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JURISPRUDENCIA 2 LEI SECA

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Poder Judiciário do Estado do Rio de Janeiro 
Terceira Câmara Cível 
Agravo de Instrumento nº 0028778-82.2017.8.19.0000 
 
Agravante: Gildete Silva 
Agravado: Departamento de Trânsito do Estado do Rio de Janeiro – DETRAN-RJ 
 
Relator: Desembargador Mario Assis Gonçalves 
 
 
 
Secretaria da Terceira Câmara Cível 
Rua Dom Manuel, 37, 5º andar – Sala 512 – Lâmina III 
Centro – Rio de Janeiro/RJ – CEP 20010-090 
Tel.: + 55 21 3133-6003 – E-mail: 03cciv@tjrj.jus.br – PROT. 552 
 
ACÓRDÃO 
 
Agravo de instrumento. Ação anulatória de ato administrativo. 
“Lei Seca”. Suspeição de alcoolemia. Recusa ao teste do 
etilômetro. Retenção do veículo. Suspensão da habilitação 
para dirigir. Entrega da Carteira Nacional de Habilitação 
(CNH). Curso de reciclagem obrigatório. Antecipação de 
tutela. Indeferimento. 
Ação anulatória de ato administrativo com pedidos de antecipação 
de tutela, restituição de indébito e reembolso. Indeferimento da 
tutela antecipada. Conquanto prevaleça a presunção de 
legitimidade do ato administrativo, torna-se impositiva a 
concessão da tutela recursal. Trata-se de ato administrativo 
consistente na suspensão da habilitação para dirigir veículo 
mediante a determinação de entrega da CNH e frequência 
obrigatória no curso de reciclagem para condutores infratores. 
Agravante que não nega ter-se recusado ao teste do bafômetro 
para verificação de alcoolemia durante operação conhecida como 
“Lei Seca”. Com base nessa assunção, o pedido de antecipação 
dos efeitos da tutela foi indeferido pelo juízo. Compulsados os 
autos, constata-se que, de fato, a Autoridade Administrativa de 
trânsito, responsável pela autuação da condutora, não cumpriu 
com a determinação legal vigente à época dos fatos (06/12/2009 - 
fl. 24), a saber, quando ainda em vigor o Código de Trânsito 
Brasileiro (CTB), com a redação dada pelas Leis n° 11.275/06 e 
11.705/2008. Na ocasião, quando havia recusa de um motorista 
em realizar o teste do bafômetro, que, em geral, baseava-se na 
alegação de não fazer prova contra si mesmo, princípio da não 
autoincriminação, assegurado pela Constituição da República. 
Auto de infração nº E40106562 lavrado quando ainda em vigor a 
referida Lei n° 11.705/2008 (Processo Administrativo nº 
E12/676900/2012). O fato é que o juízo, em considerando a 
modificação da Lei n° 11.705/2008 efetuada com o advento da Lei 
nº 12.760/2012, que alterou o CTB com a finalidade de 
estabelecer “alcoolemia zero” e impor penalidades mais rigorosas 
para o condutor que dirigir sob a influência do álcool, indeferiu o 
pleito autoral de tutela antecipada. Não se nega o valor e os 
efeitos positivos atingidos pelo endurecimento da legislação 
aplicável nas questões de trânsito de veículos com o advento das 
Leis nº 12.760/2012 e 13.281/2016. A pretensão de proibir, neste 
momento histórico, a condução de veículos por motorista que 
tenha ingerido qualquer quantidade de álcool ainda não atingiu o 
objetivo original, mas já alcançou resultados bastante 
significativos. No entanto, a incidência do §3º do art. 277, do CTB, 
 
 
 
Poder Judiciário do Estado do Rio de Janeiro 
Terceira Câmara Cível 
Agravo de Instrumento nº 0028778-82.2017.8.19.0000 
 
Agravante: Gildete Silva 
Agravado: Departamento de Trânsito do Estado do Rio de Janeiro – DETRAN-RJ 
 
Relator: Desembargador Mario Assis Gonçalves 
 
 
 
