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Aula 01 – Orientações Gerais sobre a Disciplina e Retrospectiva Educativa – Prat. de Ens. e Est. Sup. Docência dos Anos Iniciais do Ens. Fundamental

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Rejane Sousa 
Aula 01 – Orientações Gerais sobre a Disciplina e Retrospectiva Educativa – Prat. de 
Ens. e Est. Sup. Docência dos Anos Iniciais do Ens. Fundamental 
Ao final desta aula, você deverá ser capaz de: 
1. Apresentar o plano de ensino da disciplina; 
2. apresentar a proposta do estágio; 
3. identificar os fatores que provocam mudanças educacionais nas últimas décadas; 
4. apontar os problemas que afetam os sistemas escolares; 
5. apontar novos caminhos para a educação e para a escola. 
Prática de Ensino e Estágio Supervisionado nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental 
A disciplina Prática de Ensino e Estágio Supervisionado nos Anos Iniciais do Ensino 
Fundamental busca possibilitar, ao futuro professor/especialista em Educação 
(Pedagogo), a reflexão sobre as vivências e o cotidiano da sala de aula de 1º ao 5º ano de 
escolaridade no referido segmento. 
A proposta principal da disciplina é formar o professor através de princípios éticos e da 
articulação dos aspectos teóricos e práticos dos saberes da docência, de modo que 
possibilite a construção de uma postura investigativa e crítica diante do conhecimento 
acumulado nesta área de conhecimento, assim também diante os saberes que são e serão 
produzidos no contexto observado e o de fato vivenciado na escola estagiada. 
Para isso, o aluno estagiário deverá, na escola estagiada, observar o desenvolvimento das 
atividades de ensino e de aprendizagem na sala de aula, além da organização do espaço 
e da relação professor/aluno. 
A disciplina busca fortalecer a compreensão do estagiário sobre as relações estabelecidas 
na escola e de como elas são produzidas em um contexto interdisciplinar mais amplo de 
relações econômicas, políticas, filosóficas da sociedade na qual está situada. Nesse 
sentido, a escola deve ser melhor conhecida e valorizada por todos que nela atuam ou 
desejam atuar. 
Ao final, a disciplina busca conduzir o estagiário para a valorização do papel do professor 
como sujeito de transformação social. Para isso, os conteúdos que serão 
desenvolvidos/ensinados nesta disciplina estão organizados em quatro pontos: 
Valorização do papel do professor 
1. Uma retrospectiva educativa voltada para discutir as características da crise escolar 
e apontar caminhos para transformação. 
2. Uma apresentação das diferentes concepções de conhecimento e suas 
consequências para as práticas pedagógicas. 
3. O saber e o saber do professor quanto às competências e habilidades do aluno, a 
sala de aula e a avaliação escolar. 
4. A valorização dos relatos de experiência produzidos no estágio, legislação sobre a 
formação do profissional da educação. 
Os procedimentos de ensino privilegiados envolvem a elaboração de: 
• Uma pesquisa sobre a escolha da carreira do magistério. 
• Entrevistas com professores sobre os temas da prática pedagógica. 
• Estudos de caso sobre as situações vivenciadas. 
 Rejane Sousa 
• Elaboração de portfólio para registrar as análises realizadas e de memorial para 
refletir sobre a sua própria história de vida e relatório descritivos sobre as 
atividades observadas no período do estágio. 
As estratégias de avaliação continuada envolvem: 
� A aplicação de questionário junto aos professores estagiados. 
� A participação em minis seminários dos textos indicados para a leitura, assim como 
os vídeos. 
� A confecção do portfólio individual. 
� A realização de entrevistas com os professores da escola estagiada. 
� A elaboração de projetos de intervenção na sala de aula. 
Além disso, um conjunto de atividades estruturadas serão realizadas por aula como forma 
de possibilitar o estudo individual dos conteúdos abordados em cada uma delas. 
Conforme o plano de ensino apresentado, a proposta do estágio conduz para uma reflexão 
sobre as mudanças na educação nas últimas décadas, ou seja, a transição entre o final do 
século XX e o XXI. Uma retrospectiva deseja favorecer uma melhor compreensão para o 
aluno/estagiário sobre a escola estagiada. 
O ponto de partida deve ser a trajetória da educação ao longo do século XX. Neste, a 
prática educativa foi diretamente relacionada com a forma escolar, ou melhor, com a 
instituição escola. 
Com isso, ela pode ser considerada o ponto de referência para toda ação formativa da 
sociedade 
No século XX (1901-2000), a escola e a educação foram marcadas por três significativas 
características ou fatores dentre outros. São eles: 
• Hegemonia 
A hegemonia da escola em sua forma ou, conforme conhecemos atualmente, consolidou a 
separação aprendizagem-ação ou pensamento-trabalho. 
Contrariando o passado, tal organização acabou por separar o saber da experiência de 
vida dos alunos. 
Enfim, consolidou a separação com a realidade social. É como se ela ficasse fechada sobre 
si mesma (CANÁRIO,2006), menosprezando tudo o que não fosse por ela produzido: 
recebeu os alunos com a ideia de que eram (e são!) tábulas rasas (século XVI/XVII – 
concepção Empirista de aquisição de conhecimento). 
Essa forma de atuação da escola manifestou três consequências. 
1. A primeira foi a possibilidade de monopólio da ação educacional; 
2. a segunda desvalorizou os saberes da vida fora da escola; 
3. e a terceira empobreceu o pensamento educativo, dificultando a crítica e a 
transformação dos obstáculos. 
 
