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resumo de historia Av2

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Resumo de história do direito brasileiro 
→Constituição de 1824: 
*Características gerais: A Constituição de 1824 diferencia-se da atual (1988) por ter sido outorgada (efetivada sem 
participação popular) e semirrígida (possibilitava modificações em seu texto). Em todo o resto, as características são 
idênticas, sendo ela uma Carta formal e escrita (é um documento sistematizado de regras), analítica (ou prolixa, 
dispondo minuciosamente sobre vários tópicos) e dogmática (elaborada por um órgão constituinte). 
*Contexto histórico: Um produto da independência brasileira, a Constituição de 1824 surgiu da necessidade de 
legitimar o novo império e de formalizar um equilíbrio entre as várias classes sociais que disputavam o poder político 
após o fim do regime português, especialmente os escravocratas, que temiam revoltas da população majoritariamente 
escrava, e os imigrantes ainda leais a Portugal ("Partido Português"). O imperador D. Pedro I também desejava criar 
uma constituição liberal, não despótica, aos moldes do que ocorria na Europa, portanto ele permitiu que o Conselho 
de Estado, composto por eminentes juristas, redigisse uma Carta de modo a controlar (ou tentar) os poderes do 
monarca. Em forma e conteúdo, o texto final tem clara inspiração na Constituição Francesa de 1814. 
*Divisão de poderes: A Constituição de 1824 é mais conhecida por sua peculiar divisão de poderes, com a inclusão 
do Poder Moderador entre o executivo, legislativo e judiciário. Com o objetivo declarado de resolver impasses e 
disputas, o Poder Moderador, na prática, foi uma maneira de assegurar a autoridade do Imperador sobre os demais 
poderes; liberal nas intenções, a Constituição foi centralizadora na prática, sendo que o Imperador era também a 
autoridade máxima do Executivo (com os ministros como auxiliares) e podia adiar seções da Assembleia Geral 
(equivalente ao Congresso Nacional) ou dissolver a Câmara dos Deputados. 
*Direitos civis e religião: Notadamente, o título oitavo da Constituição garantiu alguns direitos inalienáveis a todos 
os cidadãos brasileiros, considerado "cidadão" qualquer pessoa livre natural ou naturalizada no Brasil: o direito à 
liberdade, à segurança pessoal e à propriedade. No âmbito religioso, ela estabeleceu o catolicismocomo única religião 
oficial do Estado, havendo liberdade de culto a outras religiões somente no âmbito doméstico, ou seja, sem 
demonstrações em local público. Apesar desta restrição, a liberdade religiosa era ampla na prática. 
*Direito de voto e eleição: O estabelecimento do voto para o poder legislativo (Assembleia Geral) foi a tentativa de 
conferir um caráter popular à Carta, limitado pelo fato de este ser indireto (cidadãos votavam em Eleitores de 
Província, que então escolhiam os parlamentares) e censitário (limitado por condições financeiras). Embora as 
eleições primárias fossem permitidas a qualquer cidadão, os Eleitores de Província deviam ser homens livres, sem 
antecedentes criminais e com renda anual superior a 200 mil réis. Para candidatos a deputado, o valor subia para 400 
mil réis, com a exigência de seguir a religião oficial; para senadores, cujo cargo seria vitalício, o valor era de 800 mil 
réis, mais idade mínima de quarenta anos. 
 
→Anteprojeto de 1824: 
*A constituição da mandioca: É a denominação dada ao anteprojeto constitucional, elaborado por Antônio Carlos 
Ribeiro de Andrada, irmão do Patriarca. Na proposta de constituição, com marcada influência das constituições 
europeias, estabelecia-se a divisão dos três poderes – Executivo, Legislativo e Judiciário -, limitando-se o poder 
Executivo, que seria exercido pelo Imperador. Além disso, estabelecia os critérios relativos à participação política, 
valorizando a representação nacional através de um poder Legislativo bicameral, cujos representantes seriam eleitos 
pelo voto censitário, isto é, baseado na renda de cada indivíduo, o que impedia a participação política das camadas 
pobres. Com isso, só poderiam votar e ser votados os membros das camadas privilegiadas, cujas altas rendas anuais 
deveriam ser calculadas em alqueires de farinha de mandioca. Daí, o fato de esse anteprojeto ser 
denominado Constituição da Mandioca. Além dessas, algumas emendas eram marcadas pelo lusofobismo, 
propondo o afastamento de portugueses que ocupavam cargos no governo e, no limite, a sua expulsão do Brasil. 
 