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que determina aplicação das penalidades, antes do advento da lei 
nº 12.760/2012, estava subordinada à condição de o condutor 
estar sob suspeita de dirigir sob a influência do álcool. A toda 
evidência tal expressão limitava a atuação da Administração no 
exercício do seu Poder de Polícia, o que já não acontece, 
considerando-se a nova redação dos artigos 165 e 276 e 277 do 
CTB, e a ab rogação da Resolução CONTRAN n° 206/2006, pela 
Resolução CONTRAN n° 432/13, em que se permite o exame de 
sangue, exames realizados por laboratórios especializados 
indicados pelas entidades de trânsito competentes e teste do 
bafômetro, entre outros, eis que a confirmação do estado alterado 
do condutor poderá ser feita também por prova testemunhal, não 
obstante se ressalte como prioritária para os agentes a realização 
do teste do bafômetro. Além disso, se houver comprovação de 
embriaguez pelo bafômetro ou decorrente do encaminhamento do 
condutor para a realização de exame de sangue, não será 
necessário aguardar o resultado dos exames para a autuação 
administrativa. Concessão da antecipação da tutela, conforme o 
pedido, para suspender parte das sanções administrativamente 
aplicadas, ou seja, a suspenção do direito de dirigir mediante a 
entrega da Carteira Nacional de Habilitação (CNH), ou sua 
devolução, caso a mesma tenha sido entregue ou apreendida, 
assim como a frequência obrigatória no curso de reciclagem para 
condutores infratores, até que ocorra o julgamento final da lide. 
Recurso provido parcialmente. 
 
 ACORDAM os desembargadores que compõem a Terceira Câmara Cível 
do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, por maioria, em dar provimento 
parcial ao recurso, nos termos do voto do relator. 
 
VOTO 
 
O agravo é tempestivo e estão satisfeitos os demais requisitos de 
admissibilidade. 
 Cuida-se de agravo de instrumento (fls. 02/10) interposto por Gildete 
Silva contra a decisão de fl. 79, proferida pelo juízo da 2ª Vara Cível da Comarca de 
Resende nos autos da ação anulatória de ato administrativo com pedidos de 
antecipação de tutela, restituição de indébito e reembolso que ajuizou em face do 
Departamento de Trânsito do Estado do Rio de Janeiro – DETRAN-RJ, 
objetivando, em tutela antecipada, a nulidade da multa que lhe foi imposta no processo 
administrativo nº E12/676900/2012, a ser igualmente declarado nulo, sendo 
determinado ao réu que cancele a sanção que suspendeu o direito de dirigir, 
antecipação de tutela essa a ser confirmada, finda a instrução, com a procedência do 
pedido, condenando o réu a reembolsar-lhe os valores correspondentes à multa, que 
 
 
 
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pagou, com correção monetária e juros desde a data do pagamento, bem como os 
gastos com as corridas de taxi, tendo o juízo indeferido o pedido de antecipação de 
tutela a propósito de não se encontrarem presentes os requisitos indispensáveis para a 
concessão da tutela, revelando-se necessária dilação probatória. 
 Em seu inconformismo, informa a autora que no dia 06/12/2009 (fl. 24), foi 
abordada em uma fiscalização da “Lei Seca” quando, sem explicitar qualquer motivo, o 
agente de trânsito lhe solicitou que se submetesse ao teste de alcoolemia (bafômetro), 
o que ela recusou, vindo a ter, na sequência, recolhida a sua carteira de habilitação 
(CNH), ainda sendo lavrado o Auto de Infração nº E40106562, que ela não assinou, 
sem descrever se ela apresentava sinais de embriaguez ou comprovar tal fato por 
testemunhas, e que, em 08/09/2010, ao acessar os registros de seu veículo no sítio do 
DETRAN/RJ, na internet, tomou conhecimento de uma multa, cujo valor para 
pagamento à vista aumentava gradativamente, pelo que decidiu pagar o valor de R$ 
957,70 (novecentos e cinquenta e sete reais e setenta centavos). Aduz que, além denão notificada a fim de apresentar eventual recurso, no dia 26/08/2016, após ter feito o 
recolhimento do valor para expedição de permissão internacional para dirigir (PID), pois 
iria viajar para o exterior em férias com a família, tomou conhecimento do mencionado 
Processo Administrativo nº E12/676900/2012 que, à revelia, lhe aplicou a pena de 
suspensão do exercício do direito de dirigir por 12 meses e que a obriga a frequentar o 
curso de reciclagem para condutores infratores. Conclui que, muito embora tenha 
demonstrado o erro da autarquia, teve indeferida a tutela antecipada. 
 Para melhor visualização do alcance da decisão hostilizada (fl. 79), 
confira-se a sua fundamentação: 
 
“Não obstante o relato da inicial, entendo que não se 
encontram presentes os requisitos indispensáveis para a 
concessão da tutela, revelando-se necessária dilação 
probatória. Assim sendo, INDEFIRO o pedido de antecipação 
da tutela. Considerando que, pela natureza dos interesses em 
disputa, a autocomposição revela-se inviável na hipótese, 
deixo de designar audiência de conciliação, na forma do 
artigo 334, §4º, II, do NCPC. Presentes os requisitos 
essenciais da inicial e não se tratando de hipótese de 
improcedência liminar do pedido, cite(m)-se o(s) réu(s), 
pessoalmente (art. 247, III, NCPC), perante seu(s) 
respectivo(s) órgão(s) de representação processual (art. 242, 
§3º, NCPC), para que, querendo, ofereça(m) contestação no 
prazo de 30 dias contados da citação (arts. 335 c/c 183, 
ambos do NCPC). Publique-se”. 
 
