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TRATO GASTROINTESTINAL • O trato alimentar abastece o corpo com suprimento, isto requer a movimentação do alimento pelo trato alimentar, secreção de soluções digestivas e digestão dos alimentos, absorção, circulação de sangue pelos órgãos gastro intestinais para transporte de substâncias absorvidas e controle dessas funções pelo SN e sistema hormonal. • O intestino possui algumas camadas bem definidas, dentre elas: serosa, camada muscular lisa longitudinal e circular, submucosa e mucosa. As funções motoras são realizadas pelas camadas musculares lisas. • As fibras musculares lisas no TGI funcional com sincício, quando um PA de ação é disparado em qualquer ponto se propaga em todas as direções do músculo. • O músculo liso do TGI é excitado contínuo e lentamente. Com ondas elétricas lentas e potenciais em espícula. - Ondas lentas: contrações rítmicas que não são PA, são variações lentas e ondulantes do potencial de repouso da membrana. Além disso, estimulam o disparo de potenciais. - P o t e n c i a i s e m e s p í c u l a : s ã o verdadeiros PA, e quanto maior o potencial da onda lenta, maior a freqüência dos potenciais em espícula. • Nas f ibras nervosas, os PA são causados pela rápida entrada de íons sódio pelos canais de sódio para o interior das fibras. Na fibras do m. Liso do TGI, os canais responsáveis pelos PAs permitem que quantidade grande de íons cálcio juntamente com quantidade pequena de íons sódio entrem na célula; esses canais se abrem e fecham com mais lentidão, logo o PA é mais duradouro. • Há a lguns fa to res que também despolarizam a membrana: - estiramento do músculo; - estimulação pela ACh (liberada pelas t e r m i n a ç õ e s d o n e r v o s parassimpáticos); - estimulação por diversos hormônios GI específicos. E os que hiperpolarizam são: - norepinefrina ou epinfrina na membrana da fibra; - estimulação dos nervos simpáticos. • A contração do músculo liso ocorre em resposta a entrada cálcio que ativam os f i l amen tos de m ios ina na f i b ra acarretando a contração muscular. As ondas lentas não estão associadas a esta entrada de cálcio. • Parte do músculo liso do TGI exibe contração tônica em vez de contrações rítmicas. Esta contração é contínua, mas Gabriela Reis Viol TRATO GASTROINTESTINAL que aumenta ou diminui a intensidade. É causada por potenciais em espícula r e p e t i d o s s e m i n t e r r u p ç ã o O U ocasionada por hormônios OU por outros fatores OU entrada contínua de íons cálcio para dentro da célula. SISTEMA NERVOSO ENTÉRICO • É o sistema nervoso próprio do TGI, é importante no controle dos movimentos e da secreção gastrointestinal. • Composto por: - plexo externo/plexo mioentérico/plexo de Auerbach que controla quase todos os movimentos gastrointestinais. Quando est imulado, aumenta a contração tônica da parede intestinal, intensidade das contrações rítmicas, velocidade de condução das ondas excitatórias - causando o movimento mais rápido das ondas peristálticas. Os sinais inibitórios que ele possui é útil para inibir os músculos de alguns esfíncteres intestinais. - plexo interno/plexo submucoso/plexo de Meissner (localizado na submucosa) que controla a secreção gastrointestinal e o fluxo sangüíneo local. OBSERVAÇÃO: a estimulação pelos sistemas parassimpático e simpático pode i n tens i f i ca r ou i n ib i r as funções gastrointestinais. • Há alguns neurotransmissores liberados pelo SN entérico, são eles: - Acet i l co l ina : exc i ta a a t iv idade gastrointestinal - Norepinefrina/Epinefrina: quase sempre inibem a atividade gastrointestinal. • A estimulação parassimpática aumenta a atividade do SN entérico. • A estimulação simpática inibe a atividade do trato gastrointestinal. A norepinefrina secretada inibe a musculatura lisa do TGI e os neurônios de todo o SN entérico. A intensa estimulação do SN simpático pode inibir os movimentos motores do