→Constituição de 1934: 
a) Instituiu o voto secreto; 
b) Estabeleceu o voto obrigatório para maiores de 18 anos; 
c) Propiciou o voto feminino, direito há muito reivindicado, que já havia sido instituído em 1932 pelo Código 
Eleitoral do mesmo ano; 
d) Previu a criação da Justiça do Trabalho; 
e) Previu a criação da Justiça Eleitoral; 
f) Nacionalizou as riquezas do subsolo e quedas d'água no país; 
g) Prevê nacionalização dos bancos e das empresas de seguros; 
h) Determina que as empresas estrangeiras deverão ter pelo menos 2/3 de empregados brasileiros; 
i) Confirma a Lei Eleitoral de 1932, com Justiça Eleitoral, voto feminino, voto aos 18 anos (antes era aos 21) 
e deputados classistas (representantes de classes sindicais); 
j) Proíbe o trabalho infantil, determina jornada de trabalho de oito horas, repouso semanal obrigatório, férias 
remuneradas, indenização para trabalhadores demitidos sem justa causa, assistência médica e dentária, assistência 
remunerada a trabalhadoras grávidas; 
k) Proíbe a diferença de salário para um mesmo trabalho, por motivo de idade, sexo, nacionalidade ou estado civil; 
l) Prevê uma lei especial para regulamentar o trabalho agrícola e as relações no campo (que não chegou a ser feita) e 
reduz o prazo de aplicação de usucapião a um terço dos originais 30 anos. 
Com a Constituição de 1934, a questão social passou a assumir grande destaque no país: direitos democráticos foram 
conquistados, a participação popular no processo político aumentou, as oligarquias sentiram-se ameaçadas 
(juntamente com a burguesia) pela crescente organização do operariado brasileiro e de suas reivindicações. Nessa 
conjuntura registrou-se a primeira grande campanha nacional em que a Imprensa esteve envolvida: o debate a respeito 
do apelo nacionalista apregoado pelo Integralismo, movimento antiliberal, antissocialista, autoritário, assemelhado 
ao Fascismo italiano. Em consequência disso, o equilíbrio era algo difícil e já se previa naquela época que alcançá-lo 
iria levar tempo, para as novas forças políticas brasileiras. Ela atendeu aos interesses dos antigos tenentistas e 
nacionalistas, na medida em que promoveu a modernização das instituições sociais (prevendo, por exemplo, a 
nacionalização de empresas estrangeiras quando "necessário"); aos interesses da oligarquia, que continuou presente e 
ativa, principalmente em São Paulo e Minas Gerais; e até aos interesses dos integralistas, quando estabelecia 
organizações sindicais subordinadas diretamente ao Governo. No geral, porém, não diferiu muito de sua antecessora, 
a Constituição de 1891, já que manteve o Brasil como uma república democrática, liberal e federativa. Se teria sido 
boa para os interesses da nação e funcional para o sistema político do País, isso só o tempo poderia dizer e, para a 
Constituição de 1934, o tempo foi ligeiro. Por isso, o teste de democracia moderna no Brasil teria que aguardar 
até 1946, quando a outra constituição liberal-democrática foi promulgada. 
→Lei das terras de 1850: 
Lei de Terras, como ficou conhecida a lei nº 601 de 18 de setembro de 1850, foi a primeira iniciativa no sentido de 
organizar a propriedade privada no Brasil. Até então, não havia nenhum documento que regulamentasse a posse de 
terras e com as modificações sociais e econômicas pelas quais passava o país, o governo se viu pressionado a organizar 
esta questão. A Lei deTerras foi aprovada no mesmo ano da lei Eusébio de Queirós, que previa o fim do tráfico negreiro 
e sinalizava a abolição da escravatura no Brasil. Grandes fazendeiros e políticos latifundiários se anteciparam a fim de 
impedir que negros pudessem também se tornar donos de terras. Chegavam ao país os primeiros trabalhadores 
imigrantes. Era a transição da mão de obra escrava para assalariada. Senão houvesse uma regulamentação e uma 
fiscalização do governo, de empregados, estes estrangeiros se tornariam proprietários, fazendo concorrência aos 
grandes latifúndios. Ficou estabelecido, a partir desta data, que só poderiam adquirir terras por compra e venda ou por 
doação do Estado. Não seria mais permitido obter terras por meio de posse, a chamada usucapião. Aqueles que já 
ocupavam algum lote receberam o título de proprietário. A única exigência era residir e produzir nesta localidade. 
Promulgada por D. Pedro II, esta Lei contribuiu para preservar a péssima estrutura fundiária no país e privilegiar velhos 
fazendeiros. As maiores e melhores terras ficaram concentradas nas mãos dos antigos proprietários e passaram às outras 
gerações como herança de família. 
 “Art. 1º – Ficam proibidas as aquisições de terras devolutas (terras do Estado) por outro título que não seja o de compra. 
Excetuam-se as terras situadas nos limites do Império com países estrangeiros em uma zona de 10 léguas, as quais 
poderão ser concedidas gratuitamente.” 
“Art. 12 – O Governo reservará das terras devolutas as que julgar necessárias para a colonização dos indígenas; para a 
fundação de povoações, abertura de estradas, e quaisquer outras servidões, e assento de estabelecimentos públicos; para 
a construção naval.” 
“Art. 18 - O Governo fica autorizado a mandar vir anualmente à custa do Tesouro certo número de colonos livres para 
serem empregados, pelo tempo que for marcado, em estabelecimentos agrícolas, ou nos trabalhos dirigidos pela 
Administração pública, ou na formação de colônias nos lugares em que estas mais convierem; tomando 
antecipadamente as medidas necessárias para que tais colonos achem emprego logo que desembarcarem.” 
 
