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Cap.2 - Citricultura brasileira: aspectos econômicos

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Capítulo 2
Citricultura brasileira: 
aspectos econômicos
Margarete Boteon e Evaristo Marzabal Neves
CITROS20 Citricultura brasileira: aspectos econômicos 21
Foto da página anterior: Pomar de laranja Valência na região central do Estado de São Paulo (SP) (Centro APTA Citros 
Sylvio Moreira/ IAC)
CITROS20 Citricultura brasileira: aspectos econômicos 21
1 Brasil: maior produtor mundial de 
laranja
Como o Brasil se tornou o maior produtor 
mundial de laranja? A história da citricultura bra-
sileira confunde-se com a da nossa colonização, 
iniciando com os portugueses que vieram habitar 
a nova terra em meados do século XVI. Ao se rever 
a história, conclui-se que, por mais avassaladora 
que seja uma doença ou por pior resultado eco-
nômico obtido, sempre houve uma saída, graças 
aos esforços técnico e comercial dos agentes da 
citricultura brasileira.
O potencial citrícola1 ficou adormecido por cer-
ca de 400 anos no Brasil. Somente no século XX, 
começou o plantio de citros em larga escala, esti-
mulado pela crise do café no final da década de 
1920. Os principais mercados e pólos produtores, 
no começo do século passado, eram São Paulo e 
Rio de Janeiro. Nas terras paulistas, a citricultura 
iniciou, comercialmente, nas mãos de descenden-
tes italianos, enquanto os portugueses eram os 
principais empreendedores no Rio de Janeiro. Ou-
tros Estados também desenvolveram estruturas de 
produção e comercialização nesse período, porém 
em menor escala.
Desde o início da sua fase comercial, a citricul-
tura paulista e a carioca já eram planejadas para 
atender ao mercado externo, ainda que esse canal 
representasse apenas 15% da produção nacional 
na década de 1920. A partir de 1926, iniciaram-
se as exportações para a Europa, antes concentra-
das para a Argentina. Pelas estatísticas, o Brasil 
era o quinto maior produtor mundial na década 
de 1920, superado pelos Estados Unidos, Espa-
nha, Japão e Itália. Quanto ao volume exportado, 
figurava entre os nove maiores.
Com a decadência do café na década de 
1930, o setor citrícola acabou desenvolvendo-se 
mais em São Paulo. O ano de 1939 foi um marco 
importante para a citricultura brasileira, especial-
mente para a paulista. A exportação bateu um re-
corde ainda não ultrapassado: 197 mil toneladas 
de laranja.
O crescimento do mercado externo foi inter-
rompido com a Segunda Guerra Mundial (1939-
1945), que causou a primeira crise de preços 
do setor. Os principais mercados importadores 
europeus cortaram os pedidos e as sobras internas 
foram grandes. A produção brasileira havia pas-
sado de 12 milhões de caixas de 40,8 kg em 1930 
para 36 milhões em 1940. 
A falta de mercado desanimou os produtores, 
especialmente os paulistas, que reduziram os tra-
tos culturais. Além da disseminação de doenças 
conhecidas, surgiu uma nova, a tristeza. Esse mal, 
caracterizado posteriormente como uma doença 
causada pelo vírus da tristeza dos citros, aliado ao 
abandono da cultura em vista dos baixos preços, 
favoreceram a redução drástica da área de citros 
na década de 1940. A saída contra a tristeza foi a 
descoberta, na mesma década, de porta-enxertos 
tolerantes a essa doença, entre os quais o limão 
Cravo, por pesquisadores do Instituto Agronômico 
e do Instituto Biológico. Superado o desafio da 
tristeza, surge nos anos cinqüentas outro inimigo, 
o cancro cítrico, que só veio a ter um controle mais 
efetivo a partir da década de 1970, com a criação 
do Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus). 
A citricultura carioca, por outro lado, não con-
seguiu sair da crise causada pela Segunda Guerra 
Mundial. Para piorar o quadro, surgem a mosca-
do-mediterrâneo e outras doenças. Paralelamente, 
a área rural foi reduzida com o loteamento urbano 
da região fomentado pelo processo de industriali-
zação da baixada fluminense. 
O ressurgimento da citricultura paulista acon-
tece na década de 1960. Esse período é o divi-
sor de águas no perfil da citricultura brasileira, 
mudando o foco comercial de fruta fresca para 
a produção de matéria-prima voltada à indús-
tria, consolidando São Paulo como o maior pólo 
citrícola nacional e mundial (Tabela 1). O início 
do desenvolvimento do parque industrial paulista 
foi alavancado pela falta de matéria-prima nos 
Estados Unidos, em decorrência das geadas na 
Flórida. Graças às condições naturais do Brasil, 
aliadas à existência de empreendedores nacio-
nais que souberam aproveitar essa oportunidade, 
o País, em 1965, já exportava mais de 5.000 
toneladas de suco. Em 1966, as vendas estavam 
consolidadas e os embarques, desde então, não 
pararam de crescer (Tabela 2). 
A indústria processadora foi impulsionada 
também pela legislação criada no Brasil para 
beneficiar as exportações por meio de incentivos 
1 A evolução da citricultura brasileira, bem como as estatísticas de produção e exportação entre os anos de 1920 
e 1966, baseiam-se em Hasse (1987). Registros sobre a evolução da citricultura carioca foram obtidos em Soares 
(1952).
CITROS22 Citricultura brasileira: aspectos econômicos 23
Tabela 1 Produção mundial de laranja e participação brasileira e norte-americana - 1961 a 2004
Ano
Mundo Brasil EUA Brasil EUA
t % total mundial
1961 15.946.492 1.761.768 4.583.450 11 29
1965 18.768.619 2.285.524 4.698.890 12 25
1970 24.922.858 3.099.440 7.278.428 12 29
1975 32.289.706 6.313.171 9.294.059 20 29
1980 40.004.524 10.891.814 10.733.810 27 27
1985 40.865.354 14.214.307 6.095.000 35 15
1986 42.220.423 13.233.370 6.782.000 31 16
1987 43.780.282 14.611.100 6.982.000 33 16
1988 46.029.077 14.975.260 7.757.000 33 17
1989 50.860.257 17.773.580 8.118.000 35 16
1990 49.651.159 17.520.520 7.026.000 35 14
1991 51.836.037 18.936.344 7.120.000 37 14
1992 54.208.546 19.682.292 8.082.000 36 15
1993 55.476.226 18.797.188 9.972.000 34 18
1994 54.720.187 17.445.968 9.370.000 32 17
1995 59.302.944 19.837.212 10.371.000 33 17
1996 61.295.423 21.079.044 10.366.000 34 17
1997 65.639.428 23.046.800 11.514.000 35 17
1998 62.298.698 20.850.504 12.401.000 33 20
1999 62.316.698 22.893.312 8.912.180 36 14
2000 64.249.220 21.330.258 11.790.680 32 18
2001 60.282.774 16.983.248 11.086.700 28 18
2002 61.644.115 18.530.624 11.225.500 30 18
2003 60.740.954 16.902.600 10.473.450 28 17
2004 63.039.736 18.262.632 11.729.900 29 19
Fonte FAO (2005)
fiscais. A partir da década de 1980, o Brasil se 
consolidou também como o maior produtor mun-
dial de suco de laranja. O custo de produção 
competitivo, a pesquisa de ponta, o produto de 
excelente qualidade e ainda uma logística muito 
eficiente de distribuição tornaram a citricultura 
paulista um negócio viável mesmo com a recupe-
ração dos pomares da Flórida. Da instalação das 
plantas industriais até hoje, o foco principal da 
citricultura paulista é a produção de suco destina-
do ao mercado externo. 
