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Civil III Resumo Aula 7

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Rio, 03/11/16 – Da doação – art.’s 538 a 564 – Aula 7
Conceito
No Brasil para que aconteça a doação será necessário um acordo de vontades. O contrato de doação pressupõe duas manifestações de vontades, uma do doador e outra da manifestação de vontade do donatário. Não se faz beneficio contra a vontade de alguém. Herança não é doação, pois só se da após a morte e a doação acontece entre duas pessoas vivas. Independentemente do valor, se for transmitido uma determinada coisa para outra pessoa gratuitamente isso é uma doação. Existem três tipos de doações; as doações puras (não apresente nem condições nem encargo), as adoções condicionais (sujeito a eventos futuros e incertos) e as doações sujeito a encargo (obrigação que deverá ser cumprida).
Art. 538. Considera-se doação o contrato em que uma pessoa, por liberalidade, transfere do seu patrimônio bens ou vantagens para o de outra.
Este artigo trata de um contrato de doação pura, pois não apresenta nenhuma condição nem encargo. É unilateral, pois gera obrigações apenas para quem doa e é um contrato gratuito. 
Art. 539. O doador pode fixar prazo ao donatário, para declarar se aceita ou não a liberalidade. Desde que o donatário, ciente do prazo, não faça, dentro dele, a declaração, entender-se-á que aceitou, se a doação não for sujeita a encargo.
É possível fazer uma doação para alguém e vincular esta adoção ao cumprimento de um encargo (obrigação) podendo ser de dar, fazer ou não fazer. 
Exemplos: É muito frequente as pessoas fazerem doações de imóveis e atrelam a propriedade de um imóvel a um encargo especifico do tipo; “estou doando pra você este sítio, mas você assume o compromisso de ao final de cada ano doar uma determinada quantia a uma instituição de caridade”.
OBS: O encargo é uma obrigação que deve ser cumprida, caso contrário o donatário estará inadimplente. Na condição não. O exemplo mencionado acima é sobre um encargo. 
Art. 555. A doação pode ser revogada por ingratidão do donatário, ou por inexecução do encargo.
Exemplo: Doei uma determinada coisa para uma pessoa e vinculei esta adoção a uma obrigação, a pessoa aceita, tornando-se proprietária daquele objeto e depois não cumpre com a obrigação. Será cabível neste caso uma ação de cobrança exigindo que ela cumpra o que foi previsto no contrato e posso revogar aquela doação, pegando-a de volta.
Art. 562. A doação onerosa pode ser revogada por inexecução do encargo, se o donatário incorrer em mora. Não havendo prazo para o cumprimento, o doador poderá notificar judicialmente o donatário, assinando-lhe prazo razoável para que cumpra a obrigação assumida.
Art. 540. A doação feita em contemplação do merecimento do donatário não perde o caráter de liberalidade, como não o perde a doação remuneratória, ou a gravada, no excedente ao valor dos serviços remunerados ou ao encargo imposto.
Exemplificando: Tício doa uma casa a Mévio que vale R$500.000,00. Os encargos que Mévio tem é fazer a doação durante dez de R$1.000,00 para uma instituição de caridade. Existe um bem no valor de R$500,000,00 com encargos de R$10.000,00.
O que o artigo 540 está querendo dizer é que o contrato é misto, sendo onerosa até o valor do encargo. No restante é uma liberalidade. Fazendo uma melhor interpretação, mas unindo ambos os artigos, a doação por encargo é onerosa até o montante do encargo e é gratuita a partir daquele valor, caracterizando-se um contrato misto.
Art. 541. A doação far-se-á por escritura pública ou instrumento particular. 
Parágrafo único. A doação verbal será válida, se, versando sobre bens móveis e de pequeno valor, se lhe seguir incontinenti (imediatamente) a tradição.
Art. 108. Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é essencial à validade dos negócios jurídicos que visem à constituição, transferência, modificação ou renúncia de direitos reais sobre imóveis de valor superior a trinta vezes o maior salário mínimo vigente no País.
Art. 1.227. Os direitos reais sobre imóveis constituídos, ou transmitidos por atos entre vivos, só se adquirem com o registro no Cartório de Registro de Imóveis dos referidos títulos (arts. 1.245 a 1.247), salvo os casos expressos neste Código.