→O código criminal de 1830: 
O Código Criminal de 1830 foi o primeiro código penal brasileiro, sancionado poucos meses antes da abdicação de D. 
Pedro I, em 16 de dezembro de 1830. Vigorou desde 1831 até 1891, quando foi substituído pelo Código Penal dos 
Estados Unidos do Brasil (Decretos ns. 847, de 11 de outubro de 1890, e 1.127, de 6 de dezembro de 1890). Até 1830 
se tem a vigência das Ordenações Filipinas (punição cruel), então o Código Criminal de 1830 vai avançar em relação 
as leis Filipinas no que diz respeito a integridade física. Com a inviolabilidade dos direitos civis, igualdade jurídica em 
uma sociedade escravista. Saindo da pena do castigo exemplar para a pena moderna: respeito à integridade física. A 
Constituição outorgada conteve, do ponto de vista da cultura jurídica, as primeiras leis que regulavam a ordem e as 
relações da sociedade política (dos cidadãos ativos) do Estado recém-estabelecido. Mais tarde, em 1830, surgiria o 
Código Criminal que, segundo o historiador Américo Jacobina Lacombe, após a Carta de 1824 seria "o segundo 
monumento legislativo derivado das Câmaras do Império". Quando este Código foi aprovado por uma comissão 
especial mista, composta por deputados e senadores, trazia no seu texto a regulamentação da ordem social. Em outras 
palavras, a Justiça dirigia-se à sociedade como um todo: população livre ou escrava. Assim, o Código estabeleceria as 
relações do conjunto da sociedade, cuidando dos proprietários de escravos, da "plebe" e dos cativos. Embora José 
Clemente Pereira tivesse exposto, na sessão de 3 de junho de 1826, algumas anotações que chamou de "Bases para um 
Código Criminal", caberia ao estadista Bernardo Pereira de Vasconcelos a apresentação de um projeto completo, que 
serviu de base para o Código e lhe trouxe fama de jurisconsulto. Enquanto se discutia o Código Criminal, sancionado 
no dia 16 de dezembro de 1830, calorosos debates envolviam pontos considerados polêmicos como a pena de morte e 
a de galés. Em tempos de incerteza, ambas foram incluídas no texto final, valendo ressalvar que a primeira por pequena 
maioria. Com a intenção de assegurar a ordem social do país o Código Criminal - que vigorou por 60 anos, alcançando 
os primeiros anos republicanos - tratava dos crimes e dos delitos e, consequentemente, das penas a serem aplicadas. 
Estabelecia três tipos de crimes: os públicos, entendidos como aqueles contra a ordem política instituída, o Império e o 
imperador - dependendo da abrangência seriam chamados de revoltas, rebeliões ou insurreições; os crimes particulares, 
praticados contra a propriedade ou contra o indivíduo e, ainda, os policiais contra a civilidade e os bons costumes. Estes 
últimos incluíam-se os vadios, os capoeiras, as sociedades secretas e a prostituição. O crime de imprensa era também 
considerado policial. Em todos esses casos, o Governo imperial poderia agir aplicando as penas que constavam no 
Código - como prisão perpétua ou temporária, com ou sem trabalhos forçados, banimento ou condenação à morte. 
 
