Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Gliconeogênese e regulação Prof Dra Naiara Stefanello O que vamos ver? 1) Gliconeogenese 2) Regulação das vias 3) Via das pentoses Sabemos que alguns tecidos utilizam somente glicose como fonte de energia, por isso a concentração de glicose não pode ficar abaixo do nível normal de cada espécie. Mais da metade da glicose armazenada como glicogênio no músculo e no fígado O glicogênio muscular tem função principalmente energética (gerar ATP para miócitos), já o glicogênio hepático serve para repor a glicose sanguínea, por exemplo, quando o animal encontra-se privado de alimento (estado de jejum). • Entretanto, a reserva de glicogênio dos animais é suficiente para abastecer o animal somente durante um período que varia de 12 a 24 horas; • Entre as refeições, no jejum prolongado ou em exercício vigoroso, o glicogênio esgota-se; Gliconeogênese Gliconeogênese Citosol do fígado, em menor quantidade no córtex renal e nas células epiteliais que revestem o intestino delgado. Quando ocorre: Período entre refeições, jejum prolongado ou em exercício vigoroso. Principais fontes Aminoácidos glicogênicos A GLICONEOGÊNESE NÃO É A SIMPLES REVERSÃO DA GLICÓLISE R eaçõ es q u e n ão estão p resen ts n a glico n eo gên ese. A via parte do piruvato a PEP passa por oxalacetato, intermediário do CK. Qualquer composto que possa ser convertido a Oxalacetato pode, consequentemente, servir como material inicial para a gliconeogênese. Isso inclui os aminoácidos, como por exemplo a alanina e o aspartato que podem ser convertidos em piruvato e oxalacetato. Aa glicogênicos Quando o piruvato ou alanina são precursores glicogênicos; Quando o lactato é o precursor glicogênio; 1º Reação de contorno da Gliconeogênese Há duas rotas que levam a conversão do piruvato à PEP Quando o piruvato ou alanina são precursores glicogênicos Quando o piruvato for gerado no citosol, o mesmo deve ser transportado para a mitocôndria. ou Pode ser gerado dentro da mitocôndria: A alanina pode sofrer transaminação gerando uma molécula de piruvato dentro na mitocôndria Alanina GlutamatoPiruvato α- Cetoglutarato ALT Na mitocôndria Alanina Piruvato A biotina é que faz a transferência dos grupos C=O. Problema: A memnbrana da mitocôndria não consegue transportar para o citosol o OAO. O que fazer? Sistema lançadeiras Malato-Aspartato OAA é reduzido a MALATO pela enzima malato desidrogenase mitocondrial OAA + NADH + H+ Malato + NAD+ O MALATO deixa a mitocôndria por um transportador específico: LANÇADEIRA MALATO-ASPARTATO No citosol o malato é reoxidado a OAA com a produção de NADH citosólico; Malato + NAD+ OAA +NADH + H+ No citosol o OAA é convertido em Fosfoenolpiruvato pela Fosfoenolpiruvato-carboxicinase. OAO está no citosol agora Dois grupos fosfato de alta energia (um do ATP e um do GTP), cada um rendendo em torno de 50 kJ/mol em condições celulares, devem ser gastos para fosforilar uma molécula de piruvato a PEP. 18 MITOCÔNDRIA CITOSOL Lançadeira malato-aspartato PIRUVATO CARBOXILASE PEP CARBOXICINASE PRIMEIRO DESVIO!! PiruvatoBicarbonato Oxaloacetato Oxaloacetato Fosfoenolpiruvato Quando o LACTATO é o precursor. Direto como PEP 2º Reação de contorno da Gliconeogênese A conversão da frutose 1,6-bifosfato a frutose 6-fosfato; A enzima frutose 1,6-bifosfatase (FBPase1) promove a hidrólise irreversível de fosfato no C-1. 