intestino de tal forma que bloqueia a movimentação do alimento pelo TGI. • Muitas fibras nervosas sensoriais aferentes se originam no intestino. Esses nervos sensoriais podem ser estimulados por irritação da mucosa intestinal, distensão excessiva do intestino ou presença de substancias químicas específicas no intestino. Os sinais dessas fibras podem então causar excitação ou inibição dos movimentos e secreção intestinal. Gabriela Reis Viol TRATO GASTROINTESTINAL • Reflexos completamente integrados na parede intestinal do sistema nervoso entérico: são os que controlam grande parte da secreção GI, peristaltismo, contrações de mistura, efeitos inibidores locais. • Reflexos do intestino para os gânglios simpáticos pré-vertebrais e que voltam para o trato gastrointestinal: transmitem sinais para outras áreas do TGI, como s ina i s do es tômago que causa evacuação do cólon, sinais do cólon para inibir motilidade e secreção do estômago. • Reflexos do intestino para medula ou tronco cerebral e que voltam para o TGI: - reflexos do estômago e duodeno que retornam ao estômago para controlar a atividade motora e secretora gástrica; - reflexos de dor que causam inibição de todo o TGI; - reflexo de defecação que produzem as contrações necessárias para defecação. CONTROLE HORMONAL DA MOTILIDADE GASTROINTESTINAL • Os hormônios gastrointestinais são liberados na circulação porta. • GASTRINA: secretada pelas células G do antro do estômago em resposta aos estímulos associados a ingestão de refeição, distensão do estômago, produtos da digestão das proteínas e o peptídeo liberador de gástrica, que é liberado na mucosa gástrica durante a estimulação vagal. As ações são estimulação da secreção ácida e estimulação do crescimento da mucosa gástrica. • COLECISTOCININA (CCK): é secretada pelas células I da mucosa do duodeno e do jejuno, em resposta aos produtos da digestão de gordura e ácidos graxos. Esse hormônio contrai a vesícula biliar expelindo a bile para o intestino delgado, cuja função é emulsificar as substâncias lipídicas, permitindo a digestão e absorção. A CCK também inibe a contração do estômago (retardando a saída do al imento do estômago assegurando o tempo adequado para digestão) e o apetite, para evitar excesso durante a refeição. • SECRETINA: é secretado pelas células S da mucosa do duodeno em resposta ao conteúdo gástrico ácido é transferido do estômago para o intestino. Tem pequeno efeito na motilidade do TGI e promove a secreção pancreática de b i c a r b o n a t o , r e s p o n s á v e l p e l a neutralização do ácido. • PEPTÍDEO INIBIDOR GÁSTRICO: é secretado pela mucosa do intestino delgado superior em resposta a ácidos Gabriela Reis Viol TRATO GASTROINTESTINAL graxos e aminoácidos, e em menor resposta aos carboidratos. Exerce efeito na diminuição da atividade motora do estômago e retarda o esvaziamento do conteúdo gástrico no duodeno. MOVIMENTOS DO TGI • O movimento propulsivo do TGI é o peristaltismo. O estímulo usual do peristaltismo intestinal é a distensão do TGI, outros estímulos como irritação química e intensos sinais nervosos provocam peristaltismo. • Os movimentos de mistura diferem ao longo do trato alimentar. Em algumas áreas, as próprias contrações peritálticas provocam a mistura. FLUXO SANGUÍNEO GI "CIRCULAÇÃO ESPLÂNICA” • Essa circulação inclui o fluxo sangüíneo pelo próprio intestinoe os fluxos sangüíneos por baço, pâncreas e fígado. • Todo o sangue que passa pelo intestino, baço e pâncreas, flui diretamente para o fígado pela veia porta. No fígado, o sangue passa pe los s inusó ides hepáticos e deixa o órgão pelas veias hepáticas que desemboca na veia cava. Esse fluxo remove bactérias e outras partículas que poderiam entrar na circulação do TGI. • Os nutrientes hidrossolúveis absorvidos no intestino são transportados no sangue venoso da veia porta para os mesmos sinusóides hepáticos, que absorvem e armazenam. • Sob condições