→Republica velha: 
A República Velha também é conhecida como Primeira República e se estende de 1889 até 1930, quando Getúlio 
Vargas, através de um Golpe de Estado inicia um novo período político. A política de sucessão presidencial dará ainda 
outra denominação ao momento inicial da República Brasileira, conhecida como política do café com leite. Nesse 
acordo, centros econômicos do país ditavam a ocupação da presidência. Enquanto São Paulo e sua agricultura cafeeira 
ocupava a presidência em um pleito, no próximo seria a vez de Minas Gerais representada pela economia do gado 
leiteiro. Minas Gerais e São Paulo por serem nesse momento os dois polos econômicos do Brasil forjavam as lideranças 
nacionais, mantendo, porém, acordos com outros Estados para que essa dinâmica política e econômica não fosse 
quebrada. Esse grande acordo mantinha o controle político do Brasil nas mãos daqueles que controlavam também a 
economia. Assim, os interesses das classes dominantes estavam sempre em voga frente às classes menos abastadas. 
Essa dinâmica política será rompida com a Revolução de 1930. Assumindo a presidência do Brasil no lugar de Júlio 
Prestes, eleito com o apoio do então presidente Washington Luís, Getúlio Vargas dá início ao período conhecido 
como Era Vargas. O Governo Provisório de Marechal Deodoro da Fonseca faz a transição legal, necessária para o ajuste 
Nacional aos moldes republicanos. Em 1890, antes mesmo do lançamento da Constituição é criado o Código Penal, 
antes do Direito a Ordem, não se afastando do ideal de República constituída no Positivismo. Na Constituição de 1891 
a República rompe de vez com a dinâmica de Estado Imperial. Ao definir o Estado como laico, deu fim ao Padroado e 
à união de Estado e Igreja Católica. A República garante em sua Carta Magna as diretrizes sociais que adota, no entanto, 
apesar de prever a Liberdade de Religião, o Código Penal condena crenças como o Espiritismo e as religiões 
afrodescendentes. A Carta Magna da República inicia também a separação tripartidária do Poder, excluindo a mediação 
Imperial, que era exercida por meio do Poder Moderador. Agora a política nacional seria dividida entre os Poderes 
Executivo, Legislativo e Judiciário. A Dinâmica de pleito presidencial a cada 4 anos também fica decidido nesse 
momento. Todo homem maior de 21 anos, que saiba ler e escrever torna-se obrigado a votar. Se a passagem do Império 
para a República foi quase um passeio, os anos que se seguiram ao início da República foram de grande agitação social. 
Movimentos insurgentes como a Revolução Federalista do Rio Grande do Sule Guerra de Canudos no Sertão da Bahia 
marcam o início da República por sua violência no combate aos seus opositores. O Presidente Marechal Deodoro da 
Fonseca renuncia em 1891 após a política econômica de encilhamento dar errado. A proposta empreendida por Rui 
Barbosa, Ministro da Fazenda do governo provisório permitia o aumento na emissão de papel moeda gerando uma 
grave crise econômica. Entre os 11 presidentes eleitos no período da Primeira República, um não chegou à posse por 
ocasião de morte, Francisco de Paula Rodrigues Alves morreu de gripe espanhola antes de sentar à cadeira de presidente 
e foi substituído por seu vice Delfim Moreira da Costa Ribeiro. Já Afonso Augusto Moreira Pena morreu durante 
mandato e foi substituído por Nilo Procópio Peçanha. 
 
