos. Isso foi um grande problema, pois causou polêmica entre a 
população, que muitas vezes não entende exatamente o que é biotecnologia e 
sua importância para o futuro da humanidade. 
Diante desse cenário crescente e de conflito iminente, no intuito de 
realizar a organização e impedir abusos, em 1975 os principais especialistas na 
área se reuniram para discutir especialmente os riscos associados às atividades 
biotecnológicas na Conferência de Asilomar. Nessa reunião, definiu-se, por 
exemplo, que as práticas de recombinação genética e seus produtos deveriam 
ser mantidos isolados da humanidade e do meio ambiente até a comprovação 
real e irrestrita de que os organismos geneticamente modificados fossem de fato 
inofensivos. 
Nesse contexto, surgiu a biossegurança voltada especificamente à 
biotecnologia, com o intuito de proteger o pesquisador e especialmente a 
população e o ambiente dos materiais manipulados e das pesquisas realizadas 
nessa área. Vale a pena ressaltar que isso ocorreu especialmente porque não 
se sabia exatamente os efeitos que essa manipulação poderia causar aos seres 
vivos. 
Essas discussões acerca da biotecnologia e das suas possíveis 
implicações deu origem, em 1992, à realização da primeira conferência sobre o 
meio ambiente no Rio de Janeiro, conhecida como ECO-92. O objetivo dessa 
conferência foi basicamente decidir quais medidas deveriam ser tomadas para 
se conseguir reduzir a degradação ambiental e garantir a existência de outras 
gerações (onde entrava implicitamente os organismos geneticamente 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
4 
modificados e a biotecnologia). Nessa conferência também foi introduzida a ideia 
de desenvolvimento sustentável. 
A grande diferença dessa conferência para a anterior é a grande 
importância atribuída às questões ambientais, resultante na Convenção sobre a 
Diversidade Biológica, a partir de qual, surgiu a proposta de criação de um 
protocolo internacional de biossegurança aplicada à biotecnologia, que foi 
concebido posteriormente no Protocolo de Cartagena, assinado durante a 
Convenção sobre diversidade biológica, em Cartagena, Colômbia em 1999. 
O Protocolo de Cartagena firmou, assim, a biossegurança como a 
necessidade de proteger a saúde humana e do ambiente dos possíveis efeitos 
adversos dos produtos da biotecnologia moderna. Dessa forma, o grande 
objetivo desse protocolo foi contribuir para assegurar um nível adequado de 
proteção às atividades e à utilização dos organismos geneticamente modificados 
que possam ter efeitos ainda não conhecidos na conservação e no uso 
sustentável da diversidade biológica, além é claro dos potenciais riscos à saúde 
humana e focando especialmente na globalização e nos movimentos desses 
organismos em termos de fronteiras física entre estados e países. 
Esse protocolo foi assinado por 164 países e hoje é um guia para as 
discussões de biossegurança, incentivando inclusive a troca de informações 
sobre suas legislações e autorizações de cultivo e importação de organismos 
geneticamente modificados, além é claro de promover a conscientização da 
população e o desenvolvimento de recursos humanos e capacidade institucional 
em biossegurança. 
Dessa forma, o Protocolo de Cartagena, em última análise, reflete 
basicamente o equilíbrio entre a necessária proteção da biodiversidade e a 
defesa do fluxo comercial. É tido ainda hoje como um valioso instrumento para 
a regulamentação do comércio internacional de produtos transgênicos em bases 
seguras. Assim sendo, podemos afirmar que o Protocolode Cartagena é um 
instrumento de direito internacional que tem como objetivo fundamental proteger 
os direitos humanos tais como a saúde, a biodiversidade e o equilíbrio ecológico, 
 