normais, o f luxo sangüíneo em cada área do TGI está diretamente relacionada com a sua atividade. Como após as refeições, em que a atividade motora, secretória e absortiva aumenta. • Várias substancias vasodilatadoras são liberadas pela mucosa do TGI, esses hormônios controlam a atividade motora e secretória. Algumas glândulas GI também liberam calidina e bradicinina, que são potentes vasodilatadores. A redução da concentração de oxigênio pode também aumentar o fluxo de sangue. • A e s t i m u l a ç ã o d o s n e r v o s parassimpáticos para o estômago e cólon distal, aumenta o fluxo sangüíneo e a secreção glandular. • A estimulação dos nervos simpáticos tem efeito direto em todo TGI, causando vasoconstrição intensa com grande redução do fluxo sangüíneo. Depois de poucos minutos de vasoconstrição, o fluxo retorna a valores próximos dos n o r m a i s p o r m e i o d o “ e s c a p e Gabriela Reis Viol TRATO GASTROINTESTINAL autorregulatório” (os mecanismos vasodilatadores metabólicos locais provocados pela isquemia, predominam sobre a vasoconstrição simpática e dilatam as arteriosas, com retorno do fluxo sangüíneo nutriente, necessários á s g l â n d u l a s e m u s c u l a t u r a gastrointestinal. PROPULSÃO E MISTURA DOS ALIMENTOS • O tempo que os alimentos permanecem em cada parte do trato alimentar é importante para que possam ser processados. • Muitos mecanismos de feedback automáticos, nervosos e hormonais controlam a duração para que a digestão ocorra de modo adequado. INGESTÃO DE ALIMENTOS • G r a n d e p a r t e d o p r o c e s s o d e mastigação é ocasionada pelo reflexo da mastigação, a presença do bolo alimentar na boca dá início a este mecanismo. • A deglutição é dividida em estágio voluntário e involuntário. • Quando a onda peristáltica esofágica se aproxima do estômago, a onda de relaxamento, transmitida por neurônios inibidores mioentéricos, precede o peristaltismo. Todo o estômago relaxa para receber o alimento levado pelo estômago. FUNÇÕES MOTORAS DO ESTÔMAGO • As funções motoras do estômago estão associadas ao armazenamento de grande quantidade de alimento, até que ele possa ser processado; a mistura desses alimentos com a secreção gástrica até formar o quimo; ao esvaziamento do quimo para o intestino delgado. • Os sucos digestivos do estômago são secretos pelas glândulas gástricas, essas secreções entram em contato com o alimento e sofrem a ação das ondas de mistura. • Além das contrações peristálticas há contrações de fome, que ocorrem quando o estômago fica vazio. • O esvaziamento do estômago é promovido por intensas contrações peristálticas. A velocidade/intensidade com que o estômago se esvazia é regulada por sinais do duodeno também (que são mais potentes). • O volume maior de alimentos promove maior esvaziamento gástrico, ocorre d i l a t a ç ã o d a p a r e d e g á s t r i c a Gabriela Reis Viol TRATO GASTROINTESTINAL d e s e n c a d e a d a p o r r e f l e x o s mioentéricos. • A liberação do hormônio gastrina pelas células G, tem efeitos potentes sobre a secreção de suco gástrico muito ácido e nas funções motoras, ajudando no esvaziamento estomacal. • Quando o quimo entra no duodeno são desencadeados múltiplos reflexos nervosos que voltam para o estômago e r e t a r d a m o u i n t e r r o m p e m o esvaziamento gástrico. Esses reflexos são do duodeno para o estômago pelo sistema nervoso entérico da parede intestinal, pelos nervos extrínsecos e nervos vagos. • Outros fatores que desencadeiam reflexos inibidores enterogástricos são a distensão do duodeno, presença de qualquer irritação da mucosa duodenal, a c i d e z d o q u i m o d u o d e n a l e osmolalidade do quimo, presença de determinados produtos de degradação química no quimo. • Os produtos da digestão também provocam reflexos enterogástricos inibitórios, ao diminuir o esvaziamento gástrico assegura-se tempo suficiente para a digestão adequada das proteínas. • Os