 Em suas contrarrazões, a ré asseverou que a autora foi abordada durante 
a realização de uma das operações da chamada “Lei Seca”, no dia 06/12/2009 (fl. 24), 
na qual lhe foi solicitado realizar o teste de alcoolemia, o que ela recusou, cabendo 
 
 
 
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Relator: Desembargador Mario Assis Gonçalves 
 
 
 
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assim ao agente de trânsito lavrar o auto de infração E40621344 consoante o disposto 
no art. 277, §3º do Código de Trânsito Brasileiro: 
 
Art. 277. O condutor de veículo automotor envolvido em 
acidente de trânsito ou que for alvo de fiscalização de trânsito 
poderá ser submetido a teste, exame clínico, perícia ou outro 
procedimento que, por meios técnicos ou científicos, na forma 
disciplinada pelo Contran, permita certificar influência de álcool ou 
outra substância psicoativa que determine dependência. (Redação 
dada pela Lei nº 12.760, de 2012) 
(...). 
§ 3º Serão aplicadas as penalidades e medidas 
administrativas estabelecidas no art. 165-A deste Código ao 
condutor que se recusar a se submeter a qualquer dos 
procedimentos previstos no caput deste artigo. (Redação dada 
pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência) 
 
 Também considerou que a proibição de dirigir sob a influência de álcool 
ou de qualquer substancia psicoativa não teria efetividade, caso não existisse uma 
previsão como a do § 3º do art. 277 do CTB, acima transcrito, pois bastaria a recusa do 
condutor infrator à realização dos procedimentos previstos no caput do art. 277 para 
que essa regra fosse burlada. Aliás, o que acontecia era que se o motorista recusasse 
o ato de soprar o bafômetro, o agente aplicava imediatamente o § 2º do referido art. 
277, destacando a recusa do condutor como fator de presunção de culpa, sem 
perceber que a lei vigente, no entanto, previa que a recusa fosse em relação a todo o 
procedimento. 
 Certamente o ilustre magistrado, tendo em vista tais fundamentos, 
considerou que, realmente, tendo as Leis n° 11.275/06 e 11.705/2008 sido modificadas 
pela Lei nº 12.760/2012, que alterou o CTB com a finalidade de estabelecer 
“alcoolemia zero” e impor penalidades mais rigorosas para o condutor que dirigir sob a 
influência do álcool, ressaltou a preocupação do legislador em proibir, de uma vez por 
todas, a condução de veículos por motorista que tenha ingerido qualquer quantidade de 
álcool. 
Com efeito, veja o que dispõe o art. 1º da referida Lei: 
 
Art. 1º Esta lei altera dispositivos da Lei nº 9.503, de 23 de 
setembro de 1997, que institui o Código de Trânsito Brasileiro, 
com a finalidade de estabelecer alcoolemia 0 (zero) e de impor 
penalidades mais severas para o condutor que dirigir sob a 
influência do álcool, e da Lei no 9.294, de 15 de julho de 1996, 
que dispõe sobre as restrições ao uso e à propaganda de 
produtos fumígeros, bebidas alcoólicas, medicamentos, terapias e 
defensivos agrícolas, nos termos do § 4º do art. 220 da 
Constituição Federal, para obrigar os estabelecimentos comerciais 
 
 
 
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em que se vendem ou oferecem bebidas alcoólicas a estampar, 
no recinto, aviso de que constitui crime dirigir sob a influência de 
álcool. 
 
 Não bastasse, não se descure o fato da criminalização da conduta no 
CTB: 
 
Art. 306. Conduzir veículo automotor com capacidade 
psicomotora alterada em razão da influência de álcool ou de outra 
substância psicoativa que determine dependência: (Redação dada 
pela Lei nº 12.760, de 2012) 
Penas - detenção, de seis meses a três anos, multa e 
suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação 
para dirigir veículo automotor. 
 