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5 
sem os quais ficam prejudicados os direitos essenciais à dignidade, à qualidade 
de vida e a própria vida, direito já consagrado a muito tempo pela Declaração 
dos Direitos Humanos, elaborada pela Organização das Nações Unidas em 
1948. 
No entanto, apesar da biossegurança em relação aos organismos 
geneticamente modificados estar firmada internacionalmente pela assinatura do 
Protocolo de Cartagena e regulamentada nacionalmente pela lei número 
11.105/2005, observa-se que, na prática, ainda não há infelizmente um 
consenso quanto à sua utilização e aplicação. Alguns itens que constam no 
Protocolo de Cartagena são: 
1. Cada parte tomará as medidas jurídicas, administrativas e outras 
necessárias e apropriadas para implementar suas obrigações no âmbito 
do presente protocolo. 
2. As partes velarão para que o desenvolvimento, manipulação, transporte, 
utilização, transferência e liberação de todos os organismos vivos 
modificados se realizem de maneira que evite ou reduza os riscos para a 
diversidade biológica, levando também em consideração os riscos para a 
saúde humana. 
3. Nada no presente protocolo afetará de modo algum a soberania dos 
Estados sobre seu mar territorial, estabelecida de acordo com o direito 
internacional, nem os direitos soberanos, nem a jurisdição que os Estados 
têm em suas zonas econômicas exclusivas e suas plataformas 
continentais em virtude do direito internacional, nem o exercício por 
navios e aeronaves de todos os Estados dos direitos e liberdades de 
navegação conferidos pelo direito internacional e refletidos nos 
instrumentos internacionais relevantes. 
4. Nada no presente protocolo será interpretado de modo a restringir o direito 
de uma parte de adotar medidas que sejam mais rigorosas para a 
conservação e o uso sustentável da diversidade biológica que as 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
6 
previstas no presente protocolo, desde que essas medidas sejam 
compatíveis com o objetivo e as disposições do presente protocolo e 
estejam de acordo com as obrigações dessa parte no âmbito do direito 
internacional. 
5. As partes são encorajadas a levar em consideração, conforme o caso, os 
conhecimentos especializados, os instrumentos disponíveis e os 
trabalhos realizados nos fóruns internacionais competentes na área dos 
riscos para a saúde humana (BRASIL, 2006). 
Vídeo: Para ter mais informações sobre a biotecnologia e sua importância 
hoje, acesse o material on-line e confira o vídeo do professor João! 
 
Procedimentos para organismos vivos modificados 
Os organismos vivos modificados necessitam de procedimentos 
regulamentados para de fato serem pesquisados e utilizados, com o intuito de 
impedir uma proliferação anormal e garantir a biossegurança dos trabalhadores, 
que os manipulam, e de quem faz sua utilização, especialmente em termos de 
consumo. 
Para você ter uma ideia dessa dimensão e da importância desse controle, 
existe inclusive uma parte do Protocolo de Cartagena que é destinada à 
importância do controle da passagem entre países e da colocação no mercado 
internacional. Para esse comércio internacional ocorrer, o país de origem tem 
que fornecer toda a documentação, inclusive de biossegurança, para o país que 
vai receber esses organismos, fazendo com que o país receptor tenha de fato 
uma visão global sobre o processo de pesquisa, manufatura e comércio, não 
deixando de lado as questões trabalhistas e de biossegurança. 
Essa questão de importação se torna mais regulamentada quando se trata 
de organismos vivos modificados destinados ao uso direto como alimento 
humano ou animal ou mesmo ao beneficiamento de algum produto relacionado. 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
7 
Tudo isso se deve porque ainda não temos estudos que comprovam a total 
segurança ou insegurança desses organismos. 
Muitos pesquisadores, inclusive, especulam (repare exatamente na 
palavra que define isso – especulação) sobre potenciais efeitos adversos de um 
organismo vivo geneticamente modificado na conservação e no uso sustentável 
da diversidade biológica e até mesmo na saúde e segurança humana e animal, 
seja pela sua ingestão como um alimento oriundo de organismos vivos 
geneticamente modificados, seja pela sua adoção em tecnologias como a 
produção de vacinas, medicamentos e afins. 
No entanto, para de fato termos uma consciência definida sobre a sua 
utilidade ou não, sobre sua segurança em termos biológicos e ambientais ou 
não, é de extrema necessidade a avaliação de risco. Essa avaliação de risco, 
concebida como a probabilidade da ocorrência de algum evento adverso frente 
à manipulação ou utilização desses organismos, deve ser realizada em 
conformidade com os protocolos vigentes e conduzida de maneira 
cientificamente sólida, levando em conta especialmente técnicas reconhecidas 
e consagradas de avaliação de risco. 
Essas avaliações de risco serão baseadas em informações fornecidas 
pelo exportador ou pelo pesquisador e em outras evidências científicas, a fim de 
identificar e avaliar os possíveis efeitos adversos dos organismos vivos 
modificados na conservação e no uso sustentável da diversidade biológica, 
levando também em conta os riscos para a saúde humana. Aqui o Protocolo de 
Cartagena está de fato pensando em biossegurança. 
Manejo de riscos 
O manejo de risco para os organismos vivos geneticamente modificados, 
em relação à biossegurança do profissional que manipula esses organismos e 
do consumidor, deve estabelecer mecanismos, medidas e estratégias 
apropriadas para regular, manejar e controlar os riscos identificados nas 
disposições de avaliação de risco do presente protocolo, associados ao uso, 
manipulação e movimento importação de organismos vivos modificados. 
 