→Código eleitoral de 1932: 
A Revolução de 1930 tinha como um dos princípios a moralização do sistema eleitoral. Com esse objetivo, um dos 
primeiros atos do governo provisório foi a criação de uma comissão de reforma da legislação eleitoral, cujo trabalho 
resultou no primeiro Código Eleitoral do Brasil. Em 6 de dezembro de 1930, Getúlio Vargas designou uma 
subcomissão legislativa pelo Decreto nº 19.459, para estudar e propor a reforma da lei e processos eleitorais. O 
recém-nascido Código Eleitoral de 1932 fez significativos avanços, atendendo às necessidades do povo brasileiro. Ele 
resultou na criação de um órgão regulador maior: a Justiça Eleitoral. A instituição passou a ser a responsável por 
todos os processos eleitorais como alistamento, apuração dos votos, reconhecimento e proclamação dos eleitos. Além 
disso, com a criação da Justiça Eleitoral, os pleitos de todo o país foram regulados no âmbito federal, estadual e 
municipal. Pela primeira vez, a legislação eleitoral fez referência aos partidos políticos, mas ainda era admitida a 
candidatura avulsa naquela época. Esse código já previa o uso de máquina de votar, o que curiosamente só veio a se 
efetivar na década de 90. O Código de 1932 também introduziu aos pleitos o voto secreto, o sistema de representação 
proporcional em dois turnos e a importante conquista do voto feminino. Esse direito foi obtido por meio do Código 
Eleitoral Provisório, de 24 de fevereiro de 1932. Mesmo assim, a conquista não foi completa. O código permitia que 
apenas as mulheres casadas (com autorização do marido), viúvas e solteiras com renda própria pudessem votar. As 
restrições ao pleno exercício do voto feminino só foram eliminadas no Código Eleitoral de 1934. No entanto, o voto 
feminino ainda não era obrigatório. 
 