1.1 Os altos e baixos da citricultura 
paulista2
O comércio externo de suco sempre foi um ne-
gócio para poucos. Em 1970, a Citrosuco Paulista 
S.A. e a Sucocítrico Cutrale Ltda. já representavam 
63% da capacidade instalada em São Paulo, 
segundo Maia (1992), com essas duas empresas 
mantendo a liderança até hoje. 
Nossos principais compradores também são 
poucos países. Até o final da década de 1980, 
2 Os dados de preços em dólar são deflacionados pelo CPI norte-americano para valores de dezembro de 2003. 
Todas as estatísticas mencionadas nesta seção referem-se às Tabelas 1 e 2 e a Figura 1.
CITROS22 Citricultura brasileira: aspectos econômicos 23
Tabela 2 Exportação mundial e brasileira de suco de laranja concentrado e participação brasileira no comér-
cio externo - 1961 a 2003
Ano
Mundo Brasil Brasil
t % total mundial
1961 35.904 0 0
1965 38.229 5.760 15
1970 88.775 33.468 38
1975 262.619 180.897 69
1980 555.207 401.02672
1985 660.922 484.782 73
1990 1.252.966 953.969 76
1991 1.170.711 913.738 78
1992 1.235.797 972.428 79
1993 1.454.001 1.165.350 80
1994 1.430.866 1.146.920 80
1995 1.218.276 961.193 79
1996 1.402.732 1.182.240 84
1997 1.416.105 1.179.570 83
1998 1.470.654 1.227.870 83
1999 1.402.663 1.168.140 83
2000 1.518.812 1.224.460 81
2001 1.650.346 1.348.190 82
2002 1.737.203 1.176.265 68
2003 1.725.400 1.347.226 78
Fonte FAO (2005); Abecitrus (2005)
os Estados Unidos eram o maior comprador do 
suco de laranja brasileiro e, a partir da década 
de 1990, a União Européia passou a ocupar essa 
posição.
Poucos vendedores e compradores tornam a 
citricultura nacional bastante vulnerável às osci-
lações internacionais de demanda ou de oferta, 
gerando uma elevada volatilidade de preços do 
suco no mercado externo e também para o produ-
tor nacional (Figura 1). Por se tratar de uma cultura 
perene, o ajuste de oferta e de preços não ocorre 
de uma safra para outra. A duração de um ciclo 
de preços baixos leva de três a cinco anos.
Nas décadas de 1970 e 1980, atribuíram-se 
as alterações das cotações na indústria paulista e 
no mercado internacional do suco às oscilações 
da demanda norte-americana pelo suco brasileiro 
(Figura 1). As altas internacionais estavam rela-
cionadas aos prejuízos com geadas na Flórida, 
impulsionando as vendas brasileiras de suco para 
aquele mercado. Em 1975, o Brasil participava com 
20% da produção mundial de laranjas (6 milhões de 
toneladas) e com 69% do suco de laranja concen-
trado e congelado comercializado no mundo (181 
mil toneladas). Naquele ano, o suco de laranja na 
Bolsa de Nova Iorque era cotado a US$ 2.600,00 
por tonelada, enquanto o produtor paulista recebia 
da indústria US$ 3,50 por caixa de 40,8 kg na 
árvore (sem contar a colheita e o frete). Após 10 
anos, a produção brasileira mais que duplicou (14 
milhões de toneladas), passando a corresponder 
a 35% do volume global de laranja e a 73% do 
comércio mundial do suco (cerca de 500 mil tonela-
das). Sob reflexo das geadas na Flórida, os Estados 
Unidos reduziram sua produção de laranja de 9 
milhões de toneladas, em 1975, para 6 milhões de 
toneladas em 1985, impulsionando a cotação do 
suco naquele ano para US$ 3.500,00 por tonelada 
em Nova Iorque, com o produtor paulista receben-
do o equivalente a US$ 5,50 por caixa.
CITROS24 Citricultura brasileira: aspectos econômicos 25
Fonte Cepea (2004); Bolsa de Nova Iorque (2004)
Figura 1 Evolução dos preços da laranja paulista e do suco 
de laranja na Bolsa de Nova Iorque - 1970 a 2003)
Na década de 1990, a Flórida recuperou 
seus pomares e os Estados Unidos deixaram de 
depender do suco brasileiro. Já em 1995, os nor-
te-americanos produziram cerca de 10 milhões de 
toneladas. Paralelamente, o plantio acelerado em 
São Paulo na década de 1980 gerou excedentes 
de oferta de matéria-prima nos anos noventas, e 
o Brasil manteve um volume crescente até 1997, 
quando o País chegou ao recorde de 23 milhões 
de toneladas. Nesse período, a oferta maior que a 
procura nacional e mundial, mesmo conquistando 
o mercado europeu como principal comprador, 
gerou uma queda significativa das cotações inter-
nacionais do produto e dos preços recebidos pelos 
citricultores paulistas. O auge da crise foi quando 
o produtor recebeu US$ 0,45 por caixa em 1992, 
seguido por dois anos recebendo US$ 1,60 por 
caixa 
Na virada do milênio, a falta de tratos cultu-
rais, em decorrência da crise de preços na década 
passada, aliada a fatores como o aumento da 
incidência de pragas e doenças e a substituição 
dos pomares pela cultura da cana-de-açúcar aca-
baram reduzindo o parque citrícola e estimulando 
um novo ciclo de alta dos preços ao produtor, 
principalmente entre 2001 e 2003. O produtor 
negociava contratos em torno de US$ 2,50 a US$ 
3,50 por caixa posta na indústria, segundo o Cen-
tro de Estudos Avançados em Economia Aplicada 
(Cepea) da Escola Superior de Agricultura Luiz de 
Queiroz (Esalq/USP). A reação dos preços pagos 
pela indústria novamente fez valorizar a laranja 
destinada a esse segmento que, mais uma vez, 
atraiu parte da produção destinada ao mercado 
doméstico. A produção brasileira de laranjas em 
2003 foi de 17 milhões de toneladas (28% do 
volume mundial). 