 Feita a digressão, tem-se, no entanto, que o evento de que se cuida 
ocorreu quando ainda em vigor o CTB com a redação dada pela Lei n° 11.705/2008, 
verificando-se que os artigos 165 e 276 e 277 tinham então a seguinte redação: 
 
Art. 165. Dirigir sob a influência de álcool ou de qualquer 
outra substância psicoativa que determine dependência: (Redação 
dada pela Lei nº 11.705, de 2008) 
Infração - gravíssima; (Redação dada pela Lei nº 11.705, 
de 2008) 
Penalidade - multa (cinco vezes) e suspensão do direito de 
dirigir por 12 (doze) meses; (Redação dada pela Lei nº 11.705, de 
2008) 
Medida Administrativa - retenção do veículo até a 
apresentação de condutor habilitado e recolhimento do documento 
de habilitação. (Redação dada pela Lei nº 11.705, de 2008) 
Parágrafo único. A embriaguez também poderá ser 
apurada na forma do art. 277. 
 
Art. 277. Todo condutor de veículo automotor, envolvido 
em acidente de trânsito ou que for alvo de fiscalização de trânsito, 
sob suspeita de dirigir sob a influência de álcool será submetido a 
testes de alcoolemia, exames clínicos, perícia ou outro exame 
que, por meios técnicos ou científicos, em aparelhos homologados 
pelo CONTRAN, permitam certificar seu estado. (Redação dada 
pela Lei nº 11.275, de 2006) 
(...) 
§ 2º A infração prevista no art. 165 deste Código poderá 
ser caracterizada pelo agente de trânsito mediante a obtenção de 
outras provas em direito admitidas, acerca dos notórios sinais de 
 
 
 
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embriaguez, excitação ou torpor apresentados pelo condutor. 
(Redação dada pela Lei nº 11.705, de 2008) 
§ 3º Serão aplicadas as penalidades e medidas 
administrativas estabelecidas no art. 165 deste Código ao 
condutor que se recusar a se submeter a qualquer dos 
procedimentos previstos no caput deste artigo. (Incluído pela Lei 
nº 11.705, de 2008) 
 
 Não obstante, a maioria dos entendimentos é no sentido de corroborar 
decisões como a de que ora se cuida, quando o motorista se recuse a realizar de 
exame através do chamado etilômetro. Bem verdade é que, vale destacar, por ocasião 
do evento encontrava-se em vigor a Resolução CONTRAN n° 206/2006, que dispunha: 
 
Art. 1º A confirmação de que o condutor se encontra 
dirigindo sob a influência de álcool ou de qualquer substância 
entorpecente ou que determine dependência física ou psíquica, se 
dará por, pelo menos, um dos seguintes procedimentos: 
I - teste de alcoolemia com a concentração de álcool igual 
ou superior a seis decigramos de álcool por litro de sangue; 
II - teste em aparelho de ar alveolar pulmonar (etilômetro) 
que resulte na concentração de álcool igual ou superior a 0,3mg 
por litro de ar expelido dos pulmões; 
III - exame clínico com laudo conclusivo e firmado pelo 
médico examinador da Polícia Judiciária; 
IV - exames realizados por laboratórios especializados, 
indicados pelo órgão ou entidade de trânsito competente ou pela 
Polícia Judiciária, em caso de uso de substância entorpecente, 
tóxica ou de efeitos análogos. 
 
Art. 2º. No caso de recusa do condutor à realização dos 
testes, dos exames e da perícia, previstos no artigo 1º, a infração 
poderá ser caracterizada mediante a obtenção, pelo agente da 
autoridade de trânsito, de outras provas em direito admitidas 
acerca dos notórios sinais resultantes do consumo de álcool ou de 
qualquer substância entorpecente apresentados pelo condutor, 
conforme Anexo desta Resolução 
§ 1º. Os sinais de que trata o caput deste artigo, que 
levaram o agente da Autoridade de Trânsito à constatação do 
estado do condutor e à caracterização da infração prevista no 
artigo 165 da Lei nº 9.503/97, deverão ser por ele descritos na 
ocorrência ou em termo específico que contenham as informações 
mínimas indicadas no Anexo desta Resolução. 
§ 2º. O documento citado no parágrafo 1º deste artigo 
deverá ser preenchido e firmado pelo agente da Autoridade de 
 
 
 
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Trânsito, que confirmará a recusa do condutor em se submeter 
aos exames previstos pelo artigo 277 da Lei nº 9.503/97. 
 
