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Introdução O envelhecimento é um processo contínuo durante o qual ocorre declínio progressivo de todos os processos fisiológicos. Mantendo-se um estilo de vida ativo e saudável, podem-se retardar as alterações morfofuncionais que ocorrem com a idade (Nobrega et al, 1999). Durante o processo de envelhecimento ocorrem muitas alterações morfofuncionais como: a altura começa a diminuir, a composição corporal se modifica, há uma diminuição na massa muscular e consequentemente na força muscular, há também a diminuição da massa óssea, há um aumento da massa cardíaca e da pressão arterial sistólica, diminui-se a capacidade do VO2 máximo, entre outras. (Spirduso apud Trindades et al, 2007). De acordo com critérios da Organização Mundial de Saúde, citada por Gali (2001), 1/3 das mulheres brancas acima dos 65 anos são portadoras de osteoporose. A osteoporose é uma doença metabólica do tecido ósseo, caracterizada por perda gradual de massa óssea, que enfraquece os ossos, por deterioração da microarquitetura tecidual, tornando-os mais frágeis e suscetíveis às fraturas (Guarniero e Oliveira, 2004). A osteoporose pode ser primária ou secundária. A forma primária é classificada em dois tipos: tipo I e tipo II. No tipo I, também conhecida por tipo pós-menopausa, existe rápida perda óssea e ocorre nas mulheres recentemente menopausadas. A tipo II é relacionada ao envelhecimento e aparece por deficiência crônica de cálcio e diminuição da formação óssea. A osteoporose secundária é decorrente de processos inflamatórios, como a artrite reumatoide, alterações endócrinas, mieloma múltiplo, por desuso, por uso de drogas. A prática da atividade física é recomendada para manter e/ou melhorar a densidade mineral óssea e prevenir a perda de massa óssea. A atividade física regular melhora a força, a massa muscular e a flexibilidade articular, diminui a incidência de quedas, o risco de fraturas e a mortalidade em portadores de doença de Parkinson. (Nobrega et al, 1999). Um programa ideal de atividade física deve ter exercícios aeróbios de baixo impacto, exercícios de fortalecimento muscular e para melhora da propriocepção, a fim de diminuir a incidência de quedas. Os exercícios aeróbios de baixo impacto, como caminhadas, estimulam a formação osteoblástica e previnem a reabsorção, exercícios com pesos leves aumentam a massa muscular e a força dos músculos esqueléticos. O treinamento proprioceptivo visa melhorar o padrão da marcha, o equilíbrio e reflexos, sempre para prevenir quedas, já que as fraturas são muito relacionadas à estas. O benefício primário da atividade física pode ser evitar perda óssea que ocorre com a inatividade, o que de certa maneira pode reduzir o risco de fraturas. Entretanto não pode ser recomendada como substituta do tratamento medicamentoso apropriado (Gali, 2001). Este trabalho tem como objetivo montar um programa de treinamento para uma idosa com osteoporose afim de auxiliar na melhoria do aumento da densidade óssea. Treinamento Podemos definir exercício físico como qualquer movimento realizado pelos músculos esqueléticos, resultando num gasto energético acima dos níveis de repouso. O treinamento de força é definido como forma gradual de resistência a contração muscular, para estimular a massa óssea, além de causar ganhos de massa óssea nos membros superiores e inferiores ajuda numa boa qualidade de vida dos indivíduos com doenças crônicas. (Pellegrinotti, 2008, Souza e Pinto, 2012). Quando praticado ele pode se tornar um grande aliado no tratamento da patologia e promover um aumento significativo na massa óssea, contribuindo em um ótimo ganho de força, massa e resistência muscular, melhorando a coordenação e flexibilidade nos idosos, colaborando desta maneira num grande benefício de força na vida diária. Lima e Vasconselos (2003) relatam que a densidade óssea durante o crescimento aumenta com exercícios com sobrecarga e na fase adulta esses exercícios reduzem pela metade a perda de massa óssea. De acordo com Santos e Amorim (2002), as atividades com pesos além de aumentar a massa óssea, também aumentam a força dos músculos esqueléticos, melhorando a flexibilidade e a coordenação e evitando a queda das pessoas idosas. Além disso, esse tipo de exercício estimula a liberação de hormônios anabolizantes, o que reflete numa melhor osteogênese. Avatar Mulher 65 anos 71 kg 1,65 m de altura Tem osteoporose Pratica atividade física regular Realiza 30h de caminhada 5 dias por semana Não tem doenças, além da osteoporose Força Máxima: 50 kg FCM: 150 bpm FCR: 55bpm Recomendação de atividade física (ACSM) Atividades aeróbias com sustentação do peso corporal 3-5 dias/semana Intensidade moderada (40% a < 60% da VO2R ou da FCR) Atividades de resistência 2-3 dias/semana Intensidade moderada (60-80% de 1RM) 8 a 12 repetições 30-60 min/dia de uma combinação de atividades aeróbias com sustentação do próprio peso corporal e de resistência. Programa de treinamento Número de Exercícios: 1-3 por grupamento muscular Frequência: 3 vezes por semana. Sessão: 60 minutos. Método de montagem: Direcionado por grupamento muscular e múltiplas série Volume: 2 séries para cada exercício. Intensidade: 60% de 1RM, 30 KG Repetições: 15 por