As saídas para conviver com os altos e baixos 
no mercado foram o aumento da produtividade nos 
pomares, a busca de novos mercados e o ganho 
de escala nas lavouras e no setor industrial. Esses 
fatores foram decisivos para manter a citricultura 
paulista na liderança das exportações de suco. 
Um dos principais pontos de instabilidade, nos 
últimos quarenta anos, continua sendo a relação 
comercial entre o produtor e a indústria. Desde a 
primeira fábrica instalada no Brasil, no início da 
década de 1960, a base da relação comercial en-
tre produtor e processador sempre foi por meio de 
contratos. A redução de riscos de suprimento da 
matéria-prima, no lado da indústria, e a garantia 
de compra, do lado do produtor, são as vantagens 
apontadas por ambos para o estabelecimento de 
contratos na relação venda/compra. Mesmo após 
quarenta anos de acordos contratuais, o principal 
ponto de discórdia continua sendo o mecanismo 
de fixação de preços entre o produtor e o proces-
sador. Até o momento, o sistema de definição de 
preços é frágil, o desenho atual dos contratos não 
tem flexibilidade para absorver fortes oscilações 
de preços, gerando conflituosas renegociações ou 
até rupturas contratuais.
A falta de transparência na internalização do 
preço internacional para valorar a matéria-prima 
e o elevado poder das indústrias nas negociações 
são queixas freqüentes dos produtores. Do lado da 
indústria, a dificuldade de repassar os riscos de 
oscilações internacionais para o mercado interno 
em vista da rigidez dos preços nos contratos é o 
principal problema na relação comercial com o 
produtor. 
2 Liderança paulista
A maioria dos estados brasileiros cultiva frutas 
cítricas. Entretanto, São Paulo domina tanto a pro-
dução de laranja quanto a de lima ácida Tahiti e 
de tangerinas (Tabelas 3 e 4). A instalação de um 
parque industrial voltado ao mercado externo de 
suco e a proximidade das metrópoles nacionais 
de maior poder aquisitivo tornaram São Paulo o 
maior pólo mundial citrícola.
Os números paulistas indicam sua representa-
tividade. O Estado produziu 79% do volume na-
cional de frutas cítricas, em 2003, segundo o Ins-
CITROS24 Citricultura brasileira: aspectos econômicos 25
tituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 
Quanto ao parque citrícola, na safra 2003/2004, 
contava com 188 milhões de árvores em produção 
e 27 milhões de árvores novas, segundo o Instituto 
de Economia Agrícola (IEA). 
O cinturão citrícola paulista pode ser dividido 
em quatro pólos produtores: a região central (São 
Carlos - Araraquara), norte (Bebedouro - São José 
do Rio Preto), a sudeste (Araras - Mogi Guaçu), 
denominada tradicionalmente como “sul citrícola”, 
e o novo pólo centro-sul (Bauru - Itapetininga).
O mapa da produção paulista de cítricos 
mostra sua especialização comercial. Em geral, 
os pólos situados nas regiões norte e central se 
especializaram na laranja para fins industriais, 
concentrando as principais unidades processado-
ras. Já na região Sudeste, localizam-se os pomares 
voltados à produção do consumo fresco, como as 
tangerinas e as laranjas de mesa. A lima ácida 
Tahiti tem sua maior produção na região centro-
norte, principalmente nos municípios próximos à 
cidade de Itajobi. 
A região norte, com base no inventário de 
plantas do IEA de 2003, representa 40% da pro-
dução do Estado. O restante é dividido entre o 
centro e o sul da área citrícola.
Os pólos de produção paulista, contudo, têm 
apresentado mudanças. Estatísticas de produção e 
de árvoresnovas do IEA3 apontam que o sul tem 
aumentado sua participação desde o final da dé-
cada de 1990. Inicialmente, foram os municípios 
mais tradicionais do sudeste que elevaram sua re-
presentatividade, quando a clorose variegada dos 
citros (CVC) se expandiu no norte. Por outro lado, 
o pólo Araras a Mogi Guaçu apresenta outras do-
enças, como a pinta-preta em laranja e a alterná-
ria em Murcott, que prejudicam as exportações e a 
produtividade. Após o aparecimento da morte sú-
bita dos citros (MSC), em 1999, foi a vez de outra 
região, a Centro-Sul, incrementar sua produção de 
laranja. Trata-se de um novo pólo citrícola, que en-
globa desde a área central (próxima de Bauru) até 
Itapetininga (sul do Estado). Essa região tem um 
regime mais regular de chuva e tornou mais atrati-
va a produção de laranja. Nesse pólo, o desenvol-
vimento das tangerinas sem sementes pelo IAC, em 
Capão Bonito, pode também favorecer a região a 
produzir frutas frescas para a exportação.
Tabela 4 Participação por Estado na produção brasileira de 
frutas cítricas em 2003
Estado Produção de laranja, %
São Paulo 79,0
Bahia 4,6
Sergipe 4,1
Minas Gerais 3,9
Paraná 2,1
Produção de lima ácida e limão, %
São Paulo 80,0
Bahia 4,6
Rio de Janeiro 3,0
Rio Grande do Sul 3,0
Espírito Santo 2,0
Produção de tangerina, %
São Paulo 67,0
Paraná 28,0
Rio Grande do Sul 13,0
Minas Gerais 7,0
Rio de Janeiro 4,7
Espírito Santo 1,8
Fonte IBGE (2004)
Os demais Estados representam 21% da pro-
dução nacional de laranjas - com destaque para 
Bahia, Sergipe, Minas Gerais e Paraná (Tabelas 
3 e 4).
A citricultura baiana ocupou, em 2003, o 
segundo lugar como pólo produtor de laranja e 
de limão, correspondendo cada um a 4,6% da 
produção, segundo o IBGE. A principal região 
produtora na Bahia é o litoral norte, responsável 
por 60% da área plantada, onde está o município 
de Rio Real, o principal produtor daquele Estado. 
3 A migração da citricultura paulista foi avaliada através das estatísticas dos Escritórios de Desenvolvimento Rural 
(EDR) do Instituto de Economia Agrícola (IEA), entre 1999 e 2003. Os registros de número de árvores e a produção no 
período foram coletados em: <http://www.iea.sp.gov.br/out/ibcoiea.htm>. Acesso: 24 ago. 2004.