 Assinalo que dita Resolução foi revogada em 23/01/2013 pela Resolução 
CONTRAN n° 432/13, quando se passou a determinar, especificamente, a adoção de 
providências dentre as quais as previstas no art. 3º: 
 
Art. 1º Definir os procedimentos a serem adotados pelas 
autoridades de trânsito e seus agentes na fiscalização do 
consumo de álcool ou de outra substância psicoativa que 
determine dependência, para aplicação do disposto nos arts. 165, 
276, 277 e 306 da Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997 – 
Código de Trânsito Brasileiro (CTB). 
Art. 2º A fiscalização do consumo, pelos condutores de 
veículos automotores, de bebidas alcoólicas e de outras 
substâncias psicoativas que determinem dependência deve ser 
procedimento operacional rotineiro dos órgãos de trânsito. 
Art. 3º A confirmação da alteração da capacidade 
psicomotora em razão da influência de álcool ou de outra 
substância psicoativa que determine dependência dar-se-á 
por meio de, pelo menos, um dos seguintes procedimentos a 
serem realizados no condutor de veículo automotor: 
I – exame de sangue; 
II – exames realizados por laboratórios especializados, 
indicados pelo órgão ou entidade de trânsito competente ou 
pela Polícia Judiciária, em caso de consumo de outras 
substâncias psicoativas que determinem dependência; 
III – teste em aparelho destinado à medição do teor 
alcoólico no ar alveolar (etilômetro); 
IV – verificação dos sinais que indiquem a alteração da 
capacidade psicomotora do condutor. 
§ 1º Além do disposto nos incisos deste artigo, 
também poderão ser utilizados prova testemunhal, imagem, 
vídeo ou qualquer outro meio de prova em direito admitido. 
§ 2º Nos procedimentos de fiscalização deve-se 
priorizar a utilização do teste com etilômetro. 
§ 3° Se o condutor apresentar sinais de alteração da 
capacidade psicomotora na forma do art. 5º ou haja 
comprovação dessa situação por meio do teste de etilômetro 
e houver encaminhamento do condutor para a realização do 
exame de sangue ou exame clínico, não será necessário 
aguardar o resultado desses exames para fins de autuação 
administrativa. 
Art. 5º Os sinais de alteração da capacidade psicomotora 
poderão ser verificados por: 
 
 
 
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I – exame clínico com laudo conclusivo e firmado por 
médico perito; ou 
II – constatação, pelo agente da Autoridade de Trânsito, 
dos sinais de alteração da capacidade psicomotora nos termos do 
Anexo II. 
§ 1º Para confirmação da alteração da capacidade 
psicomotora pelo agente da Autoridade de Trânsito, deverá ser 
considerado não somente um sinal, mas um conjunto de sinais 
que comprovem a situação do condutor. 
§ 2º Os sinais de alteração da capacidade psicomotora de 
que trata o inciso II deverão ser descritos no auto de infração ou 
em termo específico que contenha as informações mínimas 
indicadas no Anexo II, o qual deverá acompanhar o auto de 
infração. 
Art. 6º A infração prevista no art. 165 do CTB será 
caracterizada por: 
I – exame de sangue que apresente qualquer 
concentração de álcool por litro de sangue; 
II – teste de etilômetro com medição realizada igual ou 
superior a 0,05 miligrama de álcool por litro de ar alveolar expirado 
(0,05 mg/L), descontado o erro máximo admissível nos termos da 
“Tabela de Valores Referenciais para Etilômetro” constante no 
Anexo I; 
III – sinais de alteração da capacidade psicomotora obtidos 
na forma do art. 5º. Parágrafo único. Serão aplicadas as 
penalidades e medidas administrativas previstas no art. 165 do 
CTB ao condutor que recusar a se submeter a qualquer um dos 
procedimentos previstos no art. 3º, sem prejuízo da incidência do 
crime previsto no art. 306 do CTB caso o condutor apresente os 
sinais de alteração da capacidade psicomotora. 
Art. 8º Além das exigências estabelecidas em 
regulamentação específica, o auto de infração lavrado em 
decorrência da infração prevista no art. 165 do CTB deverá conter: 
I – no caso de encaminhamento do condutor para exame 
de sangue, exame clínico ou exame em laboratório especializado, 
a referência aesse procedimento; 
II – no caso do art. 5º, os sinais de alteração da 
capacidade psicomotora de que trata o Anexo II ou a referência ao 
preenchimento do termo específico de que trata o § 2º do art. 5º; 
III – no caso de teste de etilômetro, a marca, modelo e nº 
de série do aparelho, nº do teste, a medição realizada, o valor 
considerado e o limite regulamentado em mg/L; 
IV – conforme o caso, a identificação da (s) testemunha 
(s), se houve fotos, vídeos ou outro meio de prova complementar, 
 
 
 
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se houve recusa do condutor, entre outras informações 
disponíveis. 
§ 1º Os documentos gerados e o resultado dos exames de 
que trata o inciso I deverão ser anexados ao auto de infração. 
§ 2º No caso do teste de etilômetro, para preenchimento 
do campo “Valor Considerado” do auto de infração, deve-se 
observar as margens de erro admissíveis, nos termos da “Tabela 
de Valores Referenciais para Etilômetro” constante no Anexo I. 
 