hormônios liberados pelo trato i n t e s t i n a l i n i b e m t a m b é m o esvaziamento gástrico. O estímulo para a liberação desses hormônios inibidores é a entrada de gordura no duodeno. Não se sabe exatamente quais os hormônios causam o feedback inibitório, o mais potente parece ser a colecistocinina (liberado em resposta a substâncias gordurosas). MOVIMENTOS DO INTESTINO DELGADO • Os movimentos do intestino delgado podem ser divididos também em contrações de mistura e propulsão. • Quando o intestino delgado é distendido pelo quimo, o estiramento da parede intestinal provoca contrações localizadas causando segmentação do mesmo promovendo a mistura do alimento com as secreções do intestino delgado. OBSERVAÇÃO: o fármaco atropina bloqueia a atividade excitatória do sistema ne rvoso en té r i co e consequen te segmentação. • O quimo é impulsionado pelo intestino delgado por ondas peristálticas. A atividade é mais intensa após a refeição e após o ref lexo gastroentér ico (provocado pela distensão do estimado e conduzido pelo plexo mioentérico até o intestino delgado). Gabriela Reis Viol TRATO GASTROINTESTINAL • Outros hormônios como a gastrina, CCK, insulina, mobiliza e serotonina afetam o peristalt ismo intestinal, intensificando a motilidade. Por outro lado, a secreta e glucagon inibem essa motilidade. OBSERVAÇÃO: a irritação intensa da mucosa intestinal (diarreia infecciosa) provoca peristalse intensa, devido aos ref lexos nervosos e intensif icação i n t r í n s e c a d e r e f l e x o s n o p l e x o mioentérico. • A válvula ileocecal evita o refluxo do cólon para o intestino delgado. O grau de contração do esfíncter ileocecal e a intensidade do peristaltismo no íleo terminal são controlados por reflexos originados no ceco. Quando o ceco se distante, a contração do esfíncter se intensifica e o peristaltismo ileso é inibido retardando o esvaziamento. Os reflexos ceco são mediados pelo plexo mioentérico e nervos autônomos extrínsecos. MOVIMENTOS DO CÓLON • As principais funções do cólon são a absorção de agua e de eletrólitos do quimo para formar fezes sólidas e armazenamento do material fecal até que possa ser expelido. • A irritação do cólon pode iniciar intensos movimentos de massa. • A maior parte do tempo o reto fica vazio, quando o movimento de massa força as fezes para o reto surge a vontade de defecar. • A passagem de material fecal pelo anus é evitada pela constrição dos: esfíncter anal interno e externo (controlado pelo nervo pudendo - SNS - controle voluntário). • A defecação é iniciada por reflexos de defecação. Um destes é o reflexo intrínseco, mediado pelo sistema nervoso entérica parede do reto (quando as fezes entram no reto, a distensão daparede desencadeia sinais que se propagam pelo plexo mioentérico para das inicio a ondas peristálticas no cólon descendente, sigmoide e no reto, empurrando as fezes). Logo, o esfíncter anal interno relaxa por sinais inibidores do plexo mioentérico. • Para que a defecação seja efetiva há o reflexo de defecação parassimpático que intensificam as ondas peristálticas e relaxam o esfíncter anal interno. Iniciando também outros efeitos como inspiração profunda, fechar a glote e contrair o músculo da parede abdominal. Gabriela Reis Viol TRATO GASTROINTESTINAL FUNÇÃO SECRETORA • ENZIMAS DIGESTIVAS: secretadas na maioria das áreas do trato alimentais. • Glândulas mucosas (da boca ao anus) proveem muco para lubrificar e proteger. • A maioria das secreções digestivas é formada em resposta a presença de alimento, e a quantidade secretaria é a necessária para uma boa digestão. • As células mucosas/caliciformes atuam em resposta a irritação local do epitélio e s e c r e t a m m u c o q u e a g e c o m o lubrificante. ESTIMULAÇÃO DAS GLÂNDULAS • A presença de alimento no TGI faz com que as g lându las dessa reg ião p roduzam sucos . Resu l tado da estimulação por contato direto das células glandulares