Tabela 3 Produção nacional de citros em 2003
Item Laranja Limãoa Tangerina
Produção, t 16.917.558 981.339 1.304.743
Área, ha 836.689 51.262 65.115
a Total de limões e lima ácida Tahiti
Fonte IBGE (2004)
CITROS26 Citricultura brasileira: aspectos econômicos 27
Essa região, juntamente com o litoral sul de Sergi-
pe, representam o principal pólo citrícola do Nor-
deste em laranja e o segundo produtor nacional. 
Os dois Estados juntos são responsáveis por 8,7% 
da produção brasileira de laranjas. 
O terceiro pólo produtor de laranja é Minas 
Gerais, com origem na Zona da Mata, estimulado 
pelas exportações cariocas da fruta no início da 
década de 1920. Seu crescimento foi pequeno e 
com foco, principalmente, no mercado local, mas 
com vistas também nas “janelas” do mercado pau-
lista. A falta de um parque industrial nos moldes 
do paulista também inibiu uma maior expansão. 
As regiões mineiras com foco empresarial são o 
Triângulo Mineiro, Sul de Minas e norte do Estado, 
de acordo com Souza & Lobato (2001). Segundo 
esses autores, a região norte dedica-se mais ao 
cultivo do Tahiti. O Triângulo Mineiro é um pro-
longamento da citricultura do Norte paulista e sua 
safra também é direcionada às indústrias proces-
sadoras de São Paulo. Já a região Sul de Minas é 
mais voltada à produção da Ponkan.
No Paraná, o destaque é o noroeste do Estado, 
sobretudo a região de Paranavaí, que apresenta 
um pólo industrial de suco também voltado à ex-
portação. Ali, a citricultura ocupa uma área de 7 
mil hectares de uma região que abrange cerca de 
150 municípios (Chiara, 2003). 
3 Da fruta ao suco
Avaliando o agronegócio citrícola paulista, 
constata-se que os principais participantes priva-
dos são as indústrias de insumos, os citricultores, 
os processadores e os comerciantes da fruta fresca. 
O foco comercial da cadeia é a produção/
comercialização industrial da laranja. Atualmente, 
70 a 80% da produção paulista destina-se à indus-
trialização, entre 20 e 30% são comercializados 
no mercado interno e menos de 1% é exportado in 
natura (Tabela 5). Na produção de suco, 98% do 
volume é vendido ao mercado internacional, com 
a maior parte sendo engarrafada pelas empresas 
européias e norte-americanas. 
Tabela 5 Plantas em produção, volume produzido e destinos da comercialização de citros no Estado de São 
Paulo - 1975 a 2004
Safra
Árvores em 
produção
Produção de 
laranja
Destinos da comercialização
Processamento Exportação da fruta fresca Mercado interno
a
 milhões milhões cxb %c
1975-76 56 85 62 2,1 35,9
1980-81 66 170 81 0,5 18,5
1985-86 87 239 92 0,6 7,4
1990-91 109 242 83 0,9 16,1
1992-93 128 314 87 0,9 12,1
1993-94 148 306 81 0,7 18,3
1994-95 154 311 79 1,1 19,9
1995-96 163 357 74 0,8 25,2
1996-97 173 366 73 0,7 26,3
1997-98 178 420 76 0,5 23,5
1998-99 169 342 82 0,5 17,5
1999-00 165 395 76 0,6 23,4
2000-01 162 355 76 0,5 23,5
2001-02 161 280 79 1,2 19,8
2002-03 160 365 84 0,3 15,7
2003-04 159 280 77 0,6 22,4
2004-05 160 360 78 0,7 21,3
a Volume disponível para o mercado interno
b cx = caixas de 40,8 kg
c Participação do destino da produção em comparação com o total de laranja produzida em São Paulo
Fonte Citrus Reference Book (2005)
CITROS26 Citricultura brasileira: aspectos econômicos 27
No mercado interno in natura, os principais 
compradores da fruta são os “barracões”, que, 
por sua vez, comercializam com os atacadistas 
e supermercados. Alguns deles são exportadores 
da fruta fresca. Outro comprador que tem aumen-
tado sua participação no mercado interno são as 
indústrias processadoras/engarrafadoras de suco 
pronto para o consumo.
Por trás de todo o caminho que percorre a 
produção da fruta até chegar às mãos dos con-
sumidores, há uma cadeia que gera empregos e 
movimenta economias locais, já que a citricultura 
paulista é concentrada em poucos municípios, bas-
tante dependentes da cultura. 
3.1 Indústrias de insumos
Como suporte à produção, as principais indús-
trias dessa cadeia são as de defensivos, fertilizan-
tes, tratores/máquinas e implementos, juntamente 
com os viveiros de mudas. O segmento de insumos 
faturou, em 2003, 362 milhões de dólares (Tabe-
la 6). A maior fatia é da indústria de defensivos 
(39%), seguida pela de fertilizantes/corretivos 
(29%). A importância da citricultura na rentabili-
dade de ambos setores é expressiva e oscilações 
nos preços recebidos pelos produtores afetam 
diretamente suas receitas.
O destaque é para as vendas de acaricidas, 
que têm a citricultura como seu maior mercado no 
Brasil, responsável por 90% das compras do pro-
duto e por gerar a essa indústria um faturamento 
total estimado em 80 milhões de dólares em 2003. 
No conjunto de produtos das empresas de defen-
sivos, sobressaem-se aqueles para o controle dos 
ácaros da leprose e da ferrugem.
Em 2003, na média nacional, o citricultor 
consumiu4 500 kg ha-1 de fertilizantes, segundo a 
Associação Nacional de Defesa Vegetal (Andef), e 
20 kg ha-1 de ingrediente ativo considerando todas 
as classes de defensivos (herbicidas, acaricidas, 
fungicidas e inseticidas); nesse caso, de acordo 
com o Sindicato Nacional da Indústria de Defensi-
vos Agrícolas (Sindag). Em termos financeiros, es-
ses insumos representaram, respectivamente, US$ 
120,00 e US$ 160,00 por hectare em média.
O uso intensivo da tecnologia na produção de 
citros impulsionou dois setores à modernização: 
o de viveiros e o de irrigação. Ambos, indireta-
mente, impulsionam outros, como as vendas de 
estufas, de máquinase implementos. Segundo 
cálculos de Neves & Lopes (2004), a área irrigada 
de citros foi estimada em 84 mil hectares (56 mil 
hectares em sistema localizado e 28 mil hectares 
por aspersão), representando 10% da área total 
plantada com citros no Brasil em 2003. A produ-
ção de mudas em viveiros telados em São Paulo é 
uma realidade, com um potencial de produção em 
torno de 23,4 milhões de mudas/ano, segundo o 
Fundecitrus (Neves & Lopes, 2004).