Tornando ao cerne recursal propriamente dito, constata-se, todavia, que à 
época da alegada infração ainda não vigorava a alteração trazida pelas Leis nº 
12.760/2012 e 13.281/2016, quando se passou a permitir a utilização de provas 
indiretas, diversas do teste de alcoolemia, para a comprovação da influência de álcool 
ou outra substância que alterasse a capacidade psicomotora do condutor de veículo 
automotor. 
Por força das citadas leis, passaram os artigos acima transcritos, a dispor 
o seguinte: 
 
Art. 165. Dirigir sob a influência de álcool ou de qualquer 
outra substância psicoativa que determine dependência: (Redação 
dada pela Lei nº 11.705, de 2008) 
Infração - gravíssima; (Redação dada pela Lei nº 11.705, 
de 2008) 
Penalidade - multa (dez vezes) e suspensão do direito de 
dirigir por 12 (doze) meses. (Redação dada pela Lei nº 12.760, de 
2012) 
Medida administrativa - recolhimento do documento de 
habilitação e retenção do veículo, observado o disposto no § 4º do 
art. 270 da Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997 - do Código 
de Trânsito Brasileiro. (Redação dada pela Lei nº 12.760, de 
2012) 
Parágrafo único. Aplica-se em dobro a multa prevista no 
caput em caso de reincidência no período de até 12 (doze) meses. 
(Redação dada pela Lei nº 12.760, de 2012) 
Art. 165-A. Recusar-se a ser submetido a teste, exame 
clínico, perícia ou outro procedimento que permita certificar 
influência de álcool ou outra substância psicoativa, na forma 
estabelecida pelo art. 277: (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) 
(Vigência) 
Infração - gravíssima; (Incluído pela Lei nº 13.281, de 
2016) (Vigência) 
Penalidade - multa (dez vezes) e suspensão do direito de 
dirigir por 12 (doze) meses; (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) 
(Vigência) 
 
 
 
Poder Judiciário do Estado do Rio de Janeiro 
Terceira Câmara Cível 
Agravo de Instrumento nº 0028778-82.2017.8.19.0000 
 
Agravante: Gildete Silva 
Agravado: Departamento de Trânsito do Estado do Rio de Janeiro – DETRAN-RJ 
 
Relator: Desembargador Mario Assis Gonçalves 
 
 
 
Secretaria da Terceira Câmara Cível 
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Medida administrativa - recolhimento do documento de 
habilitação e retenção do veículo, observado o disposto no § 4º do 
art. 270. (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência) 
Parágrafo único. Aplica-se em dobro a multa prevista no 
caput em caso de reincidência no período de até 12 (doze) meses 
(Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência) 
 
Art. 276. Qualquer concentração de álcool por litro de 
sangue ou por litro de ar alveolar sujeita o condutor às 
penalidades previstas no art. 165. (Redação dada pela Lei nº 
12.760, de 2012) 
Parágrafo único. O Contran disciplinará as margens de 
tolerância quando a infração for apurada por meio de aparelho de 
medição, observada a legislação metrológica. (Redação dada pela 
Lei nº 12.760, de 2012) 
 
Art. 277. O condutor de veículo automotor envolvido em 
acidente de trânsito ou que for alvo de fiscalização de trânsito 
poderá ser submetido a teste, exame clínico, perícia ou outro 
procedimento que, por meios técnicos ou científicos, na forma 
disciplinada pelo Contran, permita certificar influência de álcool ou 
outra substância psicoativa que determine dependência. (Redação 
dada pela Lei nº 12.760, de 2012) 
§ 1º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 12.760, de 
2012) 
§ 2º A infração prevista no art. 165 também poderá ser 
caracterizada mediante imagem, vídeo, constatação de sinais que 
indiquem, na forma disciplinada pelo Contran, alteração da 
capacidade psicomotora ou produção de quaisquer outras provas 
em direito admitidas. (Redação dada pela Lei nº 12.760, de 2012) 
§ 3º Serão aplicadas as penalidades e medidas 
administrativas estabelecidas no art. 165-A deste Código ao 
condutor que se recusar a se submeter a qualquer dos 
procedimentos previstos no caput deste artigo. (Redação dada 
pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência) 
 