• Naturalização 
Uma característica significativa da escola no século XX foi a naturalização. 
O que seria isso? 
A divisão do tempo e dos espaços na organização escolar considerada natural. 
 Rejane Sousa 
A compartimentalização (divisão) dos agrupamentos e do próprio trabalho do professor 
vem predominando ao longo das décadas, juntamente a uma visão cumulativa do 
conhecimento na qual o currículo seria um conjunto de informações transmitidas de modo 
repetido e sequenciado. 
Uma relação pedagógica autoritária foi sendo delineada. De modo similar à produção 
industrial, essa relação caracterizou-se por uma uniformidade e estabilidade aparente. 
Como consequência para o aluno, restou a desconsideração da experiência de vida e a 
crença de que o saber é algo concebido de fora para dentro. 
A naturalização está no modo como toda essa organização acabou sendo encarada pelo 
grupo social e pelos educadores que foram desarticulados quanto ao modo como encaram 
a profissão. 
Por isso, o modelo escolar permanece apesar das reformas educacionais dos diversos 
países. 
• Mutações do sentido social 
O último fator da crise da escola e também de possibilidade de mudança foram as 
mutações por ela sofridas. Parece que o século conheceu três escolas: de um contexto 
de certezas para o de promessas e atualmente de incertezas (CANÁRIO, 2006). 
Escola das Certezas 
Logo, a Escola das Certezas funcionava como uma fábrica de produção de cidadãos, 
fornecendo as bases para a sociedade do trabalho. Alicerce do Estado, a escola permitia 
a alguns a ascensão social. 
Escola das Promessas 
Após 1945, a escola elitista passou a ser uma escola de massas ou uma Escola de 
Promessas. O período foi marcado pela expansão dos sistemas escolares numa visão 
otimista do desenvolvimento, da mobilidade social e da igualdade. Nas promessas, reside 
o fracasso, da euforia ao desencanto principalmente após os anos 70. A escola passa a ser 
vista como uma instituição cujo o papel seria o de reproduzir desigualdades sociais. Ao 
mesmo tempo, em uma escola foi sendo democratizada mais comprometida com a 
produção de desejos. Parece que de justa passou à injusta, marcando a passagem para a 
era das incertezas. 
Escola das Incertezas 
A Escola das Incertezas surge no contexto dos efeitos da combinação entre qualificação, 
desemprego, desvalorização de diplomas. 
Ao final do século XX, ficam as questões: 
Como conciliar a subordinação instrumentalà racionalidade econômica? 
Como apostar na emancipação e na transformação social da ação educativa? 
Torna-se necessário, então, construir uma nova educação: 
• que aja no sentido de superar a forma escolar; 
• aja no sentido de reinventar a organização escolar; 
• e aja no sentido de construir nova legitimidade. 
Primeiramente, a educação não ocorre somente na escola os sistemas escolares precisam 
considerar os fatos da vida dos alunos, as práticas desenvolvidas nas instituições não 
 Rejane Sousa 
escolares e dos espaços sociais disponíveis. Eles podem proporcionar inúmeras situações 
educativas. 
A reinvenção da escola (CANÁRIO, 2006), conforme proposta pelos educadores do século 
XXI, passa pela ação estratégica orientada por pontos críticos. A reinvenção deve 
considerar: 
1. a necessidade de ruptura com a ideia de que a inovação depende de recursos; 
2. a associação da produção de mudanças à ruptura com aquilo que tem sido as 
invariantes organizacionais da escola que sejam novas formas de gerenciar o espaço, 
o tempo, de articular os saberes, de atuação docente; de oportunizar uma 
aprendizagem significativa através de uma pedagogia ativa; 
3. praticar uma ação educativa globalizada, ou seja, entendendo o território educativo 
como algo mais amplo (conceito de educação permanente). 
A superação da crise da escola passa por uma recriação do seu sentido. Um sentido voltado 
para o trabalho e para a vida. 
Daí, três orientações para esse novo sentido do trabalho escolar parecem fundamentais: 
1. o estímulo ao gosto pelo ato intelectual de aprender; 
2. aprender pelo trabalho e exercer o direito à palavra; 
3. formação de um ser pensante, crítico e atuante. 
 
Síntese da Aula 
Nessa aula você: 
• Conheceu o plano de ensino da disciplina e as orientações gerais sobre a prática de ensino do estágio 
supervisionado de docência nos anos iniciais do ensino fundamental; 
• identificou os fatores de mudanças educacionais nas últimas décadas – retrospectiva; 
• apontou os problemas que afetam a escolarização no século XX; 
• identificou novos caminhos para a educação e para a escola no século XXI.

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