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8 
Para conseguir de fato estabelecer esses mecanismos, são necessárias 
medidas impostas para evitar os efeitos adversos do organismo vivo modificado 
na conservação e no uso sustentável da diversidade biológica, levando também 
em conta os riscos para a saúde humana no território nacional. 
Tanto a parte importadora quanto a parte exportadora deverão a priori 
tomar medidas apropriadas e suficientes para prevenir os movimentos aleatórios 
e sem controle desses organismos por entre as fronteiras e avaliar o risco da 
entrada desse organismo em território nacional. Tanto o país exportado quanto 
o país importador deverão: 
 
a. Identificar os organismos vivos modificados ou traços específicos de 
organismos vivos modificados que possam ter efeitos adversos na 
conservação e no uso sustentável da diversidade biológica, levando 
também em conta os riscos para a saúde humana; 
b. Tomar medidas apropriadas relativas ao tratamento desses 
organismos vivos modificados ou traços específicos. 
Vídeo: Para ter mais informações sobre a avaliação e o manejo dos 
riscos, acesse o material on-line e confira o vídeo do professor João! 
 
Mas, de forma geral, existe ou deveria existir um intercâmbio de 
informações e possíveis mecanismos de intermediações de informação sobre 
biossegurança? 
Com certeza sim, reafirmada inclusive pelo Protocolo de Cartagena. Isso 
é tão claro que esse intercâmbio de informações sobre a biossegurança em 
relação à manipulação ou consumo desses organismos geneticamente 
modificados é necessário para facilitar o intercâmbio de informações científicas, 
técnicas,ambientais e jurídicas sobre os organismos vivos modificados. 
Dessa forma, existe o auxílio para que países (especialmente os 
pequenos) desenvolvam pesquisas e procedimentos de biossegurança para que 
 
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9 
de fato possam intercambiar informações e práticas em biossegurança sem 
prejuízo à proteção de informações confidenciais, mas com a segurança que de 
fato as coisas acontecerão como esperado, sem surpresas desagradáveis. 
Nesse contexto, o que o Protocolo de Cartagena leva muito em 
consideração nas suas orientações e regulamentações que derivaram desse 
protocolo é a capacitação permeada essencialmente pelo desenvolvimento 
dessas capacidades. 
Aqui está explícito que os países cooperarão no desenvolvimento e/ou 
fortalecimento dos recursos humanos e capacidades institucionais em matéria 
de biossegurança, inclusive biotecnologia, na medida que seja necessária para 
a biossegurança, para os fins da implementação efetiva e integral do Protocolo 
de Cartagena, nas partes países em desenvolvimento, em particular nos menos 
desenvolvidos facilitando a participação do setor privado. A cooperação na 
capacitação inclui, levando em conta as diferentes situações: 
 Capacidades e necessidades de cada parte; 
 Treinamento científico e técnico no manejo adequado e seguro da 
biotecnologia e no uso de avaliações de risco e manejo de risco para 
biossegurança; 
 Fortalecimento de capacidades institucionais e tecnológicas em 
biossegurança. 
 Necessidades das partes com economias em transição. 
 
Vídeo: Para ter mais informações sobre a capacitação e sua importância, 
acesse o material on-line e confira o vídeo do professor João! 
 
Mas, para tudo isso ocorrer de forma integral e irrestrita, é necessária a 
conscientização e participação pública, fatores essenciais no processo, como 
recomendado pelo artigo 23: 
 
 
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10 
1. As partes: 
a. Promoverão e facilitarão a conscientização, educação e 
participação do público a respeito da segurança da transferência, 
manipulação e uso dos organismos vivos modificados em relação 
à conservação e ao uso sustentável da diversidade biológica, 
levando também em conta os riscos para a saúde humana. Ao 
fazê-lo, as partes cooperarão, conforme o caso, com outros 
Estados e órgãos internacionais; 
b. Procurarão assegurar que a conscientização e educação do 
público incluem acesso a informação sobre os organismos vivos 
modificados, identificados de acordo com o presente protocolo, 
que possam ser importados. 
2. De acordo com suas respectivas leis e regulamentos, as partes 
consultarão o público durante o processo de tomada de decisão 
sobre os organismos vivos modificados e tornarão públicos os 
resultados dessas decisões, respeitando as informações 
confidenciais. 
3. Cada parte velará para que seu público conheça os meios de ter 
acesso ao Mecanismo de Intermediação de Informação sobre 
Biossegurança. 
 