 Assim, mesmo em se considerando a simples recusa da autora em 
realizar o teste de etilômetro, os fatos levam à conclusão de que seja justa, no caso 
concreto, a concessão de parte da medida postulada pela autora, haja vista a presença 
de verossimilhança nas suas alegações e o perigo de demora na concessão da medida 
estando, como está a agravante, impedida de dirigir. 
 Traz-se a lume o entendimento deste Tribunal de Justiça: 
 
AGRAVO DE INSTRUMENTO. ADMINISTRATIVO. AÇÃO 
ANULATÓRIA DE ATO ADMINISTRATIVO. SUSPENSÃO DA 
HABILITAÇÃO PARA DIRIGIR VEÍCULO. DETERMINAÇÃO DE 
 
 
 
Poder Judiciário do Estado do Rio de Janeiro 
Terceira Câmara Cível 
Agravo de Instrumento nº 0028778-82.2017.8.19.0000 
 
Agravante: Gildete Silva 
Agravado: Departamento de Trânsito do Estado do Rio de Janeiro – DETRAN-RJ 
 
Relator: Desembargador Mario Assis Gonçalves 
 
 
 
Secretaria da Terceira Câmara Cível 
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ENTREGA DA CNH. RECUSA DO AGRAVANTE EM REALIZAR 
O TESTE DE ALCOOLEMIA (BAFÔMETRO). PRINCÍPIO DA 
NÃO AUTOINCRIMINAÇÃO. PEDIDO DE ANTECIPAÇÃO DOS 
EFEITOS DA TUTELA INDEFERIDO PELO DOUTO JUÍZO A 
QUO. REFORMA DO DECISUM. 1 - No caso em deslinde, o 
agravante afirma que o ato administrativo punitivo referente à 
suspensão do direito de dirigir, pelo prazo de 12 (meses), com a 
consequente entrega de sua carteira de motorista, é ilegal pelo 
fato de ter preterido motivação que a lei considerava essencial 
para a sua validade. 2 - Compulsando os autos, constata-se 
que, de fato, a autoridade administrativa de trânsito, 
responsável pela autuação do demandante, não cumpriu com 
a determinação legal vigente à época dos fatos. 3 - Na 
ocasião, quando havia recusa de um motorista em realizar o 
teste do bafômetro, que, em geral, baseava-se na alegação de 
não fazer prova contra si (princípio da não autoincriminação), 
cumpria àquela autoridade descrever, de maneira minuciosa, 
a presença dos sinais de ingestão de bebida alcoólica, o que 
não se evidenciou no presente processo, conforme análisedos 
documentos de fls. 13/57. 4 - Assim, diante dos documentos 
juntados ao presente recurso, verifica-se a omissão do agente 
público no cumprimento dos requisitos supracitados, não elidindo, 
por certo, a questão alusiva à constatação do estado etílico do 
condutor do veículo. RECURSO A QUE SE DÁ PROVIMENTO. 
(Agravo de Instrumento 0007065-85.2016.8.19.0000 - DÉCIMA 
SÉTIMA CÂMARA CÍVEL – Rel.: Des(a). MARCIA FERREIRA 
ALVARENGA - Julgamento: 29/06/2016). Grifei. 
 
E mais: 
 
Agravo de instrumento. Ato administrativo. Direito de trânsito. 
Recusa em realizar teste de alcoolemia (bafômetro). 
Aplicação das sanções do art. 165 do CTB (multa e 
suspensão do direito de dirigir) ao condutor. A incidência do 
§ 3º do art. 277 do Código de Trânsito Brasileiro, que 
determina aplicação dessas penalidades ao condutor, antes 
do advento da lei nº 12.760/2012, estava subordinada à 
condição de o condutor "estar sob suspeita de dirigir sob a 
influência do álcool". Com efeito, esta expressão limita a 
atuação do administrador no seu poder de polícia. Diante da 
ausência de anotações sobre as razões que demonstrassem 
indícios de embriaguez, nenhuma presunção foi feita contra o 
agravante. Assim, diante da ausência de indícios que 
justificassem as medidas administrativamente tomadas, dá-se 
provimento ao recurso para conceder a tutela antecipada 
 
 
 
Poder Judiciário do Estado do Rio de Janeiro 
Terceira Câmara Cível 
Agravo de Instrumento nº 0028778-82.2017.8.19.0000 
 
Agravante: Gildete Silva 
Agravado: Departamento de Trânsito do Estado do Rio de Janeiro – DETRAN-RJ 
 
Relator: Desembargador Mario Assis Gonçalves 
 
 
 
Secretaria da Terceira Câmara Cível 
Rua Dom Manuel, 37, 5º andar – Sala 512 – Lâmina III 
Centro – Rio de Janeiro/RJ – CEP 20010-090 
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requerida na forma que autoriza o disposto no art. 557, § 1º-A, 
CPC. 
(Agravo de Instrumento 0061560-50.2014.8.19.0000 - DÉCIMA 
QUINTA CÂMARA CÍVEL – Rel.: Des(a). CELSO FERREIRA 
FILHO - Julgamento: 18/11/2014). Grifei. 
 
