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Letras Ensino EJA

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UNIVERSIDADE ANHANGUERA UNIDERP
CENTRO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 
Letras 
 LÍNGUA INGLESA IV, LITERATURA DE LÍNGUA INGLESA, COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS, EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS, LITERATURA BRASILEIRA, SEMÂNTICA.
	
telêmaco borba – pr
2017
UNIVERSIDADE ANHANGUERA UNIDERP
CENTRO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
CLEONICE CONTIN RIBEIRO
RA 9162262316
LETRAS
DESAFIO PROFISSIONAL
Trabalho apresentado a Tutora EaD Profª. Josy Araujo das disciplinas Norteadoras Língua Inglesa IV, Literatura de Língua Inglesa, Competências Profissionais, Educação de Jovens e Adultos, Literatura Brasileira, Semântica. 6ª Série, do Curso de Letras. 
telêmaco borba - pr
2017
2
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO	03
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.............................................................................04
3 PROJETO INDISCIPLINAR...................................................................................06
3.1 Justificativa .................................................................................................... 07
3.2 Objetivos ........................................................................................................ 07
3.3 Atividades....................................................................................................... 07
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS	10
REFERÊNCIAS	11
INTRODUÇÃO
Este projeto interdisciplinar foi elaborado a partir das necessidades à reflexão dos alunos em reconhecer a diversidade étnica racial e a desconstrução do preconceito racial, proporcionando o conhecer das culturas afro-brasileira e africana, bem como suas raízes, mistérios, encantos e desencantos. Com a intenção de promover a autoestima através de novos conhecimentos, pautados nas Leis 10.693/03 e 11.645/08. 
Freire (2003 pag. 19) conforme citado por CARDOSO (2016), mostra que é necessário na educação uma pratica da liberdade; quanto mais se problematizam os educandos como seres no mundo, mais se sentirão desafiados e responderão de forma positiva, ao contrário de uma educação bancária, domesticadora, que apenas ‘deposita’ os conteúdos nos alunos. Para Freire, "não há saber mais ou menos; há saberes diferentes.
Todo o processo de aprendizagem requer a adoção de estratégica dinâmica possibilitando aos alunos uma forma diferenciada de conhecer o mundo, para interagir com os aspectos da sociedade, ler, escrever, enfim uma oportunidade para um futuro melhor, possibilitando uma vasta criação de conceitos enriquecida pela experiência de vida. 
Para construir uma proposta que alcance os objetivos de um trabalho interdisciplinar, são necessárias pesquisas e inovações metodológicas acompanhadas de uma aprendizagem desafiadora e compreensiva na qual o professor convida os alunos para participar deste conteúdo de acordo com suas realidades e experiências, onde o aluno torna-se parceiro de trabalho. Neste contexto contribuem decisivamente para a formação mais ampla do aluno, visto que possibilita o contato com outros modos de sentir, viver e expressar-se. 
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A omissão ao longo da historia da contribuição da cultura africana e indígena na construção da cultura brasileira tornou-se um desafio em produzir uma educação das relações étnico-raciais. Por muito tempo os livros didáticos brasileiros omitiram o envolvimento da historia dessas relações na formação do país.
A Lei 11.645/08 foi uma das grandes conquistas para o reconhecimento social do negro e do indígena. Ela torna obrigatório o ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena em todas as escolas brasileiras, públicas e privadas, do Ensino Fundamental e Médio. Ela abarca uma série de importantes questões, pois não se resume à questão da escravidão e do preconceito, já que retrata a importância do reconhecimento do negro e do índio como pilares da formação da sociedade brasileira, como sujeitos históricos que lutaram pelos seus ideais. (CRUZ, 2013).
Orienta-nos a importância histórica e cultural que os descendentes de grupos sociais e étnico-raciais têm na formação do país. Para isso, é necessário, que haja uma ruptura de pensamentos acerca da diversidade ao longo da historia, por meio de uma nova abordagem de práticas pedagógicas, que contribuam para a reconstrução de conceitos aos diferentes grupos, valorizando suas contribuições sociais, culturais e históricas presente em nossa sociedade.