4 Os dados de consumo de defensivos e fertilizantes na citricultura brasileira encontram-se em Neves & Rodrigues (2004).
Tabela 6 Valores da cadeia citrícola (eixos central e de su-
porte) em 2003
Eixo Central milhões US$
i) Antes da fazenda 362,0
Defensivos 141,0
Implementos 43,0
Fertilizantes 89,3
Mudas 17,1
Tratores 36,0
Irrigação 20,1
Corretivos 15,5
ii) Produção agrícola (fazenda) 809,9
iii) Pós-fazenda 1.695,6
Suco concentrado, outros sucos, pellets e óleos essenciais 1.332,9
Fruta fresca: mercado interno 265,8
Fruta fresca: exportada 25,4
Suco pronto fresco 12,9
Suco pasteurizado 58,6
Eixo de suporte milhões US$
iv) Suporte 347,9
Mão-de-obra na colheita 76,0
Combustíveis 66,4
Embalagens de frutos 44,0
Transporte do fruto empacotado 40,0
Empresas extratoras 30,0
Serviços portuários 20,0
Pedágio 14,1
Transporte do suco concentrado 15,7
Embalagens de suco 10,0
Transporte do packinghouse 19,2
Transporte de pellets 12,5
Fonte Neves & Lopes (2004)
CITROS28 Citricultura brasileira: aspectos econômicos 29
Tabela 7 Demanda por força de trabalho nas seis principais culturas agrícolas do Estado de São Paulo - 1998 
a 2002
Cultura
Demanda por força de trabalho
1998 1999 2000 2001 2002
EDH ha-1
Cana-de-açúcar 16,1 16,0 15,8 16,1 16,3
Milho 4,7 4,7 4,7 4,6 4,6
Laranja 21,5 21,5 18,7 18,7 20,1
Soja 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3
Café 74,6 73,8 63,7 56,5 60,1
Feijão 17,4 17,5 17,2 17,4 17,3
Fonte Dayoub et al. (2001); Neves & Rodrigues (2004)
3.2 Produtores
A citricultura é, em números, composta por 
pequenos produtores, mas, em volume, a produ-
ção está concentrada em grandes propriedades. 
Segundo cálculos de Neves & Lopes (2004), os 
citricultores paulistas com mais de 150 mil plantas 
(área acima de 400 ha) representaram menos de 
1% das propriedades citrícolas paulistas e 45% da 
produção de laranja em 2003. 
Com base nos principais destinos da produção 
paulista e nos preços recebidos pelos produtores 
em 2004, coletados pelo Cepea, o valor da pro-
dução de São Paulo foi em torno de 831 milhões 
de dólares, dos quais o setor produtivo voltado à 
indústria faturou 626 milhões de dólares e o mer-
cado da fruta fresca, 205 milhões de dólares.
A maioria dos produtores destina sua produção 
às indústrias. Normalmente, essa comercialização 
é individual, mas há também grupos, denomina-
dos pools com o objetivo de ganhar escala, reduzir 
custos e, principalmente, melhorar o poder de bar-
ganha junto às indústrias no momento da fixação 
dos preços dos contratos. Em menor proporção, há 
produtores que diversificam sua comercialização 
com o mercado da fruta in natura. Esses têm maior 
variedade de cultivares e de mercados, com alguns 
preparando a fruta fresca para exportação.
O manejo dos citros e sua colheita empregam 
elevado contingente de mão-de-obra por hectare, 
só inferior ao café no Estado de São Paulo. Neves 
et al. (2002) estimaram que a laranja vem reque-
rendo, em média, cerca de 20 EDH ha-1, enquanto 
outras culturas que também utilizam tecnologias 
intensivas em capital, como soja e milho, não pas-
sam de 5 EDH ha-1 (Tabela 7).5
5 EHD significa “equivalente dia-homem”, medida que representa a demanda por força de trabalho por hectare-dia.
Os gastos com a cultura variam muito, depen-
dendo da escala de produção, formas de comer-
cialização (indústria ou fruta fresca), variedade, 
incidência de pragas e doenças, entre outros. 
Neves et al. (2004) estimaram o custo total de 
produção em US$ 3,31 por caixa para um pomar 
com densidade de 400 plantas ha-1 e uma produ-
ção de 2,5 caixas por planta, em abril de 2004 
(Tabela 8). 
O custo de produção paulista é o principal 
fator de competitividade internacional do setor, 
já que a matéria-prima, a laranja, é o principal 
dispêndio da indústria, responsável por 60% dos 
custos de produção do suco. Muraro et al. (2003) 
compararam os principais dispêndios com a cul-
tura em São Paulo e na Flórida e observaram que 
está na colheita a maior vantagem comparativa 
nacional: nos Estados Unidos é quatro vezes mais 
cara que no Brasil.
3.3 Processadoras
Em São Paulo, a estrutura industrial do suco 
pode ser caracterizada por um oligopsônio (pou-
cos compradores de matéria-prima) e, simulta-
neamente, um oligopólio (poucos exportadores). 
Antes da saída da Cargill, em 2004, as grandes 
processadoras eram denominadas “as cinco C’s” 
(Cutrale, Citrosuco, Cargill, Coinbra e Citrovita), 
que representavam mais de 80% da capacidade 
instalada paulista e 90% das exportações nacio-
nais de suco. 
A necessidade de economia de escala e de 
uma logística eficiente de distribuição favoreceram 
as processadoras a se verticalizarem tanto para a 
CITROS28 Citricultura brasileira: aspectos econômicos 29
Tabela 8 Estimativa do custo total de produção (média anual de 15 anos) para um pomar de laranja no 
Estado de São Pauloa, abril/2004
Componentes do custo R$/ha US$/hab
i) Custos fixos totais 1.531,54 526,30
ii) Custos variáveis totais 6.471,17 2.223,77
ii.1) Custos variáveis indiretos (impostos e outras contribuições, despesas 
 administrativas, energia elétrica, salários, encargos e seguros) 959,93 329,87
ii.2) Custos variáveis diretos 5.511,24 1.893,90
Defensivos 2.439,10 838,18
Corretivos e fertilizantes 989,22 339,94
Máquinas 439,86 151,15
Empreita de colheita 1.595,73 548,36
Manutenção de benfeitorias 47,33 16,26
iii) Custo operacional total (i + ii) 8.002,71 2.750,07
iv) Remuneração do capital fixo 741,54 254,82
v) Remuneração anual do valor da terra 864,00 296,91
vi) Custo econômico ou total (iii + iv + v) 9.608,25 3.301,80
Custo operacional total por caixa de 40,8 kg 8,02 2,76
Custo econômico ou total por caixa de 40,8 kg 9,63 3,31
a Propriedade de 25 hectares, densidade de 400 plantas/ha, com produção média anual de 2,5 caixas por planta
b US$ 1= R$ 2,91 (abr. 2004)
Fonte Neves et al. (2004)
frente, na distribuição do suco, quanto para trás, 
no controle da matéria-prima. A obtenção do pro-
duto é garantida, principalmente, pelos pomares 
próprios e por contratos de médio e longo prazo e 
o restante, cerca de 20%, é adquirido no mercado 
spot (portão).