Saiba Mais: Para acessar na íntegra o Protocolo de Cartagena e suas 
especificações clique no link a seguir: 
http://www.ctnbio.gov.br/index.php/content/view/12485.html 
Saiba Mais: A Lei n. 11.105/2005 regulamentada nacionalmente o 
Protocolo de Cartagena. Para acessá-la na íntegra, clique no link a seguir: 
 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2005/lei/l11105.htm 
 
Vídeo: Para entender a relação entre a biotecnologia, a conscientização 
e participação popular, acesse o material on-line e confira o vídeo do professor 
João! 
Nesse contexto, o que são os organismos geneticamente modificados? 
Os Organismos geneticamente modificados são definidos como toda 
entidade biológica cujo material genético (DNA/RNA) foi alterado por meio de 
qualquer técnica de engenharia genética, de uma maneira que não ocorreria 
naturalmente. 
No entanto apesar de sua crescente utilização e regulamentações 
vigente, alguns itens são terminantemente proibidos, tais como: 
 
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I. Implementação de projeto relativo a organismos geneticamente 
modificados sem a manutenção de registro de seu 
acompanhamento individual; 
II. Engenharia genética em organismo vivo ou o manejo in vitro de 
DNA/RNA natural ou recombinante, realizado em desacordo com 
as normas previstas em Lei; 
III. Engenharia genética em célula germinal humana, zigoto humano e 
embrião humano; 
IV. Clonagem humana; 
V. Destruição ou descarte no meio ambiente de organismos 
geneticamente modificados e seus derivados em desacordo com 
as normas estabelecidas pela CTNBio, pelos órgãos e entidades 
de registro e fiscalização; 
VI. Liberação no meio ambiente de organismos geneticamente 
modificados ou seus derivados; 
VII. Utilização, comercialização, registro, patenteamento e 
licenciamento de tecnologias genéticas de restrição do uso. 
Além das proibições, algumas obrigatoriedades existem, como a 
notificação aos órgãos competentes, especialmente de acidentes ocorridos no 
curso de pesquisa na área de Engenharia Genética e a adoção de meios 
necessários para divulgar de maneira sensata especialmente aos trabalhadores 
dos riscos que possam estar submetidos, bem como os procedimentos a serem 
tomados no caso de acidentes com organismos geneticamente modificados. 
Vídeo: Para ter mais informações sobre a importância das 
obrigatoriedades, acesse o material on-line e confira o vídeo do professor João! 
 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
12 
Revendo a problematização 
Você se lembra da situação apresentada no início dos nossos estudos? 
Ela tratava do caso de um pesquisador da Peste Negra, que morreu vítima da 
doença que estudava. A questão lançada foi: se você fosse responsável pelo 
caso, a que conclusões chegaria? Caso ache necessário, releia o texto. Em 
seguida, escolha entre as opções a seguir a que achar mais adequada. 
 
a. Uma hipótese de troca de cepa por uma mais patogênica, juntamente 
com quebra de protocolos de biossegurança, associado a um 
organismo debilitado do pesquisador o levaria à morte. 
b. Uma hipótese seria a possibilidade de contaminação por descuido com 
a biossegurança e os protocolos em vigor. 
c. Uma hipótese seria a troca da cepa mais leve da bactéria pela sua 
versão mais agressiva 
Acesse o material on-line e confira o feedback de cada uma das 
alternativas. 
Síntese 
Nesse tema tivemos a oportunidade de discutirmos a respeito das novas 
tecnologias, representada essencialmente pela biotecnologia e sua relação com 
a biossegurança, associando com o Protocolo de Cartagena e nossas 
regulamentações. 
Vídeo: Acesse o material on-line e confira o vídeo de síntese do professor 
João! 
 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
13 
Referências 
ARAÚJO, G. M. Normas regulamentadoras comentadas. Legislação de 
segurança e saúde do trabalho. 5. ed. Rio de Janeiro, 2005. v. 1-2. 
CHON, K.; S PARROWE, R. Hospitalidade conceitos e aplicações. São Paulo: 
PioneiraThomson Learning, 2003. 
COLLI, W. In: HIRATA, Mario Hiroyuki; HIRATA, Rosario Dominguez Crespo; 
MANCINI FILHO, Jorge (Editores). Manual de biossegurança. 2. ed. São Paulo: 
Manole, 2012. 
GALLOTTI, R. Eventos Adversos – o que são? Rev Assoc Med Bras, v. 50 (2), 
p. 109-26, 2004. 
GONÇALVES, E. L. O hospital e a visão administrativa contemporânea. São 
Paulo: Pioneira, 1983. 
LOPES, A. R. C. Manual de Biossegurança. Salvador: Universidade Federal 
da Bahia. Instituto de Ciências da Saúde, 2001. 
MANUAIS de legislação atlas. Segurança e Medicina do Trabalho. 63. ed. São 
Paulo: Atlas, 2009. 
MANUAL de Segurança Biológica em Laboratório.3 ed. Genebra: Organização 
Mundial da Saúde, 2004. 
OPPERMANN, C. M.; PIRES, L. C. Manual de Biossegurança para Serviços de 
Saúde. Porto Alegre: PMPA/SMS/CGVS, 2003. 
ROCHA, S. S. Biossegurança, um novo desafio na formação do profissional 
de saúde. Tese (Pós Graduação em Educação) Universidade Federal da Bahia. 
2003. 
VENDEMIATTI, M. et al. Conflito na gestão hospitalar: o papel da liderança. 
Ciência & Saúde Coletiva, 15(Supl. 1): 1301-1314, 2010. 
VILELA, R. B. V. Guia Técnico de Riscos Biológicos. Brasília: Segurança e 
Saúde no Trabalho em Serviços de Saúde, 2008. 
 