com o alimento. Além disso há ativação do sistema nervoso entérico por estímulo tátil, irritação química e distensão da parede do TGI. • A e s t i m u l a ç ã o d o s n e r v o s parassimpáticos eleva a secreção das glândulas (sal ivares, esofágicas, gástricas, pâncreas) • A estimulação dos nervos simpáticos tem efeito duplo na secreção. Uma vez que promove constrição dos vasos que s u p r e m a s g l â n d u l a s . S E u m a estimulação parassimpática ou hormonal já tiver causando secreção o SNS inibe devido a vasoconstrição. • No estômago e intestino há vários hormônios que são liberados pela mucosa em resposta a presença de alimento. Os hormônios são secretados no sangue e transportados para as glândulas, onde estimulam a secreção. É importante para aumentar a produção de suco gástrico e pancreático. OBSERVAÇÃO: muco é uma secreção espessa composta por agua, eletrólitos e mistura de gl icoproteínas. Possui qualidade de aderência que lhe permite aderir ao alimento; consistência para revestir a parede do TGI e evitar contato de partículas com a mucosa; baixa resistência ao deslizamento; junção de partículas fecais; resistente a digestão; c a p a z e s d e t a m p o n a r p e q u e n a s quantidade de ácidos e bases. SECREÇÃO DA SALIVA • As principais glândulas salivares são: p a r ó t i d a s , s u b l i n g u a i s e submandibulares. • A saliva contem uma secreção serosa (contendo ptialina - digere o amido) e Gabriela Reis Viol TRATO GASTROINTESTINAL uma secreção mucosa (contendo mucina - lubrifica/protege). • As glândulas partidas produzem quase toda a secreção do tipo seroso. • A saliva contem quantidade elevada de íons potássio e bicarbonato. • O fluxo salivar ajuda a lavar a boca das bactérias patogênicas, bem como das partículas de alimentos. Além disso, possuem quantidades significantes de anticorpos proteicos que podem destruir as bactérias orais. • As vias nervosas parassimpáticas que se originam no núcleos salivatórios do tronco cerebral, regulam a salivação. São excitados por estímulos gustativos e táteis, da língua e de outras áreas da boca e da faringe. A salivação também pode ser estimulada ou inibida por sinais nervosos provenientes dos centros superiores do SN central, como o cheiro. Ou em resposta aos reflexos que se originam no estômago e no intestino delgado (alimentos irritativos) • A estimulação simpatica também pode aumentar a salivação (em menor escala). • Outro fator que afeta a secreção salivar é o suprimento de sangue para as glândulas. SECREÇÃO GÁSTRICA • As glândulas gástricas secretam HCl, pepsinogênio, fator intrínseco e muco. Ficam localizadas nas superfícies internas do corpo e do fundo do estômago. São est imuladas pela a c e t i l c o l i n a ( e s t i m u l a ç ã o parassimpática). - HCl é secretado pelas células parietais. A gastrina e histamina estimulam fortemente essas células. A proteção contra o vazamento do ácido é feita pela barreira gástrica. A secreção do ácido é controlada por sinais endócrinos e nervosos. A gastrina, secretada pelas células G (das glândulas pilóricas) estão relacionadas com a secreção de ácido. - Fator intrínseco também é secretado pelas células parietais. Ele é essencial para a absorção de vitamina B12. Quando há destruição das células secretoras pode desenvolver anemia perniciosa no paciente, uma vez que a maturação das hemácias não ocorre. - Pepsinogênio é secretado pela célula péptica. Quando secretado não possui função digestiva, entretanto é ativado pelo HCl e torna-se pepsina ativa. A pepsina atua como enzima proteolítica. A liberação de pepsinogênio ocorre em resposta a acetilcolina liberada pelo Gabriela Reis Viol TRATO GASTROINTESTINAL plexo mioentético e ao ácido no estômago. • As glândulas pilóricas secretam sobretudo muco para proteger a mucosa do ácido, e também o hormônio gastrina. - Muco é secretado pelas células mucosas presentes na superfície da mucosa gástrica. - Gastrina é secretada pelas células G. FASES DA SECREÇÃO GÁSTRICA 1) FASE CEFÁLICA. Ocorre quando o alimento ainda está sendo ingerido. Resulta da visão, odor, lembrança ou do sabor e, quanto maior o apetite, mais intensa é a estimulação. Sinais neurogênicos que causam a fase cefálica se originam no córtex cerebral e nos centros de apetite na amígdala e no hipotálamo, são transmitidos pelos nervos vago até o estômago. Essa fase contribui com cerca de 30% da secreção gástrica. 