A maioria dos processadores não investe em 
marca própria, tampouco na distribuição até o 
consumidor. Seus esforços se concentram na redu-
ção do custo de processamento, em melhoria na 
logística e no comércio do suco em escala global.
Para consolidar como grandes atacadistas no 
mercado internacional de suco, os processadores 
investiram em terminais portuários nos seus prin-
cipais mercados compradores. As grandes indús-
trias do Brasil têm terminais privados no próprio 
País, na Europa, nos Estados Unidos e no Japão. O 
principal sistema de distribuição é a granel, redu-
zindo significativamente os custos com transporte 
quando comparados ao sistema de tambor. So-
mente pequenas indústrias, ou as grandes quando 
os portos de recepção não oferecem estrutura para 
a descarga de graneleiros de suco, ainda utilizam 
a distribuição do suco em tambores. 
Outra estratégia para sua consolidação no 
cenário mundial foi a aquisição de fábricas de 
suco também na Flórida, a partir de 1992, para 
ampliar sua escala de atuação. 
3.4 Comerciantes da fruta fresca
Os principais agentes envolvidos na comercia-
lização da fruta fresca são os seguintes:3.4.1 Packinghouses (barracões)
Esses são responsáveis pela limpeza, padroni-
zação e empacotamento da fruta. Seus principais 
clientes são os atacadistas nacionais e as grandes 
redes de supermercados e, em menor proporção, 
exercem também a função de exportador. Muitos 
produtores têm seu próprio barracão e escritórios 
nas Ceasas (Centrais de Abastecimento), comer-
cializando diretamente com o varejo. A relação 
comercial entre barracões e produtores geralmente 
é informal, sem contrato. Segundo estatísticas da 
Coordenadoria de Defesa Agropecuária, citadas 
por Neves & Lopes (2004), em 2003, havia 564 
barracões em São Paulo.
CITROS30 Citricultura brasileira: aspectos econômicos 31
3.4.2 Atacado
Os principais mercados atacadistas nacionais 
são representados pelas Centrais de Abasteci-
mento (Ceasas). A cidade de São Paulo apre-
senta a maior delas, a Ceagesp. As Ceasas têm 
diminuído sua participação como centralizadoras 
da distribuição de frutas cítricas no mercado va-
rejista desde meados dos anos noventas. Os bar-
racões tomaram o lugar das Ceasas e negociam 
diretamente com o varejo.
3.4.3 Plataforma de recepção (gran-
des redes varejistas)
As principais redes de supermercados, como 
o grupo Pão de Açúcar e Carrefour, compram de 
packinghouses e recebem a laranja através das 
centrais de compras próprias. 
4 Gigantismo brasileiro
A hegemonia da citricultura paulista será ga-
rantida se o setor continuar buscando ações de 
crescimento do mercado consumidor de frutas e 
de sucos, seja ele interno ou externo. O aumento 
da exportação, principalmente para o suco con-
centrado, dependerá de reduções das barreiras 
tarifárias dos tradicionais países compradores 
- europeus e Estados Unidos - e da expansão 
do consumo de suco nos países não tradicionais, 
como o bloco asiático, em especial a China.
A diminuição nas tarifas alfandegárias pro-
porcionaria redução no custo final do produto, 
tornando o suco brasileiro ainda mais competitivo 
e melhorando a rentabilidade do setor. Nos Esta-
dos Unidos, a taxa de importação é US$ 418,00 
por tonelada e, na União Européia, é sobre o 
valor importado, 12,5%.
O acordo fechado na Organização Mundial 
do Comércio (OMC) em agosto de 2004, em 
Genebra, abre novas perspectivas para o Brasil. 
Apesar de não citar diretamente na diminuição 
de barreiras tarifárias, obteve dos seus 147 paí-
ses-membros o comprometimento de abolir todas 
as formas de subsídios à exportação e reduzir 
substancialmente os apoios à produção domés-
tica. Contudo, o prazo para tais medidas não 
foi determinado, mas já representa um avanço 
importante na área agrícola. As negociações na 
OMC, além de mais amplas do que as bilaterais, 
podem também destravar os acordos regionais 
nos quais o Brasil está envolvido, como a Área 
de Livre Comércio das Américas (ALCA) e o 
Mercosul-União Européia, já que os países mais 
desenvolvidos desses blocos sempre aliaram suas 
negociações às decisões na OMC.
Outro resultado favorável das negociações 
internacionais do suco foi a entrada da China na 
OMC, favorecendo a queda das alíquotas de im-
portação do país a partir de 2001. Para ingres-
sar na OMC, os países têm de fazer concessões 
para os demais membros; com isso, a alíquota 
chinesa para o suco de laranja caiu de 75% para 
7%. Após essa redução, as exportações brasilei-
ras para China passaram de 2,5 mil toneladas de 
suco em 2000 para 38 mil toneladas em 2004, 
segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Se-
cex). O Brasil é o principal fornecedor de suco 
de laranja para o mercado chinês, representando 
80% do total importado pelo país em 2003 (FAS/
USDA, 2005). 
A Ásia, principalmente a China, é um mercado 
bastante atrativo para o suco brasileiro neste início 
de década devido ao elevado crescimento eco-
nômico, que segue a taxas bastante superiores à 
média mundial. As projeções indicam que, dentro 
de 10 a 20 anos, o mercado chinês poderia con-
sumir cerca de 400 mil toneladas em equivalente 
de suco concentrado – quase metade do que hoje 
enviamos à União Européia (Worsley, 2004).
Contudo, os esforços em novos mercados não 
podem somente ser concentrados na China. Seus 
déficits de suco de laranja poderão ser menores 
no futuro devido ao crescimento do seu parque 
citrícola. Em 2004, a produção de citros chinesa 
era de 13,5 milhões de toneladas, sendo que 
30% desse volume foi de laranja, ocupando uma 
área de 590 mil hectares (FAS/USDA, 2005). 
Segundo a Organização das Nações Unidas 
para a Agricultura e Alimentação (FAO), a 
China foi o terceiro maior produtor mundial de 
citros em 2004.