Resumindo: para fazer a transferência de um imóvel para outra pessoa, essa transferência, seja compra e venda ou doação, até trinta salários mínimos far-se-á por instrumento particular, a partir disto só por escritura pública. Mas de acordo com o art. 1.227 não adianta somente isso, pois será necessário também o registro em cartório de registro de imóveis. Se você adquiriu um bem e não registra este bem, ele não lhe pertence. O registro é sempre necessário, o que não é necessário é sempre a escritura pública. A doação de um imóvel é sempre solene, pois sempre será feita por escrito e será necessário o seu registro no cartório de registro de imóveis. A solenidade é que irá variar de acordo com o valor do imóvel. A doação não pode ser feita por forma livre, de forma verbal, somente solene.
A doação de uma coisa móvel de grande valor precisa ser feita por escrito, só é permitido à doação verbal de coisas móveis de pequeno valor. Quando a doação é de coisa móvel e o valor é alto o donatário até para se resguardar deve pedir algum documento escrito (exemplo do anel de brilhantes). A doação é sempre solene sendo de coisa imóvel ela é sempre será feito por escrito público ou particular conforme o valor. Sendo de coisa móvel será por escrito se o bem for de grande valor e vai ser de formação real, pois exige a transmissão do objeto caso a coisa seja de pequeno valor.
Art. 542. A doação feita ao nascituro valerá, sendo aceita pelo seu representante legal.
Lei 6.015/73 - Art. 53. No caso de ter a criança nascido morta ou no de ter morrido na ocasião do parto, será, não obstante, feito o assento com os elementos que couberem e com remissão ao do óbito. (Renumerado do art. 54, com nova redação, pela  Lei nº 6.216, de 1975).
§ 1º No caso de ter a criança nascido morta, será o registro feito no livro "C Auxiliar", com os elementos que couberem. (Incluído pela Lei nº 6.216, de 1975).
§ 2º No caso de a criança morrer na ocasião do parto, tendo, entretanto, respirado, serão feitos os dois assentos, o de nascimento e o de óbito, com os elementos cabíveis e com remissões recíprocas. (Incluído pela Lei nº 6.216, de 1975).
É possível uma doação a nascituro. A doação a nascituro é uma ação sujeita a uma condição suspensiva, pois para a transferência do bem o nascituro precisará nascer com vida. É um evento futuro incerto, doação condicional.
Art. 543. Se o donatário for absolutamente incapaz, dispensa-se a aceitação, desde que se trate de doação pura.
Art. 111. O silêncio importa anuência, quando as circunstâncias ou os usos o autorizarem, e não for necessária a declaração de vontade expressa.
A casos que o silencio é considerado como sim e outros casos como não. É possível uma doação a um incapaz, desde que o representante aceite. 
Art. 546. A doação feita em contemplação de casamento futuro com certa e determinada pessoa, quer pelos nubentes entre si, quer por terceiro a um deles, a ambos, ou aos filhos que, de futuro, houverem um do outro, não pode ser impugnada por falta de aceitação, e só ficará sem efeito se o casamento não se realizar.
É uma doação condicional, futura e incerta, sendo essa condição a esta pessoa a se casar com uma específica. A doação propter núpcias é um presente de casamento, é a doação com vistas a um casamento futuro. Caso esse casamento não aconteça, por lei, está pessoa teria que devolver o presente que ganhou antecipadamente pelo casório. Então a adoção por prole eventual é a adoção que será feita vinculada a transferência de um bem ao surgimento de um possível filho naquela família. 
Art. 544. A doação de ascendentes a descendentes, ou de um cônjuge a outro, importa adiantamento do que lhes cabe por herança.
Quando uma pessoa vem a falecer o patrimônio dela irá para alguém e então é feita a ordem de vocação hereditária. Todo mundo que morre deixará o seu patrimônio para alguém,isso é certo. A forma dessa ordem segue de acordo com as categorias. A regra do direito sucessório é o mais próximo exclui o mais remoto, só se parte para outra categoria se ninguém responder. A ordem segue assim; descendentes e o cônjuge, ascendente e o cônjuge, caso a pessoa não tenha filhos (descendentes) ou seus pais (ascendentes) o cônjuge herdara tudo. Caso não haja descendentes, ascendentes ou cônjuge, a ordem após essas três categorias é chamar os colaterais na ordem de 1° grau, 2° grau, 3° grau e 4° grau. A nossa legislação só considera os colaterais até o 4° grau. E caso a pessoa venha a falecer e não tenha feito testamento e não tenha descendentes, ascendentes, cônjuge ou até mesmo colaterais, este patrimônio irá para o município. Mas se a pessoa venha a falecer e só tenha o filho do primo? O patrimônio irá para o município, pois a nossa legislação só reconhece até o 4° grau. A menos que aja um testamento direcionando esse patrimônio, desta forma poderá qualquer pessoa se apropria, até mesmo o filho do primo. 