3º Reação de contorno da Gliconeogênese A conversão da glicose 6-fosfato em glicose livre; Reação catalisada pela Glicose 6-fosfatase que faz a hidrólise simples de uma ligação éster fosfato Essa enzima é encontrada SOMENTE no RE do hepatócitos, de células epiteliais do intestino delgado. Somente esses tecidos podem fornecer Gli para o sangue. Somente o fígado e o rim são capazes de realizar gliconeogênese porque somente estes órgãos possuem a enzima glicose-6-fosfatase; • Fígado 90% da gliconeogênese • Rim 10% da gliconeogênese Resumo OXIDAÇÃO DA GLICOSE PELA VIA DAS PENTOSES- FOSFATO Outros destinos para a Gli-6-fosfato A glicose pode ser oxidada pela via das pentoses fosfato no citosol das células Nesta via, o NADP+ é o receptor de elétrons, gerando o NADPH (utilizado para reações biossintéticas ou para contrapor os efeitos deletérios dos radicais de O2). Células que se dividem rapidamente utilizam a pentose ribose 5-fosfato para síntese de RNA, DNA e coenzimas como o ATP, NADH, FADH2 e Coenzima A. As células que se dividem rapidamente, como aquelas da medula óssea, da pele e da mucosa intestinal, assim como aquelas de tumores, utilizam a pentose ribose-5- fosfato para fazer RNA, DNA e coenzimas como ATP, NADH, FADH2 e coenzima A. Em outros tecidos, o produto essencial da via das pentoses-fosfato não é pentose, mas o doador de elétrons NADPH, necessário para as reduções biossintéticas ou para contrapor os efeitos deletérios dos radicais de oxigênio . Fase oxidativa: produz pentoses fosfato e NADPH Equação global O resultado líquido é a produção de NADPH, agente redutor para as reações biossintéticas, e ribose-5- fosfato, precursor para a síntese de nucleotídeos. Fase não-oxidativa: recicla as pentoses fosfato a gli-6-Pi Primeiro a ribose-5-fosfato é epimerizada a xilulose 5-fosfato pela enzima ribose 5-epimerase Tecidos que só querem NADPH Produtos importantes A Glicose-6-fosfato é repartida entre a glicólise e a via das pentoses 6- fosfato A entrada da Glicose-6-fosfato na glicólise ou na via das pentoses 6- fosfato depende das necessidades momentâneas da célula e da concentração de NADP+ no citosol. Mais [NADPH]; baixa [NADP+]; Inibição da G6PD; Via glicolítica Menos [NADP+]; Estímulo da G6PD; Via das pentoses 6- fosfato Princípios da regulação metabólica A quantidade de enzima e sua atividade catalítica pode ser regulada por: • Concentração de substrato (glicose glicólise) • Produto da via (ATP glicólise) • Metabólito chave ou cofator (NADH) que indicam o estado metabólico da célula • Segundos mensageiros como AMP cíclico e Ca2+ que são gerados intracelularmente em resposta a sinais extracelulares. • Hormônios REGULAÇÃO COORDENADA DA GLICÓLISE E GLICONEOGÊNESE GliconeogêneseGlicólise Fornecer glicose para ser exportada para outros tecidos Degradação da glicose para fornecer energia Vias Opostas 3 reações IRREVERSÍVEIS = ∆G’ grande e negativo = devem ser contornadas 7 reações são reversíveis = utilizam as mesmas enzimas Pontos de regulação 1ª 3ª 8ª 10ª Se ambas estivessem ocorrendo juntas haveria um CICLO FÚTIL com desperdício de energia REGULAÇÃO DOS PONTOS CHAVES HEXOQUINASE Reação catalisada pela Hexocinase do músculo e fígado na glicólise ou reação catalisada pela glicose 6- fosfatase na gliconeogênese A hexocinase possui 4 isoenzimas designadas I-IV, codificadas por genes diferentes. HEXOCINASE IV/GLICOCINASE (FIGADO): MANTEM A HOMEOSTASE DA GLICOSE NO SANGUE Km e afinidade pela glicose (permite a sua regulação direta pelo nível de glicose sanguínea). A [glicose] atinge metade da saturação em 10mM; Não é inibida pela glicose 6-fosfato; Esta sujeita à interação reversível com uma proteína reguladora especifica do fígado; É regulada pela [ATP/AMP] e por transcrição gênica A [GLI] no