Nos países/blocos compradores tradicionais, 
a União Européia, há dois caminhos para o Bra-
sil crescer. Um é ganhando a briga constante no 
sentido de reduzir as tarifas, já discutido anterior-
mente; e o outro trata da diversificação na pauta 
de exportação. Analisando as vendas brasileiras 
do suco concentrado para a União Européia, 
observa-se que se encontra desvalorizado e sua 
demanda, estagnada. Por outro lado, avaliando 
os outros tipos de suco exportado, incluindo-se 
o not from concentrated (NFC), constata-se um 
CITROS30 Citricultura brasileira: aspectos econômicos 31
aumento substancial deste grupo na participação 
da receita brasileira nos últimos anos. Em 2004, 
segundo a Secex, os sucos de laranja não conge-
lados, com °Brix inferior a 20, já representavam 
8% da receita gerada com as exportações totais 
de suco para a União Européia, enquanto em 
2000 não havia sequer registros de exportação 
desses produtos. 
Quanto ao segundo maior mercado comprador 
do suco brasileiro, o norte-americano, o aumento 
da produção interna de laranja e de suco desde o 
final da década passada, na Flórida, inviabiliza 
perspectivas de aumento das exportações brasilei-
ras do suco, principalmente se as tarifas de impor-
tação permanecerem nos atuais valores. Por outro 
lado, a ameaça dos Estados Unidos se tornarem 
um forte concorrente externo do Brasil, em função 
do aumento de excedentes internos de suco, é 
remota. Seu elevado custo de produção impede 
de ofertar a um preço competitivo, principalmente 
para concorrer com o concentrado brasileiro na 
Europa.
Investindo em outros tipos de suco na Europa 
e conquistando novos mercados, como o asiático, 
o setor conseguiu obter na safra 2003/2004 
valores recordes nas exportações de suco de 
laranja (Tabela 9). De acordo com a Secex e, 
convertido em equivalente de suco concentrado 
pela Associação Brasileira dos Exportadores de 
Citros (Abecitrus), embarcou-se 1,35 milhão de 
toneladas do produto entre julho de 2003 e junho 
de 2004, volume 5% superior ao da safra passa-
da. O principal destino do suco brasileiro foi a 
União Européia, responsável por 71% das vendas 
nacionais. Em seguida, aparecem os Estados Uni-
dos, com uma participação de 12% do volume 
exportado pelo Brasil, e a Ásia, que adquiriu 10% 
do suco embarcado. 
Quanto à exportação da fruta fresca, a me-
lhoria da qualidade, organização da comercia-
lização, redução das barreiras tarifárias e fitos-
sanitárias, somadas ao melhor aproveitamento 
das oportunidades do mercado externo poderiam 
auxiliar o desenvolvimento desse mercado. 
O volume exportado do produto in natura é 
muito pequeno diante de nossa participação nas 
vendas mundiais de suco ou mesmo comparado 
com o nosso mercado interno de fruta fresca. Em 
2004, o Brasil exportou cerca de 90 mil tonela-
das de laranja, 37 mil toneladas de limão/lima 
ácida Tahiti e 18 mil toneladas de tangerinas 
(Tabela 10). Avaliando o montante financeiro 
em 2004, a laranja foi o destaque, com 21,5 
milhões de dólares, seguido pelo limão/lima 
ácida, com 18 milhões, e pela tangerina, com 8 
milhões (Secex). 
Tabela 9 Principais compradores do suco brasileiro - 1989 a 2004 
Safra
União Européia Nafta Ásia Outros Totalx 1.000 t
1989/90 423 467 - - 953
1990/91 402 303 68 12 786
1991/92 500 341 90 21 952
1992/93 608 325 84 29 1.045
1993/94 544 364 102 25 1.034
1994/95 631 216 146 31 1.024
1995/96 709 190 98 33 1.031
1996/97 789 193 125 30 1.138
1997/98 867 204 108 38 1.217
1998/99 756 210 93 37 1.096
1999/00 725 253 113 40 1.120
2000/01 846 265 99 25 1.234
2001/02 762 131 124 51 1.069
2002/03 867 231 126 60 1.285
2003/04 969 166 148 67 1.350
Fonte Abecitrus (2005)
CITROS32 Citricultura brasileira: aspectos econômicos 33
O Tahiti, ao contrário da laranja e da tangeri-
na, vem apresentando crescimentos significativos 
nos últimos anos. O potencial para produzir um 
fruto de excelente qualidade, aliado à imagem da 
lima ácida com a aguardente para a confecção da 
caipirinha, despertaram o interesse principalmente 
do consumidor europeu. Alguns entraves para o 
crescimento são a qualidade e o comportamento 
oportunista de alguns agentes brasileiros que não 
apresentam estrutura para a exportação e enviam 
a fruta de forma desorganizada e com baixa qua-
lidade, prejudicando o valor e a imagem da fruta 
no exterior.
O Tahiti brasileiro abastece a União Européia 
praticamente o ano todo; em algumas épocas, há 
maior concorrência com a lima ácida mexicana, 
principalmente, no segundo semestre, período de 
baixa oferta do produto brasileiro. 
Nos casos da laranja e da tangerina, o Brasil 
abastece o mercado externo sobretudo nos meses 
em que há “janelas” deixadas por outros países 
competidores. Para a Europa, principal destino da 
laranja, o Brasil comercializa na entressafra da 
Espanha (agosto a outubro), maior exportadora 
mundial dessa variedade. A tangerina na Europa 
6 As principais considerações desse item foram extraídas de Boteon (1999).
Tabela 10 Evolução das exportações brasileiras das frutas cítricas in natura - 1990 a 2004
Ano
Laranja Limão/lima ácida Tangerina Total
t
1990 77.133 2.833 4.622 84.588
1991 109.497 3.861 7.917 121.275
1992 82.527 3.840 7.260 93.627
1993 89.888 4.141 6.062 100.091
1994 140.276 2.766 7.900 150.942
1995 114.061 1.180 7.933 123.174
1996 99.223 1.425 7.599 108.247
1997 91.662 1.512 9.325 102.499
1998 65.614 2.301 5.308 73.223
1999 103.086 5.336 7.518 115.940
2000 75.345 8.607 12.032 95.984
2001a 139.581 14.811 17.258 171.650
2002 a 40.373 21.826 19.553 81.752
2003 a 68.015 34.011 18.311 120.337
2004 a 90.118 37.326 18.014 145.459
Fonte FAO (2004); a Secex (2005)
também é comercializada na entressafra espanho-
la (julho a setembro), mas seu principal mercado 
é a Ásia, que foi responsável por 50% dos embar-
ques nacionais em 2004, de acordo com a Secex. 
Além da concorrência, outro grande entrave às 
exportações de laranja/tangerina são as barrei-
ras fitossanitárias da União Européia. Em 2003, 
várias cargas foram rejeitadas pelo bloco sob ale-
gação da presença de doenças nas frutas que não 
ocorrem naquele território.