→Eleição no brasil império: 
Quando falamos em eleições, muitos logo associam esse tipo de prática aos regimes de natureza essencialmente 
democrática. No Brasil, tendo em vista a ocorrência da época de ditadura militar no país, o direito de participação 
política plena dos cidadãos se constitui como uma conquista recente. Para alguns analistas, a existência do voto 
obrigatório chega a ser justificada como uma ação educativa, pelo pouco tempo que os brasileiros voltaram a escolher 
diretamente os seus representantes políticos. No entanto, o voto e o processo eleitoral não são nenhuma novidade em 
nossa história política. Já no ano de 1824, a constituição outorgada pelo imperador Dom Pedro I determinava a 
realização de eleições para a escolha de representantes dos poderes legislativo e executivo. Para ser considerado um 
eleitor apto, o cidadão deveria pertencer ao sexo masculino e ter no mínimo 25 anos. Essa idade mínima só não era 
válida no caso dos homens casados, clérigos, militares e bacharéis formados. Além dessas primeiras exigências, o 
sistema eleitoral daquela época instituiu o emprego do voto censitário. Nessa modalidade de sistema eleitoral, o 
cidadão só estaria apto a votar caso comprovasse uma renda mínima anual proveniente de empregos, comércio, 
indústria e propriedade de terras. Em uma sociedade escravista, observamos que a utilização do voto censitário 
excluía a grande maioria da população. Assim, o voto se transformava em um instrumento de ação política exclusivo 
das elites. Naquela época, as poucas pessoas consideradas aptas a exercer o voto não escolhiam diretamente os seus 
representantes. No império, os chamados cidadãos votantes eram divididos entre os eleitores de paróquia e os 
eleitores de província. Os eleitores de paróquia eram todos aqueles que comprovavam uma renda anual mínima de 
100 mil réis para votar nos eleitores de província, que, por sua vez, deveriam comprovar uma renda anual mínima de 
200 mil réis para votar nos candidatos a deputado e senador. Ao perceber tal organização, vemos que o nosso 
processo eleitoral era organizado de forma indireta. Ou seja, os cidadãos eleitores (eleitores de paróquia) elegiam os 
representantes (eleitores de província) que, por sua vez, escolheriam quem deveria ser eleito para os cargos da 
Câmara e do Senado. Vale lembrar que os deputados e senadores deveriam comprovar uma renda anual mínima ainda 
mais elevada do que os eleitores. Os candidatos à deputado deveriam ter renda mínima de 400 mil réis por ano e os 
candidatos ao Senado de 800 mil réis anuais. Dessa forma, vemos que os principais cargos legislativos do país eram 
unicamente alcançados por pessoas que tinham um poder aquisitivo bastante elevado naquela época e nunca poderiam 
contar com a participação das camadas populares. 
 →Estrutura jurídica do Brasil colônia: 
O Direito no Brasil colônia não surgiu de forma gradativa, através de uma evolução histórica como nos povos antigos. 
Ele surgiu através da imposição de uma vontade monolítica nas relações sociais, formando assim as bases da cultura e 
do ordenamento jurídico brasileiro. O período colonial foi o período em que Portugal se tornou metrópole do Brasil, 
que era sua colônia e que lhe enviava matérias primas, alimentos, minérios e todo tipo de produtos que se encontrasse 
aqui. Nesse período houve um intenso processo de povoamento, em que Portugal impôs seus costumes, religião e 
princípios sobre os nativos. Os indígenas tinham seus costumes, credos e valores baseados no transcendente, nos 
deuses, no poder da natureza; suas normas eram baseadas no sagrado, eles não possuíam nenhum ordenamento 
jurídico. Quando o europeu chegou, dezenas de nativos foram dizimados, o catolicismo lhes foi imposto e eles foram 
obrigados a se adaptar aos padrões de vida europeu. Já os negros escravos vindos da África, eram praticamente 
objetos, não tinham direitos e nem eram tratados como pessoas, porém conseguiram manter parte de suas tradições e 
cultura. O direito utilizado em Portugal, tinha como influência o direito romano. Da mesma forma que ele era 
aplicado na metrópole, ele veio para a colônia, para servir como ordem jurídica. Isso foi crucial para o Brasil, dado 
que as relações sociais daquela época não se assemelhavam às relações de Portugal, exigindo normas próprias e não 
cópias. A ordenação jurídica vigente em Portugal era uma compilação dos costumes e leis, a qual mudava quando 
havia um câmbio de reinado. As compilações eram conhecidas como Ordenações do Reino e foram elas: Ordenações 
Afonsinas (1446), Ordenações Manuelinas (1521) e Ordenações Filipinas (1603). Quando entraram em vigência na 
colônia, muitas normas perderam seu sentido e muitas lacunas apareceram, dado que as compilações não foram 
adequadas à realidade colonial. Para os casos de omissão de lei foram criadas as Leis Extravagantes, que 
disciplinavam várias matérias, principalmente sobre o direito comercial. No início da colonização a aplicação do 
direito se deu por meio dos forais, responsáveis por solucionar questões locais. Com a divisão das capitanias 
hereditárias as funções judiciais foram dadas aos donatários, que tinham como função administrar,legislar, acusar, 
julgar, etc. Eles tinham pleno poder por tudo que estava em suas terras. Porém, esse sistema foi falho, de modo que o 
governo colonial teve de se centralizar e ser coordenado por um governador-geral. Tomé de Souza foi o primeiro 
governador-geral do Brasil. A partir de então começaram a surgir os oficiais jurídicos, burocratas, legisladores, entre 
outros. Os ouvidores-gerais tiveram bastante importância nesse período, pois Portugal precisava de oficiais que 
aplicassem de maneira eficaz o direito lusitano, garantindo seus interesses. Os governadores-gerais administravam a 
colônia, já os ouvidores tomaram o lugar dos donatários e eram responsáveis pela aplicação fiel da lei lusitana. Com o 
passar do tempo, foi necessário a entrada de mais oficiais da justiça, causando a divisão das tarefas e criando três 
instâncias responsáveis por trabalharem juntas na aplicação das normas. O primeiro Tribunal foi criado na Bahia, em 
1587, mas o primeiro Tribunal a ser implantado foi no Rio de Janeiro, em 1751. Outro fator de importância no direito 
colonial foi a vinda da Inquisição, que buscava converter os nativos ao cristianismo e prender os homens acusados de 
heresia. É evidente então a participação do direito canônico na consolidação do direito brasileiro e na sociedade, uma 
vez que este regulava as condutas de acordo com os interesses da elite. As Ordenações Filipinas tiveram vigência no 
Brasil até 1822, quando foi proclamada a independência. Com a chegada da corte real ao Brasil, vieram, também, os 
juízes, que eram chamados de ouvidores do cível e ouvidores do crime (o nome variava conforme a especialidade que 
julgavam). Estes juízes formaram o que se denominou Casa da Justiça da Corte. Além das Ordenações, as fontes 
normativas utilizadas pelo judiciário da época eram: 
*Lex Romana Wisigothorum – direito comum dos povos germânicos; 
*Privilégios – direitos assegurados aos nobres pelos reis; 
*Forais – leis particulares locais, asseguradas pelos reis. 
 