Gomes (2007) conforme citado por Barbaresco (2014), elabora uma abordagem pertinente no que se refere à implementação da Lei 10.639/03, quando nos adverte que não se pode pensar a cidadania e a democracia sem se considerar a diversidade, elucidando o tratamento desigual que, ao longo da história, tem-se imposto aos diferentes grupos sociais e étnico-raciais. Desse modo, é um instrumento que vem contribuir na luta contra os preconceitos e atitudes discriminatórias, ao promover por meio de práticas pedagógicas de qualidade a valorização e respeito à diversidade étnico-racial presente em nossa sociedade.
Trabalhar a desigualdade social faz emergir um grande desafio constante por parte dos educadores, uma busca contínua de alternativas que visem a quebrar certos paradigmas.
O Brasil é marcado pela miscigenação, tanto biológica, quanto cultural e social, misturando-se hábitos e costumes. Isso não significa que haja uma democracia racial em suas relações sociais, visto que as oportunidades são demarcadas principalmente, pela cor da pele. A legislação por si só não supera o preconceito étnico racial, que se constituiu na naturalização de práticas discriminatórias e excludentes observáveis nos espaços sociais e reproduzidas no ambiente escolar. 
A busca por construir uma nova visão sobre a história e as culturas afro-brasileira e indígena culminou com a aprovação das leis o que é salutar para compreensão do Brasil como um espaço-tempo onde ocorreu um encontro de etnias e culturas oriundas de diferentes regiões do mundo.
Na Lei de Diretrizes e Bases da educação o artigo 26A que torna obrigatório nas escolas particulares e públicas do ensino fundamental e médio os conteúdos sobre história e cultura afro-brasileira e africana, para que os alunos negros e não negros possam conhecer a história e a cultura do povo negro e a importância dele para o Brasil. O artigo 79-B tem o proposito à inclusão do dia 20 de novembro dia nacional da consciência negra no calendário escolar, para que esse dia seja lembrado por todos os alunos e professores como um dia da resistência negra. Esta lei contribui para uma valorização da cultura e história dos negros no Brasil, do combate ao racismo e do preconceito que são evidenciados na comunidade escolar, fortalecendo a inclusão e a permanência dos alunos negros na escola.
Sendo assim, a legislação não é feita especificamente para as populações negra e indígena, mas para todas as cidadãs e todos os cidadãos do Brasil. A sociedade brasileira necessita incorporar em seu memorial todas as suas raízes e dispensar o mesmo valor a cada uma delas. Mesmo com a globalização, existe um sentimento forte da cultura, principalmente entre os grupos minoritários, obrigando os políticos e os governos a assumirem um posicionamento em favor dos mesmos. Da mesma forma, adaptações multiculturais podem surgir mais por causa de certas circunstâncias do que por um desejo sincero de celebrar a diversidade cultural.
Em escolas públicas, frequentadas por alunos de baixa renda, pode-se encontrar diferentes origens culturais, compartilhando o mesmo espaço na escola, seus problemas e experiências diárias de sobrevivência em bairros pobres ou mesmo em favelas. Que podem justificar na medida em que correspondem as necessidades a criação de guetos culturais, que reproduzem desigualdades e discriminações sociais.
Para Sasse (2013), analisar a cultura afrodescendente de uma forma geral, pode-se dizer que possibilitara aosalunos ampliar seus horizontes, neste sentido, as reflexões e conhecimentos são necessários para a construção e participação social. Considerando um entendimento favorável para o reconhecimento das diferenças entre a língua inglesa e a língua materna / outras línguas, articulando-as a aspectos sociais, culturais. O professor tem o papel de estabelecer com o aluno reflexões acerca do tema tendo como instrumento base à Língua Inglesa. É importante destacar que nosso intuito é trabalhar com o inglês que pertence ao mundo, então é preciso refletir como trabalhar uma língua voltada à nossa realidade. 
Assim, quanto ao Inglês para produção, há que se considerar o desenvolvimento das quatro habilidades (ouvir, ler, falar e escrever).