2) FASE GÁSTRICA. O alimento que entra no estômago excita os reflexos vasovagais, reflexos entéricos locais e o mecanismo da gastrina, levando a secreção de suco gástrico enquanto o alimento permanece no estômago. A fase gástrica contribui com cerca de 60% da secreção gástrica associada a ingestão da refeição e portanto é responsável pela maior parte da secreção gástrica diária. 3) FASE INTESTINAL. A presença de alimento na porção superior do i n t e s t i n o d e l g a d o ( d u o d e n o ) , continuará a causar secreção gástrica, devido as pequenas quantidades de gast r ina l iberada pela mucosa duodenal. INIBIÇÃO DA SECREÇÃO GÁSTRICA • A presença de alimento no intestino delgado inicia o reflexo enterogástrico reverso, transmitido pelo SN mioentérico e pelos nervos vagos e simpáticos, inibindo a secreção gástrica. Este reflexo é iniciado pela distensão da parede do intestino, pela presença de ácido no duodeno, pela presença de produtos da proteína ou pela irritação da mucosa que consequentemente provoca a liberação da secretina (responsável pela inibição da secreção gástrica). • O propósito é retardar a passagem do quimo quando o intestino estiver cheio ou hiperativo. Gabriela Reis Viol TRATO GASTROINTESTINAL SECREÇÃO PANCREÁTICA • A secreção pancreática contem múltiplas enzimas capazes de digerir proteínas, carboidratos e gorduras. • Contem grande quantidade de íons bicarbonato capaz de neutralizar a ac idez do qu imo t ransfer ido do estômago para o duodeno. • A tripsina e quimiotripsina hidrolisam proteínas. • A amilase pancreática hidrólise amidos, glicogênioe outros carboidratos. • A lipase pancreática, colesterol enterase e fosfolipase hidroliza gorduras. • Quando sintet izadas nas células pancreáticas, as enzimas digestivas ficam na forma inativa e são ativadas somente após serem secretadas no intestino. • É importante que as enzimas do suco pancreático não fiquem ativadas até depois de chegarem no trato intestinal, pois poderiam digerir o próprio pâncreas. Por isso há células que secretam o inibidor da tripsina inativando essas enzimas. OBSERVAÇÃO: quando o pâncreas é lesado ou quando há bloqueio do ducto, grande quantidade de secreção se acumula nas áreas comprometidas do pâncreas. Nessas condições, o efeito inibidor da tr ipsina é insuficiente, desencadeando então uma pancreatite aguda. • Há 3 estímulos básicos importantes na secreção pancreática: - Acetilcolina, liberada pelo nervo vago parassimpático para o SN entérico. - Colecistocinina , secretada pela mucosa duodenal (células I) quando o alimento entra no intestino delgado. Chega ao pâncreas pela circulação sanguínea e provoca a secreção de enzimas digestivas pancreáticas - Secretina, secretada pela mucosa duodenal e jejunal (células S) quando alimentos muito ácidos entram no intestino delgado. Quando o quimo ácido entra no duodeno, causa ativação e liberação da secretina, que faz com que o pâncreas secrete líquido com íons bicarbonato. SECREÇÃO DE BILE • A bile tem papel importante na digestão e na absorção de gorduras. • Os ácidos biliares ajudam a emulsificar as grandes partículas de gordura, cujas superfícies são atacadas pelas lipases secretadas no suco pancreático e ajudam na absorção de produtos finais da digestão de gorduras. Gabriela Reis Viol TRATO GASTROINTESTINAL • A bile serve como meio de excreção de diversos produtos do sangue, como a bilirrubina (produto final da destruição da Hb) e