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pesquisa e pratica em educação III

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FACULDADE ESTÁCIO DE SÁ.
COMPONENTE CURRICULAR: PESQUISA E PRÁTICA EM EDUCAÇÃO III. 
ALUNA: LARISSA GABRIELA FARIAS DA SILVA
MATRÍCULA: 201608020754 
O texto incialmente relata a questão da importância da educação para o futuro de um país, de como o investimento em educação na rede pública é importante para formação de cidadões que possam contribuir consequentemente para o crescimento do país. As escolas brasileiras enfrentam diariamente problemas pela falta de um governo de qualidade, que diz respeito a investimentos, melhorias, infra – estrutura e até mesmo pela falta de professores , que é um grande problema , o que acarreta no mal funcionamento da escola e no cumprimento do seu dever na sociedade. Mas além de todos os problemas que a escola enfrenta para cumprir seu papel ainda existe mais uma barreira: a desorganização familiar, pois a escola e a família precisam caminhar juntas para obter êxito na educação das crianças. 
O texto relata a história de vida de dois garotos: Anderson e Juninho devido aos fatores citados acima que são: organização familiar e a formação escolar tiveram futuros diferentes. Anderson é exemplo de uma criança que cresceu em um ambiente familiar organizado, embora simples mas o mais importante nunca faltava que era o incentivo, a preocupação e a relação familiar. Os pais de Anderson que são: Dona Mara e Seu Evaldo, nunca tiveram também boas oportunidades de estudo, bem como não são bem sucedidos financeiramente, mas procurou durante toda vida incentivar seu filho a tirar boas notas e a procurar a paixão pelos estudos garantindo a eles que estudar seria bom e fundamental para um futuro diferente, e talvez até melhor do que viviam. Seus pais vibravam e também se entristeciam com cada nota escolar e Andersom via neles as diferentes expressões, pois sabia que era muito valioso para eles um boletim escolar com notas boas; e começou desta forma, a despertar na criança o desejo de surpreender, de agradar e der ser gratificado e reconhecido pelo seu esforço. Anderson aprendeu que quando estudamos não apenas por obrigação ou por ver o estudo como algo necessário para se ter um bom emprego e consequentemente um bom salário, acabamos acreditando no valor de estudar, de ter cada vez mais conhecimentos e acabamos nos motivando a estudar ainda mais. Dessa maneira, Dona Maria e Seu Evaldo, apostaram em toda a educação que deu a seu filho Anderson, e que ele teria grandes chances de um sucesso escolar garantido, mas encontraram um obstáculo surpreendente para esse sucesso que foi a própria escola. Após conseguir concluir o ensino médio Anderson não teve boas experiências profissionais, a sua primeira foi muito cedo aos 17 anos onde trabalhou por quase um ano em uma pequena fábrica de sapatos, onde só tinha hora pra entrar (as 7h) e só ia embora quando não tivesse mais serviço, além disso ganhava apenas 10 reais por hora o que totalizava no mês R$ 250,00 reais. Anderson encontrou mais tarde uma outra oportunidade que parecia muito boa, pois diferente da anterior tinha hora de entrada e saída ( das 7h as 17h), embora fosse um trabalho perigoso e cansativo, por trabalhar com madeira e pó o dia inteiro; esse trabalho era de ajudante em uma marcenaria, ganhava melhor: 20 reais por hora. Andersom ficou na marcenaria por sete meses até ser indicado para trabalhar em um galpão, o dono exigia uma pessoa de boa família, educado, confiável e que tivesse ao menos concluído o ensino médio (tudo o que Andersom tinha para oferecer), ele logo encarou o serviço. Sendo assim esses dois fatores: educação familiar e ensino médio completo fizeram com que Anderson abandonasse os empregos informais por onde tinha passado e conseguisse um com seus direitos trabalhistas e que ele pudesse trabalhar de forma justa.
É neste contexto que entra a relação de Anderson e Juninho, pois o segundo diferente de toda a educação familiar e incentivo que Anderson teve nunca tivera todo esse amparo familiar; Juninho originado de uma família “típica ralé brasileira” não teve a sorte de ter um ambiente familiar seguro e organizado, o que de certa forma o fez tomar outros rumos diferentes do de Anderson. Sua família muito simples, marcada pela necessidade básica e material permanente, era constituída por seu pai, seu Jonas trabalhava entregando frutas através de um trabalho pouco remunerado e que gastava todo o pouco dinheiro que ganhava com bebida, pois era alcoólatra; o que fazia com que sua mãe tivesse que trabalhar como faxineira. Além de não sustentar sua família como deveria, seu Jonas era violento e Juninho vivia a insegurança no seio familiar. O trabalho de faxineira, obrigava sua mae, Dona Luiza à trabalhar o dia todo, e isso impedia sua relação com juninho. As “famílias ralé” que são aquelas que não se encaixam nos princípios educacionais, são desvalorizados perante os olhos de toda a sociedade, marginalizados e condenados a uma posição de cidadão de segunda classe; esta, que não costumam incentivar os seus filhos as estudarem e buscarem um futuro através da educação, pois na verdade eles nunca conheceram essa educação, porque também são na maioria das vezes oriundos de famílias desestruturadas onde a educação não é o objetivo de todos, ou seja: Não há como incentivar algo que fuja da sua realidade. Desta forma, Juninho cresce e aos 25 anos trabalha como vendedor ambulante onde tem um rendimento semanal de aproximadamente : R$ 100,00; Anderson teve um futuro diferente de Juninho, pois encontrou no seio familiar o carinho, o respeito, a confiança, a segurança que o fez tornar um cidadão autoconfiante.