Com a expansão do reino pela reconquista do território da península ibérica aos mouros, e a uniformização das 
normas legais, consolidadas nas Ordenações do Reino (Afonsinas de 1480, Manuelinas de 1520 e Filipinas de 1603), 
foram surgindo outras figuras para exercerem a função judicante e aplicarem as diversas formas normativas: 
 
*Juízes da Terra (ou juízes ordinários) – eleitos pela comunidade, não sendo letrados, que apreciavam as causas em 
que se aplicavam os forais, isto é, o direito local, e cuja jurisdição era simbolizada pelo bastão vermelho que 
empunhavam (2 por cidade). 
 
*Juízes de Fora (figura criada em 1352) – nomeados pelo rei dentre bacharéis letrados, com a finalidade de serem o 
suporte do rei nas localidades, garantindo a aplicação das ordenações gerais do Reino. 
 
*Juízes de Órfãos – com a função de serem guardiões dos órfãos e das heranças, solucionando as questões 
sucessórias a eles ligados. 
 
*Provedores – colocados acima dos juízes de órfãos, para o cuidado geral dos órfãos, instituições de caridade 
(hospitais e irmandades) e legitimação de testamentos (feitos, naquela época, verbalmente, o que gerava muitos 
problemas). 
 
*Corregedores – nomeados pelo rei, com função primordialmente investigatória e recursal, inspecionando, em 
visitas às cidades e vilas que integravam sua comarca, como se dava a administração da Justiça, julgando as causas 
em que os próprios juízes estivessem implicados. 
 
*Desembargadores - magistrados de 2ª instância, que apreciavam as apelações e os recursos de suplicação (para 
obter a clemência real). Recebiam tal nome porque despachavam ("desembargavam") diretamente com o rei as 
petições formuladas pelos particulares em questões de graça e de justiça, preparando e executando as deciões régias. 
Aos poucos, os reis foram lhes conferindo autoridade para tomar, em seu nome, as decisões sobre tais matérias, 
passando a constituir o Desembargo do Paço.”[8] 
 
*A Casa da Justiça da Corte passou, então, a se chamar Casa da Suplicação, mudando também sua função, 
constituindo-se um tribunal de apelação. 
 
*A Casa da Suplicação era formada por duas mesas, uma civil (do Civil) e uma criminal (do Crime), também 
conhecida como “casinha” e formalmente chamada de Desembargo do Paço (julgava as apelações criminais onde a 
pena imputada fosse a pena de morte, podendo ser agraciada, ou não, com a concessão da clemência real). 
 
Em 1521 o Desembargo do Paço transformou-se em corte independente e especial. Em 1532 foi criada a Mesa de 
Consciência e Ordens para resolver os casos jurídicos e administrativos que contavam com foro privilegiado, que 
eram os que referiam-se às ordens militar-religiosas: Ordem de Cristo, Ordem de Avis e Ordem de Santiago. 
Com o tempo a Mesa de Consciência e Ordens excedeu suas funções e passou a julgar as causas eclesiásticas que 
envolviam os clérigos do reino. Com a instituição dos Tribunais de Relação[9] como cortes de 2ª instância, a Casa da 
Suplicação passou a ser a Corte Suprema para Portugal e as Colônias. O Corregedor ou o Provedor é quem decidia o 
que podia ser considerado como instância última (a indicação das instâncias recursais variava pelo valor da causa) e, 
conforme o valor, a apelação poderia ser direta para o Tribunal de Relação. 
 
→Brasil reino: 
* Situação da Europa 
Guerras Napoleônicas contra a Gran-Bretanha; 
Bloqueio marítimo da França; 
Bloqueio continental (comercial) contra a Inglaterra; 
Tratado de Amiens - 1802 
 
*Portugal 
Ostracismo socioeconômico; 
Dependência das colônias; 
Aliança econômica com a Inglaterra – Tratado de Methuen em 1703; 
Convenção secreta de Londres -1807e o Tratado de Fontainebleau com a França 
Transferência da monarquia Portuguesa para o Brasil 
 
*A Corte no Brasil 
14 embarcações em 1808, 
Regente D. João; 
Instalação no RJ, 
Morte da Rainha e D. João torna-se rei de Portugal e Algarves; 
 
 *Medidas tomadas por D. João VI 
Abertura dos Portos 
estímulo ao estabelecimento de indústrias, 
construção de estradas, 
cancelamento da lei que não permitia a criação de fábricas no Brasil, 
reformas em portos, 
criação do Banco do Brasil, 
instalação da Junta de Comércio. 
 