colesterol em excesso. • Quando o alimento começa a ser digerido no TGI, a vesícula biliar começa a esvaziar, devido a contrações rítmicas. O estímulo mais potente para as contrações é a colecistocinina. • Os sais biliares tem ação detergente sobre as partículas de gordura (função emulsificante), ajudam na absorção de ácidos graxos e colesterol (na forma de micelas). • Os sais biliares são formados nas células hepáticas a partir do colesterol. Sob condições anormais, o colesterol pode se precipitar na vesícula biliar resultando na formação de cálculos biliares de colesterol. SECREÇÕES DO INTESTINO DELGADO • Glândulas de Brunner secretam grande quantidade de muco em resposta a estímulos táteis ou irritativos na mucosa e estimulação vagal. A função do muco é de proteger a parede duodenal da digestão gástrica, além disso contem íons bicarbonato que juntamente com a sec reção panc reá t i ca aux i l i a a neut ra l i zação. São in ib idas por estimulação simpática. • C r i p t a s d e L i e b e r k u h n e s t ã o local izadas como depressões na superfície do intestino delgado, possuem células caliciformes responsáveis pela secreção de muco e enterócitos que secretam agua e eletrólitos. • A regulação de secreção do intestino delgado são reflexos nervosos entéricos l o c a i s , e m e s p e c i a l r e f l e x o s desencadeados por estímulos táteis ou irritativos. SECREÇÃO DE MUCO PELO INTESTINO GROSSO • O muco do intestino grosso contem q u a n t i d a d e m o d e r a d a d e í o n s bicarbonato, é regulada por estimulação tátil direta e por reflexos nervosos locais. • A estimulação dos nervos pélvicos que transportam a inervação parassimpática para o intestino grosso, pode causar aumento considerável da secreção de muco associada ao aumento da motilidade peristáltica do cólon. • O muco protege a parede intestinal e proporciona meio adesivo para o material fecal. • Sempre que um segmento do intestino grosso se encontra irritado (infecção bacteriana - enterite), a mucosa secreta Gabriela Reis Viol TRATO GASTROINTESTINAL grande quantidade agua e eletrólitos além do muco a fim de diluir os fatores irritantes, provocando o movimento rápido das fezes em direção ao ânus. O resultado é a diarreia. DIGESTÃO DE CARBOIDRATOS • Há 3 fontes de carboidratos: sacarose, lactose e amido. • A digestão de carboidratos começa na boca, que quando mastigado sofre a ação da enzima presente na saliva - ptialina // amilase salivar - secretada pelas glândulas parótidas. É responsável por hidrolisar o amido em maltose. • A continuidade da digestão dá-se no estômago. • No duodeno, o carboidrato sofre a ação da secreção pancreática finalizando a digestão dos carboidratos. • Os enterócitos são capazes de clivar os dissacarídeos (lactose, sacarose e maltose). DIGESTÃO DE PROTEÍNAS • A digestão de proteínas começa no estômago sob a ação da enzima pepsina (ativa em pH ácido). O ácido clorídrico secretado pelas células parietais ativam o pepsinogênio dando início a digestão das proteínas. • A maior parte da digestão ocorre no intestino delgado sob a influência de enzimas da secreção pancreática (tripsina, quimiotripsina, elastase…) • Na membranas das microvilosidades intestinais encontram-se as peptidases a fim de hidrolisar o restante das proteínas. DIGESTÃO DE GORDURAS • As gorduras mais abundantes na dieta são os triglicerídeos, formados por glicerol com 3 moléculas de ácidos graxos. Além de fosfolipídeos, colesterol e ésteres de colesterol. • A primeira etapa da digestão de gorduras é a emulsificação que começa pela agitação do estômago que mistura a gordura com a secreção gástrica. • A maior parte da emulsificação ocorre no duodeno sob a influência da bile e lecitina. Com ação semelhante a de detergentes. • Posteriormente, as enzimas lipases (presentes no suco pancreático) agem sobre essas gorduras já emulsificadas. • Os produtos finais da digestão são ácidos graxos