Mesmo com uma boa qualidade de vida familiar, Anderson não escapou da má fé institucional (na escola) A dificuldade com as disciplinas de física e matemática fizeram com que Anderson fosse castigado pela escola, onde passou a desacreditar de si mesmo e das capacidades que sua família tinha construído. Escola esta que deve ser preparada e com métodos para se trabalhar isso na criança de forma lúdica e construtiva, fazendo com que ela cresça se descobrindo e descobrindo o mundo e não criando medos nem barreiras, mas infelizmente essa não é uma realidade das escolas públicas brasileiras atuais, que apenas vê esse aluno carente oriundo da “ralé brasileira” , que são mal educados, agressivos, desinteressados nas maioria das vezes e não trabalham isso na criança e esses aspectos com o passar do tempo vão se tornando como se fosse da “ natureza” desses alunos, o que é um grande problema. Desta forma a escola não cumpre o seu papel de transformar e passa então a apenas: castigar, punir aqueles que não presentam bom comportamento criando também na criança a falta de vontade de ir à escola, pois ele sabe que lá não terá coisas boas e prazerosas, mas sim castigos e punições perante aos seus atos, que embora errado são apenas atos inocentes de crianças que não tiveram a sorte de uma estrutura familiar organizada e nasceram marginalizados e estão ali para que a escola cumpra seu papel de ao menos tentar transformar essa realidade. 
A má fé institucional é capaz de construir em cada criança a insegurança e o medo e levar isso com ela até mesmo quando chegarem à idade adulta, trazendo problemas, consequências durante toda sua trajetória acadêmica. Este fenômeno seria responsável por enfraquecer aquela que deveria ser a função mais importante dos serviços públicos: a diminuição das injustiças sociais. Na escola, por exemplo, os filhos de famílias pobres chegam completamente despreparados para uma disciplina que só pode ser assimilada por quem já a exercita em casa. Muitos dos pais desses alunos também foram excluídos da educação escolar pelo mesmo motivo. Ainda assim, essas crianças encontram a acolhida adequada por parte de apenas alguns professores. Em geral, o sistema escolar rende-se aos valores meritocráticos e as abandona. Desse modo, muitas vezes, acentua ao invés de moderar as diferenças sociais entre os alunos. Anderson após anos de frequências a essas instituições escolares tem sua via atual cercada pelo medo e a insegurançaque ela lhe alegou, não se sente confortável no ambiente escolar o que lhe impede de tentar fazer um curso técnico que se encaixaria no seu trabalho atual e poderia fazer com que ele tivesse um salário melhor após uma formação técnica. Mas mesmo com todos os medos, sonha com a possibilidade de ter uma vida melhor. Anderson diferente de Juninho sente o seu fracasso escolar hoje, pois foi incentivado durante toda a infância através da sua família e mesmo com todas as dificuldades e humilhações a viver a escola como era pra ser, e ele se esforçava em aprender e ver um aprendizado em meio a cada dificuldade e já Juninho nunca teve esse incentivo através da sua casa, da sua família, ele nunca viveu a escola como era pra ser, só viu as dificuldade e as barreiras impostas por ela por isso não sente hoje tanto esse fracasso e meio que se “ conforma” com a realidade que vive hoje como vendedor ambulante. Ambos sabem a capacidade do conhecimento, porém Anderson apenas tem a capacidade de sentir essa importância. 
“A má fé institucional foi capaz de atingir tanto a ralé estrutural, cuja miséria moral e material apenas encontra sua confirmação e institucionalização nas escolas públicas, quanto as demais frações da classe baixa que , apesar da renda precária, não deixam de ser contempladas com uma vida familiar organizada e com algum conhecimento incorporado”, essa classe baixa que é originada de uma família mais estruturada que incentiva a criança e fortalece a relação escola x família, teria ainda uma chance de um futuro diferente mas devido a má fé institucional não tem a escola como suporte para essa parceria, e sim encontra apenas dificuldades nesta caminhada. 
A Educação tem um papel decisivo de tornar uma sociedade igualitária, comprometida com a cidadania, não surte efeito quando a desorganização familiar e a má-fé institucional determinam o fracasso escolar seguido do fracasso profissional. O texto de Lorena Freitas em suma, exemplifica dois casos para compararmos: o da família organizada e o da família desorganizada. Formadas por sujeitos de baixa renda, estes dois grupos familiares se distinguem pela a afeição ao mundo escolar que caracteriza fortemente a sua inserção no mercado capitalista como úteis e produtivos a sociedade. Porém, um outro fator irá determinar os passos a serem seguidos, professores incapacitados não exercem o seu papel –alguns deles vítimas do próprio sistema no qual hoje são parte integrante consciente ou inconsciente aqueles que se ajustam às exigência e tem bom desempenho, e aqueles que não se ajustam e fracassam, ou seja, os que podem ser úteis futuramente à sociedade e aqueles que estão fadados ao fracasso e às posições desqualificadas e pouco úteis. A má-fé institucional na rede pública, gira em torno de uma seletividade que naturaliza classes sociais como vítimas de sua constituição biológica e não como vítimas de uma processo de socialização específico, o que afeta em cheio a ralé, que nunca foi alvo de uma política pública destinada a reinventá-la como classe social integrante desta sociedade capitalista excludente. O fracasso da ralé, está numa proximidade constante com o processo histórico dado no Estado brasileiro e sua subdivisão de seres humanos capazes e incapazes, e assim continua com os “dignos”, os que habitam mais ao centro, e os “indignos” que permanecem nas periferias, marginais as políticas públicas.

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