Como o domínio de uma língua estrangeira aumenta a possibilidade de comunicação e sendo o inglês uma língua internacional, torna-se cada vez mais necessário para o estudante desenvolver competências e desenvolver as quatro habilidades de qualquer idioma.
A Educação, em sentido amplo, é “um conjunto dos processos envolvidos na socialização dos indivíduos, correspondendo, portanto, a uma parte constitutiva de qualquer sistema cultural de um povo, englobando mecanismos que visam à sua reprodução, perpetuação e/ou mudança” (LUCIANO, 2006).
Neste contexto, as políticas públicas educacionais devem contemplar a EJA como garantia de atender democraticamente os jovens e adultos, levando em consideração as relações étnicas raciais e as necessidades de aprendizagem dessa população. Acredita-se que as ações desenvolvidas na sala de aula envolvendo alunos e professora, numa ação real do cotidiano, possam evidenciar os aspectos da linguagem que constituem estes participantes.
PROJETO INDISCIPLINAR 
Um trabalho interdisciplinar baseado na educação pela pesquisa favorece a construção de novos conhecimentos e argumentos, pois cada vivência de pesquisa em sala de aula tem o seu devido encaminhamento, superando assim a famosa aula tradicional, cópia da cópia, transformando os alunos de objetos em sujeitos, atingindo uma nova compreensão do aprender, tanto para os alunos como para os professores. (MIRANDA, 2007)
Projeto Indisciplinar envolvendo: Língua Portuguesa, Língua Inglesa, Historia, Geografia. 
2º Semestre 2017
Escola de Educação de Jovens e Adultos (EJA)
Área de Conhecimento: Língua Inglesa 
3.1. 	Justificativa
Esse trabalho foi idealizado a partir de reflexões sobre a questão étnica e social em nossa escola e sobre a miscigenação do povo brasileiro, em particular a de nossos alunos.
Objetivos
Trabalhar a cultura afrodescendente;
Promover o conhecimento e a interpretação das práticas sociais e culturais relativas à questão étnico-racial;
Promover a autoestima e o relacionamento saudável e harmonioso entre as diversidades.
Ser humano, Direitos humanos e Igualdade: Como o negro é visto dentro da
nossa sociedade?
Atividades 
Disciplina: Língua portuguesa
	Propostas de Conteúdos:
	Textos literários;
Estudo de palavras de origem africana que são comuns em nosso idioma e glossário de termos antirracistas para construção de dicionários;
Reconto de mitos;
Contos populares;
Idiomas
	Metodologia:
	Leitura;
Declamação de poesias;
Pesquisas;
Confecção de símbolos ou objetos africanos,  máscaras, carrancas;
Reflexão sobre a imagem da população negra apresentada nas novelas da rede de televisão;
Álbuns de fotos com anotações;
	Avaliação:
	Serão feitas mediante as realizações dos trabalhos e das apresentações em sala de aula.
Disciplina: Inglês
	Propostas de Conteúdos:
	Tradução de palavras de origem africana que são comuns em nosso idioma e para construção de dicionários, murais ou cartazes;
Letras de músicas do afrodescendente jamaicano Bob Marley e de outros cantores negros.
Textos em inglês sobre a vida de lideranças como os americanos Malcom X e Martin Luther King. 
Desenvolver atividades práticas de listening, writing, reading and speaking; 
Buscar desenvolver um trabalho significativo nas aulas de Língua Inglesa;
	Metodologia:
	A influência da música e da dança africana nos EUA e na Inglaterra.
A influência da música e da dança americana e inglesa em alguns países africanos.
Tradução de letras musicais de Países africanos onde a colonização foi feita pelos ingleses.
Livros que falam sobre a história da dança e da música.
Confecção de livros, dicionários, murais, banners, cordel ou cartazes privilegiando a cultura afro.
	Avaliação:
	Serão feitas mediante as realizações dos trabalhos e das apresentações em sala de aula.