livres. • Os sais biliares removem os ácidos graxos adjacentes as partículas da digestão a partir da formação de micelas (meios de transporte). Gabriela Reis Viol TRATO GASTROINTESTINAL ABSORÇÃO • O estômago é a área de pouca absorção no TGI, já que não tem vilosidade típicas da membrana absortiva. • A presença de microvilosidades e pregas aumenta consideravelmente a área de absorção. ABSORÇÃO NO INTESTINO DELGADO • Absorva-se diariamente carboidratos, gorduras, aminoácidos, íons e água. A capacidade absortiva de nutrientes do intestino delgado é maior que no intestino grosso. • A água é transportada por difusão que obedece as leis usuais da osmose. Por tanto , quando o qu imo es tá suficientemente diluído, a água é absorvida através da mucosa intestinal pelo sangue das vilosidades. • O sódio é transportado através da membrana intestinal, ele tem um papel importante na absorção de açucares e aminoácidos. A absorção do sódio é estimulada pelo transporte ativo (requer energia), além disso, parte do sódio é absorvido juntamente com os íons cloreto. • A aldosterona intensifica muito a absorção do sódio, quando uma pessoa desidrata, grandes quantidades de aldosterona é secretada. Esse efeito é importante no cólon, já que na vigência dele não ocorre praticamente perda de cloreto de sódio nas fezes e também pouca perda hídrica. • A absorção de íons cloreto dá-se por difusão. • A absorção de íons bicarbonato ocorretanto no duodeno quanto no jejuno. Quando o íon sódio é absorvido, quantidade moderada de hidrogênio é secretado no lúmen intestinal. Esses íons hidrogênio combinam com os íons bicarbonato formando o ácido carbônico. • Os íons cálcio são absorvidos sob a ação do hormônio paratireóideo, e outro fator importante é a vitamina D. • Os íons ferro absorvidos são utilizando para a formação de hemoglobina. • Os íons potássio, magnésio e fosfato, são absorvidos facilmente em grandes quantidades. • Os carboidratos são absorvidos como monossacarídeos, o mais abundante de les é a g l i cose . A g l i cose é t ranspor tada por mecanismo de cotransporte com o sódio. • As proteínas são absorvidas semelhante aos carboidratos - cotransporte de sódio. A maioria das moléculas ligam-se nas vilosidades das células com proteínas transportadoras específicas que requer Gabriela Reis Viol TRATO GASTROINTESTINAL ligação de sódio para que o transporte ocorra. • Ao entrar na célula, os ácidos graxos e monoglicerídeos são captados pelo REL da célula e são usados para formar n o v o s t r i g l i c e r í d e o s q u e s e r ã o transferidos para a circulação na forma de quilomícrons. • Pequenas quantidades de ácido graxos de cadeira curta são absorvidos diretamente para a circulação porta sem transformarem em triglicérides, por serem mais hidrossolúveis. ABSORÇÃO NO INTESTINO GROSSO • Grande parte da água e eletrólitos do quimo é absorvido no cólon. • A maior parte da absorção ocorre no cólon proximal, enquanto o distal é denominado cólon de armazenamento, pois armazena as fezes até o momento de evacuação. • A absorção de íons sódio e cloreto cria um gradiente osmótico, através da mucosa do intestino grosso, o que por sua vez leva a absorção da água. • As fezes são compostas de água, bactérias mortas, gordura, matéria i n o r g â n i c a , p r o t e í n a s e r e s t o s indigeridos de alimentos. A cor marrom é causada pelas estercobilina e urobilina (derivados da bilirrubina). O odor é ocasionado por produtos da ação bacteriana. OBSERVAÇÃO: numerosas bactérias, especialmente bacilos, costumam estar no cólon. Eles são capazes de digerir pequenas quantidades de celulose proporcionando algumas calorias de nutrição extra para nosso corpo. Outras substâncias formadas como resultado da atividade bacteriana está: vitamina K, vitamina B12, tiamina, riboflavina e diversos gases que contribuem para flatulência. Gabriela Reis Viol
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