 
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14 
Atividades 
 
 O Protocolo de Cartagena assinado por 164 países em 1999 firmou a 
biossegurança como a necessidade de proteger a saúde humana e do 
ambiente dos possíveis efeitos adversos dos produtos da biotecnologia 
moderna. Sendo assim, o grande objetivo desse protocolo foi: 
a. Contribuir para assegurar um nível adequado de proteção às 
atividades e à utilização dos organismos geneticamente modificados 
focando tanto a saúde humana e animal quanto o meio ambiente. 
b. Contribuir para manutenção da saúde humana em relação 
especialmente aos organismos geneticamente modificados. 
c. Somente a segurança em relação ao meio ambiente foi de fato 
contemplado pelo Protocolo de Cartagena. 
d. Assegurar a saúde humana. 
 O Protocolo de Cartagena auxiliou na regulamentação em termos 
nacionais da Lei n. 11.105/2005 que, entre outras providências: 
a. Proíbe nacionalmente a utilização de organismos geneticamente 
modificados. 
b. Estabelece normas que visão a não comercialização e não importação 
de organismos geneticamente modificados. 
c. Estabelece normas de segurança e mecanismos de fiscalização de 
atividades que envolvam organismos geneticamente modificados. 
d. Não aceitar o Protocolo de Cartagena no território nacional. 
 
 
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15 
 A capacitação do profissional é um dos destaques no Protocolo de 
Cartagena. Diante disso, é correto afirmar que: 
a. De nada adianta capacitar o profissional se de fato não integrar de 
forma positiva a empresa. 
b. As partes não cooperarão no desenvolvimento, na capacitação de 
seus profissionais e no fortalecimento de recursos humanos. 
c. A biossegurança especialmente a aplicável no modelo do Protocolo de 
Cartagena é variável e mutável, impossibilitando a capacitação. 
d. As partes cooperarão no desenvolvimento e/ou fortalecimento dos 
recursos humanos e capacidades institucionais levando à formação de 
profissionais capacitados para exercer a biossegurança. 
 Um ponto de destaque no Protocolo de Cartagena é a questão que 
envolve a participação da população. Sobre isso, é correto afirmar que: 
a. A conscientização e a educação da população não é algo que se deve 
levar em conta, especialmente porque o Protocolo de Cartagena 
pouco cita essa questão. 
b. A conscientização, educação e participação do público a respeito da 
segurança da transferência, manipulação e uso dos organismos vivos 
modificados, levando ao conhecimento sobre riscos para a saúde 
humana, é algo essencial e presente no Protocolo de Cartagena. 
c. A educação a respeito da segurança da manipulação de organismos 
geneticamente modificados deve ser restrita aos profissionais que o 
manipulam. 
d. A conscientização, educação e participação pública deve ser 
restringida para não haver pânico e nem dificuldade para o 
desenvolvimento biotecnológico. 
 
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16 
 Um organismo geneticamente modificado pode ser definido como: 
a. Toda entidade biológica que sofre alteração de forma natural em seu 
material genético, seja DNA ou RNA. 
b. Toda entidade que foi alterada sem a utilização de qualquer técnica de 
engenharia genética. 
c. Toda entidade biológica cujo material genético (DNA/RNA) foi alterado 
por meio de qualquer técnica de engenharia genética, de uma maneira 
que não ocorreria naturalmente. 
d. Toda entidade com alterações espontâneas em seu material genético. 
Acesse o material on-line e confira o gabarito das questões!

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