exercício. Duração do intervalo de descanso: 1 minuto para cada série Objetivos: Melhoria da qualidade de vida, melhorar a saúde óssea, reduzir os riscos de queda, aumentar a força muscular e o nível de atividade física. Movimento articular Músculos priorizados Material utilizado Nome popular Adução horizontal do ombro Peitoral maior Barra/ Banco Supino reto Adução de ombro Peitoral maior Polia alta CrossOver Extensão de joelho Quadríceps Maquina Hack Agachamento Hack Extensão de joelho Quadríceps Cadeira extensora Cadeira extensora Extensão de joelho Quadríceps Leg press Leg press Adução do ombro Latíssimo do dorso Pulley frente Pulley frente Abdução horizontal do ombro Dorso Crucifixo maquina Crucifixo Inverso Abdução do quadril Glúteo médio Cadeira abdutora Cadeira abdutora Extensão do quadril Glúteo maquina Glúteo na maquina Extensão do quadril Glúteo médio Polia baixa Glúteo na polia baixa Flexão plantar Tríceps sural Maquina Elevação de Gêmeos sentado Flexão plantar Tríceps sural Maquina Elevação de Gêmeos Dorsiflexão Tibial anterior Halteres Dorsiflexão com halteres Dorsiflexão Tibial anterior Leg press Dorsiflexão leg press Rotação para o mesmo lado Reto e oblíquos Polia Rotação para o mesmo lado Flexão da coluna Reto do Abdome Colchonete Abdominal supra 4.1 Programa A 4.2 Programa B Movimento articular Músculos priorizados Material utilizado Nome popular Elevação das escapulas Trapézio Halteres Encolhimento Abdução dos Ombros Trapézio Polia baixa Remada alta Extensão do quadril Isquiotibiais Barra Stiff Flexão do quadril Isquiotibiais Barra Bom Dia Flexão dos joelhos Isquiotibiais Mesa flexora Mesa flexora Flexão dos ombros Deltoide Halteres Elevação frontal Adução horizontal do ombro Deltoide Polia média Remanda aberta Adução do quadril Adutores do quadril Barra Agachamento Sumo Adução do quadril Adutores do quadril Cadeira adutora Cadeira adutora Adução do quadril Adutores do quadril Polia Baixa Adução no cross Extensão de cotovelo Tríceps braquial Halteres Tríceps francês Extensão de cotovelo Tríceps braquial Maquina Fundos em maquina Flexão do cotovelo Bíceps braquial Halteres Rosca direta Flexão do cotovelo Bíceps braquial Halteres Rosca Scott Extensão da Coluna Paravertebrais Bola Extensão da coluna na bola 4.3 Programa C Movimento articular Músculos priorizados Material utilizado Nome popularAdução horizontal do ombro Peitoral maior Crucifixo maquina Crucifixo maquina Adução do ombro Latíssimo do dorso Pulley frente Pulley frente Abdução dos Ombros Trapézio Polia baixa Remada alta Abdução horizontal do ombro Deltoide Polia média Remanda aberta Flexão do cotovelo Bíceps braquial Halteres Rosca direta Extensão de cotovelo Tríceps braquial Maquina Fundos em maquina Extensão de joelho Quadríceps Maquina Hack Agachamento Hack Extensão do quadril Glúteo maquina Glúteo na maquina Flexão do quadril Isquiotibiais Barra Bom Dia Adução do quadril Adutores do quadril Barra Agachamento Sumo Flexão plantar Tríceps sural Maquina Elevação de Gêmeos Dorsiflexão Tibial anterior Halteres Dorsiflexão com halteres Flexão da coluna Reto do Abdome Colchonete Abdominal supra Extensão da Coluna Paravertebrais Bola Extensão da coluna na bola Referência Bibliográficas CRISPIM, Silvia M. et al, Treinamento resistido com pesos no tratamento da osteoporose em mulheres. Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício, Vol. 2, N. 7, p.97-109, 2008. CUNHA, C. E. W. et al, Os exercícios resistidos e a osteoporose em idosos. Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício, Vol.1, N.1, p.18-28, 2007 GALI, Julio Cesar. Osteoporose. Acta ortop. bras., São Paulo , Vol. 9, N. 2, p. 53-62, 2001. GERALDES, Amandio A. R. Exercício como estratégia de prevenção e tratamento da osteoporose: potencial e limitações. Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício, Vol. 2, 2003. LIMA, Marisa Mello e VACONSELOS, Virgínia Ribeiro de. A influência do treinamento com peso em mulheres como prevenção da osteoporose - uma revisão bibliográfica. Revista Digital Vida e Saúde. V. 2, n. 2, maio/ junho 2003. NETO, A. M. P. et al, Consenso brasileiro de osteoporose 2002, Rev. Bras. Reumatol, Vol. 42, N. 6, 2002. NOBREGA, Antonio Claudio Lucas da et al . Posicionamento oficial da Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte e da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia: atividade física e saúde no idoso. Rev Bras Med Esporte, Vol. 5, N. 6, p. 207-211, 1999. PELLEGRINOTTI, I. L. Atividade física e esportes: a importância no contexto saúde do ser humano. Revista Atividade física e saúde. Vol 3 N. 1 p. 22-28, 1998. Salvador Romero et. Al. Impact of resistance circuit training on neuromuscular, cardiorespiratory and body composition adaptations in the elderly. Aging and disease, The Journal of Strength & Conditioning Research. vol. 4, n. 5, p. 256, 2013. SANTOS, Hugo Jose Xavier e AMORIM, Shirley Vidal. Fatores que influenciam na prevenção e tratamento da osteoporose. Revista Digital Vida e Saúde. V. 1, n. 3, dezembro/ janeiro 2002. TRINDADES, Raquel Bakalow et al. Exercício de resistência muscular e osteoporose em idosos. Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte, Vol. 6, N. 3, p. 79-86, 2007.
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