E ainda mais: 
 
AGRAVO DE INSTRUMENTO. SUSPENSÃO DO DIREITO DE 
DIRIGIR. LEI SECA. PRESUNÇÃO DE LEGITIMIDADE DO ATO 
ADMINISTRATIVO. INDEFERIMENTO DA ANTECIPAÇÃO DE 
TUTELA. ATO DE INFRAÇÃO LAVRADO QUANDO AINDA EM 
VIGOR A LEI N° 11.705/2008. CONCESSÃO DA TUTELA. 
Agravo de Instrumento. Indeferimento de Antecipação dos Efeitos 
da Tutela. Agravante, que foi parado em Blitz da Lei Seca e se 
recusou a fazer o teste do bafômetro, e pleiteou a concessão 
da Antecipação dos Efeitos da Tutela para que fossem 
suspensas a sanções aplicadas de forma administrativa, em 
especial a suspensão do direito de dirigir por 12 meses, a 
obrigatoriedade de frequentar Curso de Reciclagem, bem 
como lhe fosse garantida permanência na posse de sua 
Carteira de Habilitação e afastada qualquer anotação de 
sanção em seu prontuário. Decisão agravada que considerou 
não estarem presentes, para o deferimento da Antecipação 
dos Efeitos da Tutela, uma vez que o Autor assumiu que se 
recusou a fazer o teste, que confirmaria ou não a infração 
descrita no art. 165 do CTB, e que a simples recusa àquele 
procedimento, sem qualquer justificativa idônea, tem o 
condão de revelar a correta atuação do administrador 
público, no tocante à aplicação de penalidade, porquanto não 
demonstrado qualquer elemento capaz de refutar a 
legitimidade e legalidade do ato administrativo, 
consubstanciado na lavratura do auto de infração, respaldado 
pelos parágrafos 2º e 3º do art. 277 do CTB. Considerou, ainda, 
o Magistrado "a quo" que a questão da prescindibilidade do 
exame demandaria dilação probatória. Auto de infração 
lavrado quando ainda em vigor a Lei n° Lei n° 11.705/2008. 
Ausência de indicação de tentativa de realização de outros 
procedimentos para comprovação da embriaguez, bem como 
de descrição de sinais evidentes de estar o condutor 
dirigindo sob o efeito do álcool. Simples recusa de realização 
do teste, que não era, à época, suficiente para lavratura do 
auto e aplicação da penalidade de perda do direito de dirigir. 
Presença dos requisitos para o deferimento da Tutela. Reforma da 
decisão que se impõe. Recurso conhecido e provido. 
 
 
 
Poder Judiciário do Estado do Rio de Janeiro 
Terceira Câmara Cível 
Agravo de Instrumento nº 0028778-82.2017.8.19.0000 
 
Agravante: Gildete Silva 
Agravado: Departamento de Trânsito do Estado do Rio de Janeiro – DETRAN-RJ 
 
Relator: Desembargador Mario Assis Gonçalves 
 
 
 
Secretaria da Terceira Câmara Cível 
Rua Dom Manuel, 37, 5º andar – Sala 512 – Lâmina III 
Centro – Rio de Janeiro/RJ – CEP 20010-090 
Tel.: + 55 21 3133-6003 – E-mail: 03cciv@tjrj.jus.br – PROT. 552 
(Agravo de Instrumento 0071118-12.2015.8.19.0000 – DÉCIMA 
NONA CÂMARA CÍVEL – Rel.: Des(a). LÚCIO DURANTE - 
Julgamento: 03/11/2016). Grifei. 
 
 Por tais fundamentos, voto no sentido de conhecer do recurso e dar-lhe 
provimento, parcial, para conceder o pedido de antecipação da tutela para suspender 
parte das sanções aplicadas pelo Processo Administrativo n° E12/676900/2012, 
conforme o pedido, ou seja, a suspensão do direito de dirigir mediante a entrega da 
Carteira Nacional de Habilitação (CNH), ou sua devolução, caso a mesma tenha sido 
entregue ou apreendida, assim como a frequência obrigatória no curso de reciclagem 
para condutores infratores, até que ocorra o julgamento final da lide. 
 
Rio de Janeiro, 25 de outubro de 2017.

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