5 Brasil: um consumidor ainda es-
quecido6
O mercado doméstico de frutas cítricas 
sempre contou com uma estrutura própria de 
comercialização, com packinghouses e centrais 
de abastecimento nas principais regiões de São 
Paulo e de outros Estados. Entretanto, não se 
investiu muito em cultivares típicos de mesa, 
diversificação de produtos processados e apri-
moramento de técnicas de comercialização. O 
fortalecimento da indústria paulista de suco de 
laranja é um dos fatores que contribuíram para 
essa não-modernização.
CITROS32 Citricultura brasileira: aspectos econômicos 33
Até o final da década de 1980, o mercado 
interno dependeu muito do comportamento da 
indústria. O setor produtivo atuava nos dois seg-
mentos (indústria e mercado) sem maiores inves-
timentos porque o produto (laranja) era o mesmo 
para ambos. Essa estrutura foi lucrativa até o final 
dessa década, quando a oferta de frutas cítricas 
para esse mercado ainda era restrita, havia pouca 
competição com outros tipos de frutas e a indús-
tria absorvia boa parte da produção, com preços 
atraentes em função dos altos valores no mercado 
internacional.
Na década de 1990, o panorama citrícola 
do Brasil e do suco de laranja no mercado inter-
nacional apresentaram profundas modificações, 
gerando elevados excedentes de produção. Nes-
se cenário, o mercado interno representou uma 
alternativa para o escoamento, aumentando, 
consideravelmente, a disponibilidade da fruta 
doméstica. 
O crescimento das vendas internas nesse perí-
odo não se deu somente em função da maior dis-
ponibilidade de frutas, mas, também, da expan-
são do mercado consumidor, proporcionada pela 
estabilidade econômica do País, principalmente 
após a implantação do Plano Real. 
Isso possibilitou a entrada de novos agentes no 
setor, principalmente das indústrias de suco pronto 
para beber, a partir de 1992. Em pouco mais de 
11 anos, esse setor saiu do zero para 300 milhões 
de litros por ano, segundo cálculos da Abecitrus, 
referentes a 2003.
Na virada do milênio, a elevação dos preços 
da fruta pagos pela indústria, pela redução dos 
excedentes de oferta, novamente diminuiu o vo-
lume de laranja in natura disponível ao mercado 
interno. No mesmo período, ocorreu também 
um desaquecimento da economia nacional, 
reduzindo o poder de compra do consumidor 
brasileiro.
Quanto ao mercado interno de suco pronto, 
mesmo com a alta do preço da laranja, ele con-
tinuou crescendo, mas o tipo fresco foi, em parte, 
substituído pelo reconstituído, derivado do concen-
trado das tradicionais processadoras, tendo em 
vista o menor custo de produção. Contudo, esse 
mercado ainda é pequeno e absorveria em torno 
de 15 milhões de caixas de 40,8 kg.
Neste novo milênio, caso aumentem os exce-
dentes da produção paulista, o escoamento para 
o mercado interno pode ser mais difícil que na 
década passada devido à maior concorrência com 
outros tipos de frutas disponíveis o ano todo - com 
excelente qualidade - e com sucos prontos de di-
versos sabores e formas de processamento (base 
de soja, misturas com iogurte, entre outros). Esfor-
ços devem ser direcionados na produção de frutas 
cítricas in natura de alta qualidade (restringindo o 
mercado de qualidade inferior) e no crescimento 
do mercado de suco. Essa segmentação pode tor-
nar o setor mais competitivo, mais bem estruturado 
e menos dependente do comportamento externo 
do suco concentrado.
A modernização do setor citrícola destinado 
ao mercado interno é essencial para melhorar a 
rentabilidade do setor produtivo e escoar os exce-
dentes da produção paulista. O comércio externo 
é protegido por diversos tipos de barreiras, en-
quanto o mercado brasileiro tem grande potencial 
de crescimento. 
6 Futuro da citricultura brasileira
Sob a ótica comercial, os pontos fortes da ci-
tricultura brasileira - sobretudo da paulista - são 
o seu custo de produção competitivo e um parque 
industrial que atua em escala global. 
Por outro lado, o ponto fraco encontra-se no 
principal ativo: os pomares. Nos últimos anos, o 
aparecimento de severas doenças (MSC e huan-
glongbing ou ex-greening) comprometeu o custo e 
a oferta futura. 
A história mostra que o setor acabou encon-
trando soluções graças à habilidade e à agilidade 
de uma pesquisa de ponta, aliada à elevada ca-
pacidade técnica de agrônomos para difundir tec-
nologias e dos produtores para absorvê-las. Mas, 
o aparecimento das novas doenças neste início de 
milênio é um risco econômico muito presente no 
setor e pode comprometer nossa competitividade 
no futuro.
Independentemente das doenças, para manter 
a estrutura citrícola nacional rentável, só há um ca-
minho: aumentar o consumo. No mercado externo, 
nosso principal comprador, a União Européia, quer 
cada vez mais diversidade de sucos de laranja e 
não só o concentrado. Novidades, principalmente 
em frutas, também conquistammercados, como 
o caminho que está trilhando a lima ácida Tahiti 
na Europa, aliado à nossa bebida genuinamente 
nacional: a caipirinha.
O reinado do suco concentrado porém, ainda 
se deve sustentar por décadas na citricultura, 
mesmo que sua participação relativa esteja ame-
CITROS34 Citricultura brasileira: aspectos econômicos 35
açada em alguns mercados de países mais desen-
volvidos, como os Estados Unidos e os participan-
tes da UE, pelo suco tipo NFC. A sua facilidade 
de transporte e o baixo custo transformam-no em 
principal commodity do setor e abrem frentes 
em novos mercados. Em se tratando de “mer-
cados potenciais”, há um já muito conhecido: o 
brasileiro, que deve ser olhado menos de forma 
oportunista, apenas em situações de excedentes 
de oferta, e mais como uma nova e relevante 
alternativa.
Algumas ações rumo a esse crescimento já 
foram empreendidas, com vistas a manter a hege-
monia da citricultura nacional, particularmente da 
paulista. A guerra, porém, nunca acaba para o se-
tor; uma das batalhas importantes que precisa ser 
vencida é a redução das barreiras tarifárias e fitos-
sanitárias. Em algum momento, só sua eliminação 
dará espaço para a continuidade do crescimento 
no âmbito externo.
Ao setor produtivo é necessário escala, para 
produzir uma laranja com um custo competitivo, 
principalmente em se tratando do comércio com 
a indústria. Já para a venda da fruta fresca, são 
precisos investimentos em qualidade e na mo-
dernização da sua estrutura de beneficiamento e 
comercialização. Essas ações só serão possíveis 
com melhor organização dos produtores, princi-
palmente do pequeno e do médio citricultor. 
7 Agradecimento
À jornalista Ana Paula da Silva, do Cepea/
Esalq/USP, pelas sugestões para a construção final 
do texto.
CITROS34 Citricultura brasileira: aspectos econômicos 35
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