Disciplina: Historia
	Propostas de Conteúdos:
	História da África: A identidade afro brasileira, os reinos da África, colonização e descolonização da África;
Os afro–brasileiros na sociedade;
Quilombos ontem e hoje;
Personagens ilustres negros;
	Metodologia:
	Criação de um jornal sobre a temática
Pesquisa e apresentação de capoeira
Análise de artistas e suas obras  e criação de um folder para divulgação
Júri simulado, a partir de enquetes, expressando situações de racismos expressadas pelos alunos.
Palavras cruzadas e caça palavra,
Leitura e análise de alguns artigos do livro Declaração
Universal dos Direitos Humanos.
	Avaliação:
	Serão feitas mediante as realizações dos trabalhos e das apresentações em sala de aula.
Disciplina: Geografia
	Propostas de Conteúdos:
	Localização do Continente africano e seus países no Mapa-múndi;
Delimitação no Mapa do Brasil das áreas quilombolas
	Metodologia:
	Mostra de Imagens e Sons, de apresentação de filmes, documentários e videoclipes sobre a cultura africana e brasileira.
Danças brasileiras de origem africana;
Confecção de pinturas em mapas;
Exposição sobre o artesanato afro-brasileiro e suas regiões.
Mapear a conformação étnico-racial dos continentes.
	Avaliação:
	Serão feitas mediante as realizações dos trabalhos e das apresentações em sala de aula.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com o resultado desse trabalho, observa-se que os alunos da EJA podem desenvolver uma visão critica do mundo e da sociedade em que vive, quando expõem suas narrativas, reflexões de vida com a cultura afro-brasileira facilita um aprendizado coletivo. Inscocientemente trouxe à tona marcas do passado, feridas já cicatrizadas e outras em processo de cura. Reproduzidas pelas discriminações e preconceitos da sociedade nas relações sociais.
Nesse sentido, no campo educacional, a Lei nº 10.639/2003 traz no seu contexto os anseios dos afros brasileiros principalmente aqueles ligados aos movimentos sociais e de articulação dos direitos civis, políticos, sociais e econômicos, de valorização de sua historicidade, riqueza cultural e da ancestralidade africana.
Assim, se torna necessário a escola criar relações diferentes para que os educandos se sintam incluídos. A religião, as danças, as músicas, as histórias e lendas afros brasileiras podem oferecer subsídios para um trabalho muito rico em sala de aula, devido à diversidade de elementos que apresentam. 
REFERÊNCIAS
CHIMAMANDA, Ngozi Adichie. Os perigos de uma história única. LEGENDADO. Disponível em: <www.youtube.com/watch?v=ZUtLR1ZWtEY>. Acesso em: 05 de nov. 2017.
http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_publicacao.pdf, acesso em: 05 de nov. 2017.
http://educere.bruc.com.br/arquivo/pdf2008/1001_958.pdf, acesso em: 07 de nov. 2017.
http://tede2.pucrs.br/tede2/bitstream/tede/3511/1/391319.pdf, acesso em: 10 de nov. 2017.
http://www.cre.se.df.gov.br/ascom/documentos/abril17/o_p_artigo_26A_17_09_2012.pdf, LUCIANO, Gersem dos Santos (Baniwa). O índio brasileiro: o que você precisa saber sobre os povos indígenas no Brasil de hoje. Brasília; Rio de Janeiro: MEC/SECAD; LACED/Museu Nacional, 2006. (Coleção Educação Para Todos), acesso em: 07 de nov. 2017.
http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/cadernospde/pdebusca/producoes_pde/2013/2013_unioeste_lem_pdp_adriana_aparecida_sasse.pdf, acesso em: 04 de nov. 2017.
http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/cadernospde/pdebusca/producoes_pde/2014/2014_unespar-campomourao_hist_artigo_magda_aparecida_moreira_barbaresco.pdf,acesso em 02 de nov. 2017.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/l11645.htm, acesso em: 05 de nov. 2017.
http://www.snh2013.anpuh.org/resources/anais/27/1372726711_ARQUIVO_TrabalhoXXVIISNH-CarolineSilvaCruzeSimoneSilvadeJesus_corrigido_.pdf, acesso em 01 de nov. 2017.

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