*Reorganização do Estado Português no Brasil 
Ministérios do Reino 
Da Guerra e Estrangeiros, 
Da Marinha e Ultramar; 
O Real Erário (Ministério da Fazenda – 1821); 
Conselho de Estado; 
Desembargo do Paço; 
Mesa da Consciência e Ordens; 
Conselho Supremo Militar. 
 
*Efeitos das mudanças: 
Multiplicação e distanciamento social das entidades e repartições públicas; 
Déficit na manutenção do Estado; 
Maior cobrança na arrecadação de impostos. 
 
 *Dominação inglesa 
Fim do colonialismo da Idade Moderna e início do Imperialismo inglês. 
Protecionismo comercial em detrimento da metrópole. 
Prejuízo nas relações comerciais do Brasil com outros países. 
 
*Justiça no período Joanino 
Conselho Supremo Militar 
Conselho de Justiça 
Fusão do Desembargo do Paço com a Mesa da Consciência e Ordens = Meza do Desembargo do Paço e a Mesa da 
Consciência e Ordens; 
Tribunais de Relação 
Casa da Suplicação no RJ (STJ) 
Intendência Gral da Polícia; 
Juiz Conservador da Nação Britânica 
 
*Reino Unido 
Indefinição do status jurídico do Brasil; 
Impossibilidade de manutenção do Pacto colonial; 
Situação fática reconhecida internacionalmente. 
 
 
→Comparação do art. 5 a pena aplicada a Tiradentes: 
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos 
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à 
propriedade, nos termos seguintes:III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante; 
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato; 
 
No século 18, o Brasil era uma colônia portuguesa que gerava grandes lucros para sua metrópole, em função do ouro 
e dos diamantes que haviam sido descobertos na região que ficou conhecida como a das Minas Gerais.Essa região 
tornou-se o centro econômico e cultural do país. Nela surgiram várias cidades ricas e importantes, como Vila Rica 
(atual Outo Preto), São João Del Rei e Sabará.
 
 Portugal explorava o ouro brasileiro, mas nem todas as pessoas 
ligadas ao garimpo pagavam os impostos que a metrópole cobrava. Também havia muito contrabando das riquezas 
minerais. Além disso, essas riquezas não eram infinitas e começaram a se tornar escassas. O governo português, 
porém, acreditava que a diminuição no volume de seus lucros com a mineração se devia ao contrabando e à 
sonegação dos brasileiros. Por isso, começou a aumentar os impostos e tomar medidas repressivas contra os naturais 
da terra.
 
 Desse modo, os brasileiros se revoltaram e isso aconteceu quase na mesma época em que os Estados 
Unidos se tornaram independentes da Inglaterra. Ao mesmo tempo, na Europa, filósofos e pensadores criticavam a 
monarquia e o poder absoluto dos reis. Tudo isso influenciou as elites de Minas Gerais e as levou a conspirar em prol 
da Independência. A maioria dos conspiradores eram homens ricos e cultos como Cláudio Manuel da Costa e Tomás 
Antônio Gonzaga.
 
 Pobre, somente o Tiradentes, que era um simples alferes (cargo militar semelhante ao de 
tenente), e que tinha esse apelido por exercer também o ofício de dentista. Entretanto, era ele quem saía às ruas, 
procurando conquistar a adesão do povo ao movimento. Resultado, durante o julgamento, todos os que tinham posses 
conseguiram escapar da pena máxima, trocando-a pela prisão ou pelo exílio.
 
 Quanto a Tiradentes, acabou 
condenado à morte e ao esquartejamento, para que as partes de seu corpo ficassem expostas ao público, de modo a 
desencorajar outras tentativas de rebelião. Executado como um criminoso, Tiradentes se transformou no primeiro 
herói brasileiro, logo após a nossa Independência, em 1822.

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