sangue é de 5,5mM Hexoquinase I: Km (0,1mM) Afinidade para o substrato (glicose) Glicocinase: Km alto (10mM) Afinidadepara a glicose Regulação direta pelo nível de glicose no sangue Regulação da Hexocinase IV por interação reversível com uma proteína reguladora especifica do fígado Alimentado: a glicose faz com que a hexocinase IV se desligue da proteína reguladora Jejum: a frutose 6-fosfato aciona a inibição da hexocinase IV pela proteína reguladora Não ativa GLICOSE-6-FOSFATASE Ativada pela: de glicose sanguínea de insulina de glucagon de AMP PFK-1 E FBPase-1 A reação catalisada pela PFK-1 é a etapa que compromete a glicose para a glicólise. - + [ ] ATP – se liga ao sítio alostérico da enzima e reduzir a sua afinidade pelo substrato, a frutose 6-fosfato; [ ] Citrato – aumenta o efeito inibidor do ATP sobre a PFK-1 ADP e AMP Regulação reciproca Regulação da FBPase - 1 Frutose 2,6 bifosfato diminui a afinidade da FBPase-1 pela frutose 1,6 bifosfato Regulação da PFK-1 Excesso de ATP e citrato é sinal de suprimento abundante de energia, logo NÃO é necessário oxidar glicose. Frutose-2,6-bifosfato (F26BP) Frutose-2,6-bifosfato (F26BP) é o mais importante regulador da PFK-1 ATIVANDO fortemente a enzima e INIBINDO FBPase-1. Aumenta a velocidade da glicólise Diminui a velocidade da gliconeogênese F2,6-bifosfato aumenta a afinidade da PFK-1 pela frutose 6-fosfato F2,6-bifosfato diminui a afinidade da FBPase- 1 pela frutose 1,6 bifosfato NO FIGADO Frutose-2,6-bifosfato (F26BP) DEPENDENDO DAS NECESSIDADES DA CÉLULA Formada pela fosforilação da frutose 6-fosfato, catalisada pela PFK-2 e hidrolisada pela frutose 2,6-bifosfatase. Piruvato cinase e PEP-carboxicinase Regulação da Piruvato Cinase na glicólise ou piruvato carboxicinase na gliconeogênese Piruvato cinase - + [ATP] Acetil-CoA Ácidos graxos de cadeia longa [ ] glucagon – quando o glucagon diminui uma proteína fosfatase (PP) desfosforila a piruvato cinase, ativando-a Frutose1,6-bifosfato Sinais de suprimento de energia Piruvato cinase 56 Forma L (fígado): Esta sujeita a regulação por fosforilação. Forma M (músculo): Não é afetada por mecanismo de fosforilação. Adrenalina no músculo Estimula a síntese de AMPc que ativa a degradação do glicogênio e a glicólise e fornece combustível necessário para resposta de “luta ou fuga” Glucagon no fígado Estimula a síntese de AMPc que fosforila a isoenzima L inativando-a Reduz a oxidação da glicose no fígado poupando- a para exportá-la para o cérebro e outros órgãos Piruvato Carboxilase Piruvato Acetil-CoA Piruvato desidrogenase Oxaloacetato Piruvato carboxilase PEP carboxiquinase GLICONEOGÊNESE Ácidos graxos Os ácidos graxos estão sendo fonte de energia. Então, não precisa da oxidação da glicose Resumo Dúvidas Questões 1) Entre o seu jantar e o café da manhã, sua glicose sanguínea diminui e seu fígado torna-se um produtor de glicose em vez de consumidor. Descreva a base hormonal para essa troca, e explique como a mudança hormonal desencadeia a produção de glicose pelo fígado. 2) Quando ocorre gliconeogênese e glicólise? 3) Explique as principais diferenças entre a Hexocinase I e a glicocinase? 4) Explique a regulação simultânea da PFK-1 e da FBPase-1. 5) O que controla para que a célula não faça ciclo fútil? Questões 7) Explique o gráfico ao lado 8) Quais são os três desvios da gliconeogênese. Porque eles existem? 9)Quais são os produtos da oxidação da glicose pela via das pentoses-fosfato? O que determina se essa oxidação vai ser oxidativa ou não oxidativa? 10) Quais são os substratos para a gliconeogênese?
Compartilhar