Quando uma pessoa doa um bem para um descendente isso não é definitivo, pois será conferido na hora do inventario. Tudo que se é doado em vida, após o falecimento do doador voltara para o inventário. Caso o donatário tenha vendido este bem terá que trazer o valor. Caso um pai queira vender um de seus bens para um de seus filhos necessitara da assinatura dos outros irmãos autorizando a compra e ocorrera a verificação para se ter certeza se os valores são justo para não ser burlado o patrimônio de herança, este é definitivo. Ninguém poderá deserdar ninguém, somente de acordo com o que está previsto na lei.
Art. 2.002. Os descendentes que concorrerem à sucessão do ascendente comum são obrigados, para igualar as legítimas, a conferir o valor das doações que dele em vida receberam, sob pena de sonegação.
Parágrafo único. Para cálculo da legítima, o valor dos bens conferidos será computado na parte indisponível, sem aumentar a disponível. 
Exemplo: Mévio tem aquele filho favorito e ao longo do tempo em vida faz doações de seus bens a este sem o consentimento dos outros irmãos. Por ocasião da morte de Mévio, este filho que foi recebendo doações do pai durante um tempo deverá trazer todos esses bens para o inventário. Caso os bens tenham sidos vendidos deverá o filho trazer o equivalente em dinheiro para por no inventario para ser feita a divisão da herança. Se esse filho que foi beneficiado em vida não traz esses bens para o inventario, perderá o direito a herança. Isso que é pena de sonegação que retrata o artigo acima. O beneficiado deverá trazer os bens espontaneamente para o inventario, caso contrário os irmãos no momento do inventário poderão indicar que aquelas doações aconteceram e o donatário perderá o direito de herança.
Art. 547. O doador pode estipular que os bens doados voltem ao seu patrimônio, se sobreviver ao donatário.
Parágrafo único. Não prevalece cláusula de reversão em favor de terceiro.
 É permitida no direito brasileiro a doação com clausula com direito a reversão. Esta clausula não é automática, pois o correto é se foi doado algum bem para determinada pessoa é que após o seu falecimento ela passe para os seus descendentes, ascendentes ou cônjuge sendo uma doação pura. A cláusula de reversão só vai existir se constar explicitamente naquele contrato de doação. Voltará para o próprio que doou. 
Art. 549. Nula é também a doação quanto à parte que exceder à de que o doador, no momento da liberalidade, poderia dispor em testamento. 
Esta doação também é chamada de doação inoficiosa, é uma adoção que ultrapassa os 50%. Então se Mévio tem descendentes, ascendentes ou cônjuge só poderá fazer testamento versando sobre 50%. O mesmo também só poderá fazer doação de no máximo essa porcentagem. O que exceder é nulo.
Art. 548. É nula a doação de todos os bens sem reserva de parte, ou renda suficiente para a subsistência do doador.
A pessoa não tem o direito de dispor da totalidade de seu patrimônio e se tornar um peso para a sociedade. Um dos exemplos mencionados foi o da fogueira santa, caso uma pessoa tenha doado todo o seu patrimônio por fé poderá reavê-lo, basta ir à defensoria e pedir a nulidade total. Quando algo é nulo não existe prazo para reclamação, pois ela não desaparece com o passar do tempo. O nulo é nulo pra sempre.
Art. 550. A doação do cônjuge adúltero ao seu cúmplice pode ser anulada pelo outro cônjuge, ou por seus herdeiros necessários, até dois anos depois de dissolvida a sociedade conjugal.
O adultério não é mais crime, mas ainda está presente na legislação por ser um ato ilícito. Não pode doar bens para o cumplice de adultério. Não pode incluir esta pessoa no testamente. Não pode fazer um seguro de vida para beneficiar o cumplice. 
Não é dois anos após a doação e sim dois anos, depois de dissolvida a sociedade conjugal. 
Art. 555. A doação pode ser revogada por ingratidão do donatário, ou por inexecução do encargo.
Esse trecho do encargo só valerá se o encargo existe, porque a maioria das adoções não tem encargo. Então uma doação pura pode ser revogada por ingratidão, mas somente de acordo com que está previsto na lei.
Art. 557. Podem ser revogadas por ingratidão as doações:
I - se o donatário atentou contra a vida do doador ou cometeu crime de homicídio doloso contra ele;
II - se cometeu contra ele ofensa física;
III - se o injuriou gravemente ou o caluniou;
IV - se, podendo ministrá-los, recusou ao doador os alimentos de que este necessitava.

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